Posição do governo brasileiro é crítica aos ataques de Israel e EUA contra o Irã

 

 

Por Marina Mota Silva

 

 

Para o professor de Relações Internacionais da FGV, Eduardo Mello, o posicionamento brasileiro em relação ao Irã é direcionado para Pequim, Moscou e países da Europa, com quem o Brasil tem mais proximidade. E estes países não se posicionaram tão firmemente a favor da guerra.

 

Segundo ele, o Brasil já não tem capital político com as atuais gestões tanto de Washington quanto de Tel Aviv. Além disso, o Brasil não é um grande player na região.

 

A posição do Brasil neste momento – de condenar os ataques de Israel ao Irã – é condizente com a forma como o Brasil tem atuado nesta questão há muitos anos, de acordo com o professor.

 
“Na Europa, há críticas ao Irã, mas há também uma preocupação com os efeitos negativos desta escalada costurada entre Tel Aviv e Estados Unidos”, explica o professor.

 

Segundo ele, a Europa é importadora de petróleo do Oriente Médio e já convive com problemas enormes, como preços de energia, guerra na Ucrânia, desestabilização do fluxo de refugiados e não é nada bom esta escalada para os europeus.

O ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República no governo de Michel Temer, Hussein Kalout, concorda que a posição do Brasil é muito clara. “O Itamaraty soltou uma nota. A moção do Brasil é de condenação à agressão militar ao Irã. A posição do Brasil enxerga que o instrumento do uso da força não pode violar o direito internacional, de modo que eles precisam ser autorizados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”, acrescenta.

 

Segundo Klaout, “uma ação unilateral militar, qualquer que ela seja, não é justificável, a não ser em caso de legítima defesa, mas nesse caso, no entendimento brasileiro, não há legítima defesa nenhuma”.

 

Para o ex-secretário, o Brasil não está isolado. “Boa parte dos países do mundo não são favoráveis aos ataques e boa parte dos países condenaram os ataques.”, afima.

Posição do Itamaraty

O Itamaraty divulgou nota sobre o conflito na qual expressa “grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional.”

 

“O governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio”, afirma ainda nota.

 

Posted On Terça, 24 Junho 2025 14:00 Escrito por

O número, apresentado pelo MapBiomas, é 62% maior que a média histórica brasileira

 

 

 

Por Marcos Marinho

 

 

O ano de 2024 foi de preocupação para o Brasil, quando o assunto são as queimadas. Isso porque, de acordo com o levantamento do MapBiomas, o Brasil registrou um recorde de 30 milhões de hectares queimados no ano passado, número 62% acima da média histórica, iniciada em 1985. Dados foram divulgados nesta terça-feira (24).

 

O bioma mais afetado nesse período foi a Amazônia (52%), sendo considerada o epicentro das queimadas em solo nacional. Nela, foram queimados cerca de 15,6 milhões de hectares.

 

Cerrado (35%), Pantanal (7%), Mata Atlântica (4%), Caatinga (1%) e Pampa (0,03%) aparecem, respectivamente, na sequência dos biomas mais degradados pelo fogo.

 

Em termos proporcionais, o Pantanal foi o que mais sofreu com as queimadas em toda a série histórica, ou seja, quando comparados o tamanho do bioma e a dimensão da queimada.

 

Além disso, segundo dados divulgados hoje pelo Relatório Anual do Fogo, do MapBiomas, cerca de 43% de toda a área queimada no país ocorreu nos últimos dez anos. O levantamento mostra também que quase um terço (29%) das queimadas foram resultados de megaincêndios que ocorreram em áreas que tinham mais de 100 mil hectares.

 

Queimadas em 2025

Ao que parece, 2025 manterá a tendência de queimadas. Até o mês de maio, cerca de 1,26 milhão de hectares já sofreu com as queimadas. Os dados são do Monitor do Fogo, ferramenta do MapBiomas que mapeia mensalmente as áreas queimadas no Brasil, utilizando imagens de satélite Sentinel-2.

 

Mesmo impressionante, o número é 66% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, e 36% inferior quando comparado com a variação média anterior.

 

Seguindo a tendência da média histórica, a Amazônia também foi o bioma que mais sofreu com os incêndios florestais. O levantamento mostra que, em 2025, o ecossistema já teve mais de 840 mil hectares afetados pelos incêndios. Seguido, respectivamente, por Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa.

 

 

 

Posted On Terça, 24 Junho 2025 13:56 Escrito por

Laurez x Wanderlei: inimigos de fato

 

 

A relação entre o governador Wanderlei Barbosa e o vice-governador Laurez Moreira azedou de vez e já não há quem consiga costurar uma reconciliação entre os dois. A resposta dura de Wanderlei às críticas feitas por Laurez, especialmente sobre a proposta de venda de 13% das ações da Energisa, deixou evidente que o diálogo político entre eles se esgotou. Fontes próximas ao Palácio Araguaia confirmam que a paciência de Wanderlei se esgotou desde as movimentações do vice nas eleições municipais, quando Laurez subiu em palanques da oposição em diversas cidades, contrariando abertamente a base governista. Agora, os dois caminham em campos opostos: de um lado, o governador foca na conclusão de seu mandato e na construção de sua base para 2026; do outro, Laurez já articula abertamente sua candidatura, alinhando apoios e consolidando alianças que contrariam o grupo de Wanderlei. O cordão umbilical político está, de fato, cortado.

 

Laurez x Wanderlei: sem clima

 

Com a troca de farpas e acusações de traição política, não há mais espaço para encenações de união dentro do governo. É consenso nos bastidores de que Laurez, agora pré-candidato ao governo estadual, deverá se afastar por completo das agendas políticas oficiais comandadas por Wanderlei Barbosa. A avaliação dentro do núcleo duro do governo é de que a presença do vice em eventos do Executivo apenas criaria constrangimentos desnecessários e alimentaria especulações sobre uma aliança que, na prática, não existe mais. Para aliados do governador, Laurez usou sua posição institucional para projetar sua candidatura, enquanto, nos bastidores, costurava acordos com forças políticas rivais, inclusive com a família Abreu, adversária histórica de Wanderlei. Diante desse cenário, o ambiente é de ruptura total, e quem aposta numa reaproximação pode tirar o cavalinho da chuva. O jogo agora é aberto: de um lado, Wanderlei busca consolidar sua base até 2026; do outro, Laurez se coloca como alternativa para quem deseja um novo rumo no Palácio Araguaia.

 

PDT E A debandada nacional

 

O PDT, sigla que abriga o vice-governador Laurez Moreira no Tocantins, enfrenta uma das fases mais delicadas de sua trajetória recente. Em meio ao escândalo do INSS, que escancarou um esquema bilionário de fraudes envolvendo aposentadorias, o partido vê seus quadros mais expressivos no Congresso abandonarem o barco. Deputados e deputadas têm buscado refúgio em outras legendas, temendo os impactos diretos da CPI instaurada para investigar o rombo nos cofres públicos. A debandada reflete o temor de que as revelações previstas para vir a público a partir de agosto enterrem de vez projetos eleitorais do partido em vários estados. Para Laurez, que se prepara para tentar alçar voo próprio rumo ao Palácio Araguaia, o momento é de risco duplo. Além de enfrentar o desgaste interno do partido, ainda precisa administrar a guerra fria com o governador Wanderlei Barbosa, que não dá sinais de recuo.

 

Federação Solidariedade x PRD

 

A união entre o Partido da Renovação Democrática (PRD) e o Solidariedade será oficializada nesta quarta-feira (25) e promete revirar o xadrez político no Tocantins. O pacto, costurado a várias mãos, nasce com o objetivo de juntar estruturas, somar lideranças regionais e oferecer uma alternativa viável a quem anda desconfortável nos grandes blocos partidários.

Nos bastidores, articuladores veem a federação como um porto seguro para ex-deputados, vereadores e caciques municipais que buscam protagonismo em 2026 sem ficar reféns de caciques maiores. O discurso une pragmatismo na gestão e um viés conservador moderado, receita que tem atraído nomes de peso, especialmente em cidades médias e polos regionais.

A meta imediata é otimizar recursos, evitar dispersão de votos e fortalecer chapas competitivas para disputar prefeituras e câmaras municipais já no ano que vem. Se der certo, o novo arranjo pode bagunçar a vida de partidos mais estruturados e reconfigurar alianças em várias regiões. No tabuleiro, a mensagem é direta e tem espaço para quem quiser jogar fora do script tradicional.

 

Jair Farias e o olhar para o homem do campo

 

O deputado estadual Jair Farias tem feito do apoio ao homem do campo uma de suas principais marcas. São dezenas de equipamentos agrícolas já entregues em diversos municípios tocantinenses, fruto de recursos de emendas impositivas de sua autoria. Além disso, novas patrulhas mecanizadas chegaram a várias comunidades rurais por meio da parceria com a Codevasf, articulação que contou com o respaldo do senador Eduardo Gomes, atual vice-presidente do Senado.

 

Essas entregas vêm fortalecendo a produção local, melhorando estradas vicinais, apoiando associações de produtores e garantindo renda para centenas de famílias do interior. De olho em 2026, aliados avaliam que Jair Farias chega com musculatura de sobra para ser um dos deputados mais votados do Tocantins, com base sólida no Bico do Papagaio e cada vez mais presença em outras regiões do estado.

 

 

Posted On Terça, 24 Junho 2025 10:23 Escrito por

O Observatório Político de O Paralelo 13 se curva aos fatos. Hoje, é remota, para não dizer inexistente, a chance de o governador Wanderlei Barbosa abrir mão do comando do Palácio Araguaia para disputar uma vaga no Senado

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Quem acompanha de perto o tabuleiro sabe que, mais do que especulação de bastidores, o clima é de alerta máximo e vigilância dentro do núcleo duro do governo. A gota d’água atende pelo nome de Laurez Moreira, vice-governador que, mesmo antes das urnas municipais, já vinha minando a confiança de Wanderlei ao subir em palanques contrários aos interesses do Executivo estadual em cidades-chave como Paraíso, Porto Nacional, Araguaína, Palmas e tantas outras.

 

Família Abreu

Laurez Moreira. Irajá Abreu e Iratã Abreu

 

O cenário piorou nos últimos dias com informações, consideradas seguras no Palácio Araguaia, de que Laurez articula silenciosamente uma composição com a família Abreu, inimiga número um de Wanderlei. Segundo fontes, o vice-governador, presidente estadual do PDT e já lançado como pré-candidato a governador, costura um acordo com o senador Irajá Abreu (PSD) e o ex-vereador de Palmas Iratã Abreu, filhos da ex-senadora Kátia Abreu (PP), derrotada em 2022 quando foi preterida por Wanderlei, que preferiu a então deputada Professora Dorinha (UB) para sua chapa majoritária. A história como todos sabem Dorinha venceu e Kátia ficou a ver navios.

 

Críticas ao Governador

Em meio a esse pano de fundo, Laurez Moreira tenta se descolar da gestão, disparando críticas públicas, como fez recentemente ao atacar o projeto de lei que autoriza a venda de 15% das ações da Energisa. Foi desautorizado de pronto por Wanderlei, que não hesitou em questionar onde estava o vice quando governos anteriores, nos quais Laurez ocupava cargos estratégicos, venderam 77% dessas mesmas ações sem qualquer constrangimento.

 

Diante dos movimentos ensaiados na surdina e discursos de conveniência, Wanderlei não tem motivos para entregar o comando a quem, de aliado, hoje tem pouco ou nada. A palavra de ordem no Palácio é blindar o mandato e preservar o projeto político que mantém o governo em sintonia com as bases e com os prefeitos aliados.

 

Presidente do PSD no Tocantins, o senador Irajá usou a tribuna do Senado para fazer várias críticas contra a gestão Wanderlei Barbosa, dentre elas a venda de 23% da Energisa. Tais denúncias, todas sem provas.

 

 

Presidente do PSD no Tocantins, o senador Irajá, usou a tribuna do Senado para fazer várias críticas quanto à venda dos 23% da Energisa. O que, até então, parecia ser uma atitude isolada, pode não ser, uma vez que o vice-governador usa do mesmo discurso para atacar Wanderlei Barbosa. Uma coisa é fato: tudo caminha para que Irajá e Laurez unam-se para promover uma oposição contra o Palácio Araguaia. O caldo deve engrossar ainda mais neste segundo semestre do ano.

 

 

Renúncia? Não passa de especulação e, como mostra o histórico recente, falta chão para quem aposta contra o pragmatismo do governador. Wanderlei segue firme e atento aos que conspiram nos corredores. E isso, mais do que análise, é fato.

 

 

Posted On Terça, 24 Junho 2025 05:35 Escrito por

Portaria publicada no Diário Oficial estabelece regras do Enamed, exame que avaliará todos os estudantes concluintes de Medicina

 

 

COM SITE O TEMPO 

 

 

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou nesta segunda-feira (23) no Diário Oficial da União a portaria que regulamenta o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). A avaliação será obrigatória para todos os estudantes concluintes dos cursos de Medicina, com aplicação anual e validade de três anos.

 

Nova avaliação obrigatória para formandos em Medicina

Segundo a Portaria nº 413/2025, o Enamed terá 100 questões objetivas, abordando áreas como Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria, Medicina de Família e Comunidade, Saúde Coletiva e Saúde Mental.

 

Os estudantes serão inscritos pelas instituições de ensino superior no sistema do Enade e deverão responder a questionários obrigatórios como parte do processo de avaliação.

 

Enamed e residência médica

O desempenho no Enamed poderá ser usado pelos candidatos que desejam participar do Enare (Exame Nacional de Residência), desde que o estudante autorize o uso dos dados no momento da inscrição. A participação no Enamed é gratuita para quem estiver regularmente inscrito no Enade.

De acordo com o Inep, a pontuação será registrada em um boletim individual e poderá ser aproveitada por até três anos nos processos seletivos para programas de residência médica de acesso direto.

 

Objetivos do Enamed

Avaliar se a formação médica está alinhada às Diretrizes Curriculares Nacionais;

Verificar conhecimentos e competências para o exercício da medicina no SUS;

Subsidiar políticas públicas na área da saúde e educação superior;

Oferecer um instrumento unificado de avaliação da formação médica no país.

 

 

 

Posted On Terça, 24 Junho 2025 05:32 Escrito por
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