Reunião com ministros acontece em momento crítico com crise do Pix, que obrigou o Planalto a recuar de medida de fiscalização da Receita Federal
Por Lara Alves
Fragilizado pela pressão que obrigou a Receita Federal a recuar da medida de fiscalização do Pix, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcou para segunda-feira (20) a primeira reunião ministerial deste penúltimo ano de mandato. O petista encontrará seus ministros na Granja do Torto às 9h e não há previsão de término.
O intuito do presidente é discutir as prioridades de sua gestão para 2025 — e a reunião será atravessada pelas recentes mudanças na comunicação com a troca do ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação, pelo marqueteiro Sidônio Palmeira. O encontro acontecerá ainda em meio à indisposição gerada pela polêmica do Pix, que representou uma das maiores derrotas do Palácio do Planalto desde o início do Lula 3.
Para a reunião, o presidente interrompeu as férias dos ministros Carlos Lupi, da Previdência, Marcos Antonio Amaro, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral. Lula quer a presença de todos os ministros na Granja do Torto. Outras reuniões ministeriais começaram com alguns minutos abertos à imprensa para imagens; ainda não há informações se isto se repetirá nesta segunda-feira.
Lula se encontrou pela última vez com seus ministros em dezembro no Palácio da Alvorada em clima de confraternização. O almoço foi o primeiro compromisso do presidente depois que ele passou por dois procedimentos cirúrgicos na cabeça. O encontro festivo também teve a participação dos líderes do governo no Congresso Nacional — Randolfe Rodrigues (PT-AP), Jaques Wagner (PT-BA) e José Guimarães (PT-CE).
A expectativa era que o presidente promovesse trocas na Esplanada dos Ministérios entre o encontro de dezembro e essa reunião marcada para segunda-feira. Entretanto, a única mudança que de fato ocorreu foi na comunicação com a entrada de Sidônio Palmeira. Lula pode dar início de fato às mudanças em fevereiro após a eleição das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O senador está próximo de se consolidar como o novo vice-presidente do Senado Federal
Da Assessoria
O presidente do PL Tocantins, senador Eduardo Gomes, surge como um dos nomes mais cotados para assumir a vice-presidência do Senado Federal no biênio 2025-2026 na chapa liderada por Davi Alcolumbre (UB-AP). A eleição da nova Mesa Diretora, marcada para o dia 1º de fevereiro, promete ser um dos eventos mais importantes da próxima legislatura.
Com uma carreira política marcada pela habilidade em articulações e negociações, Eduardo Gomes conquistou respeito não apenas entre seus pares, mas também entre lideranças da oposição. Durante o governo Bolsonaro, exerceu a liderança no Congresso Nacional (2019/2022), sendo muito elogiado por seu perfil pacificador em um período de acentuada polarização política.
No Tocantins, o senador é conhecido por sua postura municipalista, com atuação que beneficia os 139 municípios do Estado, independentemente de coloração partidária. Seu compromisso com o desenvolvimento regional o tornou um dos principais parceiros do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), ajudando a viabilizar recursos e atender demandas prioritárias em áreas como infraestrutura, saúde e educação.
Nos bastidores, as negociações para a composição da Mesa Diretora indicam que o PL — legenda de Eduardo Gomes — terá o direito de indicar a vice-presidência. O nome do senador desponta como consenso, consolidando sua posição como um dos principais articuladores do Congresso Nacional.
Caso eleito, Eduardo Gomes reforçará o protagonismo do Tocantins no cenário político nacional, garantindo maior visibilidade às demandas do Estado. Além disso, sua experiência em negociações complexas e construção de consensos será de grande importância para a dinâmica política do Senado nos próximos dois anos.
A Mesa Diretora, composta pelos cargos de presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes, desempenha papel estratégico na definição das pautas e prioridades do Senado.
Presidente questiona "estados mais ricos" por criticarem o projeto que institui o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag)
Por Raphael Felice
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de ingratos, nesta quinta-feira (16), os governadores dos estados envolvidos no projeto de renegociação de mais de R$ 760 bilhões das dívidas dos estados com a União. O chefe do Poder Executivo sancionou o acordo, com vetos, no início da semana.
A fala de Lula foi destinada aos governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; Ronaldo Caiado (União), de Goias; e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro. Os chefes executivos estaduais criticaram a sanção do presidente Lula.
"Nós já aprovamos a lei da dívida dos governadores que é uma coisa que a gente deve ao [Rodrigo] Pacheco (PSD-MG) e ao Ministério da Fazenda. Foi uma coisa extraordinária e os cinco governadores que mais devem mais são ingratos, porque deveriam estar agradecendo ao governo federal e ao Congresso Nacional. Alguns fizeram crítica porque não querem pagar, e a partir de agora vão pagar", disse o presidente durante a cerimônia de sanção da regualmentação da reforma tributária.
A menção ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi feita porque foi ele o autor do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), e responsável por articular, desde 2022, medidas para tentar sanar os débitos das federações com a União.
Lula ainda rebateu a crítica dos governadores ao citar que eles fazem partes dos estados mais ricos do Brasil e, portanto, devem arcar com as dívidas com a União.
"A gente também vai se preocupar com os outros estados que não devem, porque é muito engraçado. Os pobres pagam as suas dívidas, mas os rico não pagam. Então o acordo que nós fizemos na dívida dos Estados é também uma coisa excepcional na história desse país", concluiu o presidente.
Elogios de Pacheco
Em meio as críticas dos governadores na última terça-feira (14), Pacheco fez elogios a Lula pela efetivação do acordo.
“O momento é de agradecer ao presidente Lula pela sanção do Propag e aproveitar a oportunidade que os estados terão para equacionar um problema histórico. Por meio desse programa, o governo federal abre mão de receber juros, permite o alongamento da dívida em 30 anos e aceita receber ativos diversos como pagamento”, afirmou nota oficial.
O chefe do poder Legislativo também participou do evento de sanção da regulamentação da reforma tributária. Em discurso, fez uma série de elogios ao presidente Lula e afirmou que ambos são unidos pelo apreço à democracia. Rodrigo Pacheco, que deixa a presidência do Senado no começo de fevereiro, é um dos nomes cotados para assumir uma vaga de ministro com a reforma ministerial que deve ocorrer na Esplanada dos Ministérios ainda no começo deste ano.
O presidente do PL Tocantins, senador Eduardo Gomes, destacou nesta quinta-feira, 16, a necessidade de mobilização conjunta para impedir a alteração no traçado da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que poderia excluir o município de Figueirópolis do projeto original
Com Assessoria
O traçado previsto faria a conexão com a Ferrovia Norte-Sul, enquanto a proposta de alteração sugere a ligação com Mara Rosa (GO), conectando-a à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO).
Para Eduardo Gomes, essa mudança compromete o desenvolvimento econômico do Tocantins e do município de Figueirópolis, que está estrategicamente localizado na rota da Ferrovia Norte-Sul. “A FIOL é essencial para o crescimento do agronegócio e do setor produtivo, que justificam esse investimento. A bancada federal, os parlamentares estaduais, prefeitos e líderes locais estão unidos nessa causa”, afirmou.
O senador destacou também que o tema requer união entre lideranças políticas e institucionais do estado, destacando sua boa relação com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e a bancada federal do Tocantins, o que pode facilitar as articulações necessárias para manter o projeto original. “Isso não pode ser motivo de disputa interna ou crítica política a quem quer que seja. O assunto é de Estado, precisamos de todos”, concluiu.
O prefeito de Figueirópolis, José Fontoura (Republicanos), manifestou nesta semana preocupação com a possibilidade de exclusão do município. “A FIOL é fundamental para atrair empresas, gerar emprego e renda. Já entramos em contato com o governador e a bancada federal, que estão comprometidos com essa causa”, afirmou.
Impacto estratégico
A FIOL, com 1.527 km de extensão, está projetada para ligar o porto de Ilhéus, na Bahia, à cidade de Figueirópolis, no Tocantins. Contudo, a proposta de alteração do traçado inclui um novo destino final: Mara Rosa (GO), conectando a ferrovia à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO).
Desde 2022, Leite tem se destacado como uma opção da chamada "terceira via" frente à polarização política no Brasil
Com Estadão Conteúdo
O PSDB confirmou a intenção de lançar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como candidato à Presidência da República em 2026. A informação é do presidente nacional do partido, Marconi Perillo, em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira, 15.
O dirigente partidário também afirmou que há planos para fusão ou incorporação com outra legenda ainda em 2025.
Segundo Perillo, Eduardo Leite tem o perfil que o partido considera ideal para liderar uma alternativa política no cenário nacional. O governador é descrito por ele como um político "culto, preparado e conciliador".
Perillo afirma que o governador gaúcho demonstrou resiliência ao enfrentar desafios como a pandemia da covid-19 e as enchentes de 2024, eventos que marcaram sua gestão no Rio Grande do Sul. Hoje, ele é um dos três governadores tucanos em exercício no País.
Desde 2022, Leite tem se destacado como uma opção da chamada "terceira via" frente à polarização política no Brasil. Embora tenha renunciado ao cargo de governador naquele ano para disputar a Presidência, acabou desistindo da candidatura devido a conflitos internos no PSDB. Optou, então, por concorrer novamente ao governo estadual, tornando-se o primeiro governador reeleito do Rio Grande do Sul desde a redemocratização.
No final de 2025, durante uma visita a Pequim, na China, Leite afirmou que ainda não é o momento para discutir seu papel nas eleições de 2026, mas demonstrou "disposição" para concorrer à Presidência.
O partido também está em processo de reestruturação. De acordo com Perillo, o PSDB planeja anunciar até março fusão ou incorporação com outra legenda que compartilhe uma visão ideológica semelhante.
A ideia é unir forças em torno de propostas comuns, criando uma coalizão que ofereça uma alternativa sólida ao eleitorado diante das disputas polarizadas dos últimos anos, segundo ele. A medida faz parte de uma estratégia para fortalecer a sigla e ampliar sua base de apoio para as eleições de 2026.
No último dia 2, o presidente do PSDB paulista, Paulo Serra, se reuniu com Gilberto Kassab, presidente do PSD, para tratar de uma possível fusão. Recentemente, dirigentes tucanos também tiveram conversas com o presidente do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP).