Seguindo o tom de embate, Geraldo Alckmin foi diversas vezes questionado sobre corrupção; aliança com “centrão” também foi tema

Por iG São Paulo

 

Terceiro candidato à presidência da República nas eleições de 2018 a ser entrevistado pelos apresentadores do Jornal Nacional , o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin teve de responder, nesta quarta-feira (29) a perguntas capciosas de William Bonner e Renata Vasconcellos.

 

Já na primeira questão, logo após o tradicional “boa noite” de Bonner, Vasconcellos levantou o tema das alianças de Geraldo Alckmin com o “centrão” – bloco de partidos conservadores que conta com a impressionante marca de 41 deputados investigados pela operação Lava Jato. Como o candidato explica essa aliança ao eleitor?

O tucano argumentou, em resposta, que “todos os partidos tem bons quadros” – pretendendo exemplificar o que disse, Alckmin citou a senadora Ana Amélia (PP), que é vice em sua chapa presidencial. Ainda, pontuou, cabe ao presidente o dever de forma maiorias para conseguir aprovar leis no Congresso, e a aliança com o ‘centrão’ teria também essa função. Quanto aos investigados, disse, a Justiça dirá se são culpados ou não.

 

A resposta, no entanto, não satisfez Vasconcellos. Em uma longa intervenção, ela leu o histórico de um dos candidatos apoiados localmente pelo PSDB, o ex-presidente Fernando Collor (PTC). A jornalista resgatou, ainda, uma frase do próprio Alckmin, que em 2006 citou em entrevista a famosa passagem bíblica: “diga-me com quem andas que te direi quem és”. E então, candidato?

 

Frente a questionamento tão contundente, o tucano negou que seja apoiado por Collor, e reafirmou: “A sociedade quer que haja investigação, com punição para quem precisa ser punido e absolvição para quem deve ser absolvido. Eu apoio a Lava Jato”. Sobre a relação com Collor, ele afirmou que o PSDB de Alagoas o apoia, não o PSDB nacional. A sopa de siglas partidárias no país, diz o ex-governador, gera situações como essa, daí a necessidade de uma reforma política, defendeu.

 

O assunto é a relação de Geraldo Alckmin e Aécio Neves
Um assunto incômodo aos tucanos veio à tona na entrevista do presidenciável ao JN: Aécio Neves . Com “eloquentes e explícitos” áudios, nas palavras de Bonner, que comprovariam o envolvimento de Aécio com corrupção, porque o PSDB não se move para o expulsar do partido?

 

O ex-governador paulista insiste, então, que o tucano mineiro não foi condenado pela Justiça. E acrescentou que, se for considerado culpado, deverá pagar pelos crimes cometidos. “Não transformamos réu em vítima. O Aécio foi afastado da presidência do partido. Só fui eleito presidente do partido porque ele foi afastado”.

 

Vasconcellos, então, levanta outro assunto incômodo: os delatores de empreiteiras que apontam que remeteram largas somas de dinheiro para campanhas de Alckmin – seguindo a tortuosa lógica do “caixa 2”. Se o PSDB dá tanto crédito aos delatores de Lula, porque diminuem o crédito dos delatores quando os delatados são tucanos?

 

“Isso que foi dito na delação é mentira. As minhas campanhas sempre foram feitas de maneiras simples e dentro da lei. Da minha família ninguém participa de governo. É importante separar o joio do trigo”, disse, no que foi lembrado por Bonner que não apenas um, mas três delatores contam a mesma história referente às doações ilegais para sua campanha ao governo de São Paulo.

 

Ainda em terreno espinhoso, Bonner pede que Alckmin explique as supostas fraudes que teriam norteado a licitação do Rodoanel em São Paulo. O ex-governador afirma acreditar na inocência de Laurence Lourenço, um dos responsáveis pelas obras e que se encontra preso acusado de corrupção.

 

“Houve questionamentos técnicos ao longo da obra e Laurence corretamente pediu que os envolvidos se manifestassem. Técnicos apontaram a dificuldade imposta pelo volume de rochas – o Banco Interamericano do Desenvolvimento, que participou das obras, concordou. Acho que o Laurence está sendo injustiçado. Espero que quando ele for absolvido tenhamos o mesmo espaço na imprensa para falar da absolvição”, disse o tucano.

 

Em seguida, a bancada do JN inquiriu o ex-governador paulista sobre a ascensão do PCC, maior facção criminosa do país que, desde presídios em São Paulo, comandaria o crime e diversos estados brasileiros. A política tucana para a segurança pública falhou nesse ponto?

 

“A nossa política de segurança é um exemplo”, defendeu-se. “Temos a melhor polícia, a melhor tecnologia do Brasil. Reduzimos drasticamente o número assassinatos no estado”. Questionado se a queda das mortes não seria decorrente de um acerto com o PCC, rebateu: “É inacreditável alguém dizer que 10 mil pessoas deixam de ser mortas por anos por uma proposta do crime, e não por ação governamental”.

 

O tucano negou, por fim, que o PCC controle o crime de dentro das prisões. “Nego isso. São coisas que são repetidas até tornarem-se realidade. Temos penitenciárias de segurança máxima antes de o governo federal instituir a medida”.

 

Acabado o assunto, os entrevistadores passaram a tratar da mobilidade urbana. Segundo Bonner, obras no metrô, programadas para serem entregues em 2014, estão ainda paradas. Nesse quesito São Paulo será um exemplo para o Brasil?

 

“O Rodoanel foi quase todo entregue. Ano que vem terminaremos os 180 km de anel metropolitano. Em oito anos, em plena crise, sozinho, sem aportes federais, entregamos quase 50% do metrô e do trem”, enumerou o tucano.

 

Mas, disse Bonner, e quanto ao déficit de moradias, que extrapola um milhão de casas e que agravou durante o mandato de Alckmin?

 

“São Paulo é o único estado do Brasil que investe 1% do ICMS só em moradia. Fizemos a primeira parceria público-privada de habitação, para revitalizar o centro de São Paulo. Complementamos recursos do Minha Casa Minha Vida. O déficit não aumentou só em São Paul, mas no país todo, em razão da crise econômica dos últimos anos”, disse o candidato.

 

Terminou, assim, o escrutínio do tucano no Jornal Nacional . Geraldo Alckmin arrematou, então, com suas considerações finais: “O Brasil que eu quero é um país de oportunidades para todos. Temos pressa e precisamos mudar, precisamos de reformas. Vamos fazer rápido as reformas que o pais precisa”, concluiu.

 

Posted On Quinta, 30 Agosto 2018 06:32 Escrito por

A parlamentar acompanhou o Governador Carlesse em rodada de conversas promovida pela ACIG e CDL

 

Com Assessoria

 

A deputada federal e candidata à reeleição Josi Nunes (PROS) juntamente com os candidatos ao Senado, Eduardo Gomes (SD) e César Halum(PRB) acompanharam o Governador Mauro Carlesse (PHS) durante a rodada de conversas realizadas com os candidatos ao Governo. O evento promovido pela Associação Comercial e Industrial de Gurupi (ACIG) e Câmara de Dirigentes Lojistas de Gurupi (CDL) aconteceu na noite desta segunda, 27, em Gurupi.

 

De acordo com a deputada, na ocasião, o Governador teve a oportunidade de apresentar suas propostas para o desenvolvimento econômico do Tocantins e também, de ouvir os empresários. “ Ao final da rodada de conversa, as entidades entregaram uma carta ao Governador com várias reivindicações, entre elas , a duplicação da BR 153 que foi uma das bandeiras que levantei neste mandato de federal e que vou continuar lutando no âmbito federal”, destacou Josi.

 

Ainda segundo a parlamentar, uma das questões reforçada durante o evento foi a estabilidade. “Conforme muito bem colocado pelo Presidente da ACIG, Adailton Fonseca, o Estado do Tocantins precisa de estabilidade política, jurídica e institucional. O cidadão sonha com muito pouco, ele quer receber do Estado o mínimo possível, ter uma carga tributária condizente e uma situação política segura para que possam trabalhar”, completou a candidata.

Posted On Quarta, 29 Agosto 2018 09:59 Escrito por

Questionado se cabe ao presidente dar solução para o problema da desigualdade salarial entre homens e mulheres, disse que isso compete à Justiça e ao Ministério Público do Trabalho. Ele também pediu desculpas aos homossexuais por frase dita em 'um momento de temperatura alta'

 

Com Yahoo Notícias

 

O clima ficou tenso na entrevista do candidato do PSL à presidência no Jornal Nacional da Rede Globo, na noite desta terça-feira (28). Assim que chegou ao estúdio, o candidato liberal brincou dizendo que o local estava “parecendo uma plataforma de tiro”. Ainda nos minutos iniciais, ele bateu continência para os dois apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos.

 

Os primeiros questionamentos da dupla global foram sobre o fato de Bolsonaro estar há 30 anos na vida pública tendo uma atuação apagada no Congresso Nacional e de ter feito da política uma carreira para si e sua família. “Minha família é limpa. Sempre integrei o baixo clero da Câmara. Mantive minha linha (…) Elegi meus filhos. Ninguém é obrigado a votar nos meus filhos”, rebateu Bolsonaro.

 

O candidato do PSL também foi questionado sobre o fato de aceitar durante anos auxílio moradia mesmo tendo apartamento em Brasília. “Eu fui para um apartamento novo agora porque precisava. Tinha 70 metros quadrados, tinha despesas também”, argumentou. Ele também lembrou que o auxílio moradia não é ilegal e aproveitou para dizer que o seu apartamento na capital federal está à venda.

 

Ao ser lembrado sobre a sua incapacidade reconhecida de tratar de temas econômicos, Bolsonaro voltou a a louvar o seu guru, Paulo Guedes. A defesa de Guedes levou Bonner a perguntar se seria justo o eleitor votar em um candidato que poderia ficar refém de um subordinado. O capitão reformado então comparou a sua relação com o economista a um casamento. “É quase como um casamento. Estou namorando o Paulo Guedes há algum tempo e ele a mim também. Somos separados. Até o momento da separação não pensamos numa mulher reserva para isso. Se isso vier acontecer – por vontade dele ou minha – paciência. O que eu tenho de Paulo Guedes até o momento é fidelidade e compromisso enormes para com o futuro do Brasil. Acredito nas propostas que ele vai implementar. Se não implementar todas é porque temos um filtro chamado Câmara e Senado”, declarou.

 

Paridade de salários entre homens e mulheres gerou tensão

Bonner questionou Bolsonaro sobre sua fala de que os trabalhadores deveriam escolher entre ter mais empregos e menos direitos ou não ter emprego. O apresentador do JN pediu que o candidato especificasse quais direitos ele defendia que o trabalhador brasileiro abrisse mão. Bolsonaro deu respostas vagas e se limitou a dizer que a folha de pagamento teria que ser desonerada.

 

A jornalista Renata Vasconcellos lembrou de uma declaração de Bolsonaro em que ele afirma que mulheres deveriam ganhar menos e questionou o candidato do PSL sobre machismo. Bolsonaro rebateu insinuando que provavelmente ela teria um salário menor do que o seu companheiro de bancada.

 

“Seu salário de deputado, nós pagamos. O meu, na iniciativa privada, não sou obrigada a dizer. Mas o senhor saiba que não aceitaria receber menos que um homem na mesma função que eu”, declarou Renata Vasconcellos cujo nome rapidamente ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.

 

“Policial que matar tem que ganhar medalha”

Outro momento de tensão ocorreu quando William Bonner fez uma pergunta sobre violência. O editor-chefe do Jornal Nacional fez questão de contextualizar que a maioria das pessoas que moram em favelas no Brasil são trabalhadoras e vivem sob o jugo do tráfico antes de questionar o candidato sobre suas propostas para o problema da violência.

 

O candidato liberal voltou a destilar a defender que a solução era armar ainda mais a polícia e providenciar alguma garantia jurídica para os policiais que matarem pessoas em confrontos nas ruas. “Se matar 10, 15 ou 20 ele (o policial) tem que ser condecorado e não processado”, disse o candidato. Bonner rebateu sobre os possíveis efeitos colaterais que essa postura de combate a violência poderia ter. Bolsonaro foi lacônico e afirmou que ou era isso ou então era “melhor não deixar a PM na rua”.

 

Homofobia e Ditadura

Renata Vasconcellos questionou Bolsonaro sobre um rosário e declarações homofóbicas do candidato e, apesar de ser sempre questionado sobre o tema, Bolsonaro deu sinais de irritação. Tentou mostrar uma cartilha que ensinava diversidade sexual para crianças e foi rechaçado por William Bonner por não respeitar as regras pré-estabelecidas antes da entrevista. Por fim, se limitou a dizer que suas declarações haviam sido dadas no ‘calor do momento’ e pediu desculpas aos ofendidos.

 

Já no fim da entrevista, Bolsonaro foi questionado por uma declaração de seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão de que os militares poderiam “impor” uma solução para entraves políticos. Bolsonaro contemporizou e lembrou do golpe militar de 1964 —ao qual ele chama de revolução democrática. Ele foi corrigido por William Bonner que lembrou que o que ocorreu foi um golpe de estado. Bolsonaro então disse que preferia ficar com a opinião do fundador das Organizações Globo, Roberto Marinho que declarou apoio a Ditadura em editorial. Posteriormente, o próprio jornal publicou editorial em que afirma que o apoio ao golpe foi um erro e reafirmou compromisso com a democracia. Em seu tempo livre de fala Bolsonaro voltou a afirmar que o Brasil precisa de “um candidato com Deus no coração”.

Posted On Quarta, 29 Agosto 2018 04:50 Escrito por

Candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes foi questionado sobre o apoio a Carlos Lupi, presidente do seu partido acusado de corrupção

 

Com iG São Paulo

Primeiro presidenciável a conceder entrevista ao Jornal Nacional na cobertura das eleições 2018, Ciro Gomes (PDT) respondeu a questões dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos sobre sua relação com Lula e o PT, sua promessa de tirar o nome dos brasileiros inadimplentes do SPC, seu apoio e críticas à operação Lava Jato e, por fim, sobre a escolha de Kátia Abreu (PDT) como vice em sua chapa presidencial.

 

Seguindo o tradicional tom incisivo das entrevistas dos presidenciáveis ao Jornal Nacional, Bonner buscou pressionar Ciro Gomes já de início, questionando-o sobre as críticas que faz ao juiz Sergio Moro, um dos responsáveis pela Lava Jato.

 

Ciro argumentou que, por ter “ficha limpa” e não responder a inquéritos criminais, seus adversários frequentemente o criticam a partir de suas falas polêmicas. Assim, quando disse que “receberia Moro à bala” ou que “colocaria o Ministério Público de volta à sua caixinha”, estaria, na verdade, buscando traduzir em linguagem popular críticas pertinentes à operação.

 

“A operação Lava Jato tem desequilíbrios. Não há, por exemplo, nenhum quadro do PSDB na cadeia, embora abundem provas de corrupção contra os tucanos”, apontou o pedetista.

 

“Há muitos abusos, destruição de reputações, os prefeitos das pequenas cidades tem sofrido com a atuação do Ministério Público. Quando os promotores fogem de suas atribuições, eles perdem a legitimidade. O presidente tem o poder de colocá-los de volta na sua caixinha, isto é, fazê-los cumprir suas determinações”, completou.

 

Bonner, então, insistiu na questão, questionando o candidato se cabe mesmo ao presidente interferir no funcionamento de outros poderes – no caso, o judiciário.

 

“Basicamente, hoje, temos um quarto poder que é o Ministério Público – que não foi eleito pelo povo, bem como os juízes. E eles estão exercendo a política. O que o Brasil precisa é de segurança jurídica e paz”, disse o candidato.

 

Ainda no tema do combate à corrupção, a entrevista contou com um momento inusitado: Bonner questionou Ciro quanto ao presidente do PDT, Carlos Lupi , acusado de corrupção por supostamente haver comprado apoio político para a então presidenta Dilma Rousseff (PT). Ciro, contudo, rebateu Bonner, e afirmou que Lupi não é réu em nenhum processo, ao que Bonner insistiu que sim, ele é réu.

 

Ex-ministro de Dilma, Lupi responde a um inquérito por improbidade administrativa. Ainda assim, Ciro sustentou sua posição, afirmando “confiar cegamente” no pedetista.

 

Perguntado se sua defesa de Lupi não seria contraditória, já que Gomes é um notório crítico de Michel Temer (MDB), o candidato novamente discordou dos entrevistadores.

 

“O Temer é uma desgraça para o nosso país, já foi acusado duas vezes formalmente por corrupção, e o Congresso barrou as acusações. Temer tem ao ser redor Eduardo Cunha e Geddel, já presos, e Padilha e Moreira Franco, usufruindo do foro privilegiado, todos notórios corruptos” disparou.

 

Seguindo no tema da corrupção, que foi predominante nos 27 minutos de entrevista, Bonner lembrou da ocasião em que Ciro afirmou que teria avisado Lula sobre possíveis casos de corrupção na Petrobrás, ao que o petista nada fez. Os jornalistas perguntaram a Ciro se não seria o caso de ele apresentar uma denúncia ao Ministério Público.

 

“Vocês imaginam que cabe a um ministro reportar ao seu chefe casos de corrupção ou fazer o papel de denunciador no ministério publico?” questiona Ciro, ao que Bonner e Vasconcellos concordaram que ele havia procedido bem em levar a questão à Lula.

 

Aproveitando a deixa, Renata Vasconcellos quis saber sobre a relação de Ciro com Lula e o PT. O pedetista elogiou o governo do ex-presidente petista e lamentou sua prisão.

 

“O Lula não é um satanás como parte da imprensa pensa, nem um santo como pensa o PT. Ele fez muita coisa boa para muita gente no Brasil. Faço essa menção a ele em respeito ao povo brasileiro. A população mais pobre sentiu na pele as consequências do bom governo dele. Não devemos comemorar o fato de ter o maior líder popular do país preso”, defendeu o candidato.

 

Ciro Gomes e o SPC

Deixando de lado o tema da corrupção, Bonner e Vasconcellos quiseram saber sobre a viabilidade da proposta de Ciro de retirar o nome dos brasileiros inadimplentes do SPC. Para os jornalistas, a formulação da proposta do candidato pode soar simplista e clientelista ao eleitor.

 

O candidato pedetista, então, presenteou os jornalista com um manual detalhando a proposta. “Não tem nenhuma coerência com a minha prática essa ilação de meus adversários. Se você não me levar a mal, trouxe um manual explicando como fazer”, brincou.

 

“Estudei o assunto. A dívida média das pessoas no SPC é de 4 mil, fazendo um refinanciamento, baixando o juros, o banco também ganha dinheiro. Não farei isso porque sou bonzinho, mas por tenho um projeto de desenvolvimento cujo grande motor é o consumo das famílias. Se temos 63 milhões de pessoas humilhadas com o nome no SPC, como girar a economia?”, disse.

 

Quando a conversa chegou à segurança pública, Bonner e Vasconcellos apontaram que o Ceará, governado por Cid Gomes, irmão do candidato, é um dos que ostenta os piores índices de violência no Brasil. Para o pedetista, contudo, a marca deve-se à atuação de facções criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo – cabendo à presidência da República combatê-las, não ao governo do estado, que não teria recursos para tanto.

 

O último tópico da entrevista foram as alianças políticas traçadas por Ciro, que tem como vice Kátia Abreu, tradicionalmente alinhada ao agronegócio e repudiada por grande parte dos eleitores de esquerda. Seria possível, tendo a senadora como vice, unir a centro-esquerda brasileira?

 

“Meu objetivo não é unir a centro-esquerda”, respondeu. “É, sim, implmentar um projeto de desenvolvimento. Unir os interesses de quem produz e quem trabalha, tendo como grande rival a especulação financeira. Restaurar investimentos, descartelizar o sistema financeiro, retomar a industrialização”, disse.

 

“A Kátia Abreu não vem para a chapa por ser igual a mim, mas por ser diferente. Ela conhece a economia rural brasileira, votou contra o golpe do impeachment, contra a reforma trabalhista. Não parece o Lula com o José Alencar?” questionou.

 

Dando fim à entrevista ao Jornal Nacional, Ciro Gomes , para quem “é preciso acabar com a rivalidade entre ‘coxinhas’ e ‘mortadelas’” no país, afirmou que, se eleito, irá propor de saída as principais reformas que planeja para o país. Ele disse, ainda, que plebiscitos e referendos, consultando a população sobre os principais temas, será prática usual em sua possível gestão.

 

Posted On Terça, 28 Agosto 2018 07:31 Escrito por

Candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes foi questionado sobre o apoio a Carlos Lupi, presidente do seu partido acusado de corrupção

 

Com iG São Paulo

Primeiro presidenciável a conceder entrevista ao Jornal Nacional na cobertura das eleições 2018, Ciro Gomes (PDT) respondeu a questões dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos sobre sua relação com Lula e o PT, sua promessa de tirar o nome dos brasileiros inadimplentes do SPC, seu apoio e críticas à operação Lava Jato e, por fim, sobre a escolha de Kátia Abreu (PDT) como vice em sua chapa presidencial.

 

Seguindo o tradicional tom incisivo das entrevistas dos presidenciáveis ao Jornal Nacional, Bonner buscou pressionar Ciro Gomes já de início, questionando-o sobre as críticas que faz ao juiz Sergio Moro, um dos responsáveis pela Lava Jato.

 

Ciro argumentou que, por ter “ficha limpa” e não responder a inquéritos criminais, seus adversários frequentemente o criticam a partir de suas falas polêmicas. Assim, quando disse que “receberia Moro à bala” ou que “colocaria o Ministério Público de volta à sua caixinha”, estaria, na verdade, buscando traduzir em linguagem popular críticas pertinentes à operação.

 

“A operação Lava Jato tem desequilíbrios. Não há, por exemplo, nenhum quadro do PSDB na cadeia, embora abundem provas de corrupção contra os tucanos”, apontou o pedetista.

 

“Há muitos abusos, destruição de reputações, os prefeitos das pequenas cidades tem sofrido com a atuação do Ministério Público. Quando os promotores fogem de suas atribuições, eles perdem a legitimidade. O presidente tem o poder de colocá-los de volta na sua caixinha, isto é, fazê-los cumprir suas determinações”, completou.

 

Bonner, então, insistiu na questão, questionando o candidato se cabe mesmo ao presidente interferir no funcionamento de outros poderes – no caso, o judiciário.

 

“Basicamente, hoje, temos um quarto poder que é o Ministério Público – que não foi eleito pelo povo, bem como os juízes. E eles estão exercendo a política. O que o Brasil precisa é de segurança jurídica e paz”, disse o candidato.

 

Ainda no tema do combate à corrupção, a entrevista contou com um momento inusitado: Bonner questionou Ciro quanto ao presidente do PDT, Carlos Lupi , acusado de corrupção por supostamente haver comprado apoio político para a então presidenta Dilma Rousseff (PT). Ciro, contudo, rebateu Bonner, e afirmou que Lupi não é réu em nenhum processo, ao que Bonner insistiu que sim, ele é réu.

 

Ex-ministro de Dilma, Lupi responde a um inquérito por improbidade administrativa. Ainda assim, Ciro sustentou sua posição, afirmando “confiar cegamente” no pedetista.

 

Perguntado se sua defesa de Lupi não seria contraditória, já que Gomes é um notório crítico de Michel Temer (MDB), o candidato novamente discordou dos entrevistadores.

 

“O Temer é uma desgraça para o nosso país, já foi acusado duas vezes formalmente por corrupção, e o Congresso barrou as acusações. Temer tem ao ser redor Eduardo Cunha e Geddel, já presos, e Padilha e Moreira Franco, usufruindo do foro privilegiado, todos notórios corruptos” disparou.

 

Seguindo no tema da corrupção, que foi predominante nos 27 minutos de entrevista, Bonner lembrou da ocasião em que Ciro afirmou que teria avisado Lula sobre possíveis casos de corrupção na Petrobrás, ao que o petista nada fez. Os jornalistas perguntaram a Ciro se não seria o caso de ele apresentar uma denúncia ao Ministério Público.

 

“Vocês imaginam que cabe a um ministro reportar ao seu chefe casos de corrupção ou fazer o papel de denunciador no ministério publico?” questiona Ciro, ao que Bonner e Vasconcellos concordaram que ele havia procedido bem em levar a questão à Lula.

 

Aproveitando a deixa, Renata Vasconcellos quis saber sobre a relação de Ciro com Lula e o PT. O pedetista elogiou o governo do ex-presidente petista e lamentou sua prisão.

 

“O Lula não é um satanás como parte da imprensa pensa, nem um santo como pensa o PT. Ele fez muita coisa boa para muita gente no Brasil. Faço essa menção a ele em respeito ao povo brasileiro. A população mais pobre sentiu na pele as consequências do bom governo dele. Não devemos comemorar o fato de ter o maior líder popular do país preso”, defendeu o candidato.

 

Ciro Gomes e o SPC

Deixando de lado o tema da corrupção, Bonner e Vasconcellos quiseram saber sobre a viabilidade da proposta de Ciro de retirar o nome dos brasileiros inadimplentes do SPC. Para os jornalistas, a formulação da proposta do candidato pode soar simplista e clientelista ao eleitor.

 

O candidato pedetista, então, presenteou os jornalista com um manual detalhando a proposta. “Não tem nenhuma coerência com a minha prática essa ilação de meus adversários. Se você não me levar a mal, trouxe um manual explicando como fazer”, brincou.

 

“Estudei o assunto. A dívida média das pessoas no SPC é de 4 mil, fazendo um refinanciamento, baixando o juros, o banco também ganha dinheiro. Não farei isso porque sou bonzinho, mas por tenho um projeto de desenvolvimento cujo grande motor é o consumo das famílias. Se temos 63 milhões de pessoas humilhadas com o nome no SPC, como girar a economia?”, disse.

 

Quando a conversa chegou à segurança pública, Bonner e Vasconcellos apontaram que o Ceará, governado por Cid Gomes, irmão do candidato, é um dos que ostenta os piores índices de violência no Brasil. Para o pedetista, contudo, a marca deve-se à atuação de facções criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo – cabendo à presidência da República combatê-las, não ao governo do estado, que não teria recursos para tanto.

 

O último tópico da entrevista foram as alianças políticas traçadas por Ciro, que tem como vice Kátia Abreu, tradicionalmente alinhada ao agronegócio e repudiada por grande parte dos eleitores de esquerda. Seria possível, tendo a senadora como vice, unir a centro-esquerda brasileira?

 

“Meu objetivo não é unir a centro-esquerda”, respondeu. “É, sim, implmentar um projeto de desenvolvimento. Unir os interesses de quem produz e quem trabalha, tendo como grande rival a especulação financeira. Restaurar investimentos, descartelizar o sistema financeiro, retomar a industrialização”, disse.

 

“A Kátia Abreu não vem para a chapa por ser igual a mim, mas por ser diferente. Ela conhece a economia rural brasileira, votou contra o golpe do impeachment, contra a reforma trabalhista. Não parece o Lula com o José Alencar?” questionou.

 

Dando fim à entrevista ao Jornal Nacional, Ciro Gomes , para quem “é preciso acabar com a rivalidade entre ‘coxinhas’ e ‘mortadelas’” no país, afirmou que, se eleito, irá propor de saída as principais reformas que planeja para o país. Ele disse, ainda, que plebiscitos e referendos, consultando a população sobre os principais temas, será prática usual em sua possível gestão.

 

Posted On Terça, 28 Agosto 2018 07:31 Escrito por
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