O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 5ª feira (7.jul.2022) que derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais deste ano é uma “questão de honra do povo brasileiro”. Durante ato eleitoral na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, o pré-candidato a mais um mandato presidencial endossou Marcelo Freixo (PSB) para o governo do Rio e evitou mencionar os dois nomes que disputam a indicação para o Senado na chapa.
Por Mariana Haubert
“Ele está desesperado. São milhares de fake news enviadas para as pessoas todos os dias. É uma máquina poderosa de contar mentira. Derrotar esse cara [Bolsonaro] é uma questão de honra do povo brasileiro, dos que querem democracia e verdade”, disse durante seu discurso.
O petista disse que irá revogar, logo no início de um eventual governo, todos os sigilos que Bolsonaro impôs a informações de aliados acusados de cometer irregularidades, como o ex-ministro Eduardo Pazuello.
“É ele e meia dúzia que o cercam e, quando tem denúncia de corrupção, ele diz que não tem e faz decreto de sigilo de 100 anos. Eu quero que vocês saibam que, se tem coisa que eu vou fazer, é quebrar esses sigilos de 100 anos no 1º decreto que eu fizer”, declarou.
Lula disse ainda duvidar que o Rio de Janeiro tenha recebido mais recursos de outros governos federais do que das suas gestões. “Eu posso não ser melhor do que ninguém, mas melhor que essa coisa [Bolsonaro] que está aí, eu tenho certeza que eu sou”, disse.
O ex-presidente acusou ainda Bolsonaro de não ter interlocução com empresários, sindicatos, professores e outras categorias. Ele também voltou a prometer que recriará o Ministério da Cultura e instalará comitês culturais em todo o país.
O local escolhido pelo PT para o ato, a Cinelândia, foi palco de protestos históricos contra a ditadura militar, a favor das Diretas Já, pela saída do ex-presidente Fernando Collor, dentre outras. Ainda hoje, é local de manifestações.
Logo no início de seu discurso, Lula afirmou que “há muito tempo” queria realizar um ato no Rio de Janeiro para “acabar com a dúvida” sobre se ele apoiaria Freixo ao governo do Estado. “Quando se trata de política, de disputa, a gente precisa escolher com quem a gente vai estar. Aqui no Rio, eu tenho candidato a governador, chamado Marcelo Freixo. Quem vai votar no Lula, tem que saber que é importante votar no Freixo”, disse.
O petista voltou a repetir, como tem feito desde o início da pré-campanha, que é importante também eleger deputados e senadores alinhados a ele para que tenha uma base grande o suficiente que lhe garanta governabilidade em um eventual governo.
Lula, porém, não mencionou os 2 pré-candidatos que disputam a indicação ao Senado na chapa com Freixo: o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) André Ceciliano, pelo PT, e o deputado federal Alessandro Molon, pelo PSB.
O PT reclama que um acordo foi fechado com o PSB para compor a chapa de Freixo e que a insistência de Molon seria uma quebra do que foi acordado. Nos bastidores, Freixo já aceitou a aliança com Ceciliano e aguarda apenas uma definição do partido e do seu colega.
Molon chegou a se reunir com o pré-candidato a vice na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), nesta 4ª feira (6.jul.2022). Saiu com a promessa de que seu correligionário iria ajudar no diálogo com o PT.
O partido não abre mão de ter Ceciliano na composição com o PSB. O deputado federal, no entanto, também diz que não desistirá de concorrer à cadeira de senador. Caso não se chegue a um acordo, é possível que ambos disputem as eleições.
Ao Poder360, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que Molon será candidato com ou sem o apoio do PT. “O ideal é ter um candidato só, mas não somos um único partido, somos dois. Não temos que colocar isso como fim do mundo, o eleitor é que vai decidir”, disse.
Em todas as peças de divulgação das agendas do petista na cidade, aparecem apenas Lula, Freixo e Ceciliano. Apenas este discursou no ato da Cinelândia. Era esperado que Molon pudesse falar também.
Ao ser chamado para discursar, Ceciliano foi saudado como pré-candidato ao Senado, com direito a apresentação do seu jingle, que dizia “é André aqui e Lula lá de novo”.
“Esse povo está aqui ama o Lula. Na verdade, nós te amamos presidente. […] O senhor vai poder contar com um senador que não vai tirar o pé da bola dividida”, disse em um discurso efusivo.
No total, são 32,76 milhões de casos e 673.073 mortes pela doença
Por Agência Brasil
O Brasil registrou 72.050 novos casos de covid-19 e 283 mortes pela doença em 24 horas, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje (7) pelo Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, são 32,76 milhões de casos e 673.073 mortes.
Segundo o boletim, há 991.852 casos em acompanhamento e 31,09 milhões de pessoas foram infectados pela doença e se recuperaram, o que representa 94,9% dos casos.
Há ainda 3.249 mortes em investigação
Estados
São Paulo é a unidade da Federação com o maior número de casos (5,77 milhões) e de mortes (171.397). Em relação aos casos, o estado do Sudeste é seguido por Minas Gerais (3,68 milhões) e Paraná (2,64 milhões). Os menores números de casos estão no Acre (128.727), Amapá (163.250) e Roraima (164.962).
Em relação ao número de mortes, o segundo e o terceiro estados com maior número de óbitos são, respectivamente, Rio de Janeiro (74.265) e Minas Gerais (62.324). Os menores números de mortes estão no Acre (2.005), Amapá (2.141) e Roraima (2.153).
Vacinação
Segundo o Ministério da Saúde, até agora foram aplicadas 452,45 milhões de doses de vacina, sendo 177,51 milhões de primeira dose, 157,95 milhões de segunda dose e 4,94 milhões de doses únicas.
As doses de reforço foram 96,1 milhões, a segunda dose de reforço foram 11,61 milhões e a dose adicional, 4,34 milhões.
Jair Bolsonaro; presidente afirmou que o Brasil pode vir a comprar diesel da Rússia
Por Jayanne Rodrigues
O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decreto que vai determinar a divulgação dos preços dos combustíveis a partir do dia 22 de junho - um dia antes do mandatário sancionar lei que fixa teto de 17% para ICMS sobre combustíveis. A ordem foi publicada na edição desta quinta-feira, 7, no Diário Oficial da União.
Conforme o texto, fica estabelecido que os postos de combustíveis devem exibir os valores antigos para que os consumidores tenham a possibilidade de fazer um comparativo de preços.
Em um trecho do decreto, o presidente ordena que os estabelecimentos mantenham a exibição de “de forma correta, clara, precisa, ostensiva e legível”. A decisão fica em voga até o dia 31 de dezembro de 2022. No texto, não há menção de multa caso os proprietários dos postos não sigam a ordem.
Bolsonaro sancionou o teto para redução do preço dos combustíveis no dia 23 de junho. O projeto foi criticado por governadores, que alegaram um possível cenário de crise fiscal em 2023 após a redução das alíquotas de ICMS.
O presidente Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal que suspenda e casse o despacho do ministro Alexandre de Moraes que instou a Procuradoria-Geral da República a se manifestar sobre pedido de investigação do chefe do Executivo por suposta interferência na apuração sobre o 'gabinete paralelo' de pastores no Ministério da Educação.
Por Estadão Conteúdo
A solicitação em questão foi encaminhada ao STF pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no âmbito do inquérito sobre suposta tentativa de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal - apuração aberta na esteira da renúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.Em documento protocolado pela na corte máxima na noite desta terça-feira, 5, a Advocacia-Geral da União - órgão que representa o governo em processos judiciais - requer que o pedido de investigação de Randolfe seja encaminhado para a Procuradoria-Geral da República, sem processamento pela Corte - ou seja, fique somente sob a alçada do Ministério Público Federal.
Caso o pleito principal não seja atendido, a AGU pede que o pedido de Randolfe seja ao menos encaminhado para o gabinete da ministra Cármen Lúcia, relatora da investigação que mira Ribeiro e pastores com livre trânsito no Palácio do Planalto.
O advogado-geral da União, Bruno Bianco, alegou ao STF que a 'suposta e inexistente interferência' de Bolsonaro na Polícia Federal, no inquérito sobre o gabinete paralelo de pastores no MEC, não deve ser apurada no âmbito da investigação que mira as denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre suposta tentativa do presidente de interferir na corporação para proteger aliados.
Segundo a AGU, a pretensão de Randolfe - de que o presidente seja investigado pela suposta interferência na investigação contra Milton Ribeiro - 'gravita em torno' dos mesmos fatos que estão sendo objeto de apuração no inquérito sob relatoria de Cármen Lúcia. Bianco argumenta que a 'apuração simultânea dos fatos em inquéritos paralelos sob diferentes relatorias atenta contra os princípios elementares do juiz natural, da vedação ao bis in idem (princípio estabelece que ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo delito) e da proibição à litispendência'.Já há quatro pedidos de manifestação da PGR sobre a notícia de suposta interferência de Bolsonaro na investigação que mira Milton Ribeiro e pastores aliados.
Três deles foram solicitados pela ministra Cármen Lúcia, relatora da investigação no Supremo Tribunal Federal.O caso retornou à corte máxima por decisão do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, a pedido da Procuradoria da República do DF.
O magistrado foi alertado pelo MPF sobre 'possível interferência ilícita' do presidente na investigação que culminou na Operação Acesso Pago - ofensiva que chegou a prender Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.O MPF defendeu que fossem enviadas ao STF gravações oriundas da interceptação telefônica de Ribeiro - pego no grampo da Polícia Federal - para averiguação da possível ocorrência dos crimes de violação de sigilo funcional com dano à Administração Judiciária e favorecimento pessoal.
A Procuradoria diz que o áudio aponta indício de vazamento da operação policial, por parte do chefe do Executivo.Em um dos diálogos interceptados pelos investigadores, Ribeiro relatou a filha que conversou com o presidente e o chefe do Executivo lhe disse que havia tido um 'pressentimento' de que o aliado seria alvo de buscas da PF. "Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa", relata o ex-ministro no áudio.
O ex-presidente Lula (PT) chega ao Rio de Janeiro nesta quarta-feira (6) tentando se esquivar da crise instalada no estado entre seu partido e o PSB em relação à vaga para o Senado na chapa do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo fluminense.
POR CATIA SEABRA E ITALO NOGUEIRA
A disputa é um dos principais pontos de tensão entre PT e PSB na negociação nacional. O partido do ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice na chapa de Lula, pede mais espaço ao aliado nos estados, em meio às articulações para retirada do nome de Márcio França ao Governo de São Paulo.
O PT defende que a chapa tenha apenas o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), como candidato, alegando um acordo prévio sobre o tema. O deputado federal Alessandro Molon (PSB), porém, reivindica a vaga com apoio da Rede e PSOL, além da própria sigla.
A indefinição ganhou novos contornos após Freixo cobrar de Molon nesta semana o cumprimento do acordo. Num evento ao lado de Ceciliano na semana passada, Freixo defendeu que seja eleito "quem o Lula confia". "Quero passar a palavra a quem ele confia, e quer no Senado, que é o André Ceciliano."
Em reunião com a coordenação política da pré-campanha na segunda-feira (4), Lula demonstrou impaciência com a celeuma fluminense e declarou não estar interessado em intervir. Ele disse que a solução é tarefa da deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT.
O ex-presidente vai participar de encontros com reitores de universidade, escolas de samba, lideranças de favelas e de um ato na Cinelândia na quinta-feira (7).
Este último palanque é o principal foco de tensão, já que Molon e Ceciliano estarão lado a lado e irão discursar o deputado federal, como presidente do PSB-RJ e o estadual, como pré-candidato ao Senado.
Gleisi defende que o PT deve ter o único candidato ao Senado. "Cumprir esse acordo é fundamental para a gente ter uma unidade no campo político e poder ampliar a chapa", disse ela.
Freixo reafirmou a existência de um acordo prévio no qual o PT indicaria o nome ao Senado. Disse, porém, que cabe aos partidos decidirem sobre uma eventual revisão.
"O que me cabe é ganhar a eleição no Rio de Janeiro. Toda a articulação política foi feita em cima de acordo. Se o acordo vai ser revisto, refeito, reformulado, não cabe a mim. Tem que haver uma definição. Preciso que o PT e o PSB cheguem a um denominador. Preciso não ter confusão para tratar de eleição", disse o deputado.
Molon tem negado a existência do acordo garantindo ao PT a vaga para o Senado. Ele diz que tem mais chances de vencer a disputa ao Senado do que Ceciliano.
"A cada dia que passa, nossa pré-candidatura vem ganhando mais força e apoio nas ruas. Está claro para os democratas de nosso estado que chegou a hora de derrotar o bolsonarismo no Rio de Janeiro, que deve ser enfrentado sem ambiguidades", disse ele, em referência à proximidade de Ceciliano com alguns bolsonaristas do estado.
Ceciliano afirmou que pesquisa para o Senado "é besteira", ao apontar derrotas de nomes que lideravam os levantamentos para a vaga uma semana antes da eleição de 2018, como Cesar Maia e Dilma Rousseff.
Ele diz que seu nome amplia a candidatura de Freixo e critica a resistência de parte da esquerda à sua pré-candidatura.
"Resistência vem de lavajatistas. Tem muito lavajatista que vota no Molon. Tem que respeitar. Vem de intelectuais da esquerda, que se acham mais da esquerda que todo mundo. Respeito também. Mas eu venho de uma região que se você não entregar, você não ganha nada. Fazer discurso é bonito para a plateia, mas não transforma a vida de ninguém", disse o petista.
O conflito alimenta queixas de setores do PT que veem com dúvidas o alcance e a contribuição a Lula da candidatura de Freixo.
Os críticos petistas afirmam ver o deputado muito ligado à capital, sem entrada nas regiões mais pobres. Também temem a pauta de costumes associada a Freixo, em razão da filiação por 16 anos ao PSOL e a atuação da sigla sobre esses temas.
Até o local escolhido para o primeiro ato público de Lula na cidade serviu para alimentar comentários desse grupo. Uma parte do PT preferia a escolha de uma cidade na Baixada Fluminense ou em São Gonçalo, áreas mais pobres do estado. Freixo defendeu a Cinelândia, no centro da capital.
"Esse assunto foi superado. O primeiro ato precisa ser maior do que qualquer outro e simbólico. O melhor lugar para isso é a Cinelândia. Teremos mais quatro atos, inclusive na Baixada e em São Gonçalo", disse Freixo.
Nomes do PT, PC do B e até do PSB participaram na segunda-feira (4) de um ato em apoio à candidatura do ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), expondo as resistências ao nome de Freixo.
"Precisamos de uma candidatura mais ampla. Um nome que não traga ao Lula as pautas que interessam ao Bolsonaro", disse Washington Quaquá, vice-presidente do PT Nacional.
Freixo ironizou o fato de a maioria dos dissidentes da aliança ter como base política Niterói. "Todos os parlamentares que foram têm cargo na Prefeitura de Niterói. Foi um ato de comissionados. É uma pressão de quem está atrás nas pesquisas."
Gleisi afirmou que as dissidências podem ocorrer de forma pontual, mas que o PT não abandonará Freixo. Porém, disse que o ex-presidente não recusará apoios.
"Todo apoio é bem-vindo. Ninguém vai dizer que não quer apoio. O apoio do Rodrigo Neves é bem-vindo, do [prefeito] Eduardo Paes e vários setores que querem apoiar o Lula. Mas o PT tem um compromisso de palanque de apoio ao Freixo", afirmou ela.
A campanha de Freixo espera a pacificação para se concentrar em aumentar a associação do nome do pré-candidato ao governo ao de Lula. De acordo com a última pesquisa Datafolha, o deputado tem 22% das intenções de voto no estado enquanto o ex-presidente tem 41%.
O levantamento mostra que Freixo foi escolhido por apenas 39% dos eleitores de Lula. O governador Cláudio Castro (PL), pré-candidato à reeleição com apoio do presidente Jair Bolsonaro, obtém 13% deste grupo e Rodrigo Neves, 7%.
Freixo lidera as intenções de voto com 22%, em empate técnico com Castro, que tem 23% no cenário mais provável de se repetir em outubro.
Enquanto o deputado do PSB apresentou estabilidade em relação à pesquisa divulgada em abril, o governador oscilou positivamente cinco pontos percentuais, perto do limite máximo da margem de erro