Candidatura de Laurez Moreira tem prazo de validade

Posted On Segunda, 04 Agosto 2025 08:16
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O Observatório Político de O Paralelo 13 acompanha de perto os bastidores do Palácio Araguaia e testemunha, sem filtros, a trajetória do vice-governador Laurez Moreira. Sua vida pública é reconhecida como limpa, sem máculas ou pendências em órgãos de fiscalização federal, estadual ou municipal, um exemplo raro de conduta irrepreensível

 

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Mas política não se faz apenas de reputação. E, neste momento, o que se percebe é o estremecimento da convivência política entre o governador Wanderlei Barbosa e seu vice. Não se trata de inimizade, mas de afastamento. No jogo político, enquanto a ponte do diálogo não é incendiada, tudo pode acontecer.

 

Os próximos nove meses, que antecedem o prazo de desincompatibilização para as eleições de 2026, serão decisivos. É o tempo que Laurez tem para definir seu futuro político: permanecer aliado do governo ou assumir uma postura de independência. Até lá, cada um segue seu caminho, e tudo dependerá da vontade e da necessidade de ambos.

 

Senadora Dorinha Seabra e o deputado Amélio Cayres

 

Esse cenário também vale para a senadora Professora Dorinha Seabra, pré-candidata ao governo, que mantém articulações próprias e observa atentamente os movimentos do Palácio Araguaia. Há, porém, um diferencial importante, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres.

 

Leal ao governador Wanderlei Barbosa e pré-candidato à sucessão estadual, Amélio tem atuado com perfil agregador e discreto. Costuma repetir: “Não serei obstáculo para nenhum entendimento do governador com qualquer pré-candidato ao governo. Sou um soldado obediente, sigo meu líder.” Na prática, isso significa que ele pode ser peça-chave em futuras composições.

 

Pré-candidatura com prazo de validade

 

Laurez Moreira reúne experiência e popularidade. Foram dois mandatos como prefeito de Gurupi, com contas aprovadas e legado em infraestrutura, saúde e educação; além de passagens pela Assembleia Legislativa, Câmara Federal e, agora, a vice-governadoria. Carismático, tem trânsito fácil e baixa rejeição.

 

Mesmo assim, sua pré-candidatura ao governo parece ter prazo de validade: 4 de abril de 2026. Somente uma eventual renúncia de Wanderlei Barbosa, que abriria o caminho para Laurez assumir o governo e controlar a máquina pública, poderia dar musculatura ao seu projeto.

 

Porém, o desafio é gigante. Seu partido é pequeno, sem representatividade na Câmara dos Deputados, com fundo eleitoral limitado e carência de nomes competitivos. Hoje, Laurez não lidera pesquisas, não articula blocos partidários consistentes e, isoladamente, não demonstra fôlego para chegar ao segundo turno.

 

Chapas proporcionais

 

A formação das chapas proporcionais para deputado estadual e federal será o divisor de águas. Em eleições majoritárias, não existe sobrevivência sem um grupo forte e articulado. Enquanto isso, os demais pré-candidatos ao governo e ao Senado avançam nas alianças, construindo palanques completos e chapas robustas.

 

Laurez precisa escolher seu lado: governo ou oposição. Permanecer em cima do muro significa receber pedradas dos dois lados. Sem grupo definido e sem posicionamento firme, corre o risco de ser lembrado apenas como o “candidato simpático” que percorreu o estado, foi bem recebido, mas terminou como coadjuvante.

 

O desafio da viabilidade

 

 

Para ser competitivo, Laurez precisará assumir poder real, caso Wanderlei renuncie e ele assuma o governo; Formar um bloco partidário sólido, com chapas proporcionais completas e candidatos fortes ao Senado e principalmente definir seu lado político, abandonando o meio-termo.

 

Deputado Carlos Gaguim, senadora Dorinha, deputado Amelio Cayres, governador Wanderlei Barbosa , senador Eduardo Gomes e o prefeito de Formoso do Araguaia Israel 

 

Sem isso, sua candidatura corre sério risco de se tornar apenas decorativa em 2026 animando o jogo eleitoral, mas sem chances reais de vitória. Como dizem os caciques regionais, política majoritária sem grupo, dinheiro, articulação e tempo de televisão é “caixão e vela preta”.

 

Laurez tem capital humano e popularidade. Falta transformar simpatia em poder. Se não avançar agora, pode virar o bobo da corte de 2026.

 

Em outras palavras, o que se percebe no Tocantins é que pode ser moldado um, dois, três, quatro tabuleiros na sucessão estadual. Ou talvez apenas dois, um governista e outro oposicionista. O Observatório Político de O Paralelo 13 estará de olho, acompanhando os movimentos da política sucessória.

 

Até breve…

 

 

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