Anúncio foi feito após reunião do comitê da covid-19
Por Andreia Verdélio
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou hoje (14) que a Pfizer vai antecipar, para o primeiro semestre, a entrega de 2 milhões de doses da vacina contra covid-19 para o Brasil. O governo brasileiro tem um contrato com a farmacêutica para a entrega 100 milhões de doses até o final do ano.
Com a antecipação, segundo Queiroga, estão garantidos 15,5 milhões de doses da vacina da Pfizer para os meses de abril, maio e junho. No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o presidente da Pfizer, Albert Bourla, e pediu a antecipação dos imunizantes.
“Trago para os senhores uma boa notícia: a antecipação de doses da vacina da Pfizer, fruto de ação direta do presidente da República, Jair Bolsonaro, com o principal executivo da Pfizer, que resulta em 15,5 milhões da Pfizer já no mês de abril, maio e junho”, disse em pronunciamento após participar da segunda reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Também participaram da reunião e do pronunciamento o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), representando o presidente da Câmara, Arthur Lira, e a enfermeira Francieli Fantinato, que foi anunciada por Queiroga como secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde.
Francieli é funcionária de carreira do Ministério da Saúde e atual coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Com essa indicação, sinalizamos que o nosso objetivo principal é fortalecer nossa campanha de vacinação”, disse Queiroga.
Imunização
De acordo com Pacheco, o cronograma de vacinas apresentado hoje pelo ministério prevê 520 milhões de doses de vacina em 2021, a maioria produzidas pelo Instituto Butantan (CoronaVac) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Oxford/AstraZeneca).
O senador pediu que o ministro atue junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para viabilizar a autorização de outros imunizantes, como a vacina russa Sputnik V, que será produzida no Brasil pela União Química.
O comitê também discutiu a utilização de parques industriais de produção de vacina animal para produção do imunizante contra covid-19. Segundo Pacheco, essa é uma ideia do senador Wellington Fagundes (PL-MT) que vem sendo trabalhada pelo governo federal. “Embora não tenha apelo de curto prazo, é uma possibilidade de médio e longo prazo muito eficiente para a autossuficiência de vacinas no Brasil”, disse o senador.
O deputado Dr. Luizinho apresentou ao comitê o projeto que está em tramitação na Câmara que prevê a criação da carteira de vacinação online. Segundo ele, a proposta é que o Ministério da Saúde crie um aplicativo que acabe com a distorção entre os números da vacina enviadas a estados e municípios e o número de doses aplicadas nos cidadãos.
“O nosso sistema de informação, infelizmente é muito ruim”, disse. “Parece que estados e municípios não estão aplicando, quando estão”, destacou. Na primeira reunião do comitê, em março, o presidente da Câmara, Arthur Lira, cobrou que governadores e prefeitos melhorem a gestão da informação para transmitir com mais precisão a quantidade de vacinas contra covid-19 que já foram ofertadas à população.
De acordo com Dr. Luizinho, entre a dose aplicada e a dose informada no sistema há um atraso de quase 15 dias, o que dá uma insegurança à população sobre os dados. A ideia é que, com o aplicativo, o próprio enfermeiro ou técnico que aplica a vacina faça a inserção da informação no ato da vacinação.
Segundo o deputado, além de corrigir as distorções, a medida possibilitaria a criação do passaporte verde da imunidade. A União Europeia, por exemplo, já apresentou o chamado Passaporte Covid para facilitar as viagens na alta temporada e apoiar o setor de turismo, que sofre dificuldades em virtude das restrições da pandemia, da lentidão da campanha de vacinação no bloco e dos riscos que representam as novas variantes do novo coronavírus.
Aquisição de vacinas e leitos
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse ainda que o projeto que autoriza a aquisição de vacinas pela iniciativa privada está encontrando resistência entre os senadores. “Estamos trabalhando no diálogo no Colégio de Líderes para avaliar a oportunidade de pauta do projeto no Senado”, disse. Na avaliação de alguns parlamentares, a matéria vai instituir uma fila dupla para vacinação no país.
De acordo com a Lei nº 14.125/21, pessoas jurídicas de direito privado, como empresas, podem comprar imunizantes para serem integralmente doadas ao Sistema Público de Saúde (SUS), enquanto estiver em curso a vacinação dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Pelo novo projeto, que já foi aprovado na Câmara, o setor privado poderá ficar com metade das vacinas compradas desde que as doses sejam aplicadas gratuitamente; a outra metade deverá ser remetida ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante a reunião, Pacheco também pediu ao presidente Bolsonaro a sanção do projeto de criação do programa Pró-Leitos, que prevê a possibilidade de empresas contratarem leitos de entidades privadas para uso do SUS no tratamento da covid-19. Em troca, essas empresas e pessoas teriam isenção no Imposto de Renda. O texto já foi aprovado pelas duas Casas parlamentares.
O presidente do Senado disse ainda que vai tratar com o governo sobre uma nova rodada de auxílio às santas casas e hospitais filantrópicos para o enfrentamento à pandemia. No ano passado, essas unidades, que participam de forma complementar do SUS, receberam um total de R$ 2 bilhões da União.
Outra sugestão, apresentada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na reunião, é a criação de um programa de distribuição de máscaras de proteção facial para pessoas de baixa renda.
Confira o pronunciamento feito nesta manhã:
O comitê, criado em março deste ano, é composto pelos presidentes da República, Jair Bolsonaro, do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e, na condição de observador, por um representante do Judiciário. Também participaram do comitê o ministro da Saúde e outros integrantes do governo.
Governo Bolsonaro faz com que Nordeste produza trigo pela 1ª vez e colheita é surpreendente: “Superou até lavouras do Sul”
Terra Brasil Notícias
O governo Bolsonaro segue em busca de inovações para a melhoria da economia do Brasil. Desta vez, com um trabalho voltado para o trigo, um dos cereais mais importantes para alimentação e cultivado especialmente em regiões frias no mundo, o Brasil ganhou um novo espaço para a produção. Mesmo sendo uma região quente, o Nordeste recebeu o plantio e a colheita do cereal.
O trabalho feito pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em fazer com que a água chegue à região nordestina pode fazer com que novos feitos como este virem rotina.
A preocupação passada pelo titular do MDR para o presidente Jair Bolsonaro sobre a chegada da água na região é exatamente para que novas fontes de recursos sejam extraídas do Nordeste, que, apesar de quente, possui solo fértil para plantações. Além de fornecer o direito básico à população.
O plantio experimental é resultado de uma parceria entre a iniciativa privada e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura. No primeiro teste, obteve-se como resultado uma produção mais acelerada. Do plantio até a colheita, foram necessários 75 dias em solo cearense. Normalmente, o cereal é colhido em até 180 dias no resto do país.
O resultado obtido nessa primeira experiência permite prever uma colheita maior nos próximos anos com cultivos podendo ser realizados em outros estados como Piauí e Alagoas.
O trigo foi colhido pela 1ª vez no Ceará nessa safra 2019/2020. Numa área experimental de 1,6 hectare rendeu uma colheita de 8,5 toneladas de trigo. A produtividade foi de 5,3 toneladas por hectare.
O resultado surpreende porque é cerca de 2 vezes o rendimento médio do cultivo de trigo no Brasil. Os líderes na produção do cereal no País são o Paraná e o Rio Grande do Sul. Respectivamente, eles são responsáveis por 48,2% e 39,6% do alimento colhido este ano. A produtividade destes estados é de 2,95 toneladas por hectare e 2,9 toneladas por hectare.
“O Brasil está produzindo trigo no Ceará e com alta produtividade, superando até lavouras do Sul”, diz Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Isso mostra que precisamos estar cada vez mais antenados com a modernidade das novas tecnologias para vários produtos que podemos usar internamente e, ao mesmo tempo, gerar superávit para nossas exportações.”
O resultado obtido nessa primeira experiência permite prever uma colheita maior nos próximos anos com cultivos podendo ser realizados em outros estados como Piauí e Alagoas.
Antes, planos de saúde tinham até três dias para garantir atendimento
Com Agências
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) alternou as normas para realização de exames RT-PCR para diagnóstico de Covid-19 nesta terça-feira (13), e redes particulares são obrigadas, a partir de agora, a autorizarem imediatamente testagem solicitadas com base na Diretriz de Utilização (DUT), que são normas editadas pela que regram o uso de procedimentos médicos.
Antes, planos de saúde tinham até três dias para garantir atendimento. Mudança ocorre mais de um ano após o início da pandemia no Brasil.
De acordo com a ANS, decisão ocorre para “dar mais agilidade na realização do RT-PCR”. O exame está no rol obrigatório de cobertura dos planos de saúde, e pode ser pedido para pacientes com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Sintomas da síndrome gripal
febre (mesmo que referida)
calafrios, dor de garganta
dor de cabeça
tosse
coriza
distúrbios olfativos ou distúrbios degustativos
Sintomas da SRAG
dispneia/desconforto respiratório
pressão persistente no tórax
saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente
coloração azulada dos lábios ou rosto
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 13.599.425 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 82.186 desses confirmados no último dia
Por Marco Antônio Carvalho
O Brasil chegou nesta terça-feira, 13, ao quarto dia consecutivo com uma média móvel diária de mortes por covid-19 acima de 3 mil, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O número mais recente ficou em 3.051, levando em consideração a média dos dados dos últimos sete dias. Ao longo da última semana, 21.354 pessoas morreram em decorrência da doença.
Dez maiores médias da pandemia
Data Média móvel diária de mortes
12/04/2021 3.125 (recorde)
01/04/2021 3.119
11/04/2021 3.109
13/04/2021 3.051
10/04/2021 3.025
02/04/2021 3.006
31/03/2021 2.971
09/04/2021 2.938
08/04/2021 2.818
03/04/2021 2.800
Os dados diários nacionais são do consórcio de veículos de imprensa, formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde. Nas últimas 24 horas, foram registradas 3.687 novas mortes pela covid-19, fazendo o total chegar a 358.718 vítimas.
A maior média móvel foi registrada nesta segunda-feira, 12, quando o número chegou a 3.125. Desde o sábado, 10, o dado está acima de 3 mil, o que ocorreu um total de seis dias em toda a pandemia, as seis vezes no mês de abril.
Mortes por covid-19 por mês no Brasil
Março (2020) - 202
Abril - 5.804
Maio - 23.335
Junho - 30.315
Julho - 32.912
Agosto - 28.947
Setembro - 22.371
Outubro - 16.016
Novembro - 13.263
Dezembro - 21.811
Janeiro (2021) - 29.558
Fevereiro - 30.484
Março - 66.868 (recorde)
Abril (até o dia 13) - 36.832
Os últimos 13 dias já somam mais óbitos (36.832) do que todos os outros meses da pandemia, com a exceção de março, quando o dado chegou a 66,8 mil vítimas. O número do mês passado ainda pode ser ultrapassado pelos registros de abril, com mais duas semanas e meia a serem transcorridas.
Os dados do consórcio apontam também 80.157 novos casos confirmados da doença nas últimas 24 horas. Com isso, o total chegou a 13.601.566. Segundo o Ministério da Saúde, 12.074.798 pessoas recuperadas da doença e 1.166.771 segue em acompanhamento.
Consórcio reúne dados desde 8 de junho
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados
Tocantins tem 974 novos casos e mais 20 mortes
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde, o Tocantins acumula, desde o início da pandemia, 149.269 diagnósticos e 2.289 óbitos.
Araguaína foi a cidade que mais registrou novos diagnósticos nesta terça-feira, 170 no total. O município segue como o segundo mais afetado no estado, com 25.166 casos de coronavírus e 333 mortes.
Já Palmas contabilizou 95 novos casos. O município acumula 37.019 infectados e 413 óbitos, desde o início da pandemia.
Cidades mais afetadas pela pandemia
Palmas – 37.019 casos e 413 mortes
Araguaína – 25.166 casos e 333 mortes
Gurupi – 9.162 casos e 150 mortes
Porto Nacional - 7.077 casos e 139 mortes
Paraíso do Tocantins – 6.375 casos e 122 mortes
Colinas do Tocantins – 5.841 casos e 82 mortes
Guaraí – 2.416 casos e 51 mortes
Miranorte - 1.946 casos e 41 mortes
Formoso do Araguaia – 1.943 casos e 35 mortes
Tocantinópolis – 1.783 casos e 30 mortes
Bolsonaro pede a senadores impeachment de ministros do STF. Presidente sugere que iniciativa pode ajudar a segurar CPI da Covid; ele procurou senador Jorge Kajuru, que divulgou gravação
Por Mateus Vargas, André Borges e Daniel Weterman
Às vésperas da instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado sobre ações do governo federal na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro pressionou o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) a ingressar com pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em conversa por telefone divulgada pelo próprio senador, em suas redes sociais, Bolsonaro dá a entender que, se houver pedidos de impeachment contra ministros da Corte, pode ocorrer mudanças nos rumos sobre a instalação da comissão.
"Você tem de fazer do limão uma limonada. Tem de peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros) também", disse Bolsonaro ao senador. "Sabe o que eu acho que vai acontecer, eles vão recuperar tudo. Não tem CPI... não tem investigação de ninguém do Supremo", disse Bolsonaro, durante a conversa. Kajuru respondeu que já tinha entrado com pedido de afastamento do ministro do STF Alexandre de Moraes, ao que Bolsonaro respondeu: "Você é 10".
O presidente também cobrou que a CPI, se instalada, trabalhe para apurar a atuação de prefeitos e governadores. Segundo Kajuru, a conversa com Bolsonaro foi feita no sábado, 10. "Nós dois estamos afinados. CPI ampla e investigar ministros do Supremo. Ponto final", disse Bolsonaro ao senador.
Na quinta-feira, 8, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, instale a CPI da Covid. O pedido ao Supremo foi apresentado por Kajuru e pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Pacheco travava a instalação da CPI, apesar de a comissão ter recebido as assinaturas de apoio necessárias para ser aberta.
No dia seguinte, Bolsonaro acusou Barroso de "militância política" e cobrou que o ministro mandasse abrir análises de pedidos de impeachment de ministros do STF no Senado, afirmando que há "milhões de assinaturas" da população para este tipo de análise. O governo Bolsonaro trabalha para enfraquecer a CPI, investigar prefeitos e governadores na mesma comissão e desgastar ministros do STF com a tramitação de pedidos de impeachment no Congresso.
"A CPI hoje é para investigar omissões do governo Bolsonaro, ponto final. Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai só vir pra cima de mim. Tem que mudar a amplitude dela", comentou Bolsonaro. "Se não mudar, a CPI vai simplesmente ouvir (o ex-ministro da Saúde Eduardo) Pazuello, ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana."
Na ligação, Bolsonaro também atribuiu o número de mortes da covid-19 à suposta omissão de prefeitos e governadores, ignorando que ele mesmo boicota medidas que dão certo contra o vírus, como o distanciamento social e o uso de máscaras. "A questão do vírus, não vai deixar de morrer gente, infelizmente, no Brasil. Poderia morrer menos gente se os governadores e prefeitos que pegassem recursos e aplicassem realmente em postos de saúde, hospital", afirmou Bolsonaro.
Em análise
O Senado tem hoje dez pedidos de impeachment contra ministros do STF na gaveta de Pacheco. Somente contra Moraes são seis pedidos. Além dele, também há requerimentos para investigar Gilmar Mendes, Edson Fachin e Cármen Lúcia.
O senador Carlos Viana, vice-líder do governo, também tenta coletar assinaturas pra uma CPI que investigue a interferência entre Poderes e dali saia um pedido de impeachment contra o próprio Barroso.
Na quarta-feira, o plenário do STF vai analisar a liminar de Barroso que determinou a instalação da CPI. Segundo um ministro ouvido pelo Estadão, a maioria dos ministros vota a favor da medida, mas com a ressalva de que ela só deverá ser instalada quando os trabalhos voltarem a ser presenciais. Isso significa que a CPI não seria mais imediata. A conversa de Bolsonaro com Kajuru, contudo, poderia mudar essa posição. Na avaliação desse ministro, se ficar caracterizado que Bolsonaro pretende intimidar os ministros ao estimular pedidos de impeachment dos magistrados, não haverá como retardar os trabalhos da CPI.
Procurados pelo Estadão, o Palácio do Planalto e Rodrigo Pacheco não quiseram comentar a gravação. A interlocutores, o presidente do Senado disse que não vai tratar a atitude de Bolsonaro como interferência à atuação da Casa. O senador Kajuru informou que foi ele próprio que entrou em contato com Bolsonaro, por telefone.
Inadmissível
A oposição avalia apresentar um novo pedido de impeachment contra Bolsonaro na Câmara após a cobrança feita por Bolsonaro na ligação com Kajuru. "É inadmissível que o presidente da República desrespeite um direito do Congresso, previsto na Constituição, e tente interferir no processo dessa forma. Do que o Presidente tem tanto medo? A CPI da covid é urgente. Temos que parar os culpados por esse genocídio!", afirmou o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (AP). Para ele Bolsonaro cometeu crime de conspiração contra o Judiciário e atentado à autonomia dos Poderes.
"Não é uma postura que se espera de um presidente, mas é usual para o Bolsonaro", afirmou o líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE).
O líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), disse que "achou muito estranha a divulgação de telefonema privado". "É muito ridículo isso. O presidente tem direito de falar com quem quiser. O objetivo dele é estender para estados e municípios, que de fato vai acontecer ao surgir fato sobre o repasse de recurso para os governos estaduais e municipais. A CPI é um instrumento da minoria, e o impeachment de ministros é diferente, depende da aprovação ampla da maioria."