Hackers colocam à venda dados do Presidente Jair Bolsonaro, Ministros do STF Gilmar, Alexandre de Moraes e outras autoridade
Com Estadão Conteúdo
Após o megavazamento de dados de 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos, dados de algumas das maiores autoridades do País estão à venda na internet. Entre os afetados estão o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) , o presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP), e os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A pedido do Estadão, a empresa de segurança Syhunt analisou alguns dos arquivos disponibilizados pelo criminoso na internet — não é possível saber a identidade e o número de pessoas envolvidas no vazamento. Um dos arquivos é considerado o ‘catálogo’ das informações em poder do hacker. Nele, é possível fazer uma busca com nome completo ou CPF para encontrar aquilo que o hacker colocou à venda. Ou seja, o Estadão e a empresa não tiveram acesso aos dados das autoridades citadas na reportagem — o que foi encontrado é aquilo que o hacker diz ter colocado à venda. São menções à existência dessas informações.
O hacker está oferecendo informações em 37 categorias: básico simples, básico completo, e-mail, telefone, endereço, Mosaic (um serviço oferecido pelo Serasa), ocupação, score de crédito, registro geral, título de eleitor, escolaridade, empresarial, Receita Federal, classe social, estado civil, emprego, afinidade, modelo analítico, poder aquisitivo, fotos de rostos, servidores públicos, cheques sem fundos, devedores, Bolsa Família, universitários, conselhos, domicílios, vínculos, LinkedIn, salário, renda, óbitos, IRPF, INSS, FGTS, CNS, NIS e PIS. Segundo o catálogo, a maioria das informações são referentes ao ano de 2019, mas há bases de 2017, 2018 e 2020 no pacote. A categoria ‘fotos de rostos’ também inclui arquivos entre 2012 e 2020.
Entre as 37 categorias, Bolsonaro aparece com dados em 20, Maia, em 15, e Alcolumbre, 16. Entre os ministros do STF, Ricardo Lewandowski é o mais afetado, com dados em 26 categorias. O presidente da corte, Luiz Fux, tem dados ofertados em 23 categorias. Todos outros também têm dados em mais de 20 categorias: Dias Toffoli (25), Luiz Roberto Barroso (25), Alexandre de Moraes (24), Gilmar Mendes (24), Rosa Weber (23), Kassio Nunes Marques (23), Edson Fachin (22), Cármen Lúcia (21) e Marco Aurélio Mello (21).

Ministro do STF Alexandre de Moraes
Algumas das categorias parecem não fazer sentido, mas trazem bastante informação. A categoria ‘modelo analítico’, na qual aparecem todas as autoridades citadas na reportagem, tem informações nas seguintes subcategorias: cliente premium, proprietário de casa, artigos de luxo, investidor, tomador, banda larga, TV a cabo, posse de cartão do primeiro, posse de múltiplos cartões, posse de cartão de crédito, posse de múltiplos cartões de crédito, seguro residencial, seguro automóvel, seguro saúde, seguro de vida, celular pré-pago, celular pós-pago, usuário da internet, usuário de smartphone, joga jogos de vídeo, joga jogos online, internet banking, compra internet, tomador de crédito pessoal, finance de veículos, pacotes de turismo, ano de atualização.
A única categoria que foi toda publicada pelos hackers, e já circula livremente na internet, é a que deve afetar o maior número de pessoas: básico simples. Ela inclui CPF, nome completo, sexo, gênero e data de nascimento.
Nem todas as autoridades têm informações listadas nas mesmas categorias, um indício de como o vazamento deve afetar a população. Bolsonaro, por exemplo, teria fotos de rosto, algo que não aconteceu com todos os ministros do STF. Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, por exemplo, têm dados de PIS, renda e salário — Bolsonaro, por exemplo, só aparece em renda. Já Rosa Weber tem à venda dados referentes ao imposto de renda de 2017.
“Não é possível saber se os criminosos têm as informações ou não, mas é muito difícil que não tenham. As amostras foram claramente exportadas por uma ferramenta interna de consulta do hacker”, diz Felipe Daragon, fundador da Syhunt.
Inicialmente, o hacker também publicou outros pacotes de dados que serviam como uma espécie de ‘amostra grátis’ daquilo que ele tem para oferecer. Em cada uma das 37 categorias para pessoa física, ele colocou dados aleatórios de cerca de 1.000 pessoas, o que permitiu que informações de cerca de 40 mil brasileiros circulassem livremente pela internet. O link foi desativado no final da semana passada, mas estava online desde o dia 11 de janeiro — o post que anuncia a venda continua no ar. A Syhunt analisou também os pacotes da ‘amostra grátis’.
Os dados são vendidos em pacotes a partir de US$ 500. Segundo as postagens dos criminosos, não são aceitos pedidos para uma única pessoa. No material postado na internet, os criminosos dizem que não vendem os dados das 37 categorias para o mesmo CPF — o limite seria de dez categorias de dados.
Além de todos os riscos, Daragon ressalta que o vazamento é perigoso porque também permite o cruzamento de informações para se chegar aos parentes das vítimas. A base de dados chamada ‘vínculos’ promete entregar relações familiares em primeiro e segundo grau. A partir disso, seria possível fazer buscas sobre essas pessoas. Entre as 14 autoridades analisadas, apenas cinco (Maia, Alcolumbre, Cármen Lúcia, Kassio Nunes e Marco Aurélio Mello) não têm dados na base vínculos à venda.

Presidente Jair Bolsonaro
“Em casos de sobrenomes menos populares, também é possível também chegar a relações familiares apenas realizando buscas simples”, diz Daragon.
Caso é grave
Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, esse pode ser o maior roubo de informações da história do País — ele foi reportado inicialmente em 19 de janeiro pela empresa de segurança digital PSafe. A origem do vazamento ainda é desconhecida. Inicialmente, o Serasa era apontado como a fonte dos dados — além de o hacker afirmar ter obtido as informações junto ao birô de crédito, os pacotes de dados trazem referências à empresa. Uma delas é uma pasta que se chama Mosaic, um serviço oferecido pelo Serasa. A outra são arquivos no formato PDF que trazem manuais de produtos da empresa, como o score de crédito. O Serasa tem repetido que investigou o caso, concluindo que as informações não têm origem na sua base de dados.
Em nota, a Serasa Experian afirma: “Com base em nossa análise detalhada até este ponto, concluímos que o Serasa não é a fonte. Também não vemos evidências de que nossos sistemas tenham sido comprometidos. Fizemos uma investigação aprofundada que indica que não há correspondência entre os campos das pastas disponíveis na web com os campos de nossos sistemas onde o Score Serasa é carregado, nem com o Mosaic. Além disso, os dados que vimos incluem elementos que nem mesmo temos em nossos sistemas e os dados que alegam ser atribuídos à Serasa não correspondem aos dados em nossos arquivos.”
De fato, embora não seja possível determinar a fonte, alguns especialistas em segurança digital já acreditam que os dados tenham origens diversas — não apenas do birô de crédito.
Órgãos se manifestam
Na segunda, 25, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) afirmou que instaurou um procedimento de averiguação preliminar para “avaliar a materialidade e autoria” do vazamento. O órgão deu um prazo de 15 dias para o Serasa Experian responder às seguintes perguntas: se a instituição reconhece que os dados vazaram de suas bases ou de operadores parceiros, por quanto tempo os dados ficaram expostos, quem teve acesso aos dados e que dados foram acessados.
Além disso, a Senacon questiona as medidas tomadas pela empresa para melhorar a segurança da privacidade dos titulares dos dados e também pede esclarecimento sobre seu modelo de negócios para entender se algum serviço do Serasa envolve a disponibilização, o fornecimento ou o tratamento de dados.
Na quinta, 28, o Procon-SP notificou o Serasa pedindo explicações sobre o caso. Já a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) se manifestou apenas na quarta, 27, oito dias após o caso vir a público.
Em nota ao Estadão, a ANPD disse que “está apurando tecnicamente informações sobre o caso e atuará de maneira cooperativa com os órgãos de investigação competentes e oficiará para apurar a origem, a forma em que se deu o possível vazamento, as medidas de contenção e de mitigação adotadas em um plano de contingência, as possíveis consequências e os danos causados pela violação”.
O órgão afirma ainda que “sugerirá as medidas cabíveis, previstas na Lei Geral de Proteção de Dados, para promover, com os demais órgãos competentes, a responsabilização e a punição dos envolvidos”.
Julgamentos serão retomados na quarta, ainda por videoconferência
Por Felipe Pontes
O Supremo Tribunal Federal (STF) encerra hoje (1º) o período de recesso e retoma os trabalhos normais, com uma solenidade de abertura do Ano Judiciário. A sessão será híbrida, no formato presencial e virtual. Não estão marcados julgamentos, que só devem ser retomados pelo plenário na quarta-feira (3), ainda por videoconferência.
Segundo a assessoria do Supremo, apenas as autoridades da mesa de honra, ministros e servidores da Corte devem estar presentes no plenário. Entre os que confirmaram presença estão o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Também devem estar presentes o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. Os dois devem discursar, conforme prevê o protocolo. Deve comparecer ainda o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.
Não deve haver plateia, segundo o STF, e os jornalistas não terão acesso ao plenário, ficando restritos a um espaço reservado na área externa do tribunal, num ponto em que há passagem de autoridades.
O Supremo providenciou ainda outras medidas de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus. Além do uso obrigatório de máscaras e da aferição de temperatura na entrada, divisórias de acrílicos transparentes foram instaladas para a criação de espaços individuais nas bancadas.
A instalação das divisórias já havia sido feita na cerimônia de posse de Luiz Fux na presidência do STF, em setembro. Nos dias seguintes à cerimônia, entretanto, diversas autoridades que estiveram presentes confirmaram a contaminação pela covid-19, incluindo o próprio Fux.
Julgamentos
A primeira sessão plenária de julgamentos, ainda por videoconferência, está marcada para a próxima quarta-feira (3). Na pauta, consta recurso especial em que a família de Aída Curi, jovem estuprada e assassinada em 1958 no Rio de Janeiro, pede que seja assegurado o direito ao esquecimento em relação ao crime.
No fim do ano passado, Fux, que é o responsável por montar a pauta, divulgou uma agenda de julgamentos para todas 37 sessões plenárias do primeiro semestre de 2021, assim como costumava fazer seu antecessor na presidência, Dias Toffoli. Vale lembrar que a pauta está sujeita a modificações de acordo com os acontecimentos. Questões relativas à pandemia de covid-19, por exemplo, têm prioridade e podem atropelar a agenda inicial.
A pauta divulgada por Fux tem poucos assuntos polêmicos, tendo ficado de fora, por exemplo, temas como a descriminalização das drogas, que há anos aguarda julgamento, e ações relacionadas ao aborto, por exemplo.
No dia 24 de fevereiro, os ministros devem voltar a discutir sobre o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no caso da suposta interferência na Polícia Federal (PF). O plenário decidirá se o presidente é obrigado ou não a depor presencialmente. Em outubro, o então relator do caso, ministro Celso de Mello, votou pelo depoimento presencial.
Na pauta de Fux, por outro lado, há diferentes temas tributários de grande impacto econômico. Para 4 de fevereiro, está marcada a conclusão do julgamento sobre a tributação de softwares. No mesmo dia, está marcada também a análise sobre a cobrança de diferencial do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações interestaduais que, segundo os estados, pode resultar em perdas de até R$ 9,8 bilhões anuais em arrecadação.
Em 7 de abril, está marcado o julgamento de ações sobre a cobrança do ICMS em operações voltadas para o consumidor final e do imposto incidente sobre mercadorias importadas. Para junho estão marcados os julgamentos de diversas ações sobre acordos coletivos de trabalho e dispositivos da reforma trabalhista de 2017.
Medida vale para ônibus municipais e intermunicipais, metrô e CPTM de São Paulo
Com Agência Brasil
Começa a valer hoje (1º) o fim da gratuidade do transporte público para idosos com até 65 anos de idade na cidade de São Paulo. Só pessoas a partir dessa idade passam a ter acesso ao benefício. A mudança afeta não só os ônibus municipais, como os coletivos intermunicipais, metrô e trens. A alteração estabelecida pela prefeitura e o governo de São Paulo foi anunciada em dezembro do ano passado. Antes, podiam usar o transporte sem custo pessoas a partir de 60 anos.
Agora, só têm direito a andar de forma gratuita no transporte público da cidade os idosos com 65 anos ou mais. Segundo a prefeitura, a mudança “acompanha a revisão gradual das políticas voltadas a essa população”. “A recente reforma previdenciária que, além de ampliar o tempo de contribuição, fixou idade mínima de 65 anos para aposentadoria para homens e 62 para mulheres”, justifica em nota o Executivo municipal.
Uma liminar judicial chegou a suspender a alteração em janeiro, atendendo a uma ação do Sindicato Nacional dos Aposentados, da Confederação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes. No entanto, a decisão foi revertida e a nova política mantida em vigor.
As pessoas com menos de 65 anos que têm o Bilhete Único da Pessoa Idosa terão o benefício bloqueado a partir desta segunda-feira.
Além do cartão, também é possível acessar gratuitamente o serviço de transporte apresentando a identidade. O Bilhete Único da Pessoa Idosa, que permite o acesso gratuito, pode ser solicitado na página da SPTrans .
ELEIÇÕES NA CÂMARA E NO SENADO: BOLSONARO PODE “VENCER”

O resultado da eleição para as presidências da Câmara Federal e do Senado pode ser a senha que o presidente Jair Bolsonaro precisava para preparar seu próximo salto: o da reeleição em 2022. Na realidade, é só mais um pulinho, porque a campanha de fato começou no primeiro dia do atual mandato. Em síntese, o sonho do Palácio do Planalto começou lá atrás, ainda como deputado federal. Portanto, nada mais natural do que afirmar que ele não admite sonhar em abandonar o osso. O grande cenário do presidente será a vitória do deputado Arthur Lira (PP-AL).
A se confirmar a expectativa do grupo bolsonarista da Câmara, o principal derrotado dessa contenda será o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), hoje o grande adversário do presidente da República, com apoio irrestrito da bancada petista. Mordido, ferido e com sequelas irreversíveis, Maia deve ser dos mais participativos na oposição. Antes mesmo do resultado, ele já expôs uma das fraturas incluídas na fatura do impulsionamento da candidatura oficial. A primeira delas é o repasse, com porteira fechada, do Ministério da Saúde ao PP e a recriação ou não dos inexpressivos ministérios da Cultura, dos Esportes e da Pesca.
BOLSONARO REFÉM?

A partir de hoje, após as eleições das Mesas-Diretoras da Câmara Federal e do Senado, Jair Bolsonaro pode “deixar de ser presidente”, dando lugar aos membros do “centrão”, com seus políticos profissionais, que passarão a dar as cartas no Congresso e no governo.
Foi assim com Sarney, com Collor, com FHC e com Temer, e não será diferente com Bolsonaro: o centrão vai cobrar a conta!
Se não tiver um posicionamento firme, Bolsonaro pode passar a ser refém do centrão, tendo que “inventar” cargos para satisfazer a “fome” dos seus novos “aliados”
Basta saber se Bolsonaro terá paciência, orientação e apoio necessário dos seus companheiros de primeira-hora para saber contornar a situação.
RECONSTRUÇÃO DA BASE DE APOIO

Após as eleições na Câmara e no Senado, Bolsonaro terá, mesmo em caso de vitória, que reestruturar sua base de apoio.
A missão será delegada aos seus líderes na Câmara e no Senado e aos ministros. Não basta ter apenas a Mesa-Diretora a seu favor. O Planalto precisa ter maioria entre os congressistas para aprovar, principalmente, as Reformas Tributária e Trabalhista.
A questão é que Bolsonaro criou muitos atritos e muitas rusgas com diversos parlamentares, por conta do seu temperamento explosivo, principalmente no processo sucessório das Casas de Lei.
Bolsonaro “tratorou” muitos deputados e senadores e destruiu muitas pontes de diálogo que precisam ser reconstruídas pela “força-tarefa”.
Não será missão para amador e, sim, para quem tem credibilidade à toda prova no Congresso Nacional, e sabe jogar bem o jogo da democracia.
PAÇO MUNICIPAL E PALÁCIO ARAGUAIA DEVEM ANUNCIAR MUDANÇAS

A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, e o governador, Mauro Carlesse, devem anunciar mudanças em suas equipes de auxiliares.
Cinthia deve optar por uma oxigenação política em seu quadro de colaboradores. Já Carlesse deve focar suas mudanças nas eleições de 2022, prestigiando deputados estaduais de sua base de apoio na Assembleia Legislativa e aliados que se mostraram importantes na eleição municipal de 2020, e prometeram apoio semelhante na disputa de Carlesse pela vaga no Senado.
As pedras no tabuleiro sucessório para 2022 já estão à mesa e começarão a ser dispostas no tabuleiro de acordo com a sua importância, e muitas novidades podem surgir.
ESPECULAÇÕES SOBRE SUCESSÃO ESTADUAL 2022 A TODO VAPOR

Com o fim das coligações proporcionais, os partidos preparam novas filiações para as disputas de deputados federais e estaduais em 2022, e querem sentar à mesa de decisões para a escolha das chapas majoritárias.
As eleições proporcionais serão o “divisor de águas” para a sobrevivência dos partidos no Estado. Quanto mais eleitos a legenda obtiver, maiores as chances de sobrevida independente e menor a probabilidade de desaparecimento ou fusão.
O jogo será jogado. Os fracos serão sepultados na vala coletiva dos derrotados, com poucas chances de ressuscitação.
MAURO CARLESSE EM CÉU DE BRIGADEIRO

O governador Mauro Carlesse governa o Tocantins “voando em céu de brigadeiro” por conta do seu relacionamento com o parlamento estadual.
Nesta segunda-feira, o deputado Toinho Andrade, eleito por aclamação, toma posse para o seu segundo mandato na presidência da Assembleia Legislativa. Toinho é “amigo irmão”, aliado fidedigno de Mauro Carlesse e tem grande participação na função de manter a maioria dos deputados como aliados do governo do Estado.
Em Brasília, Carlesse tem o apoio do senador Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e do deputado federal Carlos Gaguim, vice-líder do governo federal na Câmara dos deputados.
Melhor, impossível!
SUCESSÃO ESTADUAL COMEÇA HOJE

Neste primeiro de fevereiro de 2021, os sinais dão a entender que as oposições captaram o recado das urnas na sucessão municipal do ano passado e deverão vir unidas, sem projetos individualistas, pensando em competitividade nas eleições de 2022
A união das oposições irá equilibrar o processo sucessório, aumentando as chances de uma eleição mais acirrada, com disputas reais pelos cargos em disputa, colocando os candidatos para trabalhar pra valer, por conta do fim das eleições proporcionais.
Os que deixarem para se posicionar depois, podem acabar ficando de fora dos grupos políticos e fora do poder.
CINTHIA CRITICA CARLESSE POR LIBERAR EDUCAÇÃO PRESENCIAL

A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, criticou, neste fim de semana, a gestão de Mauro Carlesse por ter liberado a abertura do ensino público e particular na forma presencial em um momento em que os casos de contaminação por Covid-19 estão aumentando em todo o País.
Cinthia afirmou que o futuro mostrará que a liberação é um erro.
A crítica deste fim de semana é apenas mais uma em um relacionamento que já está “corroído” há muito tempo e mostra que o posicionamento de Cinthia em relação ao governo de Carlesse é de oposição clara.
Segundo auxiliares de Cinthia, a preocupação de Carlesse em reabrir as escolas tem a ver com as perdas econômicas para o comércio, para a rede privada e para o próprio governo do Estado.
Esses auxiliares da prefeita questionam: será que a vida é menos valiosa que os recursos do governo federal repassados para a Educação?
RONALDO DIMAS PERCORRERÁ O ESTADO PARA CONSTRUIR BASE POLÍTICA

O ex-prefeito de Araguaína e presidente estadual do Podemos, fará um giro por todo o território tocantinense buscando reforçar sua base política e construir uma frente de oposição ao governo de Mauro Carlesse.
Dimas é taxativo quando perguntado sobre apoio político: “o projeto político do senador Eduardo Gomes é o meu projeto político. Estarei com ele onde e na posição que for necessária para que esse projeto vire uma realidade para o povo tocantinense. O projeto tem apenas um objetivo, que é o bem para o Estado do Tocantins. Por isso estaremos juntos em 2022”.
Na semana passada, Dimas esteve em Brasília, onde manteve encontros com o senador Eduardo Gomes, com o ex-senador Vicentinho Alves e com o deputado federal Vicentinho Jr., presidente estadual do PL.
No Tocantins, Dimas já esteve com o prefeito de Paraíso e já voltou à estrada para angariar cada vez mais adeptos à essa frente oposicionista ao governo do Estado e ao candidato do Palácio Araguaia, Wanderlei Barbosa.
Diante do exposto, ainda é cedo para fazermos apostas, mas um “chapão” não está descartado, encabeçado pelo próprio senador Eduardo Gomes.
2 MILHÕES DE VACINADOS

O número de pessoas vacinadas contra a covid-19 no Brasil chegou neste domingo, 31, a 2.051.295, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de saúde. Nas últimas 24 horas, 11 Estados informaram dados atualizados. O balanço leva em consideração registros repassados por um total 25 Estados e o Distrito Federal.
Já são mais de 2 milhões de pessoas vacinadas no Brasil e isso representar menos de 1% da população total. No domingo, este número atingiu a marca de 0,97%, mas se levar em consideração apenas as pessoas maiores de 18 anos, isso representa 1,27%. Outro dado que o consórcio apresenta é que a vacinação corresponde a 24,43% das doses disponíveis no momento.
O maior número de vacinados pertence a São Paulo, que começou a aplicação das doses no último dia 17. Até agora, o Estado imunizou 393.379 pessoas. No Rio de Janeiro, o número é de 172.131 imunizados enquanto na Bahia foram vacinadas 192.437 pessoas.
No Tocantins já são 6.994 imunizados.
CAMINHONEIROS DIVIDIDOS

A posição de entidades do setor de transporte mostra um setor dividido em relação à greve dos caminhoneiros marcada para esta segunda-feira, dia 1.º. Enquanto o Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC) afirma que o movimento está em pé, outras duas entidades da área - a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava) e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) - reforçaram que não participarão do movimento.
O presidente da CNTRC, Plínio Dias, acrescentando ao Estadão/Broadcast que a duração do movimento é "indeterminada" e que 22 Estados participam do conselho. Dias afirma que a redução ou zeragem do PIS/Cofins sobre o diesel, que chegou a ser cogitada pelo governo, não seria suficiente para terminar com a greve, porque o principal problema é a política de paridade ao preço internacional adotada pela Petrobrás. Em entrevista neste domingo, 31, ao Estadão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que nenhum dos dois pontos deve ser atendido.
ISTOÉ RESSALTA ELEIÇÃO NA CÂMARA, VEJA FALA DO CRESCIMENTO DO AGRONEGÓCIO E ÉPOCA PREVÊ A VOLTA DA FOME NO BRASIL
O Congresso vai colocar um réu por crimes no poder?
A saga de desvios de Arthur Lira. Investigado, ele não foi julgado devido a trâmites burocráticos, mas a sua lista infindável de esquemas e acertos espúrios é do conhecimento até do mundo mineral em Brasília. Chefão do Centrão e aliado do capitão Bolsonaro, ele pode agora assumir a presidência da Câmara dos Deputados e controlar o destino da Casa para trabalhar pela reeleição do "mito" da desordem.
Jair Bolsonaro vê o risco de impeachment crescer e a popularidade despencar, acossado pela crise na saúde, que se agravou com sua atitude criminosa. Mas pode se fortalecer e conquistar vitórias importantes com a eleição de dois aliados na cúpula do Congresso: Arthur Lira (PP), na Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM), no Senado. O primeiro nome é o mais importante e mais escandaloso. Cabe ao presidente da Câmara decidir sobre a abertura dos processos de impeachment. É ele que determina a pauta legislativa, podendo facilitar os temas da agenda de costumes, a escalada armamentista e também mudanças institucionais que ampliem a interferência do presidente nas forças de segurança. É nesse posto que o mandatário pode instalar seu aliado mais importante.
Uma ficha suja digna de gângsteres é o principal atributo do candidato do presidente. As acusações, processos e investigações contra o deputado Arthur Lira envolvem rachadinhas, movimentações milionárias, formação de quadrilha no seu partido, violência doméstica e corrupção passiva. A trajetória lembra muito a de Eduardo Cunha (MDB-RJ), ex-presidente da Câmara, preso por corrupção na operação Lava Jato. O atual líder do Centrão também foi denunciado pela Procuradoria Geral da República em operação da Lava Jato, em 2020. É acusado de ter recebido propina de R$ 1,6 milhão da empreiteira Queiroz Galvão. Também está envolvido no escândalo do Quadrilhão do PP, esquema que desviou recursos da Petrobras. Dar a ele o comando da Câmara é jogar para debaixo do tapete várias investigações.
Aos 51 anos, Arthur Lira é deputado federal pelo terceiro mandato. O rastro de corrupção vem desde quando ocupava o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa de Alagoas. De 2001 a 2007, segundo as investigações da PF e do Ministério Público, Lira recebia R$ 500 mil por mês nas suas contas bancárias, que eram irrigadas pelos desvios das rachadinhas. A prática é bem conhecida da família Bolsonaro. No caso de Lira, as investigações apontam que seu grupo desviou pelo menos R$ 254 milhões dos cofres públicos a partir de salários dos servidores, inclusive de funcionários fantasmas.
Em 2007, a PF deflagrou a Operação Taturana e constatou que Lira movimentou em suas contas um total de R$ 9,5 milhões, dinheiro que ele teria usado para comprar carros, apartamentos e terrenos. A maior parte do dinheiro foi recebida com o apoio de laranjas, como sua ex-mulher Jullyene Lins. De acordo com ela, o patrimônio não declarado de Lira gira em torno de R$ 40 milhões, embora a declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral registre apenas R$ 1,78 milhão.
Mesmo diante de todas as provas, o processo foi arquivado de forma estranha pelo juiz Carlos Henrique Pita Duarte, da 3ª Vara Criminal de Maceió, sob a descabida alegação de que o caso não era de competência da Justiça Estadual, razão pela qual o magistrado anulou todas as fartas provas colhidas pela PF, incluindo os extratos das contas do deputado. O Ministério Público recorreu da decisão em dezembro passado e o caso será julgado novamente no Tribunal de Justiça do Estado.
O currículo do deputado também tem acusações de violência doméstica. Entre tapas, socos e xingamentos, Lira se tornou uma ameaça à ex-mulher Jullyene Lins, que já fez três registros de ocorrência por agressão na Delegacia da Mulher. Também pediu, sem sucesso, ao Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos para ser incluída no cadastro de Proteção a Testemunhas. Desde janeiro de 2019, Jullyene já fez quatro pedidos. Procurada pela reportagem, a pasta comandada por Damares Alves armou que “não é possível confirmar, negar ou prestar qualquer esclarecimento sobre a situação mencionada”.
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VEJA
Fazendas verdes
Visto como vilão no exterior por uma política equivocada do governo Bolsonaro, o agronegócio brasileiro tem exemplos magníficos de respeito ao meio ambiente - um caminho mais inteligente e lucrativo do que derrubar florestas.
Poucos setores no Brasil, talvez nenhum, são tão pulsantes, inovadores, prósperos e bem-sucedidos no exterior quanto o agronegócio. Isso é sabido, mas há um outro aspecto, tão vital quanto todos os outros, que não tem recebido o devido reconhecimento: o compromisso cada vez maior com o meio ambiente. Por mais que milhares — sim, milhares — de fazendeiros adotem práticas sustentáveis, aquelas que, acima de tudo, são aliadas da preservação da natureza, a imagem que se tem lá fora é que a produção agrícola, de alguma maneira, é terrivelmente devastadora para a natureza.
Isso pode até ser verdadeiro em certos ambientes e grupos específicos, em geral denunciados e expostos por sua irresponsabilidade, mas não se pode deixar de admitir que há uma maioria esmagadora de fazendeiros brasileiros que não apenas incorpora medidas de redução de danos ambientais como desempenha papel vital para a preservação da biodiversidade brasileira — são fazendeiros verdes. O agro nacional não é somente um negócio de valor monetário inestimável, mas também uma força protetora da fauna e da ora do país — apesar da imagem recente ruim, mas injusta, alimentada pelo rol de posturas equivocadas e negacionistas do governo de Jair Bolsonaro, especialmente em relação à Amazônia.
A realidade é outra. Nos últimos anos, a agricultura brasileira, de fato, consolidou-se como uma das mais sustentáveis do mundo. A adoção de novas tecnologias, a gestão responsável dos recursos naturais e a busca permanente pelo equilíbrio entre produção e preservação tornaram algumas das lavouras do país símbolos internacionais de respeito ao meio ambiente. Iniciativas incorporadas pelo Grupo Roncador, dono da maior fazenda do Brasil em área de produção, ou pelo Grupo Morena, colecionador de prêmios na área ambiental, foram visitadas pela reportagem de VEJA, que pôde comprovar, em campo, o esforço redobrado de alguns dos produtores mais reputados do país para manter a vocação ecológica. “O caminho da sustentabilidade é o único que vai garantir mercados e competitividade mundo afora”, diz Celso Moretti, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Leia mais em Veja.
ÉPOCA
A fome à espreita
Com o fim do auxílio emergencial, a miséria volta a assombrar o Nordeste e dilapida o apoio a Bolsonaro
O sol do meio-dia brilhava inclemente quando a trabalhadora rural Percileide de Souza, de 32 anos, caminhava de volta para sua casa, no município de Caracol, na divisa do Piauí com a Bahia, carregando na cabeça cerca de 40 quilos de pedaços de madeira, amarrados numa corda. Ela havia saído de casa antes de o dia clarear. Com os galhos coletados, acenderia o fogo para cozinhar arroz, feijão e ovos para as duas filhas, de 7 e 10 anos, e para o marido, também agricultor.
No ano passado, Percileide havia deixado de cumprir essa rotina extenuante. Com a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 recebida em julho, aprovada pelo Congresso e paga pelo governo de Jair Bolsonaro, a família comprou um fogão a gás de segunda mão por R$ 120. O mesmo benefício foi usado para comprar um botijão no valor de R$ 85, que durou quatro meses. A família da agricultora também havia voltado a comer carne de bode depois de quatro anos. Com o fim do benefício, o ovo retomou o posto de principal item da única refeição diária, novamente preparada no fogão a lenha. Zurilda Mathias Maia, de 50 anos, viu o auxílio desaparecer no pior momento de sua vida, quando caiu da moto que a transportava e quebrou um braço, ficando impedida de continuar trabalhando na lavoura, onde recebia R$ 15 por dia.
Domingas Alves Correa, de 23 anos, mãe de um menino de 5, recebia parcelas de R$ 1.200 pelo fato de não ter ajuda para sustentar a criança. No ano passado, comprou comida farta e uma cama para a mãe, Antonia Alves Rocha, de 60 anos. Agora, recebe apenas os R$ 120 do Bolsa Família, insuficientes para comprar o básico para seu sustento e para custear o farelo que alimenta seus porcos no casebre onde vive em Guaribas, no Piauí, mesma cidade de Zurilda.
Em julho do ano passado, Época esteve no sertão do Piauí, nas divisas com a Bahia e Pernambuco, para verificar o impacto do auxílio emergencial na vida de uma das populações mais carentes do Nordeste e que também é inteiramente dependente dos programas sociais do governo federal. Naquele período, quando se iniciaram os pagamentos dos auxílios de R$ 600 e R$ 1.200 mensais, o cinturão de pobreza formado pelos municípios de São Raimundo Nonato, São Braz do Piauí, Anísio de Abreu, Jurema, Caracol e Guaribas havia se transformado.
Comércio lotado, consumo de alimentos antes inacessíveis, como carne bovina, além da compra de eletrodomésticos e ferramentas agrícolas. De volta ao local no final de janeiro, período em que se completaram 30 dias do pagamento da última parcela do benefício, a reportagem refez o caminho entre as cidades durante quatro dias e encontrou um cenário muito diferente.
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