Resultado foi impactado por efeitos cambiais e queda nos segmentos de exploração, produção e refino; lucro anual somou R$ 36,6 bi

 

 

Com InvestNews

 

 

A Petrobras registrou prejuízo líquido de R$17 bilhões no quarto trimestre de 2024, uma reversão do lucro de R$31 bilhões obtido no mesmo período de 2023. O resultado foi afetado por impactos cambiais e pela queda no desempenho dos segmentos de exploração, produção, refino e comercialização, informou a companhia nesta quarta-feira (26).

 

O resultado contribuiu com um recuo 70,6% no lucro líquido de 2024, que somou 36,6 bilhões de reais, após a companhia ter registrado o segundo melhor lucro de sua história em 2023, com R$124,6 bilhões.

 

Em 2024, o resultado da petroleira sofreu com queda de 2% no Brent e recuo de 39% no “crackspread” do diesel. O crackspread representa a diferença entre o preço de venda do diesel no mercado e o custo do petróleo.

 

A diferença permaneceu estável, mas o resultado indica a defasagem que a companhia teve de assumir. A companhia não alterou o preço do combustível mais vendido no país durante 2024, evitando repassar a volatilidade do mercado.

 

 

A Petrobras registrou fluxo de caixa livre de R$21,7 bilhões no quarto trimestre, queda de 45,5% ante um ano antes. No ano, totalizou R$124,05 bilhões, redução de 20,1% em relação ao ano anterior.

 

O conselho aprovou pagamento de R$9,1 bilhões em dividendos aos acionistas, pendente de confirmação em Assembleia Geral Ordinária. Com os proventos antecipados ao longo do ano, a remuneração aos acionistas de 2024 deve somar R$75,8 bilhões.

 

Em nota, o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, afirmou que o resultado foi impactado principalmente pela variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior.

 

“São operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos que ao final se equilibram economicamente. Isso porque a variação cambial nestas transações entra no resultado líquido da holding no Brasil e impactou negativamente o lucro de 2024. Ao mesmo tempo, houve impacto positivo direto no patrimônio”, disse Melgarejo.

 

Sem os eventos exclusivos, o lucro líquido do quarto trimestre seria de R$17,7 bilhões (US$ 3,1 bilhões). O resultado no acumulado do ano passado alcançaria R$103 bilhões (US$19,4 bilhões) sem esses efeitos.

 

A adesão da Petrobras ao edital de contencioso tributário em junho de 2024 também afetou o resultado anual. A medida permitiu encerrar disputas judiciais sobre afretamentos de embarcações ou plataformas e seus contratos de prestação de serviços.

 

Resultados operacionais

 

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado caiu 38,7% no quarto trimestre versus o mesmo período de 2023, para R$40,97 bilhões. No ano, o indicador recuou 18,2%, para R$214,42 bilhões.

 

A divisão de Exploração e Produção registrou queda de 13,3% no lucro operacional em 2024, para R$147,7 bilhões. A área de Refino, Transporte e Comercialização teve baixa de 35,3% na mesma comparação, para R$16,6 bilhões.

 

A companhia destacou que o ambiente externo em 2024 registrou redução do Brent e do “crackspread” do diesel em comparação a 2023. “Mesmo com esses fatores, a Petrobras atingiu Ebitda ajustado sem eventos exclusivos de R$245,8 bilhões”, frisou a empresa.

 

A receita de vendas da petroleira alcançou R$121,27 bilhões no quarto trimestre. O valor representa queda de 9,7% ante o mesmo período de 2023. No ano, a receita somou R$490,83 bilhões, recuo de 4,1%.

 

A empresa divulgou no início do mês que suas vendas totais de petróleo, gás e combustíveis em 2024 totalizaram 2,914 milhões de barris ao dia. O número indica queda de 3,1% em relação a 2023.

 

A estatal investiu US$16,6 bilhões em 2024, aumento de 31,2% em relação ao ano anterior. O aumento ocorre em meio a demandas do governo federal por mais investimentos.

 

O investimento em 2024 superou em 15% o “guidance” divulgado em agosto. A empresa explicou que a realização acima do previsto “não representa um custo adicional e sim uma antecipação, uma vez que foi reduzido o ‘gap’ entre a evolução física e financeira das plataformas em Búzios”.

 

A dívida financeira da companhia atingiu US$23,2 bilhões no final do ano, menor patamar desde 2008.

 

A dívida líquida cresceu 16,9% em 2024 comparada ao ano anterior, chegando a US$52,24 bilhões. As despesas operacionais no último trimestre aumentaram 31,9% ante o mesmo período de 2023, somando R$43,1 bilhões. No ano, as despesas alcançaram R$105,8 bilhões, alta de 33,7%.

 

Em 2024, a Petrobras recolheu R$270 bilhões em tributos aos cofres públicos, segundo maior valor em dez anos.

 

 

 

Posted On Quinta, 27 Fevereiro 2025 14:39 Escrito por

Câmara e Senado irão indicar parlamentares responsáveis pelas emendas

 

 

POR ANDRÉ RICHTER

 

 

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta quarta-feira (26) o plano de trabalho no qual o Congresso se comprometeu a identificar os deputados e senadores responsáveis pelas emendas ao Orçamento e os beneficiários dos repasses.

 

A decisão do ministro também libera o pagamento das emendas deste ano e dos anos anteriores que estavam suspensas por decisões da Corte.

 

O compromisso do Congresso foi enviado nessa terça-feira (25) ao ministro, que é relator dos processos que tratam das medidas de transparência determinadas pela Corte para o pagamento das emendas.

 

Plano de trabalho

Pelo plano de trabalho da Câmara e do Senado, a partir do exercício financeiro deste ano, não será mais possível empenhar emendas sem a identificação de parlamentar que fez a indicação da emenda e da entidade que vai receber os recursos.

 

Conforme a decisão de Dino, não entram na liberação:

 

*as emendas específicas para Organizações Não Governamentais (ONGs) e entidades do terceiro setor que foram alvo de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU)

*recursos para a Saúde que não estão regularizados em contas bancárias específicas e emendas de bancada

*emendas de bancada e de comissão que não foram convalidadas em atas das respectivas comissões e que estejam sem identificação do parlamentar.

A liminar do ministro está valendo, mas vai precisar ser referendada pelo plenário da Corte. A data do julgamento ainda será definida.

 

Entenda

O impasse sobre a liberação das emendas começou em dezembro de 2022, quando o STF entendeu que as emendas chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

 

No entanto, o PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em descumprimento.

 

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original do caso, Flávio Dino assumiu a condução do caso.

 

Em agosto do ano passado, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a CGU auditasse os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.

 

No mês passado, Flávio Dino suspendeu emendas parlamentares para ONGs devido à falta de transparência.

 

 

Posted On Quinta, 27 Fevereiro 2025 03:31 Escrito por

Número é 20,7% menor comparado a janeiro do ano passado, e mais alto do que em dezembro

 

 

Por Vinícius Nunes

 

 

O Brasil criou 137.303 vagas de emprego formal – aquelas com carteira assinada – em janeiro. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quarta-feira (26) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o levantamento, o número é a diferença entre as 2,27 milhões de contratações e 2,13 milhões de demissões.

 

A quantidade de trabalhos formais criados no período é 20,7% menor se comparado ao mesmo mês de 2024, quando o governo registrou 173 mil vagas de emprego. No entanto, o número é mais alto do que em dezembro, quando o país teve saldo negativo de 535.547 postos com carteira assinada.

 

Foram registradas altas nos setores da indústria (+70.428), serviços (+45.165 ), construção (+38.373) e agropecuária (+35.754). Apenas o setor de comércios registrou mais demissões do que contratações (-52.417) – essa queda é justificada pelo fim das vagas temporárias das festas de fim de ano.

 

No acumulado dos últimos 12 meses, foram criadas 1.650.785 vagas. O resultado é 6,8% maior que o registrado no período de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024.

 

Já o salário médio real foi de R$ 2.251,33, montante R$ 89 maior do que em dezembro de 2024.

 

 

Posted On Quarta, 26 Fevereiro 2025 14:02 Escrito por

Nova medida provisória garante acesso ao saldo do fundo de garantia para 12,1 milhões de trabalhadores e disponibilizará R$ 12 bilhões

 

 

Por Warley Júnior

 

 

O governo federal vai liberar o saque do Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos sem justa causa entre janeiro de 2020 e a data de publicação da medida provisória (MP). A decisão foi anunciada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e será oficializada nesta sexta-feira (28).

 

A medida beneficiará 12,1 milhões de pessoas e disponibilizará R$ 12 bilhões. O objetivo do governo é corrigir o que considera uma falha na modalidade, que impede trabalhadores demitidos de acessarem integralmente o saldo do FGTS.

 

Como será o pagamento?

 

Os valores serão creditados automaticamente na conta cadastrada no FGTS, em duas etapas:

 

O trabalhador que se encaixa nos critérios da MP não precisa mudar a modalidade do FGTS para receber os valores. O crédito será feito automaticamente na conta cadastrada no FGTS, em duas etapas.

 

A mudança para o saque-rescisão só é necessária para quem deseja voltar ao modelo tradicional e ter acesso ao saldo integral em caso de demissão futura, mas essa alteração só tem efeito dois anos após a solicitação.

 

O que muda para o trabalhador?

 

Criado em 2020, o saque-aniversário permite retiradas anuais de parte do saldo do FGTS, mas restringe o acesso ao valor total em caso de demissão, liberando apenas a multa rescisória. Quem deseja voltar ao modelo tradicional (saque-rescisão) precisa solicitar a mudança, mas só poderá acessar o saldo integral após dois anos da solicitação.

 

Com a nova MP, quem já foi demitido poderá recuperar os valores depositados até o desligamento. No entanto, os trabalhadores que forem demitidos futuramente continuarão sujeitos às regras atuais do saque-aniversário, sem direito ao saque total imediato.

 

Como verificar o saldo?

 

Os trabalhadores podem consultar o saldo do FGTS pelo aplicativo oficial do FGTS, pelo site da Caixa Econômica Federal ou em agências bancárias. O crédito será feito automaticamente para quem se enquadrar nos critérios da MP.

 

 

Posted On Quarta, 26 Fevereiro 2025 13:56 Escrito por

Levantamento mostra queda na aprovação do governo em redutos petistas como Bahia e Pernambuco, além de forte impacto da economia na percepção dos eleitores

 

 

Por André Martins

 

 

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem desaprovação superior a 60% em seis dos oito estados mais populosos do país, segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 26. O levantamento avaliou a opinião da população em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás sobre a gestão petista.

 

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, 69% desaprovam o trabalho do presidente, enquanto 29% aprovam. Na comparação com levantamento anterior do instituto no estado, a avaliação negativa teve alta de 14 pontos percentuais e a positiva apresentou queda de 14 pontos.

 

A pior avaliação é observada em Goiás, onde 70% desaprovam e apenas 28% aprovam a atual gestão.

 

O melhor desempenho do presidente é visto na Bahia e em Pernambuco, onde ele registra 47% e 49% de aprovação, respectivamente. Apesar disso, nesses estados, historicamente redutos petistas, a desaprovação superou a aprovação pela primeira vez na série histórica da pesquisa Genial/Quaest, com queda da avaliação positiva em 19 pontos percentuais no estado baiano e em 16 pontos em Pernambuco.

 

O desempenho ruim do governo com a opinião pública inclui estados em que Lula venceu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2022, como Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. Em Minas, 63% desaprovam a gestão petista.

 

A pesquisa também perguntou aos entrevistados se Lula está fazendo um trabalho positivo, negativo ou regular. O índice de avaliação negativa do governo ultrapassa os 50% em seis estados, com destaque para o Paraná (59%), Rio Grande do Sul (52%) e São Paulo (55%). A Bahia e Pernambuco foram os estados onde a avaliação negativa não passou de 50%.

 

Economia e inflação pesam na avaliação do governo no estados

O impacto da economia sobre a percepção do governo também foi analisado. Quando perguntados sobre a evolução econômica do país nos últimos 12 meses, em todos os estados, pelo menos 45% da população afirma que a economia piorou. No Rio Grande do Sul, esse percentual chega a 56%, enquanto apenas 12% acreditam que houve melhora.

 

A pesquisa também aponta que a alta nos preços dos alimentos é uma preocupação generalizada. Em todos os estados, mais de 90% dos entrevistados afirmaram que os preços aumentaram no último mês. O índice mais alto foi registrado em Goiás e Paraná, onde 96% disseram que os alimentos ficaram mais caros.

 

Outro fator que pressiona a avaliação do governo é o mercado de trabalho. Em São Paulo, 53% afirmam que está mais difícil conseguir um emprego, enquanto apenas 37% dizem que está mais fácil. No Rio de Janeiro, a percepção negativa sobre o emprego é ainda mais forte: 67% consideram que a situação piorou, contra apenas 21% que acham que melhorou.

 

A segurança pública também aparece como um tema central nas preocupações da população. A violência é o principal problema apontado no Rio de Janeiro (71%), na Bahia (44%) e em Pernambuco (32%), reforçando um cenário de insegurança nesses estados. Em São Paulo, a violência também lidera entre as preocupações dos paulistas, sendo citada por 34% dos entrevistados.

 

Maioria acredita que o Brasil segue na direção errada

Outro dado relevante do levantamento é a percepção sobre o rumo do país. Em sete dos oito estados analisados, pelo menos 63% dos entrevistados afirmaram que o Brasil está indo na direção errada. Os índices mais altos foram registrados em Goiás (68%) e São Paulo (67%).

 

A insatisfação com o governo também se reflete nas expectativas para os próximos dois anos de mandato. Em todos os estados, ao menos 78% dos entrevistados querem mudanças na forma como Lula governa. O Paraná (87%) e o Rio Grande do Sul (88%) registraram os maiores percentuais de insatisfação com a atual gestão.

 

A pesquisa foi realizada presencialmente entre os dias 19 e 23 de fevereiro, com brasileiros de 16 anos ou mais. O levantamento abrangeu os oito estados mais populosos do país, que representam 62% do eleitorado nacional. A coleta dos dados foi feita por meio de entrevistas presenciais, com aplicação de questionários estruturados. A margem de erro varia entre 2 e 3 pontos percentuais, a depender do estado, e o nível de confiança é de 95%.

 

Governo busca reação com medidas econômicas e reforma ministerial

Diante do cenário adverso, o governo tem adotado medidas para tentar recuperar apoio popular. O Palácio do Planalto anunciou a liberação do saque do FGTS para trabalhadores demitidos desde 2020 que haviam optado pelo saque-aniversário e estavam com valores bloqueados.

 

Além disso, o presidente Lula fez um pronunciamento em rede nacional de TV nesta semanada para divulgar a liberação dos valores do Pé-de-Meia, programa de incentivo financeiro para estudantes, e a ampliação do atendimento no Farmácia Popular. No campo político, o governo também busca fortalecer sua base no Congresso com uma reforma ministerial para acomodar partidos do Centrão.

Aprovação do governo Lula

Pergunta: Você aprova ou desaprova o trabalho que o presidente Lula está fazendo?
• São Paulo (SP): 69% desaprova, 29% aprova
• Minas Gerais (MG): 63% desaprova, 35% aprova
• Rio de Janeiro (RJ): 64% desaprova, 35% aprova
• Bahia (BA): 51% desaprova, 47% aprova
• Paraná (PR): 68% desaprova, 30% aprova
• Rio Grande do Sul (RS): 66% desaprova, 33% aprova
• Pernambuco (PE): 50% desaprova, 49% aprova
• Goiás (GO): 70% desaprova, 28% aprova
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Posted On Quarta, 26 Fevereiro 2025 08:14 Escrito por
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