Vice-governadora Celina Leão assume e deve concorrer como sucessora dele nas eleições de 2026
Giovanna Inoue
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), confirmou, nesta terça-feira (9), que vai deixar o cargo no início de abril de 2026 para concorrer a uma vaga no Senado. O afastamento é necessário pelas regras eleitorais. A vice-governadora Celina Leão (Republicanos) deve assumir o comando do GDF (Governo do DF) até o fim do mandato e concorrer como sucessora do emedebista.
Ibaneis anunciou a intenção de se candidatar ao Senado pela primeira vez em abril de 2025. Uma pesquisa feita em junho deste ano pela Paraná Pesquisas apontou que Ibaneis e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) são os favoritos para as duas vagas da capital.
No cenário estimulado (em que os nomes são apresentados aos entrevistados), Michelle apareceu em primeiro lugar, com 42,8% das intenções de voto, seguida por Ibaneis, que tinha 36,5%.
Atualmente, os senadores do DF são Damares Alves (Republicanos), Izalci Lucas (PL) e Leia Barros (PDT). Izalci e Leila encerram os mandatos ao fim de 2026, enquanto Damares ainda tem mais quatro anos.
Apoio a Tarcísio
Ibaneis declarou nesta segunda-feira (8) apoio ao nome de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), governador de São Paulo, em uma eventual candidatura à Presidência da República em 2026. “Se fosse para escolher o meu candidato, seria o Tarcísio, mas é uma decisão que será colegiada”, afirmou.
A declaração foi feita durante um fórum do Grupo LIDE, realizado em Washington D.C., que reuniu representantes do setor privado e políticos brasileiros para discutir oportunidades de investimento no Brasil.
Um dia após Tarcísio ter defendido uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Ibaneis saiu em defesa de uma proposta ampla, que prevê perdão para todos os condenados pelos crimes cometidos durante as invasões de 8 de janeiro de 2023. “Se for para ter anistia, é a que está na proposta na Câmara, ampla, geral e irrestrita, e que atinge inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirmou em coletiva de imprensa.
O ex-governador de São Paulo João Doria considerou que algumas condenações podem ter sido exageradas, o que pode ter contribuído para a elevação da reação popular contra as decisões judiciais.
No entanto, ele defendeu uma proposta de anistia dosada, que não seja geral. “Seria como imaginar que um grupo invadisse sua casa, ameaçasse você, seus familiares e funcionários, quebrasse seus pertences e levasse objetos, e ainda esperasse uma anistia plena, geral e irrestrita. Isso não é correto. Não é justo”, disse o ex-governador.
Da Assessoria
Os municípios de Campos Lindos, Itacajá, Pequizeiro, Ponte Alta e Oliveira de Fátima acabam de receber um reforço importante para a saúde pública. O vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes, anunciou nesta terça-feira, 9, o repasse de mais de R$ 1,4 milhão destinados ao incremento do Piso da Atenção Primária (PAP), recurso que garante mais estrutura e qualidade no atendimento à população.
Foram contemplados Campos Lindos (R$ 200 mil), Itacajá (R$ 200 mil), Pequizeiro (R$ 300 mil), Ponte Alta (R$ 500 mil) e Oliveira de Fátima (R$ 200 mil). O dinheiro já está disponível nas contas das prefeituras e deve ser aplicado diretamente em melhorias no sistema de saúde.
O senador Eduardo Gomes afirmou que os investimentos representam mais um passo no compromisso com o municipalismo e com o fortalecimento da saúde em todas as regiões do Estado, ampliando serviços, reforçando o atendimento médico e oferecendo um sistema mais eficiente. “Estamos honrando cada cidade tocantinense com recursos que fazem a diferença no dia a dia da população. Saúde é prioridade, e esse incremento vai permitir mais estrutura, melhores condições de atendimento e mais cuidado com quem mais precisa”, destacou.
Da Assessoria
O PSDB repudia a iniciativa da Federação PT-PCdoB-PV, apoiada por partidos aliados, que chegou a apresentar, na última semana, destaque para manter a possibilidade de descontos de mensalidades associativas diretamente nos benefícios do INSS, no âmbito da tramitação do Projeto de Lei nº 1.546/2024, relatado pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE).
Esse projeto estabelece a proibição desses descontos, medida necessária diante das inúmeras fraudes já identificadas contra aposentados e pensionistas. Trata-se de uma proteção essencial a quem depende integralmente de sua renda mensal.
Ao apresentar destaque para tentar restabelecer essa prática, o PT e seus parceiros se colocaram contra o interesse dos beneficiários da Previdência e em favor de um sistema que historicamente abriu espaço para abusos.
O PSDB reafirma sua posição firme na defesa dos aposentados e pensionistas, na transparência e na responsabilidade com os recursos públicos.
Presidente Nacional do PSDB, Marconi Perillo
Presidente do Instituto Teotônio Vilela, deputado federal Aécio Neves
Líder do PSDB na Câmara, deputado federal Adolfo Viana
Por Edson Rodrigues
O Tocantins atravessa um momento de tensão política. O afastamento do governador Wanderlei Barbosa, após decisão do STJ, que vinha conduzindo uma gestão considerada eficiente, acarretou na ascensão de Laurez Moreira, político experiente, que agora tem a oportunidade de mostrar a que veio. O Observatório Político de O Paralelo 13 não poderia se furtar a analisar esse novo cenário, que envolve também o papel decisivo do Poder Legislativo.
O desafio de Laurez Moreira
O governador interino Laurez Moreira precisa de tempo para empossar seus auxiliares, manter alguns nomes e convocar técnicos, gestores e companheiros para cargos estratégicos. Não é tarefa que se faça em um estalar de dedos. Cada novo auxiliar precisará montar equipe, se familiarizar com a máquina pública e reorganizar secretarias e empresas públicas, muitas delas sem orçamento disponível.
Será necessário um planejamento emergencial com prioridades já definidas, sempre condicionado à aprovação do Legislativo tocantinense. Nestes próximos praticamente 100 dias, as ações de Laurez terão caráter de pronto-socorro administrativo.
Canteiro de obras do Hospital Geral de Araguaína, com 70% das obras concluídas
O novo orçamento de 2026, ano eleitoral, virá com restrições que exigirão sincronia entre empenho e responsabilidade fiscal. Laurez terá de agir rápido: o Estado possui empréstimos em tramitação no BNDES e no BIRD, além de contratos com o Banco do Brasil, essenciais para a continuidade das obras dos hospitais regionais de Araguaína e Gurupi.
Ao longo dos 180 dias de mandato interino, Laurez terá a chance de afirmar seu estilo de gestão. Político tarimbado, foi prefeito de Gurupi, deputado federal e conhece os caminhos da Assembleia Legislativa. Seu futuro político dependerá, em grande parte, do desempenho nesse período. Agora, é ele, para ele e para os tocantinenses.
O papel do Legislativo tocantinense
Não podemos macular o Poder Legislativo, a Casa de Leis. Hoje presidida pelo deputado estadual Amélio Cayres, a Assembleia precisa se afastar das sombras que pairaram sobre gestões passadas, marcadas por suspeitas de irregularidades envolvendo emendas impositivas.
É verdade que investigações da Polícia Federal, autorizadas pelo ministro Mário Campel, resultaram em operações que atingiram gabinetes de parlamentares e culminaram no afastamento do governador Wanderlei Barbosa. Mas é preciso deixar claro: nem os deputados investigados nem o governador afastado são réus ou condenados. Eles estão na condição de investigados, com seus direitos políticos e civis preservados.
PGR Paulo Gustavo Gonet
Apesar disso, o Ministério Público Federal defendeu a manutenção do governador Wanderlei Barbosa no cargo, alegando falta de provas para justificar seu afastamento na Operação Fames-19. A Procuradoria também rejeitou suspender deputados e empresas citadas, sustentando que não há risco às investigações. Porém, apesar da posição do Ministério Público, cabe agora à Polícia Federal comprovar o que não foi apontado pela Procuradoria, apresentando elementos de provas consistentes.
Diante desse quadro, cabe a Amélio Cayres a oportunidade de “fazer do azedo do limão uma limonada”. A atual Mesa Diretora pode assumir uma gestão transparente e participativa, com consultas públicas, prestação trimestral de contas, encontros com universidades, estudantes, servidores e sociedade civil organizada. A abertura de debates e projetos compartilhados pode resgatar a credibilidade e o papel democrático da Assembleia Legislativa.
A gestão Wanderlei Barbosa
É inegável que o governador afastado Wanderlei Barbosa deixou marcas positivas em sua administração. Atuou na valorização do funcionalismo público, construiu um bom relacionamento com os demais poderes, investiu fortemente na saúde e garantiu recursos assegurados por empréstimos junto ao Banco do Brasil para a finalização dos hospitais regionais de Araguaína e Gurupi. Além disso, conseguiu equilibrar o atendimento no HRP, recuperou a malha viária e promoveu avanços na segurança pública.
No entanto, pecou. Wanderlei não pode culpar o vice-governador pela denúncia que levou ao seu afastamento. Os possíveis crimes estão nos autos, e cabe a ele provar que não tem responsabilidade nem ligação com os fatos. É importante ressaltar que, até aqui, o governador afastado não é réu nem condenado: ele é investigado, e como tal, mantém íntegros seus direitos políticos e civis.
Caso decida disputar um mandato de senador ou deputado federal, não há impedimento legal. O momento exige que faça sua defesa judicial, mas, ao mesmo tempo, percorra o Tocantins e converse com a população. Mais do que isso: deve deixar Laurez mostrar sua força administrativa no comando do Estado.
O Observatório Político de O Paralelo 13 faz questão de registrar e lembrar que encontram-se em tramitação no STJ, em segredo de justiça, mais dois processos de acusação de irregularidades contra a gestão do governador Wanderlei Barbosa. Sua concentração neste momento deve estar em contar com bons advogados para se defender e até que se prove o contrário, há uma presunção de inocência, onde o governador afastado não é réu nem condenado.
Desviar recursos de compra de cesta básica em plena pandemia é crime. O Observatório Político de O Paralelo 13 deseja que caso o fato seja verídico, que a Polícia Federal e os demais órgãos competentes tragam elementos de provas incontestáveis caso tenha havido desvio de recursos de emendas impositivas destinados à compra de cestas básicas que deveriam atender famílias em vulnerabilidade. Se comprovados, que os responsáveis sejam levados à barra da Justiça, condenados à prisão, tenham seus direitos políticos suspensos e sofram o confisco de bens para reparar os danos ao erário. Tudo isso, evidentemente, com o direito de defesa garantido a todos os acusados.
O Tocantins precisa de paz e de volta à normalidade, sem tensão política. O Observatório Político de O Paralelo 13, nestes 39 anos de jornalismo e garimpagem de fatos, deseja trazer boas novas da gestão interina de Laurez Moreira.
Que Deus nos abençoe.
Integrantes do centrão afirmam que as buscas feitas nesta terça-feira (3) no apartamento funcional do deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO) vão reavivar a movimentação para aprovação no Congresso Nacional da chamada PEC da Blindagem
Por Ranier Bragon
O texto pretende retomar a previsão constitucional anterior a 2001, que dava ao Congresso o poder de barrar qualquer investigação e processo contra parlamentares.
O plenário da Câmara havia tentado votar o texto num processo a jato na noite do último dia 27, mas a falta de acordo entre os partidos e a repercussão contrária levou a proposta a sair da pauta. No dia seguinte, o PL, que encampava a proposta, disse que havia desistido da medida.
A imagem mostra o plenário da Câmara dos Deputados do Brasil, com várias pessoas em pé e sentadas, algumas conversando. Ao fundo, há uma mesa com deputados e bandeiras do Brasil nas laterais. O ambiente é bem iluminado e possui um design moderno.
A busca desta terça foi autorizada pelo ministro Mauro Campbell, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). As suspeitas contra o parlamentar são do período em que ele era deputado estadual. Ayres é próximo ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tendo sido escolhido por esse para relatar a CPMI do INSS (o nome acabou sendo derrotado após uma articulação da oposição).
Campbell atendeu pedido da Polícia Federal, que investiga desvio de emendas parlamentares durante a pandemia de Covid-19. O magistrado negou, porém, o pedido de afastamento cautelar do mandato dos deputados estaduais.
A operação é a mesma que resultou no afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). Segundo a PF, houve fraudes no fornecimento de cestas básicas e frango congelados, em um prejuízo estimado em R$ 73 milhões. O dinheiro teria sido usado para a aquisição de imóveis de luxo, compra de gado e despesas pessoais.
O nome de Ayres, além de outros deputados estaduais, foi encontrado em registros de empresa apontada como uma das que participaram da suposta fraude. Ele teria destinado emendas para a contratação dessa empresa.
Procurado, o deputado afirmou, em nota, que não tem "qualquer relação com os atos apurados" e que a menção ao seu nome "decorre apenas da condição de parlamentar naquele período".
A PEC da Blindagem impede investigações criminais contra deputados federais e senadores sem aval do Congresso e impõe regras para a prisão de parlamentares. Na opinião de apoiadores, a PEC fortaleceria o Legislativo perante o STF (Supremo Tribunal Federal).
A necessidade de aval do Congresso foi pensada nos anos 1980 devido ao então recém-encerrado período ditatorial, como forma de preservar parlamentares de perseguição e punição por posicionamentos políticos.
A vigência da regra, porém, acabou resultando em amplo histórico de impunidade em casos de corrupção, o que levou à sua derrubada em 2001.
Encampada pelo centrão e pela oposição bolsonarista, a tentativa de votação na semana passada enfrentou oposição dos partidos de esquerda e também de alguns partidos de centro-direita.
A bancada do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo julgamento teve início nesta semana, sugeriu que até inquéritos em andamento no STF pudessem ser suspensos, ponto que teve resistência dos demais.
Para ser aprovada, a PEC necessita do apoio de ao menos 60% dos deputados federais e dos senadores, em votações em dois turnos nas duas casas. Caso isso ocorra, a medida é promulgada e entra em vigor, sem possibilidade de veto ou sanção presidencial.