“Tudo o que realmente importa é se as pessoas que você ama estão felizes e saudáveis” 

PAUL WILLIAM WALKER IV

 

 

Por Edson Rodrigues

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (15) que a saída do Brasil do avião da companhia aérea Azul destacado para buscar na Índia 2 milhões de doses adquiridas do laboratório indiano Serum vai atrasar até três dias.

 

A partida do avião que iria buscar ois milhões de doses compradas ao governo indiano estava programada para as 23h desta sexta-feira (15), de Recife. A aeronave deixou o aeroporto de Viracopos, em Campinas no final tarde desta quinta e chegou à noite à capital pernambucana, de onde deve rumar para Mumbai, na Índia.

Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro falou em "pressões políticas" na Índia que, segundo ele, retardaram a partida do avião brasileiro.

 

"Foi tudo acertado para disponibilizar 2 milhões de doses. Só que hoje, neste exato momento, está começando a vacinação na Índia. É um país com 1,3 bilhão de habitantes. Então, resolveu-se — aí não foi decisão nossa — atrasar um ou dois dias, até que o povo comece a ser vacinado lá", declarou Bolsonaro.

 

"Que fique claro, somos 210 milhões de habitantes, e 2 milhões de doses equivalem a 1%. É muito pouco e não tem disponibilizado no mercado. Vamos procurar fazer, como está sendo muito bem tratado pelo Pazuello (Eduardo Pazuello, ministro da Saúde) junto ao Butantan, nós fazermos nossa vacina aqui", disse Bolsonaro.

 

“GENOCÍDIO”

A palavra ”genocídio” é muito forte, mas já começa a ser associada ao descaso e à falta de atitude das autoridades de Saúde desde o começo da pandemia, que, inclusive, chamou de gripezinha, mas a falência do sistema de saúde pública do Amazonas com a segunda onda da pandemia é o exemplo mais claro de que as ações precisam ser tomadas de imediato e a Covid-19 ser levada a sério pelo governo brasileiro, sob o risco de ser criado um “efeito cascata” e o caos se espalhar para os demais estados da federação e acabe manchando ainda mais a imagem do Brasil no cenário mundial.

 

CORRUPÇÃO

Vale ressaltar que no Amazonas, soma-se a inépcia das autoridades federais à corrupção dos gestores do estado e dos municípios, que já resultaram em dezenas de operações de busca e apreensão, e em bloqueio de bens, além das prisões da secretária estadual da Saúde, do vice-governador e investigações que já chegaram ao espantoso valor de 100 milhões de reais só em recursos destinados ao combate à pandemia.

 

DISPUTA COM DÓRIA

Mais de 152 países já iniciaram suas campanhas de vacinação contra a Covid-19.  Enquanto isso, aqui no Brasil, a vacinação virou politicagem, em que Jair Bolsonaro só age para tentar ofuscar o governador de São Paulo, João Dória que, trabalhando com seriedade, fomentou as pesquisas do Instituto Butantan, sediado em São Paulo, que já desenvolveu e testou sua vacina e já está fabricando doses suficientes para iniciar uma vacinação em massa.

 

Pois essa mesma vacina do Butantan, que foi ironizada por Bolsonaro por apresentar 50,38% de eficácia, está acima da média de eficácia exigida pela OMS – Organização Mundial da Saúde – e será comprada, também pelo governo brasileiro.

 

A questão é que Dória é o principal adversário de Bolsonaro naS eleições presidenciais de 2022 e |Bolsonaro está fazendo de tudo para evitar que Dória fique com os créditos de iniciar uma vacinação em São Paulo antes que ele o faça no Brasil.

 

A FOTO DA VACINAÇÃO

A disputa entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente Jair Bolsonaro em torno da foto da vacinação contra a Covid-19 só ganhou corpo agora, quando o governo federal percebeu o tamanho do estrago que a inércia fez em sua imagem.

 

O problema para o governo federal é que o estrago já está feito. Bolsonaro passou a pandemia (que ainda não acabou, diga-se de passagem) minimizando os efeitos do vírus nos brasileiros enquanto os corpos se empilhavam.

 

Agora, aos 45 do segundo tempo, o governo federal quer disputar com o governo de São Paulo quem dará a primeira vacina. O Palácio do Planalto pensa em fazer a cerimônia da vacinação no dia 19, e Doria busca adiantar para o dia 17, assim que a Anvisa liberar a Coronavac.

 

Nada disso é por acaso. A imagem do início da vacinação será um espólio importante para 2022, quando os efeitos da pandemia ainda serão levados à urna eletrônica, para desespero do governo Bolsonaro e de seus satélites. Uma das mais importantes perguntas do eleitor em 2022, ou a mais fundamental delas, será: o que você fez por mim durante a epidemia? Bolsonaro desdenhou, Doria tratou com seriedade. E isso poderá ser, sim, um fator determinante na hora do voto.

 

A foto da vacina será essencial.

 

Parece que, desta vez, Bolsonaro não terá a menor chance de sair bem na foto.

 

TOCANTINS

O governo do Tocantins e os prefeitos municipais precisam desencadear, de forma conjunta, uma força tarefa nos principais municípios e nos pontos turísticos do Estado, para evitar aglomerações.  Mesmo com os prefeitos de Palmas, Araguaína, porto Nacional, Gurupi e Miracema já terem baixado decretos nesse sentido, os resultados práticos são quase inócuos, pois a população não respeita se não houver a presença da polícia.

 

Outra força tarefa precisa ser montada e planejada para quando chegarem as vacinas, venham de onde vierem, pois, no início, não haverá vacina para todos.  O primeiro lote da vacina indiana que chegará ao Brasil corresponde a apenas 1% da população do país e, em caso de uma segunda onda tão severa quanto a que atingiu o Amazonas, os municípios tocantinenses não dispõem de estrutura hospitalar suficiente, muito menos leitos de UTI. 

 

Como diz uma máxima da medicina, é muito mais barato prevenir que remediar e, nesse caso, estar preparado significa muito mais vidas salvas e muito mais credibilidade.

 

Posted On Sábado, 16 Janeiro 2021 06:54 Escrito por

Governador criticou presidente no combate à covid-19 no AM

 

Por Vinícius Valfré

O presidente Jair Bolsonaro reagiu nesta nesta sexta-feira, 15, a declarações de autoridades que o responsabilizam pela crise causada pela pandemia de covid-19 no País. Em entrevista ao apresentador José Luis Datena, da TV Band, o presidente atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a quem chamou de "moleque", e disse que ele se aliou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o tirar do cargo.

 

"Eles querem essa cadeira (de presidente) para roubar, para fazer o que sempre fizeram. Estamos dois anos sem corrupção, isso incomoda Maia e Doria", afirmou Bolsonaro. "Esse inferno que querem impor na minha vida não vai colar. E eu vou continuar fazendo meu trabalho. Não tem do que me acusar. Tem 40 a 50 processos de impeachment, não valem nada."

 

Mais cedo, em entrevista após almoço com Maia em São Paulo, Doria responsabilizou o governo federal pelo cenário de falta de tubo de oxigênio em Manaus, em que pacientes estão morrendo por asfixia. Segundo o governador de São Paulo, a postura do presidente é de "genocida". Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem minimizado a doença, adotado posições contrárias a recomendações de autoridades sanitárias e já disse que não irá se vacinar.

 

Ao rebater a declaração de Doria, Bolsonaro voltou a distorcer uma decisão do Supremo que reconheceu a autonomia de Estados e municípios para adotar medidas de enfrentamento contra a doença, em parceria com o governo federal. Na versão do presidente, no entanto, a Corte o "proibiu" de fazer qualquer coisa.

 

"O Supremo me tirou esse direito em abril do ano passado. Eu não posso fazer nada no tocante ao combate ao coronavírus, segundo decisão do STF", afirmou Bolsonaro.

 

O presidente voltou a negar atraso da vacinação no País, o que só deve ocorrer a partir do próximo dia 20, enquanto os principais países do mundo já vacinam há semanas.

 

"E se daqui 10 a 15 dias tivermos problemas? Eu vou ser responsabilizado? Temos que ter responsabilidade", disse ele. Após dizer que o governo já fez a sua parte no enfrentamento à crise em Manaus (AM), o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 15, em entrevista ao Brasil Urgente, da Band, que as ações não estão restritas a discurso.

 

"Mais do que discurso, o nosso governo está em Manaus, está no Amazonas para ajudar o povo. Mesmo proibidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) temos levado alento", disse.

 

Na manhã desta sexta-feira, em conversa com apoiadores, Bolsonaro declarou que "o problema em Manaus é terrível. Fizemos a nossa parte, com recursos e meios".

 

 

Posted On Sábado, 16 Janeiro 2021 05:52 Escrito por

A cúpula do MDB no Senado vê a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) como competitiva e crê que há chances de ela reverter o atual cenário desfavorável

 

Por Lauriberto Pompeu

 

A avaliação é que a campanha ainda está no início, pois Simone lançou a candidatura há três dias, e que até o dia da eleição ela terá tempo para provar que tem desempenho. Os partidos que a apoiam somam 27 senadores, desconsideradas as possíveis dissidências.

 

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apadrinhado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já tem o apoio formal de nove partidos, que representam um bloco de 41 senadores, o suficiente para ser eleito se forem desconsideradas as traições.

 

Na visão de um importante emedebista ouvido pelo Congresso em Foco, a candidatura de Pacheco representa uma ameaça ao MDB e ao critério da proporcionalidade, que diz que a maior bancada deve presidir a Casa. O MDB tem 15 senadores e o DEM de Pacheco tem cinco.

 

"O jogo do outro lado é contra a proporcionalidade, jogo contra o MDB, na prática é contra o MDB, que é o maior partido. Vira um estado de necessidade", disse um senador do MDB sob reserva.

 

Apesar disso, o site apurou que pelo menos um dos emedebistas no Senado apoia Pacheco. O senador Luiz do Carmo (MDB-GO) se comprometeu com o governador Ronaldo Caiado (DEM-MG) a votar no mineiro. Aliados de Davi Alcolumbre creem que entre quatro a seis emedebistas podem trair Simone.

 

MDB pode desembarcar caso não veja chance de vitória

A avaliação dentro do MDB no Senado é que Simone tem hoje o apoio da maior parte da bancada, mas que para segurar a unidade no partido terá de se movimentar nos próximos dias para ter um bom desempenho.

O Congresso em Foco ouviu um senador do MDB, que declarou que a disputa pelo comando da Casa ainda está no início e que falar em desembarque do partido da campanha de Simone é especulação. No entanto, para ele, as dissidências não são descartadas caso seja demonstrado que Simone não consegue fazer frente ao líder do DEM.

 

Isso, de acordo com o senador, valeria para os dois lados, se Simone conseguir ampliar o arco de alianças e demonstrar ser viável, é ela quem pode atrair os congressistas que hoje estão com Pacheco.

 

Outro senador do MDB considera natural que a candidatura de Pacheco, por ter um grande bloco de partidos, tente criar um "fato consumado" de que já ganhou.

 

"O jogo está sendo jogado, mas ela tem muita chance de ganhar, eu acho. Faltam 16 dias longos. Ainda faltam partidos, ainda falta o PSL definir".

 

Em 2019, o MDB rachou na disputa pelo comando do Senado. O partido tenta neste ano desfazer essa imagem e nomes distantes de Simone chancelaram o apoio a ela como Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e os líderes do governo Eduardo Gomes (MDB-TO) e Fernando Bezerra (MDB-PE).

 

Sem contar com as dissidências, o bloco (MDB, Podemos e Cidadania) de Simone tem 27 senadores. Há também três senadores tucanos que a apoiam.

 

O Podemos anunciou que apoia a candidatura de Simone. Apesar disso, dois senadores vão votar em Rodrigo Pacheco. São eles Romário (Podemos-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES).

 

Já o grupo partidário (DEM, PSD, PP, PT, PDT, Pros, Republicanos, PSC e PL) que apoia Pacheco é formado por 41 congressistas, o que em tese já o tornaria eleito, mas pode haver dissidências nos outros partidos. No PSDB, o mineiro tem apoio de mais quatro senadores.

 

Da mesma forma que Simone sofre com as divergências no Podemos, senadores de partidos que estão com o mineiro também podem apoiar Simone. Um caso já confirmado é o do senador Esperidião Amin (PP-SC), que vai votar na emedebista em detrimento da decisão do partido.

 

Considerando as traições esperadas, a emedebista tem hoje o apoio de 28 senadores e o líder do DEM tem o de 46.

Simone Tebet:

MDB - 14 votos

Cidadania - 3 votos

Podemos - 7 votos

PSDB - 3 votos

PP - 1 voto

 

Rodrigo Pacheco:

DEM - 5 votos

PSD - 11 votos

PP - 6 votos

PT- 6 votos

PSDB - 4 votos

PDT - 3 votos

Pros - 3 votos

PL - 3 votos

Republicanos - 2 votos

Podemos - 2 votos

MDB - 1 voto

Posted On Sexta, 15 Janeiro 2021 12:37 Escrito por

O Tesouro Nacional realizou novo leilão de títulos públicos, nesta quinta-feira (14/01), e arrecadou R$ 28,9 bilhões, conforme dados divulgados pelo órgão subordinado ao Ministério da Economia. Esse montante, somado aos R$ 9,9 bilhões contabilizados no leilão do último dia 12, resulta em R$ 38,8 bilhões na segunda semana de emissões do ano.

 

POR ROSANA HESSEL

 

Os lotes de títulos prefixados, conhecidos como LTNs, foram vendidos integralmente, mas os papéis pagaram juros acima das taxas negociadas no leilão anterior para o mesmo vencimento. O Tesouro ofertou 25 milhões de LTNs com três vencimentos: 01/10/2021, 01/01/2023 e 01/07/2024. Todos os lotes foram vendidos integralmente por serem de curto e de médio prazos, arrecadando R$ 23,4 bilhões.

 

O maior volume, de 15 milhões, foi de papéis para outubro deste ano e pagou juros de 2,9% anuais, acima dos 2,8% contratados em 10 de dezembro de 2020. Outros 7 milhões de unidades para 2023 foram negociados com taxas de 5,25%. E, o último lote, de 3 milhões com vencimento em 2024, pagou 6,57%.

 

A oferta de títulos prefixados com juros semestrais, NTN-F, com prazos mais longos, foi bem-sucedida, porque o volume foi bem pequeno. Foram arrecadados R$ 1,1 bilhão com a emissão desses papeis com dois vencimentos pagando juros acima de 7%, ou seja, três vezes e meia acima da Selic, atualmente em 2% ao ano, o menor patamar da história.

 

Foram vendidas 500 mil unidades de NTN-F, com vencimento em 01/01/2027, pagando juros de 7% ao ano. Em 17 dezembro de 2020, o Tesouro vendeu esse mesmo papel com juros anuais de 6,5%, o que reflete bem o aumento da desconfiança do mercado sobre a capacidade do governo conseguir controlar a trajetória de explosão da dívida pública, que está próxima de 100% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar insustentável para países emergentes. Outros 500 mil unidades de NTN-F, com vencimento em 01/01/2029, pagaram juros de 7,39%. Não foi possível comparar o mesmo vencimento na lista dos últimos leilões do órgão.

 

Os lotes de títulos indexados à taxa básica de juros (Selic), as chamadas LFTs, não tiveram a mesma procura dos prefixados. Da oferta de até 500 mil unidades com vencimento em 01/03/2022, o Tesouro vendeu 153,7 mil unidades, ou seja, 30,7%, pagando deságio de 0,11%. Enquanto isso, o lote de LFTs com vencimento em 01/03/2027 tiveram demanda de 51,5%, pagando 0,33% de deságio. As taxas são parecidas com as contratadas nos últimos leilões desse papel. O total arrecadado com esses lotes foi de R$ 4,4 bilhões.

 

A remuneração desses papéis indexados à Selic estão perdendo para a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que encerrou 2020 com alta de 4,52%.

 

No último dia 12, o Tesouro ofertou 2,45 milhões de títulos indexados ao IPCA, as chamadas NTN-Bs, com três vencimentos: 15/08/2024, 15/08/2028 e 15/08/2040. Desse total, o órgão e vendeu 2,41 milhões de unidades, ou seja, 98,4%, em duas rodadas, arrecadando R$ 9,9 bilhões. Os juros negociados variaram de 2,9% a 6,57% ao ano acima do IPCA, dependendo do vencimento.

 

Para conseguir fazer frente ao volume em torno de R$ 1 trilhão de títulos da dívida pública que vence até janeiro de 2022, o Tesouro precisará emitir R$ 130 bilhões por mês para não queimar integralmente o colchão de liquidez, em torno de R$ 800 bilhões, Ou seja, serão necessárias emissões em torno de R$ 32,5 bilhões por semana, pelas estimativas de especialistas do mercado.

 

Posted On Sexta, 15 Janeiro 2021 05:40 Escrito por

Partido anunciou o nome de Van Hattem (RS), que teve 23 votos em 2019. Candidatos da terceira via apostam no corpo a corpo para a campanha e falam em diminuir o poder do presidente da Casa. Frota promete o impeachment de Bolsonaro

 

Por Luiz Calcagno

 

O Partido Novo lançou, na tarde desta quinta-feira (14/1), a candidatura do deputado Marcel Van Hattem (RS) para a presidência da Câmara. Com o liberal, são quatro os parlamentares que se apresentam como terceira via para enfrentar os favoritos, o governista Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, e Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além de Van Hattem, as candidaturas menores contam com a participação dos deputados Fábio Ramalho (MDB-MG), Capitão Augusto (PL-SP), André Janones (Avante-MG) e Alexandre Frota (PSDB-SP). Os dois últimos também lançaram a candidatura nesta quinta.

 

O Novo apostará no corpo a corpo com parlamentares para tentar conquistar os votos. Embora ainda não tenham uma estimativa, eles apresentaram um manifesto que conta com 51 assinaturas. Nele, propõem a reforma do regimento interno, que o partido definiu como moroso e burocrático, uma Câmara mais democrática, pois, segundo os parlamentares da legenda, a concentração de poderes nas mãos do presidente é grande, uma reforma administrativa que barateie a casa aos cofres públicos, e o compromisso com reformas estruturantes e com a independência da Casa.

 

O líder do Novo, Paulo Ganime (RJ) afirmou que a legenda não se identifica com nenhum dos candidatos. A bancada espera que, mesmo que não vença, o manifesto chegue ao novo presidente, e que ele se comprometa com as exigências. O surgimento de mais candidaturas de terceira via poderá dividir votos com Lira e Baleia e empurrar a disputa para o segundo turno.

 

“A primeira medida que fizemos ao decidir pela candidatura foi informar os signatários. Alguns deles já declararam seu apoio, mas dizendo que é melhor manter a discrição do anúncio, e outros falaram abertamente. Independente de quem vença essas eleições, a carta de signatários foi escrita para chegar a todos que se candidataram à presidência”, ressaltou Van Hattem, que se disse otimista e afirmou que não fará uma presidência de “toma-lá-dá-cá”. “Temos dois turnos nessas eleições. E se o Brasil merece mais, não tem porque ter medo, no dia das eleições, de votar para mudar o rumo do país”, completou.

 

Corpo a corpo e composição

Também candidato, o deputado Capitão Augusto (PL-SP) é outro que acredita que a disputa irá para o segundo turno. O parlamentar se apresenta como conservador e aposta em uma campanha para unir a bancada que preside, da segurança pública, e as frentes parlamentares da Bíblia e a da família. “Esses deputados foram eleitos na pauta conservadora. Na hora que eles entrarem na urna, espero que fale mais alto no lado vocacionado deles”, destacou.

 

Capitão Augusto calcula que tenha, até o momento, 70 votos, e vê a possibilidade de fazer uma composição na reta final com o candidato do Novo, para somar forças. “Achei ótimo que ele saia candidato. Tem que vir mais candidatos que ajudem a convencer os parlamentares a não irem na onda partidária, mas no país. Estou à disposição para fazermos uma composição na reta final. Na última semana vemos quem está melhor, e um de nós tenta abrir mão, para uma candidatura única”, supôs.

 

Câmara igualitária

O MDBista Fábio Ramalho (MG), que participou nessa quarta-feira do CB.Poder, fala em uma Câmara igualitária com o fim da separação dos parlamentares entre alto e baixo clero. Ramalho acredita que poderá ter até 180 votos no primeiro turno, e que seria imbatível em caso de segundo turno. Como os colegas, ele investe no corpo a corpo. Questionado se não está sendo otimista no cálculo do número de votos, ele afirmou que não. “É o conhecimento que tenho de cada parlamentar hoje”, garantiu. Para ele, a campanha deputado a deputado é mais segura.

 

“As pessoas estão fazendo tudo por atacado, o que pode surpreender negativamente. Alguns candidatos não conversaram com os eleitores. Falaram com governadores, presidentes de partidos, as pessoas que acham que são donos do mandato do parlamentar, e não conversaram com o parlamentar”, alertou. “Eu quero acabar com a discriminação na Casa entre o alto e o baixo clero. Todos os parlamentares foram eleitos e têm o poder de representar e ser respeitados. É uma ditadura onde poucos mandam e a maioria é considerada ninguém. Eu quero empoderar esses parlamentares com o poder que eles tiveram nas urnas, com uma Câmara participativa”, completou.

 

Pedido de Impeachment

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) também lançou candidatura nesta quinta e foi o primeiro dos candidatos a pautar sua campanha no impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele disse que pautaria o pedido de impeachment elaborado pelo PSol e que nomearia a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para presidir a comissão de impeachment de Jair Bolsonaro.

“Posso prometer uma Câmara totalmente independente, livre. Vou abrir diálogo com todos os segmentos da Câmara, com todos os partidos. Eu não tenho cargos a oferecer, ao contrário dos outros grandes candidatos que existem. Não tenho emenda de R$ 15 milhões. Mas tenho um trunfo. Sou o único candidato à presidente da Câmara com coragem para colocar no primeiro minuto de mandato o processo de impeachment de Jair Bolsonaro. Antes mesmo de sentar na cadeira, esse processo estará em andamento”, afirmou.

 

Frota destacou que outros candidatos não teriam coragem de pautar o impedimento de Bolsonaro. “O Arthur Lira é o candidato do Bolsonaro. O Fabinho Ramalho está preocupado em cozinhar. A gente sabe disso. Eu gosto muito dele. O Baleia Rossi não vai ter essa coragem. Eu sou autor de três pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Eu entreguei em agosto de 2019. E o Rodrigo Maia ficou sentado em cima. E existem outros pedidos. São 59. Eu li alguns deles. Tem um do PSol que é muito bom”, elogiou

 

Frota também se comprometeu a pautar o fim do foro privilegiado, a PEC da prisão após julgamento em segunda instância e as reformas administrativa e tributária. “Minha gaveta vai ficar vazia”, disse. A reportagem não conseguiu contato com o deputado André Janones.

 

 

Posted On Sexta, 15 Janeiro 2021 05:37 Escrito por
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