Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa seu novo mandato como o 3º presidente mais rejeitado desde a volta das eleições direitas no Brasil. O petista é considerado “ruim” ou “péssimo” por 35% dos eleitores depois de 1 mês no cargo, segundo o PoderData.

 

Por Rafael Barbosa

 

 Só Dilma Rousseff (PT) em 2015 (no 2º mandato) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1999 (também no 2º mandato) ficaram numericamente à frente de Lula, rejeitados por 44% e 36%, respectivamente, nos meses iniciais de cada governo.

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era considerado “ótimo” ou “bom” por 39% no 2º mês de seu mandato –patamar semelhante ao de Lula (43%). Mas só 19% o avaliavam como “ruim” ou “péssimo”.

 

O Poder360 considerou os primeiros levantamentos realizados por grandes empresas nos inícios de mandato de cada presidente. Os números são do acervo de pesquisas deste jornal digital, com dados de popularidade, aprovação e confiança de cada governo desde a redemocratização.

 

 

Nos primeiros meses de seus 2 mandatos iniciais (2003 e 2007), Lula tinha só 7% e 14%, respectivamente, de avaliação como “ruim” ou “péssimo”. Hoje, essa taxa está em 35%

 

O atual presidente foi eleito por margem estreitíssima contra Bolsonaro –a menor desde a redemocratização.

 

Em 2014, Dilma (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) com 3,5 milhões de votos de vantagem. Iniciou o governo considerada “ruim” ou “péssima” por 44% da população –taxa que escalou rapidamente e chegou a 71% em agosto de 2015.

 

Lula foi eleito por 50,90% em outubro de 2022 com discurso de pacificação. Para melhorar a avaliação e evitar problemas com a opinião pública, o presidente intensifica o aceno aos eleitores mais pobres. A situação dos indicadores econômicos nos próximos meses também deve influenciar no humor da população.

 

 

 

Posted On Terça, 07 Fevereiro 2023 13:41 Escrito por O Paralelo 13

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impôs sigilo sobre a íntegra das imagens dos atos de vandalismo registradas pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto, alegando riscos para a segurança das instalações presidenciais.

 

POR RENATO MACHADO E MARIANNA HOLANDA

 

No entanto divulgou oficialmente trechos editados dessas imagens que não permitem analisar a atuação e eventual omissão das forças de segurança no dia 8 de janeiro dentro do palácio, além de priorizar passagens que ligam a imagem dos ataques mais fortemente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

O governo Lula também chegou a impor sigilo na lista de convidados para a recepção no Itamaraty após a posse do petista, no dia 1º de janeiro. A medida, no entanto, gerou desgaste, e a lista, foi com mais de 3.500 nomes, foi posteriormente divulgada.

 

O argumento original para a imposição do sigilo era que o evento tinha "caráter reservado" e que a divulgação poderia "prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais" do país.

 

A principal razão para o desgaste é que Lula criticou em diferentes ocasiões o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela decretação de sigilo em informações do governo federal.

 

A reportagem pediu via Lei de Acesso à Informação a íntegra das imagens registradas pelas câmeras de segurança internas e externas do sistema do Palácio do Planalto referentes ao domingo em que manifestantes golpistas vandalizaram os prédios dos Três Poderes.

 

Além do Planalto, os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro avançaram sobre as forças de segurança e invadiram o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal).

 

Ao negar acesso à íntegra das imagens, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), comandado pelo general Gonçalves Dias, afirma não ser "razoável" por divulgar informações que exponham métodos, equipamentos, procedimentos operacionais e recursos humanos da segurança presidencial.

 

"Dessa forma, presente pedido de informação não pode ser atendido, haja vista que as imagens do sistema de vídeo monitoramento do Palácio do Planalto são de acesso restrito, considerando que sua divulgação indiscriminada traz prejuízos e vulnerabilidades para a atividade de segurança das instalações presidenciais", diz a resposta.

 

Em outro trecho, afirma: "Caso seja facultado o acesso às informações solicitadas, a eficiência, como princípio constitucional da administração pública, e o interesse público de prevenir ações adversas contra as autoridades protegidas pelo GSI/PR ficam desamparados".

 

O gabinete ainda acrescenta que as imagens solicitadas já estão sendo utilizadas no âmbito de processo investigatório para a elucidação dos eventos do dia 8 de janeiro. Cópias dos vídeos foram encaminhadas para o Exército e para a PF (Polícia Federal), que apuram o episódio.

 

 

Como mostrou a Folha de S.Paulo, policiais utilizam uma mistura de inteligência artificial e trabalho manual para identificar os criminosos. No Planalto, foram coletadas imagens de 22 câmeras do sistema de TV interno.

 

Esses terabytes de imagens são analisados pela inteligência artificial para servir na montagem da dinâmica do ocorrido e para identificar os envolvidos. O sistema identifica, quadro a quadro, todas as faces encontradas.

 

Para isso, a inteligência desenvolvida pela PF demarca 512 pontos em cada uma das faces.

 

Esses apontamentos são comparados com os rostos identificados pelo mesmo processo nas fotos dos presos tiradas na hora da detenção, em bancos de imagens do governo, vídeos extraídos de celulares e outros bancos da corporação.

 

Na apuração da PF, as cenas de locais onde o estrago foi maior e algumas específicas, como a quebra do relógio de dom João e da depredação do quadro de Di Cavalcanti, estão sendo priorizadas.

 

Os trechos divulgados pelo governo focam especialmente os momentos de vandalismo e contribuíram para a identificação dos golpistas.

 

Os recortes das imagens das câmeras de segurança foram inicialmente divulgados no dia 15 de janeiro pelo programa Fantástico, da TV Globo. Na sequência, todos os veículos de imprensa que requisitaram oficialmente os vídeos tiveram acesso ao mesmo conteúdo.

 

Em uma das imagens de maior repercussão, um manifestante golpista usando uma camiseta com o rosto de Jair Bolsonaro estampado joga no chão o relógio histórico que foi trazido ao Brasil por dom João 6º.

 

Fontes que tiveram acesso a mais imagens das câmeras de segurança, no entanto, apontam que esse não foi o único manifestante a vandalizar o relógio.

 

O item histórico chegou a ser recolocado no lugar, mas depois uma nova turba o jogou no chão novamente. O governo, no entanto, preferiu divulgar apenas a imagem do homem com a camiseta do ex-presidente.

 

Os trechos divulgados também mostram os manifestantes golpistas circulando livremente, avançando sobre diversas áreas do Palácio do Planalto, sem serem confrontados pelas forças de segurança.

 

A maioria deles veste camisetas com as cores verde e amarela —alguns também aparecem nas imagens carregando bandeiras do Brasil.

 

Os manifestantes chegam a ter tempo para recarregar os telefones celulares nas tomadas do palácio e fazem ligações e transmissões ao vivo.

 

Em apenas um dos trechos divulgados, um agente das forças de segurança aparece por poucos segundos, do lado de fora do Planalto, tentando dialogar com um manifestante pela janela.

 

O papel do Gabinete de Segurança Institucional durante a invasão do Planalto tornou-se um ponto de grande discussão dada a facilidade encontrada pelos manifestantes, além de o órgão ter virado alvo de críticas internas.

 

O GSI não preparou um esquema de segurança para os atos e há dúvidas sobre a atuação de seus agentes para tentar conter a invasão.

 

A reportagem questionou a Secretaria de Comunicação Social do governo por que apenas trechos editados foram divulgados e quais os critérios para selecionar quais trechos se tornaram públicos.

 

Também foi questionado por que apenas o trecho da destruição do relógio pelo manifestante com a camiseta de Bolsonaro foi divulgado, sendo que outras pessoas também vandalizaram o item histórico.

 

O governo não respondeu os questionamentos específicos e apenas reenviou a resposta dada pelo GSI para negar o pedido via Lei de Acesso à Informação.

 

 

Posted On Terça, 07 Fevereiro 2023 13:27 Escrito por O Paralelo 13

Quem acompanha a política tocantinense sabe do empenho do senador Eduardo Gomes em defesa dos interesses do Estado e de seus 139 municípios. Sempre é citado como uma das principais lideranças do Congresso Nacional, mas mantém atenção firme em sua base, sendo campeão na destinação de recursos para o Tocantins e seus municípios.

 

POR: EDSON RODRIGUES

E LUIZ PIRES

 

PORTO NACIONAL, AOS 07 DIAS DO MES DE FEVEREIRO DE 2023

 

Após cumprir sua missão como um dos mais longevos Líderes do Governo no Congresso Nacional após a redemocratização, quando carreou recursos sem precedentes para o Tocantins, o senador dividirá seu tempo nos próximos quatro anos com atuação no parlamento e nos ministérios, em busca de recursos financeiros para o Executivo e para os municípios tocantinenses e em visitas à Capital e ao interior.

 

Nesse final de semana o senador Eduardo Gomes visitou Guaraí, onde vistoriou obras de asfaltamento que estão sendo executadas com emenda de 6 milhões de reais, de sua autoria, em companhia da prefeita Fátima Coelho, seu secretariado e vereadores. Na oportunidade o senador reafirmou a parceria e o compromisso com Guaraí e anunciou a destinação de novos recursos para obras de infraestrutura e saúde do município.

 

Já nesta segunda-feira, 6, Eduardo Gomes recebeu o título de Cidadão Araguainense, (foto) concedido pela Câmara Municipal, participou do início do funcionamento do sistema 5G de telefonia na cidade e da assinatura da ordem de serviço pelo prefeito Wagner Rodrigues para início das obras de canalização do Córrego Baixa Funda. Orçada nessa primeira etapa em R$ 32 milhões, a obra recebeu R$ 25 milhões de recursos de emenda do senador Eduardo Gomes, com contrapartida de R$ 7 milhões do município.

 

Com ótimo relacionamento com o Governador Wanderlei Barbosa e seu vice, Laurez Moreira, o senador Eduardo Gomes pela união das bancadas no Senado e na Câmara  dos Deputados em defesa dos interesses coletivos do Governo do Estado e dos municípios, independente de cor partidária.

 

Dessa forma, o senador dá um exemplo de como a política partidária deve ser exercida: colocando-se o bem-estar dos cidadãos e cidadãs acima de tudo.

 

Posted On Terça, 07 Fevereiro 2023 04:49 Escrito por O Paralelo 13

O Poder Executivo de Porto Nacional, na pessoa do prefeito, Ronivon Maciel, precisa encaminhar à Câmara Municipal, em caráter de urgência, um projeto instituindo o Plano Diretor para o Distrito de Luzimangues.

 

Por Edson Rodrigues

 

A localidade está pronta para ser emancipada. É um povoamento com mais habitantes e mais empresas que muitos municípios tocantinenses, tem vida própria, independência financeira, e uma arrecadação que extrapola os limites do mínimo estipulados para que haja uma emancipação política.

 

O prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel, juntamente com o Poder Legislativo Municipal, devem dar sequência na organização urbana de Luzimangues, com a criação de um Plano Diretor para impedir que o Distrito se torne uma espécie de “Aparecida de Goiânia”, um distrito da capital goiana que cresceu desordenadamente e se transformou em uma cidade sem identidade e sem um planejamento urbano decente.

 

Os nobres vereadores portuenses, muitos deles com laços familiares com o distrito, e o próprio vice-prefeito, nativo de Luzimangues, precisam, neste início de ano, eleger as prioridades do Distrito e solicitar um debate para colocar à mesma mesa de discussão o prefeito, Ronivon Maciel, e todos os detentores de mandato legislativo municipal, e eleger como prioridade número um o tão importante “pedaço” de Porto Nacional, que vem sendo negligenciado mandato após mandato.

 

 

Luzimangues tem o potencial de ser uma grande cidade, contígua à Capital, Palmas, e, justamente por isso, precisa de um plano diretor.  e isso precisa ser discutido com a sociedade, comerciante e empresários o mais rápido possível, pois qualquer ação, empreendimento ou iniciativa que esteja prestes a ser posta em andamento, pode prejudicar ou comprometer, de forma definitiva, a execução do plano diretor tão necessário quanto a velocidade com que Luzimangues se torna mais e mais apto a se emancipar de Porto Nacional.

 

CHAMADA À REALIDADE

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 vem, por meio deste editorial, faze um chamamento ao prefeito, Ronivon Maciel, e aos senhores vereadores da atual legislatura, em destaque aos eleitos para serem representantes de Luzimangues – assim como o vice-prefeito – para que ouçam o clamor dos comerciantes, empresários e das entidades classistas presentes no Distrito portuense, para que ajam antes de comprometer qualquer plano de desenvolvimento, emancipação e independência da localidade. 

 

AÇÃO DOS CONGRESSISTAS

 

 

Este apelo se dirige, também, aos nossos congressistas, à nossa bancada federal, para que se debrucem sobre este problema na Câmara Federal e no Senado, para que provoquem uma audiência com a população de Luzimangues e que ouçam sua opinião a respeito da emancipação - ou não - desse pedaço de chão do município de Porto Nacional. 

 

A necessidade ação é premente e imediata. As questões colocadas já são conhecidas há anos, mas sempre houve falta de vontade política - e coragem – para tal.

 

Se os nossos atuais congressistas querem deixar sua marca na história política do Tocantins, este é o momento e a oportunidade.

 

Estamos de olho, e no aguardo!

 

 

Posted On Segunda, 06 Fevereiro 2023 04:26 Escrito por O Paralelo 13

Maria Christina Mendes Caldeira é a primeira a admitir: nasceu para ser socialite. Oriunda de uma família de empreiteiros de São Paulo, teve uma educação requintada. Aprendeu diversos idiomas e viajou o mundo. "Tudo isto para algum dia ser a mulher ideal de um homem rico e poderoso", afirma.

 

Por Tony Goes

 

Teve três maridos, e o terceiro se encaixa nessa descrição: é o deputado federal Valdemar Costa Neto, líder do Centrão e presidente do PL, atual partido de Jair Bolsonaro. Aliás, foi graças a ele que o nome de Maria Christina começou a sair na imprensa fora das colunas sociais.

 

Já separada do parlamentar, ela deu um depoimento contundente à CPI do Mensalão, em 2005, denunciando falcatruas que teria presenciado enquanto estiveram casados. Valdemar acabou sendo condenado a sete anos e dez meses de reclusão, e preso em 2012. Em 2015, foi indultado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e retomou a sua carreira política.

 

Maria Christina se mudou para os Estados Unidos em janeiro 2017, onde diz ter conseguido asilo político. "Existem 22 queixas-crime do PL contra mim. Sofri três acidentes de carro. Num deles, em maio de 2009, capotei quatro vezes, depois de ser abalroada por um veículo que vinha a mais de 100 km por hora. E tive um revólver apontado para a minha cabeça uma dez vezes. Era um modus operandi. Antes de cada operação estourar, vinha alguém me ameaçar: 'Se você falar alguma coisa, a gente te mata'."

 

Mas, apesar das ameaças que diz ter sofrido, ela sempre falou. E fala até hoje. Numa live transmitida pelas redes sociais em 18 de novembro do ano passado, Maria Christina voltou a atacar o ex-marido. Estava indignada com o pedido que o PL fizera ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para desconsiderar os votos computados em urnas "antigas" e contabilizar apenas os das urnas "auditáveis", o que supostamente daria a vitória a Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais.

 

"Ô, Valdemar, me poupe, né, querido? Sou sua ex-mulher. Eu fui casada com o dono do bordel do Congresso e conheço bem como é que você se movimenta", diz ela no vídeo. E arremata: "Eu vou fazer da sua vida um inferno".

 

Maria Christina conheceu Valdemar em 1992, quando já estava separada de seu primeiro marido, o empresário Fady Saad Tabet. O encontro ocorreu no restaurante Roppongi, em São Paulo, onde iria jantar com uma amiga. Valdemar se encantou na hora, diz Christina. Mas não foi correspondido. Na época, ela saía com Gilberto Miranda, ex-senador pelo Amazonas.

 

 

Maria Christina borda durante acareação na CPI do Mensalão, no Senado, em Brasília 

 

"Eu ia visitar o Gilberto no Congresso, e o Valdemar ficava me seguindo pelos corredores", conta. Durante anos, diz, o deputado insistiu mandando flores e convites para jantar. "De vez em quando eu ia, mas levava uma amiga junto para ver se ele se interessava por ela." Acabaram se perdendo de vista. Maria Christina se casou com o lobista americano James Rubin, então porta-voz da secretaria de Estado do governo Clinton, e foi morar com ele nos EUA. Rubin, posteriormente, passaria 20 anos casado com a jornalista Christiane Amanpour, da CNN.

 

Em 1999, novamente separada, voltou ao Brasil e pediu ajuda a Valdemar para repatriar móveis e objetos pessoais, que estavam armazenados em Miami. "Ele mandava nos aeroportos", afirma ela. Os dois foram jantar fora e, dessa vez, pintou um clima. "Como todo bom político, o Valdemar é muito sedutor. Não é um homem culto, mas é focado, esperto, muito inteligente. E era absolutamente louco por mim."

 

Com o relógio biológico batendo forte, Maria Christina sentiu que estava na hora de sossegar. "Eu queria ter filho, queria ter uma família", conta. Os dois passaram a viver juntos em 2002 e oficializaram a união no ano seguinte, em Las Vegas.

 

Mas ainda nem eram casados quando foram notícia juntos pela primeira vez. Foi em 4 de janeiro de 2003, quando voltavam de jatinho de Buriti Alegre (GO), onde haviam comparecido a uma festa do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, poucos dias depois da primeira posse de Lula (PT) como presidente da República.

 

O avião deslizou sobre um lençol d’água na pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, despencou de um barranco e só parou na calçada da avenida Washington Luís, ferindo um pipoqueiro e danificando o carrinho de pipoca. Valdemar e Maria Christina saíram correndo da aeronave e pegaram um táxi, sem passar pelo terminal do aeroporto. "O Valdemar estava bêbado", ri Maria Christina. "Ele não podia dar entrevista naquele estado."

 

Durante algum tempo, Maria Christina foi a anfitriã das reuniões que Valdemar promovia com políticos em sua casa em Brasília. "Eu servia suco de maracujá feito com água exorcizada. Não era benta, era exorcizada mesmo, por um padre de Brasília, um dos poucos padres exorcistas que existiam no Brasil."

 

O idílio, segundo ela, começou a se dissipar em fevereiro de 2004, durante uma viagem oficial a Taiwan. "Éramos convidados do governo de lá, outros políticos foram também", conta. "Num almoço no Ministério taiwanês de Relações Exteriores, o ministro pediu para eu traduzir ao português o que ele iria falar em inglês para o Valdemar. E eu quase caí para trás. O cara disse: ‘A gente deu para você US$ 2 milhões [cerca de R$ 11 milhões pelo câmbio atual] para abrir um escritório comercial de Taiwan no Brasil. E até hoje, nada’. O Valdemar havia embolsado o dinheiro. Eu tinha ido dormir com o Martin Luther King e acordado com o Al Capone."

 

"Essa foi a primeira ‘red flag’ [bandeira vermelha, em inglês, expressão que significa sinal de alerta]. Dali para a frente, comecei a implicar com tudo. Via uma mala e perguntava: 'De onde veio? Para onde vai? O que tem dentro?'."

 

"Na Páscoa daquele ano, fomos a Punta del Este [no Uruguai] com um grupo de amigos. Quando eu desci do quarto e entrei no cassino do hotel, me disseram: ‘O Valdemar já perdeu um milhão de dólares’. Fiquei indignada, quis ir embora. Mas ele reclamou: ‘Onde é que você vai com a minha sorte, sua f.d.p?’ O casamento terminou ali. Subi para o quarto, ele foi atrás e ainda me deu um tapa. Depois, voltou para o cassino e passou a noite inteira jogando."

 

"Nós nos separamos de vez em junho de 2004. Para fazer picuinha, Valdemar mandou cortar a luz da minha casa. Cortou mesmo, diretamente num poste. Então eu contratei um caminhão-gerador, desses que se usam em festas."

 

"No ano seguinte, o Roberto Jefferson me chamou para depor na CPI do Mensalão. Ele queria ferrar com o José Dirceu e o José Múcio Monteiro [atual ministro da Defesa do governo Lula]. Me mandou um script, mas eu não sou atriz. Mandou também uma mala com R$ 700 mil. Claro que eu não aceitei. Se eu quisesse dinheiro, teria me casado com um príncipe europeu."

 

"O Lúcio Funaro tentou me comprar para eu falar mal do Valdemar, mas eu só falo a verdade", diz ela, se referindo ao doleiro que se envolveu em diversos escândalos de corrupção e acabou se tornando delator da Operação Lava Jato.

 

"O Lúcio era o mais perigoso de todos. Lembra da advogada Beatriz Catta Preta? Um dia ela chegou em casa, e lá estava o Lúcio brincando com o filho dela na sala. Com um revólver na mão." Maria Christina afirma ainda que Catta Preta, defensora de vários réus da Lava Jato, abandonou a carreira alegando que sofria ameaças veladas de morte —mas é contestada pela advogada (veja abaixo).

 

A ex-mulher de Valdemar garante que não guarda mágoas do parlamentar —"ele foi o maior professor que eu tive"—, mas, sim, de sua própria família. Segundo ela, seus dois irmãos e seu tio manobram na Justiça para que ela não tenha acesso à herança do pai, que morreu em 2009. "Eu sou uma vítima da violência patrimonial", se queixa.

 

Suspeita até que seus parentes estejam de conluio com o ex-marido, que teria influência no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde corre a ação do espólio.

 

"O Valdemar pôs no nome do partido um monte de coisas que já eram minhas antes de nos casarmos. E ainda quer mais." O PL move uma ação para receber R$ 408 mil do espólio do pai de Maria Christina. A quantia teria sido gasta por ela em diversas despesas, durante o período em que esteve casada com o deputado.

 

 

"Ciro Nogueira, Roberto Jefferson, Valdemar, eles são todos iguais. Atuam do mesmo jeito. Não são políticos. São homens de negócios."

 

E o que ela acha da recente aliança do deputado com o agora ex-presidente? "O Valdemar sempre disse que o Bolsonaro é burro e do baixo clero. Mas ele fez uma conta política. Hoje está liderando esses malucos da extrema direita. Ele é uma águia, já sabia quantos votos ia ter em cada urna antes mesmo da eleição. Só que eu não sei quanto tempo vai aguentar esse arranjo. Afinal, o Bolsonaro equivale a umas cinco mulheres com TPM ao mesmo tempo."

 

A metralhadora giratória de Maria Christina atinge também Michelle Bolsonaro. Em uma live, ela chegou a sugerir que a ex-primeira-dama, anos atrás, se relacionou com Valdemar antes de se casar com Bolsonaro, em 2007. A fala teve ampla repercussão. "Deu umas saídas", repetiu à coluna. "A Michelle era o que a gente chama de Maria Emenda. Meninas que vêm do entorno de Brasília, ou mesmo do interior, atrás de políticos poderosos na capital." E dispara: "Tudo o que o Bolsonaro tem de burro, ela não tem."

 

Hoje Maria Christina Mendes Caldeira se define como ativista política. Também é corretora de imóveis em Miami, mas reclama que o mercado está parado. Em tempos de maior aperto financeiro, chegou a trabalhar como motorista de Uber. A função rendeu uma matéria no Correio Braziliense, que, segundo diz, acabou prejudicando-a.

 

"Fui fazer uma entrevista de emprego numa das maiores imobiliárias de Miami, e me recusaram. Disseram que o fato de eu dirigir Uber pegava super mal. Um trabalho honesto! Quer dizer então que estaria tudo bem se eu tivesse aceitado milhões de propina?"

 

Seus planos para 2023 incluem um curso de ciência política na American University, onde afirma que ganhou uma bolsa. Mas antes irá retirar um nódulo de um seio. "Preciso cuidar mais da minha saúde. Meu nível de cortisol é altíssimo, típico de pessoas que viveram situações de extremo estresse, como uma guerra."

 

Politicamente, Maria Christina se descreve apenas como "pró-democracia". Declarou apoio a Lula nas últimas eleições, mas diz que não é de esquerda nem de direita. "E, por acaso, esquerda e direita existem no Brasil?"

 

OUTRO LADO

 

A coluna procurou as pessoas citadas por Maria Christina Mendes Caldeira para comentar as suas declarações. Até a publicação deste texto, as assessorias de Valdemar Costa Neto e Michelle Bolsonaro não haviam se pronunciado.

 

Lúcio Funaro e Beatriz Catta Preta desmentiram categoricamente o episódio em que a advogada teria flagrado o doleiro brincando com seu filho, com um revólver na mão.

 

"Nunca sofri ameaças de morte ou coisa parecida", afirma Catta Preta. "Nunca deixei de advogar. Apenas saí dos casos da Lava Jato para preservar família e clientes. Assim como nunca saí do país, como foi noticiado na época. Continuo meu trabalho como sempre", afirma.

 

Funaro é ainda mais contundente. "Quanto a comprar a senhora Maria Christina Mendes Caldeira, na minha vida eu nunca comprei mercadoria de segunda qualidade e com prazo vencido, que é o caso da mesma. Quanto a ela só falar a verdade, faz muito tempo que não ouço uma besteira tão grande."

 

O Tribunal de Justiça de São Paulo, por sua vez, afirma que o desembargador Luiz Antonio Costa "não tem nenhum vínculo com o PL e nunca foi filiado a qualquer partido". E acrescenta: "Os magistrados são impedidos pela Lei Orgânica da Magistratura de se manifestar sobre casos em andamento".

 

Já a assessora do ex-deputado Roberto Jefferson afirma que "o Roberto não vai se pronunciar, pois está preso".

 

A coluna ainda procurou o advogado Eduardo Lazareschi, que defende os irmãos e o tio de Maria Christina, mas não teve resposta.

 

Posted On Segunda, 06 Fevereiro 2023 04:05 Escrito por O Paralelo 13
Página 227 de 979