O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou, na noite deste domingo, a respeito do guarda municipal Marcelo Arruda, militante petista morto a tiros ao comemorar seu aniversário com uma festa de aniversário com o tema do PT, em Foz do Iguaçu. No Twitter, Bolsonaro pediu para que, “independente das apurações”, os seus eleitores que apoiarem “quem pratica violência contra opositores mude de lado e apoie a esquerda”.
Por Camila Zarur
Na mensagem, o presidente condenou o caso, mas culpou a esquerda por incentivar a violência.
Arruda foi morto após o agente penal Jorge José, simpatizante de Bolsonaro, ter interrompido a festa de aniversário do petista e atirar contra ele. O caso aconteceu na madrugada deste domingo. O guarda municipal reagiu ao ataque e atirou contra José, que, segundo a Polícia Civil do Paraná, está no hospital sob custódia.
“Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu Bolsonaro, que completou: “É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento”.
No texto que divulgou nas redes sociais, o presidente afirmou que são esses casos que incentivam a violência, e não “força de expressão” mal utilizada. Em ocasiões passadas, Bolsonaro já fez declarações que também incentivavam o discurso de ódio, como quando disse que ia “fuzilar a petralhada”, em um evento de campanha em 2018. Ele, depois, se justificou dizendo que havia sido mal interpretado.
“Falar que não são esses e muitos outros atos violentos, mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes”, escreveu.
Por fim, Bolsonaro pediu que as autoridades investiguem o caso e tomem as providências cabíveis:
“Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”.
O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente e coordenador da campanha do pai, também condenou o caso e atacou a esquerda ao comentar o assassinato do guarda municipal. O parlamentar compartilhou um vídeo em que Lula agradece, durante um evento de pré-campanha neste fim de semana, ao ex-vereador do PT Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, preso após agredir um empresário em abril de 2018.
"Repudio o atentado contra a vida do guarda municipal de Foz do Iguaçu. Um ato isolado e irresponsável, que absolutamente nada tem a ver com as pautas que defendemos para o Brasil. Não somos assim, não precisamos de mais “Adélios”, não podemos e não vamos nos igualar à esquerda", escreveu Flavio, fazendo referência ao autor da facada contra Bolsonaro, na campanha de 2018.
O líder de governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), também condenou o assassinato de Arruda. Ao GLOBO, o deputado classificou o caso como "lamentável".
Boletim de ocorrência cita que autor dos disparos era policial penal federal e chegou no local gritando "Aqui é Bolsonaro!". Secretário de Segurança Pública fala em 'intolerância política'.
Com G1
O guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morreu na madrugada deste domingo (10) após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
O servidor chegou a ser levado ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele deixa a esposa e quatro filhos.
A Polícia Civil informou que o homem que atirou contra Marcelo Arruda é o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho. Ao ser atingido por Guaranho, Marcelo Arruda, que estava armado, revidou e atingiu o policial.
A Secretaria da Segurança Pública do Paraná informou na tarde deste domingo (10) que o policial penal federal bolsonarista José da Rocha Guaranho, que matou o petista Marcelo Arruda na noite de sábado (9) em Foz do Iguaçu (PR), permanece internado.
Até a última atualização desta reportagem, não havia uma informação precisa sobre o estado de saúde de Guaranho. A Polícia Civil chegou a informar que ele morreu, mas, mais tarde, afirmou que não era possível confirmar a morte. O Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, para onde Guaranho foi levado, também não confirma a informação.
Guaranho se identifica em redes sociais como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O boletim de ocorrência do caso cita que ele chegou ao local gritando "aqui é Bolsonaro!". Leia detalhes mais abaixo. De acordo com a Polícia Civil, tratou-se uma discussão em uma festa de aniversário e mais detalhes serão divulgados em entrevista coletiva na tarde deste domingo (10). O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios.
À RPC, o secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, lamentou a morte e afirmou que a Polícia Civil investigará as motivações do crime.
"Pelo que a gente percebeu, foi uma intolerância política", disse o secretário.
A Prefeitura de Foz do Iguaçu disse, em nota, que Marcelo Arruda era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos. O guarda também era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi).
"Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais. Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor", afirmou o prefeito Chico Brasileiro.
Festa de aniversário temática
A festa de aniversário comemorava os 50 anos de Marcelo Arruda e tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. A comemoração era realizada na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A.
O boletim de ocorrência informa que Guaranho chegou no local de carro e que no veículo estavam também uma mulher e um bebê. Segundo o documento, ele desceu do carro, armado, gritando: "Aqui é Bolsonaro!". De acordo com o boletim, o policial penal não era conhecido de ninguém na festa nem foi convidado.
O documento cita que o policial deixou o local após aparecer pela primeira vez, mas voltou cerca de vinte minutos depois, sozinho e armado. Guaranho atirou duas vezes contra o guarda municipal, que revidou e baleou o policial penal.
Em nota, o PT do Paraná lamentou a morte do tesoureiro e disse que presta assistência à família da vítima e que acompanhará todas as investigações. "Um ataque contra a vida, um ataque contra a liberdade de expressão, um ataque contra a democracia", disse o PT-PR.
O Partido dos Trabalhadores também se manifestou e, em nota, reconheceu neste domingo a atuação de Arruda. Em 2020, o guarda municipal foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pela sigla.
"Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário", disse o partido.
Evento gospel organizado por igrejas evangélicas comemorou 30 anos de existência em 2022. Programação contou com apresentações musicais, orações e discursos políticos, na Zona Norte da capital paulista. Jair Bolsonaro (PL) discursou na abertura.
Com G1
A edição de 2022 da tradicional 'Marcha para Jesus' reuniu milhares de fiéis cristãos nas ruas de São Paulo desde o início da manhã deste sábado (9). O ato começou às 10h e as apresentações foram encerradas por volta das 22h30.
O evento marcou os 30 anos da caminhada organizada por igrejas evangélicas, que voltou a ser presencial após dois anos de encontros virtuais por causa da pandemia.
A marcha começou por volta das 10h, com abertura e orações na altura da estação da Luz, no Centro da capital paulista. Os fiéis percorreram cerca de 3,5 km em caminhada até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, na Zona Norte de São Paulo, onde o evento foi encerrado após shows gospel, orações e discursos políticos.
Participação de Bolsonaro
Neste ano, o evento contou com 10 trios elétricos. A abertura teve a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição no pleito de outubro.
No alto de um dos trios elétricos, Bolsonaro fez referência indireta à situação econômica atual do Brasil dizendo que os problemas materiais enfrentados pelo país, como inflação e carestia, “são passageiros”.
“Problemas todos nós temos por aqui; os materiais são passageiros, como vocês estão notando nos últimos dias. Os espirituais devemos nos preocupar sim. Só um homem ou uma mulher com liberdade pode viver em felicidade”, disse o presidente da República.
Mais tarde, em outro discurso no palco do evento, o presidente da República também afirmou que o país começa a superar os problemas econômicos atuais.
“A questão econômica começa a ser superada. Vocês sabem que é uma coisa não apenas no Brasil, é do mundo todo. Nós [somos] os que menos sofremos nesse momento nesta questão econômica. E somos os primeiros a sair dessa situação. Porque nós demos uma nova dinâmica à política", declarou.
No evento, Bolsonaro voltou a destacar no evento as bandeiras de campanha dele, dizendo-se “defensor da família brasileira".
“Nós temos uma posição: somos contra o aborto, somos contra a ideologia de gênero, a liberação das drogas, somos defensores da família brasileira. Nós somos a maioria no país. A maioria do bem. E nessa guerra do bem contra o mal, o bem vencerá mais uma vez”, afirmou.
Além de Bolsonaro, a pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, senadora Simone Tebet, também participou do evento, ao lado do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, do mesmo partido.
No final da tarde, o governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), compareceu ao evento e realizou um breve discurso no intervalo entre as atrações musicais. "É muito bom estar compartilhando a Marcha Para Jesus neste momento, ao lado de cada um de vocês. Estou feliz por estar aqui não só como governador de São Paulo, mas como um pai de família e alguém que segue os ensinamentos de Jesus", afirmou.
Ex-presidente do STF rebateu ministro da Defesa sobre atuação dos militares no processo eleitoral
Por Luana Patriolino
O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, ex-presidente da Corte, criticou a atuação dos militares no processo eleitoral. Por meio das redes sociais, nesta quinta-feira (7/7), o magistrado disse que as Forças Armadas “devem ficar quietinhas em seu canto” e que têm uma atitude de “vassalagem” em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Barbosa fez os apontamentos ao responder uma postagem do ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira. O general disse em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, nesta semana, que não tem questionado o funcionamento das urnas eletrônicas, mas afirmou que “nenhum sistema informatizado é totalmente inviolável”.
O ex-presidente do STF comentou a declaração: “Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro. Ponto”, escreveu via Twitter.
Para Joaquim Barbosa, as Forças Armadas pressionam a Justiça Eleitoral. “Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente para um golpe de Estado. Pense nisso, general”, pontuou.
O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe está em condição "muito grave" depois de ser atingido por tiros durante um evento de campanha, um ataque "absolutamente imperdoável" nas palavras do atual chefe de Governo, Fumio Kishida.
Com Agências
O ataque contra o político mais famoso do país, de 67 anos, aconteceu durante um comício para as eleições do Senado de domingo, apesar das rígidas leis no país contra a posse de armas.
"O ex-primeiro-ministro Shinzo Abe foi atingido por tiros em Nara (oeste) e fui informado que se encontra em estado muito grave", disse o primeiro-ministro Fumio Kishida à imprensa.
"Eu rezo para que o ex-primeiro-ministro Abe sobreviva", acrescentou.
"É um ato de barbárie durante a campanha eleitoral, que é a base da democracia, e é absolutamente imperdoável. Condeno este ato nos termos mais fortes", completou Kishida.
O ataque aconteceu um pouco antes do meio-dia em Nara e "um homem, que se acredita ser o atirador, foi detido", disse o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, à imprensa.
Um homem de 40 anos foi detido por tentativa de assassinato e teve uma arma confiscada, informou o canal NHK, que citou fontes policiais.
Abe fazia um discurso de campanha durante um comício antes das eleições para o Senado do próximo domingo e, apesar da segurança no local, as pessoas conseguiam se aproximar com facilidade do político.
Imagens exibidas pela NHK mostram Abe de pé em um palco quando é possível ouvir um grande barulho e observar fumaça. Pouco depois, um homem foi imobilizado por agentes de segurança.
"Ele estava fazendo um discurso e um homem chegou por trás", disse um jovem que acompanhava o comício.
"O primeiro tiro soou como uma arma de brinquedo. Ele não caiu, mas então aconteceu um estrondo alto. O segundo tiro foi mais visível, dava para ver a explosão e a fumaça", acrescentou.
Uma fonte do hospital Universidade Médica de Nara disse à AFP apenas que a transferência para o local foi concluída e se negou a comentar sobre a condição de Abe.
- "Terror e violência" -
Abe caiu e sangrava pelo pescoço, afirmou uma fonte do Partido Liberal Democrático (PLD) à agência Jiji.
Vários meios de comunicação informaram que o ex-chefe de Governo foi atacado pelas costas, provavelmente com uma escopeta.
O governo anunciou a criação de uma força-tarefa após o ataque, que provocou uma série de reações internacionais.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou tristeza e preocupação com a tentativa de assassinato de Abe, um aliado de Washington.
"Este é um momento muito, muito triste", declarou Blinken à imprensa durante a reunião do G20 em Bali.
Os principais líderes das instituições da União Europeia (UE) e da Otan afirmaram que estavam em "choque" com o ataque.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, classificou o ato como "abjeto".
O governo da China também afirmou que está em choque. "Acompanhamos a evolução da situação e esperamos que (Abe) esteja fora de perigo e se recupere o mais rápido possível", disse Zhao Lijian, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
Gen Nakatani, assessor do primeiro-ministro Fumio Kishida, afirmou que "o terror e a violência nunca podem ser tolerados", segundo a agência Jiji.
Abe, o primeiro-ministro mais longevo do Japão, governou o país em 2006 durante um ano. Ele retornou ao poder entre 2012 e 2020.
Ele é um conservador de linha dura que promoveu a revisão da Constituição pacifista do Japão para reconhecer os militares do país. Abe permanece politicamente relevante mesmo depois de deixar o poder.