Para o presidente da Abec, Wang Yansong, os principais alvos de interesse dos empresários do seu país são a agricultura e a logística
Por Jarbas Coutinho
O Governo do Estado recebeu na manhã desta terça-feira, 15, no Palácio Araguaia, o presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas Chinesa (Abec) e presidente da XCMG, Wang Yansong; e o diretor da XCMG e secretário executivo da ABEC, Tian Dong. Essa foi a primeira visita dos empresários ao Tocantins e teve como objetivo conhecer as potencialidades e as oportunidades de investimentos no Estado. Também foi abordada a possibilidade de uma futura visita de representantes de multinacionais chinesas sediadas no Brasil ao Tocantins.
Na oportunidade, foi apresentado um vídeo institucional, com referências sobre as potencialidades do Estado nos mais diversos setores da economia, com destaque para o agronegócio, a logística de transporte, que permite o escoamento da produção, com acesso aos principais portos do Norte e Sul do País, geração de energia elétrica e um potencial hídrico privilegiado.
Wang Yansong, presidente da Abec, explicou que esse primeiro contato com o Estado foi para levantar com o Governo as oportunidades de investimentos que possam interessar às empresas da China, principalmente aquelas já estabelecidas no Brasil. “Fomos bem recebidos pela equipe de Governo e, apesar de ser o Estado mais novo da Federação, percebemos a atenção recebida pelos setores da infraestrutura, energia elétrica e o grande potencial do setor do agronegócio. A partir de agora, vamos organizar uma comitiva para uma segunda visita ao Estado, com representantes de empresas chinesas com investimentos e atividades no Brasil”, afirmou Wang Yansong.
O titular da pasta do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Dearley Künh, fez uma avaliação positiva da reunião. “Além dos empresários chineses já estabelecidos no Brasil, há possibilidade de empresários da China virem conhecer o Tocantins e realizar investimentos importantes, principalmente nas áreas de logística”, ressaltou o secretário.
Segunda maior economia do mundo, a China é a nação com maior crescimento econômico nos últimos 25 anos com um imenso mercado consumidor e alto poder de investimento. A internacionalização das empresas chinesas é evidente, com vultosas aquisições nos setores de tecnologia, energia, agronegócio, financeiro, imobiliário, automotivo, eletrônico e de entretenimento. China e Hong Kong já investem globalmente mais de US$ 250 bilhões por ano, ou cerca de 20% do total mundial. No Brasil, o interesse estratégico chinês em longo prazo concentra-se basicamente em três áreas: energia, agronegócio e infraestrutura.
Além do secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Dearley Künh, participaram da reunião o secretário de Estado do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), Thiago Dourado, e outros auxiliares do Governo, e o empresário tocantinense Joseph Madeira.
Evento mais esperado da 22ª Conferência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), que acontece em Gramado, Rio Grande do Sul, o painel com pré-candidatos à Presidência da República foi acompanhado de perto, nesta quinta-feira, 10, pela presidente da Assembleia do Tocantins, deputada Luana Ribeiro (PSDB), e parlamentares Osires Damaso (PSC) e Amélio Cayres (SD).
Com Assesoria
Em foco, o reconhecimento do papel dos estados no pacto federativo nas áreas de educação, segurança pública e tributação, e das dificuldades que sofrem atualmente com sobrecarga de responsabilidades e insuficiência de recursos.
Osires Damaso comemorou o aspecto mais propositivo do debate. Para o parlamentar, a crise obrigou os pré-candidatos a serem mais realistas e a apresentarem ideias que levem o Poder Público a fazer mais com menos, e sem onerar ainda mais a população com impostos.
Por sua vez, o deputado Amélio observou que o papel dos estados nos problemas nacionais foi frequentemente lembrado pelos presidenciáveis. “Espero que isso se reflita em uma futura revisão do pacto federativo que seja mais generosa com estados e municípios, e melhor para a população”, comentou.
Para Luana, o debate foi muito rico. “Em um congresso onde nós discutimos a política no âmbito nacional, dá pra gente tirar nossas dúvidas e sair daqui com uma direção. Dá pra conhecer mais de perto as tendências dos agentes políticos. Até por isso, eu acho muito importante e salutar para a democracia o debate”, comentou a presidente.
Também participa da Conferência o deputado Valdemar Júnior (MDB).
O debate
Participaram do evento o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), a deputada estadual gaúcha Manuela D’ávila (PCdoB), o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), o senador Álvaro Dias (PODE-PR) e o ex-ministro da Fazenda e do Interior, e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), mas sem a presença de Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB).
O painel foi uma amostra de diferentes tons de intervenção do estado para a crise brasileira. Exceção ao caráter oposicionista predominante, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (MDB), foi o único a defender um legado positivo do governo Temer na economia.
Em geral, os pré-candidatos concordaram sobre os pontos a serem modificados no país: reforma tributária, recuperação da capacidade de investimento do estado, e melhoria da segurança pública e da educação. As diferenças entre eles ficaram mais nítidas à medida em que esclareceram o modo como pretendem realizar as reformas.
Para a maioria dos presidenciáveis, o exercício da Presidência consiste em aumentar o tamanho do estado na economia, a carga tributária e o gasto público, ideia que contou com oposição sinalizada por Álvaro Dias, e expressada com mais nitidez por Meirelles.
Mais à esquerda, Boulos e Manuela não explicaram explicitamente propostas de ajuste fiscal, mas defenderam reiteradas vezes a tributação sobre os mais ricos e a revogação da emenda constitucional que limita gastos para, assim, aumentar o endividamento público. Meirelles chamou esse discurso de vazio e disse que ele não resolve quando o que se tem é um governo quebrado.
Já Ciro insistiu que a dívida pública não precisa ser integralmente paga, mas que seus fluxos devem ser honrados. Segundo ele, o problema do caso brasileiro é que há pagamentos de mais de R$ 1 trilhão que precisam ser quitados de uma só vez. O candidato já propôs em outras ocasiões o reescalonamento da dívida, ideia mal vista pelo mercado financeiro.
Segurança
Manuela defendeu foco no combate aos homicídios e aos crimes sexuais, e deu a entender que apoia a unificação das polícias civil e militar. Ideia semelhante, a desmilitarização da Polícia Militar foi defendida explicitamente por Boulos.
Para Ciro, o erro conceitual do combate ao crime está na desvantagem do estado em usar meios previsíveis contra organizações em constante inovação.
Álvaro Dias falou de seu projeto que obriga os estados a aplicarem integralmente os recursos previstos para a segurança pública na área, objetivo que, segundo ele, se perde frequentemente com as modificações no orçamento.
Para Meireles, o crime se combate com medidas que facilitem a arrecadação dos estados e seus investimentos em seleção, equipamentos e treinamento das policias.
Reforma tributária
Meireles foi enfático na defesa do controle dos gastos já que, conforme disse, a carga tributária brasileira é a maior entre os países emergentes, e as empresas já estão sobrecarregadas com burocracia. Álvaro Dias concordou e acrescentou a importância de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), proposta que tramita há anos no Congresso, sem sucesso, como meio de simplificação tributária.
Manuela defendeu a tributação do consumo de luxo, isenção para os mais pobres e um imposto específico para as grandes fortunas, ideia que contou a simpatia de Ciro Gomes. Na mesma linha, Boulos acrescentou a sugestão de que diferentes faixas de tributação devam ser aplicadas para diferentes faixas de renda, além de tributação sobre dividendos e lucros.
Candidatos a governador nas duas eleições que se aproximam são todos políticos tocantinenses. Amastha disse que eles são vagabundos. Quem vestirá a carapuça e debaterá com o colombiano?
Por Edson Rodrigues
Quatro de agosto de 2017. Em uma das suas incontáveis viagens, o prefeito de Palmas, o colombiano Carlos Amastha proferiu as seguintes palavras:“por isso o Tocantins não sai do buraco. Bando de políticos, na maioria vagabundos, que apenas pensa nisso. E o povo ainda vota neles. Ate quando? Os caras sendo indiciados, denunciados, por crimes que todos sabemos que na maioria dos casos são verdadeiros, tem a coragem de pedir voto. Pronto... Falei...Culpa da Internet no avião. Desculpem os desabafos. Sinceramente não consigo entender porque trilhamos esse caminho."
Essa declaração do prefeito colombiano paira, desde então, sobre as cabeças dos políticos tocantinenses, como uma nuvem negra a lhes lembrar que um forasteiro, que chegou sem ser convidado, já entrou na nossa casa “botando o pé na porta”, sentando no melhor lugar à mesa, assumindo o controle remoto da TV e, convencendo os moradores de que o chefe da família era omisso, desonesto e indigno, e que ele, o forasteiro, era o bastião da honradez e da ética.
REAÇÃO
Diz um ditado turco que “quem fala mal de alguém para você, certamente fala mal de você para alguém”. Infelizmente, a maioria dos políticos tocantinenses preferiu fingir que não era com eles e poucos foram os que responderam á altura as declarações do colombiano.
Alguns deixaram de apoiar o “prefeito falastrão”, mas, por incrível que pareça, outros preferiram “vestir a carapuça” e cerrar fileiras com o boquirroto em sua aspiração de concorrer ao governo do Estado este ano.
Mas, eis que a Justiça surpreende a todos e resolve cassar o mandato de Marcelo Miranda e o Tocantins terá duas eleições ao invés de apenas uma.
A HORA DA CARAPUÇA
Duas eleições, duas campanhas. Como a imprensa não pode se furtar de desempenhar o seu papel de levar o máximo de informações sobre os candidatos durante um período eleitoral, duas emissoras resolveram promover debates entre os candidatos. Candidatos, esses, que são políticos tocantinenses. Alguns tradicionais e outros novatos, mas, todos políticos.
Amastha, o colombiano, não chamou todos os políticos tocantinenses de vagabundos? Então, caros leitores, seguindo a lógica, todo aquele político tocantinense que aceitar participar de um debate com o candidato falastrão estará, indelevelmente vestindo a carapuça de vagabundo, assumindo para si o estigma e dando razão para o forasteiro.
A iniciativa das emissoras de TV é salutar e de extrema valia para o processo sucessório, só que, achamos, haverá um único problema: reunir no mesmo estúdio uma pessoa que agiu com leviandade e os demais, que, acreditamos, vão defender a honra e a história do povo tocantinense e declinarão do convite.
Repetimos: ao participar de um debate político com quem o chamou de vagabundo, os demais candidatos estarão aceitando o rótulo ante a audiência de milhares de pessoas.
E isso vale tanto para a primeira campanha, para as eleições suplementares, quanto para a campanha para as eleições gerais.
CAI A MÁSCARA
Hoje, o mesmo empresário “honesto”, “ético” e “empreendedor” que se elegeu prefeito de Palmas com esse discurso, responde a mais de 100 processos na Justiça e está indiciado pela Polícia Federal na Operação Nosotros.
Carlos Amastha na sede da Plícia Federal em Palmas
A máscara de ser o “novo”, já não cobre mais o rosto de um colombiano que se tornou político no Brasil e age com uma falta de educação e de modos, como se estivesse no banheiro da sua casa na Colômbia, não respeita nossa cultura, nossas tradições, nossos políticos, muito menos, nossos cidadãos – pois o quê pensar de quem vota em “vagabundos”?.
Amastha já provou que conseguiu ser pior que os “vagabundos”, pois fez a mesma coisa que condenou nos demais e ainda ludibriou, enganou o povo, na “cara dura”.
Quando se candidatou pela primeira vez à prefeitura de Palmas, o Colombiano Amastha já ligou o alerta dos maiores analistas políticos do Brasil. Em sua coluna na revista Veja, o jornalista Reinaldo Azevedo chamou a atenção para alguns fatos, classificando a candidatura do colombiano como a mais “exótica” candidatura entre os mais de cinco mil candidatos do País.
Disse Azevedo: “em matéria de exotismo — e se deve, sim, cobrar da política um compromisso com a ética e dos políticos, um passado transparente —, a eleição em Palmas, capital do Tocantins, põe o resto do Brasil no chinelo. O colombiano Carlos Amastha (PP), dono do shopping Capim Dourado, disputa a liderança das pesquisas eleitorais com Marcelo Lelis, do PV. Mas quem é, afinal de contas, este senhor?”
A partir deste trecho, que pode ser lido na íntegra no endereço https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/o-filho-de-ideli-salvatti-a-prefeitura-de-palmas-um-colombiano-e-seus-metodos/, Azevedo fala sobre a Operação Moeda Verde, que associa Amastha a uma quadrilha que traficava licenças ambientais para permitir construções irregulares, como a do Floripa Shopping, de propriedade de Amastha e por suposta prática de falsidade ideológica e participação em advocacia administrativa.
A HORA DO TROCO
Pois bem. Nossa intenção neste editorial foi lembrar aos demais concorrentes dessas eleições suplementares, principalmente Vicentinho Alves, Kátia Abreu e Mauro Carlesse, pela importância e posição que ocupam na política tocantinense, que é chegada a hora de dar o troco à total e completa falta de respeito, de educação e de pudor de Carlos Amastha no trato com a cultura, a tradição e a honra do povo deste Estado que ele não moveu uma palha para ajudar a criar.
Vocês, caros candidatos, têm que dar uma aula de educação e respeito a esse cidadão, e deixar que ele fale sozinho, para o vento, não participando de nenhum debate cuja participação do candidato boquirroto esteja confirmada.
Que me desculpem as emissoras de TV que idealizaram os debates, mas essa é a nossa opinião.
Se “errar é humano e errar duas vezes é burrice”, o seria errar pela terceira vez?
Lá, nos idos de 2012, Reinaldo Azevedo terminou sua coluna sobre a candidatura de Amastha da seguinte forma: “...essas são algumas das histórias de Amastha, que não parece ser, exatamente, um ortodoxo. Setores burrinhos da imprensa, ora vejam!, tratam o homem apenas como “a novidade” contras as “elites tradicionais! O que parece é que os métodos empregados em Santa Catarina, que encantaram a família Salvatti, foram levados para Tocantins.
Tremei, Tocantins!”
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, e o ex-presidente da empresa OAS Léo Pinheiro também foram condenados no processo
Com IG São Paulo
O ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves foi condenado a nove anos e 10 meses de prisão, pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal da Curitiba. O processo é referente à 31ª fase da Lava Jato, denominada Operação Abismo .
Também foram condenados na Operação Lava Jato Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, por corrupção passiva, bem como o e ex-presidente da empresa OAS, José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, por corrupção ativa. A pena de Duque foi de dois anos e oito meses em regime semiaberto, enquanto a de Léo Pinheiro foi estabelecida em dois anos e seis meses em regime aberto. O despacho foi assinado no domingo (13).
De acordo com a denúncia, um consórcio integrado pela OAS e outras empreiteiras pagou R$ 39 milhões em propina, entre 2007 e 2012, para fraudar e superfaturar a licitação de construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras.
Outros empreiteiros, como o empresário Ricardo Pernambuco, da UTC Engenharia, também foram condenados, a nove anos e seis meses em regime fechado. Outras nove pessoas também foram alvo da sentença, condenadas por diferentes crimes.
Na sentença, Moro voltou a defender as delações premiadas, instrumento que segundo ele foi fundamental para a elucidação do caso. O magistrado escreveu que “crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos”.
Relembre a denúncia
A denúncia do Ministério Público Federal aponta que o contrato entre a Petrobras e o consórcio Novo Cenpes, formado pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Schahin, Construbrase e Construcap, inicialmente de R$ 850 milhões saltou para R$ 1 bilhão depois de sucessivos aditivos.
O MPF informa que, para que o negócio fosse fechado, executivos do consórcio ofereceram e efetivamente pagaram mais de R$ 20 milhões em propinas para funcionários do alto escalão da Petrobras e representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), que dava sustentação política a tais funcionários corrompidos.
Segundo o MPF, Paulo Ferreira era o beneficiário de recursos vindos das empreiteiras contratadas pela Petrobras. “Não bastassem esses elementos, o próprio ex-tesoureiro do PT reconheceu que solicitou ao advogado operador do esquema que fizesse pagamentos no seu interesse.”
O dinheiro era repassado por meio de contratos que eram simulados e superfaturados e saques feitos em contas de empresas de fachada. De acordo com força-tarefa da Lava Jato, os valores também eram depositados em contas de terceiros e valores eram transferidos para o exterior.
VEJA MOSTRA QUE PT DEIXOU DILMA DE LADO. ÉPOCA FALA SOBRE BOLSONARO E TEMER, E ISTOÉ DESTACA SAÍDA DE JOAQUIM BARBOSA DA CORRIDA ELEITORAL À PRESIDÊNCIA
VEJA
O PT ESQUECEU DILMA
Que a mídia, batizada pelo PT de golpista, esquecesse a deposição de Dilma para só lembrar-se dos dois anos de governo Temer completados ontem, até se compreenderia. Não por golpista, mas porque a mídia vive do que interessa ao distinto público. E Dilma já não interessa.
Mas o PT… Logo o PT que desfrutou o que pode e o que não deveria ter desfrutado enquanto Dilma governou por quase seis anos… PT ingrato!
Fosse verdade o que ele começou a dizer quando Dilma ainda não havia perdido o cargo, teria providenciado uma homenagem para ela, vítima de um “golpe” que sequer foi concluído com a prisão de Lula. Como golpe não houve e Dilma virou um estorvo, o PT preferiu esquecer a data.
À falta de José Dirceu e de Antônio Palocci cujas cabeças já haviam rolado, determinado a não abrir espaço a quem lhe fizesse sombra, Lula escolheu Dilma para sucedê-lo em 2010. Era mulher. Nenhuma até então, salvo a Princesa Isabel, havia governado o país. Tinha fama de boa gestora.
Mulher, boa gestora, nada disso importava de fato a Lula. Ele queria um presidente que obedecesse às suas ordens. Dilma serviria apenas de ponte para Lula atravessar os oito anos anteriores de governo em direção aos próximos oito. Deu errado porque Dilma quis ficar mais quatro anos.
Lula e o PT, por cegueira, oportunismo e falta de piedade, apontam Dilma como a principal culpada por suas desditas. Anteontem, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, que já cumpriu pena como mensaleiro, foi pranteado pelo PT porque em breve será preso outra vez. Ninguém pranteia Dilma.
Não foi ela sozinha que afundou o PT, embora tenha colaborado ativamente para isso. O PT afundou graças a Lula e aos seus ambiciosos companheiros que se embriagaram pelo poder e não queriam mais largá-lo. Preso em Curitiba, Lula tenta, hoje, arrastar o PT para sua cela.
TEMER FOI CONVENCIDO DE QUE PODE DEFENDER LEGADO SEM SAIR DO PLANALTO
Michel Temer sempre soube que não tem chance alguma de se reeleger, mas precisava de uma saída honrosa para deixar o páreo eleitoral com a tranquilidade de que seu governo seria defendido durante a campanha.
Recentemente, ele foi convencido de que não precisa ser candidato para jogar confetes sobre sua gestão e mexer no tabuleiro eleitoral.
Ouviu que, na cadeira de presidente, pode convocar uma entrevista coletiva a qualquer tempo e juntar uma penca de microfones no palácio do Planalto para disparar o torpedo que quiser.
ÉPOCA
BOLSONARO EVITA PARTICIPAR DE DEBATES COM DEMAIS CANDIDATOS A PRESIDENTE
Pré-candidato a presidente pelo PSL, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) faltou a todos os debates promovidos até aqui por entidades de classe e veículos de comunicação. Teme precipitar desgaste de imagem ao ser comparado com adversários. Assessores do presidenciável dizem que ele prefere comparecer apenas a entrevistas. Estratégia será reavaliada com a aproximação das eleições.
MAIORIA DOS DIRETÓRIOS DO MDB QUER CANDIDATURA PRÓPRIA À PRESIDÊNCIA
Consulta feita com os diretórios estaduais do MDB mostra que a maioria deles é a favor de candidatura própria à Presidência da República. O resultado animou o presidente Michel Temer, que, apesar do discurso de que abriria mão da disputa, ainda sonha com a reeleição. A rejeição altíssima a Temer e a promessa feita por Henrique Meirelles de bancar boa parte de suas despesas de campanha ao Palácio do Planalto podem favorecer o ex-ministro da Fazenda.
ONDE MEIRELLES PREPARA SUA PRÉ-CAMPANHA AO PLANALTO
Pré-candidato a presidente pelo MDB, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles estabeleceu sua base de trabalho numa casa do Lago Sul, em Brasília. O local abriga a Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido. Ele costuma utilizar as salas de Moreira Franco, presidente da fundação, e a de Romero Jucá, presidente do MDB. De lá, Meirelles pensa a estratégia para a campanha e tenta convencer correligionários da viabilidade de sua candidatura. O número de assessores cresce a cada dia.
ISTOÉ
SAÍDA DE JOAQUIM BARBOSA DO PÁREO ELEITORAL ABRE CAMINHO PARA A UNIÃO DOS CANDIDATOS CENTRISTAS. O DIFÍCIL É FAZER ELES SE ENTENDEREM.
A política é como um tabuleiro de xadrez, e, neste momento do cenário brasileiro, as peças estão espalhadas, aguardando o reinício do jogo. Isso porque, ao anunciar, na terça-feira 8, que não vai concorrer à presidência da República, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB) bagunçou ainda mais o quadro que já estava para lá de embaralhado. “Meu coração vinha me dizendo: não mexe com isso não”, disse ele, ao confirmar que havia desistido de ser candidato. Abandonando a mesa de jogo, o ex-ministro deixou em aberto o espaço para a conquista dos 10% das intenções de votos que ele chegou a atingir em abril e que o colocavam na terceira posição, atrás apenas de Marina Silva (Rede) com 15% e Jair Bolsonaro (PSL) com 17%. A desistência de Joaquim pode beneficiar o chamado grupo do centro, que tem, até aqui, pelo menos oito pré-candidatos: o presidente Michel Temer, em busca da reeleição; o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB); o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM); o senador Álvaro Dias (PODE); o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro (PSC), o empresário Flávio Rocha, e o ex-ministro Afif Domingos (PSD). O problema é que, por enquanto, nenhum deles demonstrou carisma para conquistar o legado de Joaquim, que é baseado na ética e no combate à corrupção. E, pior, não têm tido consistência política para unir todos numa única candidatura. Juntos, poderiam chegar ao segundo turno. Fragmentados como estão, não passarão de um retumbante fracasso.
A saída de Barbosa da disputa é vista com bons olhos pelo grupo. A candidatura do ex-ministro era considerada empecilho para o crescimento das candidaturas do centro. Acreditavam que, assim que Barbosa lançasse a candidatura, o potencial de crescimento seria enorme, tirando votos tanto da esquerda quanto da direita. O líder do PSB na Câmara e principal articulador da candidatura do ex-ministro, Júlio Delgado, lamentou a decisão. “Perdeu a chance de ser presidente”, afirmou a ISTOÉ. Sem Barbosa no páreo, o jogo foi novamente zerado. Tanto que vários candidatos de centro já estão de olho no espólio de Joaquim, como Álvaro Dias, Afif Domingos, e, principalmente, Geraldo Alckmin. O tucano tem variado entre 6 e 9% nas pesquisas e quer despontar como um dos principais herdeiros dos votos do ex-ministro, ao lado de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), candidatos da centro-esquerda.
“Política é um jogo. Muitos candidatos do centro estão blefando, sabem que não têm condições e insistem para negociar a desistência lá na frente” Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas
Em uma época em que muitos eleitores querem fugir da polarização entre esquerda e direita, um candidato de centro surgiria como boa alternativa. Acontece que o excesso de candidatos pulveriza os votos e enfraquece o grupo. “Política é um jogo. Muitos candidatos do centro estão blefando, sabem que não têm condições e insistem para negociar a desistência lá na frente”, avaliou o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo. “O centro precisa encontrar com urgência um nome para colocar ordem na casa”, completou.
Ao centro ainda faltam uma cara e votos. Cientes das dificuldades, alguns desses atores começaram a se movimentar nos bastidores. Com poucas chances de se reeleger, Temer está empenhado na união. Abriu um canal de diálogo com Alckmin. A idéia é unir MDB e PSDB, lançando o tucano candidato à presidência e Henrique Meirelles como vice. O ex-ministro da Fazenda, por ora, não está disposto a ser vice. Alckmin, por seu lado, resiste em defender abertamente o legado de Temer, um presidente impopular. “Alckmin quer o partido do Temer, tudo do Temer, mas só não quer o Temer”, disse um assessor próximo do presidente.
Há outros empecilhos para essa união. Álvaro Dias, por exemplo, é o sonho de consumo de uma ala do PSDB para ser o vice de Alckmin. Apesar de não passar de 6% nas pesquisas, Álvaro é forte na região Sul, onde chega a ter 18%. O senador, porém, tem conversado com outro candidato de centro: Rodrigo Maia (DEM), que tem apenas 1%. Maia e Álvaro também demonstraram preocupação com o excesso de candidaturas, mas ambos concordam que a cabeça da chapa não deveria ser Alckmin. Todos têm consciência, no entanto, de que não podem chegar a outubro com diversas candidaturas disputando entre si. A demora em traçar um caminho comum pode custar a vitória nas urnas.