VEJA REVELA QUE BOLSONARO QUER A REELEIÇÃO. ISTOÉ TRAZ ENTREVISTA COM MINISTRO DEMITIDO POR BOLSONARO E ÉPOCA FALA SOBRE OS 25 ANOS DO PLANO REAL
VEJA
Bolsonaro 2022
Na reta final da última campanha presidencial, o então candidato Jair Bolsonaro disse que acabaria com a reeleição se vencesse a disputa. A promessa tinha dois objetivos: realçar sua pretensa superioridade ética sobre os adversários e reforçar seu discurso de rejeição aos políticos tradicionais, que não mediriam esforços para se perpetuar no poder.
Empossado no Palácio do Planalto, Bolsonaro mudou de ideia. No último dia 20, afirmou que concorrerá a um novo mandato — a não ser que seja aprovada uma “boa reforma política”. A ressalva é de fancaria, já que não há a intenção de propor essa reforma, que nem sequer consta de seu programa de governo.
Bolsonaro, que prometia personificar o novo, rendeu-se rapidamente aos encantos do poder. “Meu muito obrigado a quem votou e a quem não votou em mim também. Lá na frente, todos votarão, tenho certeza disso”, declarou no município de Eldorado (SP), onde morou quando criança. No mesmo dia, na capital paulista, durante um encontro de evangélicos, acrescentou: “Se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos”.
Desde que a emenda da reeleição foi promulgada, em 1997, no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, todos os presidentes eleitos disputaram e ganharam um segundo mandato. Não à toa, costuma-se dizer que o mandato presidencial no Brasil é de oito anos, com um referendo no meio. Mesmo assim, o anúncio de Bolsonaro causou surpresa.
Primeiro, porque ele descumpriu uma promessa de campanha, naquilo que em outros tempos — e outros governos — seria considerado estelionato eleitoral. Segundo, porque assumiu a condição de candidato antes mesmo de completar seis meses de mandato. É um recorde de precocidade.
Leia mais em Veja.
ISTOÉ
"Nem os lhos de Lula e Dilma atrapalharam tanto um governo"
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o advogado Gustavo Bebianno, 55 anos, era mais do que um braço direito de Jair Bolsonaro. Privava da intimidade do presidente. Gabava-se de ser o guardião dos segredos mais recônditos do mandatário do País — até ser o primeiro defenestrado do governo em meio à crise deflagrada pelo filho número dois do presidente, Carlos Bolsonaro.
Hoje, a partir de um olhar mais distante, mas não menos acurado, Bebianno nota que a execração pública de auxiliares até então da confiança do ex-capitão tornou-se um método presidencial perigoso. Capaz não só de desalentar a tropa, como também de levar o governo à ruína pelos próprios erros. Para ele, a demissão de generais e a maneira como elas foram levadas a cabo, como o caso de Santos Cruz, já gerou uma fissura com o meio militar. “Se continuar nesse ritmo, Bolsonaro não se reelege”, vaticina.
Bebianno signica relativo ou pertencente à Bebiana, antiga região da Etrúria, na Itália. Não por acaso, o sangue italiano do ex-ministro ferve quando ele discorre sobre os desatinos cometidos por um governo que ainda principia. “Nunca vi um governo que, no terceiro mês, tivesse tantos desgastes políticos”, avaliou Bebianno.
O para-raios que matava no peito todas as bombas que cairiam no colo do presidente, segundo sua própria definição, atribui parcela significativa dos problemas aos rebentos do presidente. Para ele, nem os filhos do Lula e da Dilma atrapalharam tanto. Ele lamenta que, por influência dos herdeiros de Bolsonaro e de Olavo de Carvalho, o governo esteja sendo conduzido de forma ideológica, em detrimento de decisões técnicas e necessárias para a retomada do País, na mesma proporção com que despreza aliados, como o presidente da Câmara. “Rodrigo Maia é uma pessoa bem mais jovem do que o presidente, mas vem mostrando um equilíbrio bem maior”.
Leia mais em Istoé.
ÉPOCA
O papel da moeda
Na segunda-feira, dia 1º de julho, a moeda brasileira, o Real, completa 25 anos em circulação. Será o padrão monetário brasileiro mais duradouro desde o Estado Novo. Não é feito pequeno para um país que teve nove moedas no período.
“O real criou as bases econômicas do Brasil moderno”, disse Pérsio Arida. O Real trouxe organização econômica para o país. Baixou de fato a inação, mas a estabilização não foi suficiente para deslanchar o crescimento.
Os criadores do Real avaliam agora os desafios da economia brasileira. Para Edmar Bacha, o país “ainda precisa fazer o dever de casa do ajuste fiscal”. Pedro Malan concorda e adverte: “Os gastos sobem em velocidade insustentável.”
Gustavo Franco analisa: “Temos medo de confrontar interesses”. Armínio Fraga acredita que a reforma da previdência será parcial. “Uma vez aprovada uma reforma da Previdência que vai gerar um resultado que seria a metade do necessário, e o que é necessário já não era suficiente, vamos ver o que vai ser feito daqui para a frente.”
Leia mais em Época
O ditado mais que consagrado que diz que “onde há fumaça, há fogo” está sendo usado e abusado pela mídia nacional ao garantir que Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil está “com a cabeça a prêmio” e não deve durar no cargo, com data certa para ser substituído. Não bastasse ser o mais esvaziado ministro da Casa Civil da história recente do País, Onyx virou um articulador que desarticula. Bate cabeça com o Legislativo, emite declarações desencontradas e desagrada a integrantes do próprio governo.
Por Edson Rodrigues
Enquanto isso, a grande mídia já trabalha com os nomes que podem ser a solução da articulação do governo de Jair Bolsonaro junto ao Congresso Nacional, e o nome do senador Tocantinense Eduardo Gomes, ganha força a cada dia.
Nos bastidores da cobertura política da imprensa nacional, Eduardo Gomes é o nome mais ouvido quando se fala na saída de Lorenzoni. A área política do Palácio do Planalto considera que um senador “ficha limpa” do MDB seria o nome ideal para ocupar o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Entre as qualidades mais adequadas estariam a experiência e o relacionamento com políticos e partidos.
Amigo e eleitor do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Gomes já tem ajudado o governo no Congresso como um apoio de qualidade. Eduardo Gomes tem diálogo fácil com todas as tendências, até mesmo de oposição, e seu jeito afável facilita a articulação do governo.
O senador do Tocantins foi citado seis vezes pelo Diap (entidade ligada a sindicatos) entre os 100 políticos mais influentes do Congresso e é sabido que Gomes já vinha trabalhando na construção de um pacto pela governabilidade, com uma agenda positiva, incluindo as reformas da Previdência e Tributária, com bons resultados junto a líderes partidários, inclusive oposicionistas e os segmentos religioso e empresarial.
HUMILDADE
Eduardo Gomes tem evitado dar declarações que possam tornar turbulenta uma situação que já é delicada por si só. Amigo de Bolsonaro e de Lorenzoni, o senador tocantinense age com humildade e afirma que sua meta, apenas, é ajudar o Brasil, o Tocantins e ao presidente Jair Bolsonaro, de quem é vice-líder no Senado.
A postura de Eduardo Gomes é correta e firme, ante as especulações que ecoam dos grandes veículos nacionais de comunicação, inclusive Cláudio Humberto, um dos mais conceituados jornalistas políticos do Brasil, que apontam, inclusive, uma preferência declarada de Bolsonaro por Eduardo Gomes em relação a todos os demais nomes cotados para substituir Lorenzoni.
A contar pelo que o Tocantins conhece de Eduardo Gomes, se Lorenzoni realmente cair, ele será o primeiro a ser procurado pelo senador Tocantinense para , primeiro, manter o posicionamento de apoio à Bolsonaro e, segundo, encontrar uma forma harmoniosa e amistosa de fazer a transição, de um jeito que nem Lorenzoni nem a classe política com quem Eduardo terá que dialogar, sintam que está havendo uma substituição de pessoas.
Apenas de metodologia.
Veja algumas notícias s obre o assunto...
https://istoe.com.br/um-tiro-pela-culatra/
Anúncio oficial deve ser feito em breve por presidentes de países dos dois blocos
Com Agências
Após vinte anos de negociação, o Mercosul e a União Europeia selaram, nesta sexta-feira, um acordo de livre comércio entre os dois blocos. A informação é dos ministérios da Economia e das Relações Exteriores. O pacto é um marco histórico no relacionamento entre os dois blocos, que representam, juntos, cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. Ele cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.
De acordo com estimativas do Ministério da Economia, o acordo "representará um incremento do PIB brasileiro de 87,5 bilhões de dólares em 15 anos, podendo chegar a 125 bilhões de dólares", considerando a redução das barreiras não-tarifárias e o aumento esperado na produtividade do país.
Chanceler brasileiro Ernesto Araújo com Federica Mogherini, representante da União Europeia
Ainda segundo o comunicado, o aumento dos investimentos previstos para o Brasil no mesmo período é de 113 bilhões. E as exportações para a UE podem crescer quase 100 bilhões de dólares até 2035.
Segundo nota do ministério, com a vigência do acordo, produtos agrícolas terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas e café solúvel. Os exportadores brasileiros obterão ampliação do acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros.
Ainda segundo a nota, as empresas brasileiras serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. Serão, desta forma, equalizadas as condições de concorrência com outros parceiros que já possuem acordos de livre comércio com a UE.
Corregedor do conselho do Ministério Público entendeu que mensagens atribuídas aos dois foram obtidas de forma ilícita e disse que não viu falta funcional por parte do procurador
Com G1
O corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, determinou nesta quinta-feira (27) o arquivamento de apuração sobre se o procurador da República Deltan Dallagnol e outros integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato cometeram "falta funcional" em razão de troca de mensagens reportadas pelo site "The Intercept".
O site jornalístico reproduziu neste mês diversas conversas no aplicativo Telegram atribuídas a Dallagnol e ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, na época em que ele era juiz da Lava Jato em Curitiba. De acordo com o site, eles trataram de assuntos investigados pela operação e, segundo o site, Moro orientou ações dos procuradores e cobrou novas operações.
No último dia 10, Rochadel instaurou procedimento preliminar para apuração do caso após pedido assinado pelos conselheiros do CNMP Luiz Fernando Bandeira de Mello, Gustavo Rocha, Erick Venâncio Nascimento e Leonardo Accioly da Silva.
Os quatro conselheiros juntaram todo o teor da reportagem publicada e afirmaram que "faz-se imperiosa a atuação do conselho".
Corregedorr nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, “a veracidade dos elementos de prova não podem ser comprovadas, além de não ser possível verificar adulterações”.
"Cabe apurar se houve eventual falta funcional, particularmente no tocante à violação dos princípios do juiz e do promotor natural, da equidistância das partes e da vedação de atuação político-partidária", afirmaram na ocasião.
Segundo Rochadel, há elementos que apontam que as mensagens divulgadas pelo site foram obtidas de forma ilícita. Ele afirmou ainda que não há indícios de infração funcional nos diálogos.
"Por todo o exposto e em face da inexistência de elementos de prova (mensagens que, se existentes, foram obtidas de forma ilícita) ou mesmo pela inexistência de ilícito funcional nas mensagens, se fossem consideradas, impõe-se o arquivamento da presente Reclamação Disciplinar, com fundamento no artigo 77, I, do RICNMP22, sem prejuízo de eventual desarquivamento diante de novas informações", disse o corregedor na decisão.
O que disseram os procuradores
Deltan Dallagnol e outros integrantes da força-tarefa da Lava Jato puderam apresentar esclarecimentos ao corregedor ao longo da apuração preliminar.
Ao CNMP, eles afirmaram, no último dia 26 de junho, que:
*houve ilicitude dos elementos do pedido de apuração porque "as supostas mensagens foram obtidas de forma ilícita, com violação ao sigilo das comunicações";
*não há motivos para prosseguimento da apuração "em razão de descrição deficiente de fatos";
*não houve infração funcional "por ausência de conluio com o magistrado mencionado nas representações";
*o uso das mensagens geraria "insegurança jurídica" na apuração.
É obvio que se houver alguma culpabilidade nesse processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida em substituí-lo. Vamos aguardar o retorno dele do Japão — declarou o presidente em exercício
Com Estadão Conteúdo
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, foi taxativo, na tarde desta quinta-feira, 27, ao afirmar que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, poderá deixar o cargo, caso as investigações da Polícia Federal comprovem a participação dele no esquema envolvendo candidaturas de laranjas do PSL em Minas Gerais. Nesta quinta, o assessor especial do ministro, Mateus Von Rondon, foi preso em Brasília. Contudo, Mourão pediu cautela para que Álvaro Antônio não seja linchado antes do "desenlace da investigação".
"Óbvio que se houver alguma culpabilidade dele neste processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida em substituí-lo. Mas vamos lembrar que sempre que a gente colocar a culpabilidade na frente dos acontecimentos as coisas não funcionam corretamente. Então, não vamos linchar a pessoa antes de todos os dados serem esclarecidos", afirmou.
Em Porto Alegre, Mourão participou da posse da nova presidência do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Após cerimônia, ele reforçou que o caso envolvendo a prisão de laranjas do PSL não trará reflexos na articulação do Palácio do Planalto com o Congresso em meio às discussões sobre a reforma da Previdência. "Eu julgo que não até porque ele não é nenhum encarregado da articulação política", mencionou o general. Ainda sobre o episódio, o presidente em exercício reforçou que o caso será examinado internamente após retorno de Jair Bolsonaro do Japão.
Hamilton Mourão também comentou os resultados negativos apontados contra o governo após divulgação da pesquisa Ibope nesta quinta-feira. "Toda vez que você está no Executivo, com uma série de reformas para tocar frente e enfrentando uma situação difícil, principalmente na questão econômica, é óbvio que é normal esta queda na popularidade e da avaliação do governo", admitiu.
O estudo feito pelo Ibope e divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que a avaliação positiva (ótimo e bom) de Bolsonaro passou de 35% em abril para 32% em junho, mostrando uma tendência de queda. Além disso, a avaliação negativa (ruim e péssimo), por sua vez, subiu de 27% para 32% no mesmo período.
Já sobre o documento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o impacto das mudanças climáticas, que considerou o presidente Bolsonaro um "fracasso", Mourão rebateu. "Na minha visão pessoal, a ONU está se perdendo ao logo do tempo e em determinadas discussões. O presidente Bolsonaro é um líder reconhecido aqui dentro do nosso país", considerou.
Por fim, Mourão ainda reforçou que o episódio envolvendo a prisão de um militar com 39 quilos de cocaína em um avião da FAB, na Espanha, não arranha em nada a imagem do governo perante a população. "Este episódio é lamentável e fica muito claro que aquela tripulação não tem nada a ver com a tripulação do presidente da República", pontuou.
Por sua vez, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, também participou da cerimônia, mas preferiu deixar o TRF-4 em silêncio, sem atender a imprensa.