Cientista político Antônio Flávio Testa foi voluntário na campanha do militar. Ele atua em um grupo de técnicos que elaborou projetos para candidatura do PSL

 

O cientista político Antônio Flávio Testa, cunhado e amigo do ex-presidente da Conorte e empresário tocantinense na área de Publicidade e da Comunicação, em Brasília, José Carlos leitão, é uma das “cabeças pensantes” do grupo que elaborou o Plano de Governo de Jair Bolsonaro, presidente eleito no último domingo.

Antônio Flávio já apoiou bandeiras diferentes. Foi aliado de Fernando Collor (PTC), quando o alagoano foi presidente. Colaborou com gestões antagônicas no Governo do Distrito Federal, como de Cristovam Buarque (ex-PT, hoje no PPS), Joaquim Roriz (PMN) e José Roberto Arruda (PR). Já votou em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente. E agora, depois de quase 50 anos de profissão, decidiu seguir Jair Bolsonaro (PSL). Convidado para colaborar com o programa de governo do presidenciável de extrema direita, Testa é um dos elos do político militar reformado com o meio acadêmico. Coordena um grupo que reúne cerca de 40 técnicos e é subordinado a uma tríade de generais do Exército.

Servidor aposentado do Senado e professor da Fundação Getúlio Vargas, ele acredita que o capitão reformado Jair Bolsonaro e seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB), são compromissados com a democracia, diz que muitas vezes são mal interpretados pela imprensa e que é necessário esquecer o passado para o país avançar. Afirma ainda que se tornou apoiador voluntário de Bolsonaro por compartilhar das ideias dele. “O que foi feito no Brasil nos últimos 20 anos foi um desmando enorme. Era uma utopia que podia ter dado certo, mas ela descambou para o clientelismo, para o toma lá, dá cá, para a corrupção”.

A entrevista concedida ao EL PAÍS ocorreu na semana passada, no Kifilé, um tradicional restaurante na Asa Norte da capital federal, conhecido por receber a velha guarda da Universidade de Brasília (UnB).

Pergunta. Você acha que Bolsonaro e Mourão têm compromisso com a democracia?

Resposta. Sim. Total. Pela primeira vez na história do Brasil você vê um deputado de sete mandatos disputar legitimamente uma eleição, ao lado de um cara que nunca esteve na política e estão em vias de se elegerem presidente e vice. Com Bolsonaro, não vejo a menor possibilidade de que haverá um caos, de que a polarização estragará o país. Do ponto de vista da democracia, os militares têm o estrito dever de cumprir a Constituição. Isso está na alma deles. Tanto que aceitaram a intervenção no Rio de Janeiro. Se houvesse uma rebeldia, eles não aceitariam porque a sua função precípua é outra.

P. E essa história de autogolpe? Não há essa ameaça?

O Lula fala assim, cadê as mulheres do grelo duro? O Lula pode falar.

R. Impossível. São 513 deputados, 81 senadores, 21 governadores...

P. Mas em 1964, quando houve o golpe militar, também havia um Congresso Nacional em pleno funcionamento.

R. Tinha. Mas, nesse ponto o Bolsonaro está certo, foi feita uma eleição para escolher o presidente. O Congresso declarou vazio o cargo de presidente da República e, pela Constituição, você não pode ficar sem comando, e os militares chegaram. Claro que foi tudo planejado, foi tudo articulado. Mas foram os políticos que fizeram isso. Em acordo com os militares.

P. Você nega, assim como o Bolsonaro, que tenha havido uma ditadura militar?

R. Foi uma ditadura, claro. Mas foi um contragolpe. Depois que você cria o senador biônico, governador biônico é o acordo com a oligarquia. Naquela época era o jogo do poder. Só que, depois que você senta na cadeira, você não sai. Agora, não vejo essa possibilidade. Todos estão respeitando o que está previsto hoje, disputando legitimamente com base nas regras que a Constituição estabeleceu.

P. O que se faz para acabar com essa sombra de que o país corre o risco de enfrentar uma nova ditadura?

R. Tem de deixar outras pessoas falarem. Não pode ser só a visão da [jornalista da Globo News] Miriam Leitão.

P. Como assim?

R. O pessoal constrói um discurso que é equivocado. A Rede Globo hoje tem o Arnaldo Jabor e a Miriam Leitão falando o tempo inteiro de tortura (a jornalista foi torturada). Mas a Miriam estava na guerrilha. O tal do comandante [Carlos Brilhante] Ustra, que era um cara cruel para cacete, estava cumprindo missão. Dos dois lados tiveram perdas. A Comissão da Verdade, por exemplo, não considerou os 39 militares que foram assassinados durante o regime militar. Só levou de um lado. Outra coisa, ficar discutindo coisas que já estão resolvidas, não nos leva ao futuro. Essa guerra acabou.

P. Esse é o discurso do Bolsonaro, que quer se esquecer do passado.

R. É. Tem de ser daqui para frente. São coisas de quase sessenta anos atrás. Como vamos revirar a história? Para com isso.

P. Como você avalia a participação do Mourão na campanha do Bolsonaro? Ele tem feito falas polêmicas...

R. Eu acho que a imprensa edita muito. Mourão é um cara muito preparado, tem uma cultura baseada na metodologia da Escola Superior de Guerra, tem bom conhecimento filosófico, mas tem discurso muito pragmático. É um discurso que não é político. Aí, a imprensa pega uma palavra e constrói um discurso. Essa questão do 13º salário como jabuticaba, essa história de que o negro é indolente e que o índio é isso ou aquilo, não foi da fala dele (há registros na imprensa e em áudio das declarações). Acho que, em nenhum momento ele falou nada de estapafúrdio.

P. Quanto você tem recebido para ser consultor da campanha de Jair Bolsonaro?

R. Nem eu nem os outros membros dos grupos de trabalho recebemos nada. Somos todos voluntários. Não recebemos nem um centavo. Trabalhamos por um projeto de Brasil.

P. Como você se aproximou desse projeto?

R. Moro há 62 anos em Brasília. Tenho vinculação muito grande com artes marciais. Minha vida toda aos esportes. Já tive relação com vários políticos e autoridades por causa do caratê, até presidente da República.

P. Presidente foi o Fernando Collor?

R. Sim, o Collor. Eu ajudei na campanha dele porque ele ajudou muito o esporte. O Collor, quando tinha 18 anos, foi um dos primeiros campeões de caratê em Brasília. Ele ajudou muito o esporte. Desde sempre ajudei um ou outro político.

P. No que você atua, especificamente?

R. Sou coordenador de discussão em grupos ligados a pacto federativo, reforma política, Brasil produtivo. O mote da campanha é: Mais Brasil, Menos Brasília. Isso significa descentralização, diminuir a burocracia e as forças municipais. Essa que é a grande inovação da campanha. Em torno disso, a gente tem feito articulações com Confederação dos Municípios, com organizações estaduais e municipais, tentando discutir as melhores iniciativas para que o Governo, logo no começo, possa encaminhá-las ao Congresso. A ideia é propor a reorganização do funcionamento do Estado. Tenho convidado vários especialistas que vêm de diversas regiões do país. Trabalhamos em grupos, sugerimos medidas, as submetemos às plenárias e levamos para os generais Heleno e Ferreira.

 

Posted On Quarta, 31 Outubro 2018 06:54 Escrito por

João Doria, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), foi eleito governador do Estado de São Paulo neste domingo, 28. Com 96% das urnas apuradas, Doria tem 51,73% dos votos. Seu concorrente, Márcio França, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), está com 48,27% dos votos.

 

Com Isto é

 

No primeiro turno, Doria teve 6.431.555 votos (31,77%), enquanto França teve 4.385.998 (21,53%).

 

Doria iniciou sua carreira política em 1983 como secretário de turismo em São Paulo. Em 1986, assumiu o cargo de presidente da Embratur e do Conselho Nacional de Turismo na gestão de José Sarney e foi eleito prefeito de São Paulo em 2016 pelo PSDB.

 

No entanto, para concorrer nas eleições para governador, teve de renunciar ao cargo ainda no segundo ano de mandato, deixando a posição com seu vice, Bruno Covas.

 

Votação dos candidatos

Doria chegou antes do anunciado para votar na manhã deste domingo, 28, no Colégio St. Pauls, no Jardim Paulistano, zone oeste de São Paulo. O tucano chegou em uma van acompanhado do prefeito Bruno Covas, do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), da deputada eleita do PSL Joice Hasselmann, da senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB) e de outras lideranças do seu partido.

 

Após votar, Doria mais uma vez exaltou o PSL de Jair Bolsonaro e a chapa “Bolsodoria” – ele usava camiseta amarela com esse mote quando votou. O ex-prefeito disse que tem o apoio do “PSL verde-amarelo”, mas enfrentou uma saia justa quando a senadora eleita Mara Gabrili foi questionada sobre seu voto para presidente. “Voto no João Doria”, disse ela, evitando declarar voto em Bolsonaro.

 

França votou na manhã deste domingo em uma escola estadual no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo. Estava acompanhado da esposa Lúcia e de alguns assessores e políticos. “Acho que São Paulo vai dar um recado firme em direção à verdade e também à união”, afirmou.

 

O governador disse estar confiante em uma vitória sobre o ex-prefeito da capital João Doria (PSDB). “De virada é sempre mais gostoso”. França atribuiu sua subida ao desempenho no último debate, na quinta-feira, 25, na TV Globo.

 

Acho que a partir do debate houve uma mudança muito forte em função, na minha visão, do desempenho inseguro do meu concorrente para um debate daquela importância, lendo livro, lendo textos. Não foi compatível com os outros debates que ele mesmo tinha feito. E acho que isso foi decisivo para que nós pudéssemos mudar a curva aqui em São Paulo. E essa curva, normalmente quando começa, acentua no dia (da eleição)”, disse França.

 

Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada no sábado, 27, mostrou que o governador subiu três pontos na reta final da campanha e empatou numericamente com João Doria (PSDB). Ambos teriam 50% dos votos válidos, segundo o levantamento.

 

Posted On Domingo, 28 Outubro 2018 19:39 Escrito por

Nova pesquisa foi divulgada pelo instituto nesta quinta-feira; rejeição do petista é de 52% já o candidato do PSL é rejeitado por 44% dos eleitores

 

Por iG São Paulo

 

Foi divulgada na noite desta quinta-feira (25) nova pesquisa Datafolha para presidente. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) tem 56% dos votos válidos, enquanto Fernando Haddad (PT) soma 44%.
Esta é a terceira pesquisa Datafolha para presidente realizada neste segundo turno e os números captados pelo novo levantamento indicam distância menor entre os dois candidatos do que a verificada no estudo anterior, divulgado no último dia 18. Naquela pesquisa, Bolsonaro aparecia com 59%, contra 41% de Haddad.

 

A proporção de 56% a 44% a favor do candidato do PSL se refere aos votos válidos, o que exclui os brancos e nulos e reproduz o mesmo cálculo feito pela Justiça Eleitoral para definir o resultado final de uma votação. Nos votos totais, Bolsonaro tem 48%, enquanto Haddad soma 38%. Brancos e nulos somam 8% e outros 6% não souberam responder.

 

Em votos totais, Bolsonaro tem 48%, ante 38% de Haddad e 6% de indecisos. A maior subida do petista ocorreu na região norte onde ele ganhou sete pontos. Entre os mais jovens (16 a 24 anos), Haddad viu sua intenção de voto subir de 39% para 45%. O registro deste levantamento do Datafolha no TSE é: SP‐02453/2018

 

O instituto levantou, também, a rejeição dos candidatos. Acompanhe, abaixo, o que responderam os entrevistados sobre Jair Bolsonaro :

Votaria com certeza – 46%
Talvez votasse – 9%
Não votaria de jeito nenhum – 44%
Não sabe – 2%

 

E as marcas do presidenciável Fernando Haddad :

Votaria com certeza – 37%
Talvez votasse – 9%
Não votaria de jeito nenhum – 52%
Não sabe – 2%

 

Outra das questões apresentadas foi sobre a firmeza do eleitor quanto ao voto. Veja os números referentes a Bolsonaro:

Está totalmente decidido a votar em... - 94%
Seu voto ainda pode mudar - 6%

 

Agora, sobre Haddad:

Está totalmente decidido a votar em... - 91%
Seu voto ainda pode mudar - 9%

 

A última pergunta visou a averiguar se os eleitores conhecem os números de seus candidatos na urna eletrônica. Em ambos os casos, a porcentagem de conhecimento é alta. Veja a de Bolsonaro:

Menções corretas – 94%
Não sabe o número do candidato – 5%
Menções incorretas – 1%

 

E a de Fernando Haddad:

Menções corretas – 93%
Não sabe o número do candidato – 6%
Menções incorretas – 1%

 

A pesquisa Datafolha para presidente foi contratada pela TV Globo e pela Folha de S.Paulo, e ouviu 9173 eleitores em 341 municípios entre quarta-feira (24) e quinta-feira (25). O registro no TSE é BR-05743/2018. O nível de confiança do levantamento é de 95%.

Posted On Sexta, 26 Outubro 2018 06:06 Escrito por

Jovem que relatou ter sido marcada na barriga em Porto Alegre é indiciada por falsa comunicação de crime

 

Com Agências

 

A mutilação da cruz suástica, símbolo do nazismo, assume o primeiro lugar em nosso Campeonato de Fake News. A “vítima” disse que foi atacada por usar uma camiseta do movimento #EleNão. Não era verdade e ela será indiciada por falso testemunho.

Investigação e laudo apontam que a jovem que teve uma suástica marcada na barriga se automutilou.

 

“Todas as câmeras do local foram vistas e revistas e, em nenhuma delas, ela apareceu. Entrevistamos guardadores de carro, síndicos de prédio, mais de 20 pessoas e nenhuma delas viu”, disse o delegado Paulo César Jardim, responsável pela investigação, à “Gazeta do Povo“.

 

O laudo técnico da Polícia Civil, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo“, conclui que “pode se afirmar com convicção que as lesões produzidas na vítima não são compatíveis com as que seriam esperadas, na hipótese de ter havido efetiva resistência da parte dela à ação de um agente agressor”. Também não foram encontradas lesões que seriam características de autodefesa e a inscrição foi feita de “forma superficial”.

 

O laudo aponta: foi autoflagelo ou “ela foi ajudada por alguém, com consentimento”. Jardim a descreveu como uma pessoa “doente, que toma remédios fortíssimos”.

 

Mourão Torturador

A mentira divulgada pelo cantor Geraldo Azevedo de que o general Mourão, vice de Bolsonaro, o teria torturado em 1969, tinha um “probleminha”.

 

Em 1969, o general tinha 16 anos e, claro, nem estava no Exército. Inadvertidamente, Fernando Haddad repassou a informação, mas, ao ser informado da verdade, pediu desculpas pelo erro.

 

Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República pelo PSL, gravou um vídeo enfurecido contra a “Folha de S. Paulo”, acusando o jornal de ‘Fake News’, após a revelação de que o político recebeu apoio de empresários para disseminar milhões de mensagens via WhatsApp.

 

Posted On Quinta, 25 Outubro 2018 06:15 Escrito por

Candidato rechaçou possibilidade de trazer ex-presidente para seu eventual governo; para Haddad, "possivelmente" petistas enriqueceram ilicitamente

 

Por iG São Paulo

 

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad , declinou da possibilidade de trazer a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para sua equipe de governo em caso de vitória na eleição. Haddad foge de Dilma sob o argumento de que admira o modelo americano, em que ex-presidentes "contribuem com o país de outro modo" após deixarem a chefia do Executivo.

 

Em sabatina realizada nesta terça-feira (23) por jornalistas de O Globo , Extra , Época e Valor Econômico , Haddad foge de Dilma , mas evita adiantar nomes certos para sua eventual equipe ministerial. Para comandar a economia do País, o candidato disse apenas que deseja ter em sua equiope "alguém ligado à produção e à geração de emprego".

 

O petista também voltou a atacar seu adversário no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL), e reforçou que a eleição do ex-capitão do Exército representa "ameaça à democracia" .

 

"Por trás do Bolsonaro tem pessoas que não tem nenhum compromisso democrático. Eu fico com medo de ter um vice torturador", disse Haddad, citando declaração do cantor Geraldo Azevedo acusando o general Mourão (PRTB), vice na chapa de Bolsonaro, de tê-lo torturado durante a ditadura.

 

Fernando Haddad foge de Dilma e escolhe JK em vez de Lula como "ídolo da história do Brasil"

A sabatina desta manhã é a segunda do candidato em poucas horas. Na noite dessa segunda-feira (22), Haddad também foi submetido a uma saraivada de perguntas no programa Roda Viva, da TV Cultura , onde o ex-ministro defendeu a "punição exemplar" a petistas que tenham enriquecido ilicitamente na política. "Houve crime? Na minha opinião, provavelmente, sim", analisou.

 

"Certamente teve pessoas que usaram o financiamento de caixa dois, financiamento ilegal de campanha, para enriquecer. São dois crimes: financiamento de caixa dois e o enriquecimento, que ainda é mais grave. Por isso, tem uma pena maior. Acredito que teve gente que se valeu disso para enriquecer. Sou a favor da punição exemplar para essas pessoas", afirmou o candidato.

 

Também no programa da TV Cultura , o candidato citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) como seu "ídolo na história do Brasil", ignorando seu padrinho político e líder petista, Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Já na sabatina realizada nesta manhã, o candidato explicou que não mencionou o nome de Lula porque não considera correto elevar uma pessoa viva a essa categoria – argumento similar ao usado na resposta em que Haddad foge de Dilma Rousseff.

Posted On Terça, 23 Outubro 2018 17:39 Escrito por
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