Ao levar em conta os desvios trazidos à tona na Operação Lava Jato, estatal terá de rever contabilidade e reduzir pagamento de dividendos
O adiamento do balanço financeiro da Petrobras – após a empresa ser pressionada pela auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) a reconhecer nos números o impacto dos desvios denunciados nas delações premiadas da Operação Lava Jato – trará prejuízo a seus acionistas, inclusive a União. Não bastasse o valor das ações ter despencado 48% nos últimos meses – a preferencial (PN) caiu de R$ 24,56 em 2 de setembro para R$ 12,80 na última sexta-feira –, a empresa também deverá reduzir o pagamento de dividendos, ou seja, a parcela de lucro distribuída aos acionistas, após o ajuste no seu balanço, preveem analistas.

E isso depois de a empresa ter distribuído um valor recorde de dividendos no primeiro semestre: R$ 8,731 bilhões, mais que o triplo dos R$ 2,87 bilhões destinados em igual período de 2013 e o maior montante desde o segundo semestre de 2009. A petrolífera tem mais de 290 mil investidores, sendo que 279 mil são pessoas físicas. Ao reconhecer na contabilidade o impacto da corrupção, a empresa terá de rever seu fôlego para novos investimentos, e a folga de caixa que terá para distribuir dividendos será menor.
Segundo projeções do Itaú BBA, se a perda estimada pela empresa com os desvios chegar a R$ 10 bilhões, os acionistas que têm ações ON (com direito a voto, porém sem preferência na distribuição de dividendos) receberão apenas R$ 0,17 por ação em 2015. É um valor de menos da metade do R$ 0,37 anteriormente previsto pelo banco, já considerando o impacto, para a empresa, do dólar mais alto e da queda no preço do petróleo.

A estimativa do Itaú BBA calcula o impacto da baixa contábil. No caso da Petrobras, é preciso ajustar parte do valor de investimentos feitos e que estão inflados pelas obras superfaturadas. No caso dos investidores de papéis preferenciais (que, como o próprio nome diz, têm preferência nos dividendos), a legislação brasileira estabelece que a distribuição do lucro aos acionistas seja de no mínimo 25%, o que, na visão dos analisas do Itaú BBA, fará com que o impacto da baixa contábil seja mínimo para os donos desses papéis.

Fatia

A maior detentora de ações ONs da Petrobras é a União que, junto com o BNDES, possui pouco mais de 60% desses papéis. A outra parcela está pulverizada entre investidores locais e estrangeiros. No caso das preferenciais, 70% das ações estão divididas entre investidores pessoas físicas, instituições financeiras e empresas, estrangeiros ou não.

“A baixa contábil poderia ter um impacto relevante sobre os dividendos das ações ordinárias da Petrobras”, afirmam, em relatório, os analistas Paula Kovarsky, Diego Mendes e Pablo Castelo, reforçando que sacrificar esses dividendos pode ser uma forma de se antecipar a restrições de caixa.

Em baixa

Os acionistas já vêm sofrendo com a queda no valor das ações da Petrobras. Só em novembro, o valor de mercado da empresa caiu 15,8%, ou R$ 32,5 bilhões, para R$ 162,1 bilhões. É o mesmo que dizer que a Petrobras em um mês perdeu quase uma JBS, que está sendo negociada a R$ 35,3 bilhões, e mais que uma TIM Participações (R$ 30,1 bilhões). Atualmente, a estatal é a quarta maior empresa em valor de mercado na Bovespa. Já foi a primeira, mas perdeu o posto para a Ambev (R$ 264,6 bilhões) e, depois, a segunda colocação, para o Itaú Unibanco (R$ 201,3 bilhões) e o terceiro lugar para o Bradesco (R$ 163,4 bilhões).

Desvios podem chegar a R$ 21 bi, diz banco

A preocupação com o caixa da Petrobras não é exagerada. Com as denúncias de desvios, a estatal não conseguiu publicar o balanço do terceiro trimestre até a data limite, 14 de novembro, uma vez que a auditoria se recusou a assinar as demonstrações financeiras. Sem isso, o mercado internacional de capitais fica praticamente fechado, ou seja, a estatal não consegue emitir dívidas para financiar o plano de expansão.

Na avaliação do operador sênior da Guide Investimentos Fabio Galdino, é difícil calcular o valor das perdas da Petrobras, mas a única saída para a empresa é fazer o ajuste (baixa contábil) no ativo. Em contrapartida, será preciso ajustar o lado do passivo, com redução do patrimônio líquido ou do capital social.

“Isso vai aparecer na demonstração de resultados e terá impacto no lucro, afetando os investidores. Se tiver corte de dividendo, fatalmente será maior nas ações ordinárias”, considerou, acrescentando que, no limite, caso o ajuste gere prejuízo no balanço anual, os preferencialistas também serão afetados.

Estimativa do banco Morgan Stanley aponta para perdas com os desvios que podem variar de quase R$ 5 bilhões a R$ 21 bilhões. A simulação considera o investimento realizado nos últimos cinco anos pela empresa (R$ 416 bilhões) e perdas que variam de 1% a 5% desse total – em um dos depoimentos, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou que 3% do valor das contratações era desviado para partidos políticos.

Nas contas do Morgan Stanley, os portadores de ações preferenciais receberiam R$ 0,93 por ação, mas aqueles que possuem ordinárias receberiam algo entre R$ 0,38, no cenário mais benigno, e R$ 0,02 na pior previsão.

Posted On Sexta, 05 Dezembro 2014 06:40 Escrito por O Paralelo 13

No levantamento de 2014, a companhia ficou em 7º lugar, valendo R$ 6,764 bilhões, 23% menos que no ano anterior

Em um ano marcado por denúncias de corrupção envolvendo a estatal, a marca Petrobras caiu duas posições no ranking das 25 mais valiosas do Brasil feito pela consultoria Interbrand. No levantamento de 2014, a companhia ficou em 7º lugar, valendo R$ 6,764 bilhões, 23% menos que no ano anterior, quando estava em 5º lugar (valendo R$ 8,736).
Itaú manteve a liderança em 2014 (R$ 21,687 bilhões) e o Bradesco ficou em segundo lugar (R$ 15,124 bilhões), ambos mantendo posições registradas desde que o levantamento começou a ser divulgado, em 2001. Em terceiro veio a Skol (R$ 11,606 bilhões). É a primeira vez que essa posição é ocupada por uma empresa não financeira ou pela Petrobras.

As novas marcas entre as 25 mais valiosas são Rede, que estreia em 21º, e Magazine Luiza, que retorna em 25º, depois de ficar de fora do ranking em 2013.

Para entrar no ranking, a marca precisa ser de origem brasileira, ter informações financeiras públicas (deve ser listada em Bolsa ou ter dados contábeis disponíveis), publicar resultados individuais e gerar lucro.

A metodologia analisa as diferentes formas de influência da marca no desempenho da organização, de acordo com o impacto que exerce em consumidores (atuais e potenciais), funcionários, fornecedores e investidores.
As dez marcas mais valiosas em 2014, em R$ bilhões:

1- Itaú: 21,687
2 - Bradesco: 15,124
3 - Skol: 11,606
4 - Banco do Brasil: 10,461
5 - Brahma: 9,406
6 - Natura: 7,640
7 - Petrobras: 6,764
8 - Antarctica: 3,606
9 - Vivo: 2,700
10 - BTG Pactual: 1,993

Posted On Sexta, 05 Dezembro 2014 06:38 Escrito por

A partir da mobilização dos cerca de 950 alunos matriculados na unidade, o Colégio Estadual Madre Belém, localizado em Palmas, realizou mais uma edição do Natal Solidário. O projeto visa, a partir de uma gincana disputada entre as turmas, arrecadar alimentos para serem doados a instituições sociais e a alguns servidores e familiares de estudantes do colégio. Na edição deste ano, após 20 dias de atividades, os participantes alcançaram um total de 3.060 quilos de alimentos, que serão distribuídos antes do Natal.
Diretor da unidade de ensino, Otalmy Brito de Carvalho destacou o empenho dos alunos para que um recorde fosse alcançado. O gestor frisou que para fortalecer o projeto que existe a mais de uma década, a escola buscou alternar as doações. “Alguns anos sendo roupas e outros brinquedos ou alimentos, como neste ano, quando praticamente triplicamos o recorde anterior de arrecadação, chegando a mais de três toneladas. Tudo isto se deve à determinação dos alunos, que se esforçaram para buscar o maior número possível de doadores”, ressaltou.
A gincana que compôs o Natal Solidário do Colégio Madre Belém colocou as turmas do ensino fundamental em disputa pela arrecadação da maior quantidade de alimentos. No Ensino Médio, as disputas ocorreram por classes individuais, entre as 1a, 2a e 3a séries. As turmas da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) também concorreram apenas entre si.
Componente da turma campeã na disputa entre os 6º e 7º anos, Lucas Rafael Silva de Abreu Costa faz questão de afirmar que todos saem ganhando no final da disputa. “Foi bastante cansativo sair de casa em casa pedindo doações, mas, assim que a gente soube que foi campeão e arrecadou 153 quilos, a gente viu que o esforço valeu a pena, até porque muitas pessoas necessitadas vão ter um Natal melhor com a nossa ajuda, a ajuda de todo o colégio. Por isto acho que todos somos vencedores”, destacou.
Mesmo ficando com a segunda colocação na disputa da 2ª série do Ensino Médio, Dayane Nunes Rodrigues contou que aprendeu grandes lições a partir da participação na gincana. Para ela, a maior motivação para as disputas é a consciência de que existem pessoas com a necessidade de alimentos básicos, como arroz e feijão. “Durante a gincana, nós pudemos sentir o quanto é difícil precisar pedir algo a pessoas que não conhecemos. No final da arrecadação, ao ver a sala cheia de alimentos, eu fiquei muito emocionada, principalmente porque vivi a dificuldade de ter que pedir e por saber que vamos tornar o Natal de várias pessoas muito mais feliz”, comemora a estudante, que, junto à própria turma, arrecadou 130 quilos de alimentos, enquanto a equipe vencedora alcançou 175 quilos.
Ajudando ao próximo As cestas básicas formadas a partir dos alimentos arrecadados são compostas, essencialmente, por arroz, feijão, macarrão, óleo, açúcar, café, leite, trigo, farinha e flocos de milho. As doações das cestas básicas vão contemplar as auxiliares de serviços gerais do colégio, famílias de baixa renda com filhos matriculados na unidade e algumas instituições sociais, como o Abrigo dos Idosos João XXIII, de Porto Nacional, a Pastoral da Igreja Católica e o Centro de Recuperação Leão de Judá, ambos de Palmas.
Representando o Centro de Recuperação Leão de Judá, Mujasy Pereira de Brito foi a primeira a receber parte das cestas básicas arrecadadas. Para a missionária, a ação é uma grande demonstração de amor ao próximo. “A gente só tem palavras boas para descrever a iniciativa destes alunos, do diretor e de todo o colégio. Eles estão nos ajudando a ajudar pessoas que não têm amparo familiar, que precisam de um cuidado especial, e todos os tipos de apoio ou demonstração de amor são bem-vindos para nós. Somos muito gratos por eles estenderam as mãos para nos apoiar no resgate de várias vidas”, afirma a missionária, que recebeu cerca de 300 quilos de alimentos distribuídos em 20 cestas básicas.

Marcus Mesquita / Seduc

Foto Manoel Lima

Posted On Quinta, 04 Dezembro 2014 16:57 Escrito por

Teve início nessa quarta-feira, 03, no auditório do Palácio Araguaia em Palmas, a 3ª edição do Fórum das Águas. O evento que tem como tema Água: cuidar para não faltar terá programação com palestras de especialistas, agentes públicos e privados e debates. As discussões vão abordar temas como usos múltiplos, atitudes conservacionistas, potencial hídrico, políticas públicas, dentre outros.
Na abertura do evento, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alexandre Tadeu, falou sobre a importância do Fórum nesses 12 anos de existência. “O evento vem ganhando corpo ano a ano e não tenho dúvidas do quanto esse espaço contribui para aprofundar as reflexões sobre a gestão das águas no Tocantins”, pontuou. O secretário também destacou o lançamento de um programa que reúne informações de todos os rios catalogados do Estado e que será a base para a construção do Sistema de Informações e Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Tocantins. “Para cuidar das águas e para preservá-las é preciso conhecê-las. Esse sistema vai permitir justamente que a gente conheça a situação dos recursos hídricos do Estado e monitore qualquer tipo de risco”, explicou.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) em parceria com a Semades. O secretário também citou avanços na gestão pública do setor como a elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos, que está sendo parcialmente executado, a criação dos quatro comitês de bacias hidrográficas.  Fórum
O evento segue até essa quinta-feira, 04, no auditório do Palácio Araguaia e terá a participação de técnicos da Semades nos debates sobre agricultura conservacionista; tratamento de água, poluição, esgoto e lixo; e gestão das microbacias. Gabriela Glória – Ascom/Semades

Posted On Quarta, 03 Dezembro 2014 15:45 Escrito por

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, afirmou que o esquema de propina não é exclusividade da estatal. “O que acontecia na Petrobras acontece no Brasil inteiro: nas rodovias, nas ferrovias, nos portos, nos aeroportos, nas hidrelétricas! É só pesquisar, porque acontece”, disse, durante acareação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras com o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró.

A expectativa era que Costa ficaria calado durante a comissão. Apesar de não comentar sobre detalhes ditos na delação premiada acertada com o Ministério Público e a Polícia Federal, o ex-diretor acabou confirmando aos parlamentares o conteúdo da delação. “Tudo que eu falei na delação, que eu não posso abrir aqui, eu confirmo. A delação é um instrumento sério e não pode ser usado de artifício, de mentira”, disse.

Segundo o ex-diretor, foram 80 depoimentos em mais de duas semanas de delação. Costa ressaltou que, a cada depoimento que deu, apresentou provas para corroborar as informações. “Vários fatos foram apresentados, e os que não foram apresentados eu indiquei quem poderia falar sobre os fatos.”

A decisão de aceitar a delação foi feita depois de pedidos da família, relatou Costa. “Paulo, por que só você? E os outros? Você vai pagar sozinho por uma porção de coisas que estão erradas? Fiz a delação por respeito e amor à minha família.”

 

Arrependimento

Costa disse estar “extremamente arrependido” de ter aceitado a indicação para a diretoria em 2004. “Infelizmente aceitei uma indicação política para a diretoria. Estou extremamente arrependido de ter feito isso.” O ex-diretor reforçou que as indicações políticas para a Petrobras e outras estatais acontecem desde o governo do ex-presidente José Sarney.

Paulo Roberto Costa denunciou um esquema de propina nas diretorias da estatal para beneficiar partidos políticos com 3% do valor dos contratos com empreiteiras. Cerveró, que comandava uma das diretorias citadas, negou saber e participar de corrupção na Petrobras. “Desconheço qualquer esquema de corrupção. Ratifico que não recebi propina”, repetiu o ex-diretor aos parlamentares.

 

Contradições

O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) ressaltou que “os depoimentos estão diametralmente opostos, alguém está mentindo”. Já o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) elogiou a postura de Costa. “Sou agradecido ao senhor Paulo Roberto por falar o que falou.”

Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), que atua como relator enquanto o deputado Marco Maia (PT-RS) se recupera de um acidente, só as investigações poderão definir quem mentiu na acareação. “Os dois têm posições conflitantes, detalharam essas posições. A continuidade da investigação vai apurar quem dos dois está mentindo.”

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que o ex-diretor de Abastecimento entregou “pérolas” à CPMI na sessão mais importante do colegiado até hoje. “Ou o Paulo Roberto vai perder os direitos e os princípios da delação ou o doutor Cerveró vai ter de prestar contas mais caras do que aquelas que ele já está prestando.”

 

Pasadena

Segundo Paulo Roberto Costa, a responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, é do conselho de administração da estatal. “A responsabilidade final de aprovar uma compra de um ativo como Pasadena é 100% do conselho de administração. A Petrobras tem uma diretoria que faz uma indicação”, afirmou.

Segundo Costa, eximir o conselho pela compra da refinaria é um erro. Ele defendeu a atuação de Nestor Cerveró, que comandava a Diretoria Internacional durante o processo de aquisição.

Cerveró voltou a afirmar que a compra da refinaria foi um bom negócio, feito de acordo com todas as regras de governança da estatal. “O processo de aquisição de Pasadena foi feito dentro das normas da Petrobras e foi devidamente aprovado pelo conselho de administração.”

Em acórdão em julho, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou prejuízo de 792 milhões de dólares na compra da refinaria de Pasadena. A corte, porém, isenta de responsabilidade a presidente da República Dilma Rousseff, que presidia o conselho de administração da estatal na época em que o negócio foi aprovado, em 2006.

 

Encerramento

 

O vice-presidente da CPMI da Petrobras, senador Gim (PTB-DF), encerrou a acareação alegando não ter “amparo legal” para manter a reunião, devido ao início da Ordem do Dia do Plenário do Senado.

A decisão foi criticada por parlamentares da oposição. “Tivemos 18 depoimentos aqui desta CPMI, só este foi encerrado”, afirmou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Segundo ele, é um “crime” interromper a acareação. “Pela primeira vez eu assisto ao encerramento de uma oitiva em uma CPMI por uma votação secundária no Plenário do Senado”, disse. “Não vejo no Congresso Nacional nada mais importante que esta sessão”, afirmou o deputado Arnaldo Jordy.

 Com informações da Agência Câmara Notícias

 

Posted On Quarta, 03 Dezembro 2014 09:53 Escrito por O Paralelo 13