Bradesco fica mais próximo do Itaú desde 2008. Lucro de 29% no Brasil salva espanhol Santander no 1º trimestre
Com Jornal do Brasil
Os balanços dos bancos no 1º trimestre do governo Bolsonaro mostram que pouca coisa mudou: os bancos continuam tendo lucros bilionários, reforçados pelas cobranças nas prestações de serviços, cada vez mais automatizadas. Com o resultado positivo de R$ 6,8 bilhões do Itaú Unibanco no 1º trimestre (6,6% maior que no ano passado, os três maiores bancos privados acumulam lucros de R$ 16,640 bilhões no governo Bolsonaro. A receita de serviços acumulada passa dos R$ 25 bilhões, sem somados os R$ 1,607 milhões de ganhos do Itaú nas atividades de seguros(R$ 10,2 bilhões no total).
Os dados do Itaú são pouco transparentes com relação à atividades no Brasil, já que as operações da CorpBanca, unidade que opera na América Latina (Argentina, Chile, Panamá e Colômbia) são incorporadas, além das redes no Uruguai e Paraguai, herdadas, em 2008, do Unibanco, que comprou as operações do Banco Nacional em 1995. Desde a fusão entre o Itaú-Unibanco, os resultados do Bradesco, que perdeu a liderança, nunca chegaram tão perto: 7,8% a menos.
Aumenta da inadimplência gera perdas no Itaú
Com os dados globais da AL, o Itaú tem inadimplência de apenas 3,02%. Entretanto, decompondo os créditos com atraso acima de 90 dias, por origem, o nível cai com os 1,37% da América Latina (era de 1,6% em março de 2018), mas permanece estável no Brasil em 3,68% (3,7% em março do ano passsado). Além de não ter caído em um ano, a inadimplência geral do Itaú está bem maior que os 3,3% do Bradesco e os 3,1% do Santander (ambos em queda).
O problema do Itaú está concentrado no calote das grandes empresas brasileiras. As operações de créditos para grandes encolheram 3,1% nos 12 meses terminados em março, quando caíram para R$ 190,7 bilhões. Mas os atrasos acima de 90 dias aumentaram extraordinários 92,6% no período. Nenhum banco brasileiro reportou tão intenso aumento dos atrasos. Entre as pessoas físicas (aí englobando a AL) que, com R$ 215,6 bilhões, concentram a maior parte das operações do Itaú, houve aumento de 12,7% nas operações e baixa de 4,1% nos atrasos.
Entre as pequenas e médias empresas (saldo de R$ 74,1 bilhões, incluindo AL), houve aumento de 17,6% nas operações mas queda de 32,8% nos atrasos com mais de três meses.
Impacto das normas contábeis
Todos os bancos brasileiros e internacionais estão sofrendo perdas contábeis com a aplicação das regras da IFRS 16 (International Financial Reporting Standards), O Itaú teve impacto na avaliação de bens e ativos financeiros, extensivo à área de seguros. Mas o que chamou a atenção no balanço do Itaú foi a fraca evolução das receitas de serviços e seguros comparadas a março de 2018, de apenas 1% (sendo 1,1% para as tarifas e apenas 0,3% para receitas em seguros, no período em que a inflação brasileira atingiu 4,75%). Seria efeito da crise Argentina? Isto não está indicado no balanço nem foi exposto nas entrevistas dos diretores hoje.
Em 12 meses, as receitas com cartões de crédito encolheram 1,7% (parte devido ao encolhimento das operações de rolagem, obrigadas pelo Banco Central a migrar para outras linhas de crédito). As receitas de conta corrente aumentaram apenas 1,5%, abaixo da variação do IPCA (4,75%). Apesar da guerra das tacas de administração, as receitas nessa área cresceram 5,2%, parte pela valorização das carteiras de ações.
Com Lula, Dilma, Temer ou Bolsonaro os ganhos do banco continuam numa boa
Nos três primeiros meses do governo Bolsonaro, os lucros bilionários do Santander Brasil chegaram a 724 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões ao câmbio de ontem), um aumento de 7,7% no 1º trimestre frente ao último de 2018 e de 14,8% (em euros) sobre igual período do ano passado. O lucro recorrente da filial brasileira foi de R$ 3,4 bilhões. Com isso, o Brasil garantiu 29% do lucro global da organização dirigida por Ana Botin. Foi a maior fatia do lucro global do Santander nos últimos anos.
Individualmente, o Santander dos Estados Unidos teve o maior crescimento de lucro no trimestre, 35%, mas representou apenas 7% dos ganhos globais. A Espanha que teve perda de 11%, com 403 milhões de euros, gerou apenas 16% do lucro global. Na verdade, as organizações Santander tiveram forte queda no lucro do 1º trimestre, de 1,840 bilhão de euros, uma redução de 11% no 1º trimestre frente a dezembro de 2018 e queda de 10,4% em relação aos 1º trimestre do ano passado.
Perdas na Espanha, na Polônia e no Reino Unido, além da Argentina, nas operações da América Latina, e os encargos da aplicação do capítulo 16 da IFRS (International Financial Reporting Standards), normas internacionais de contabilidade que determinaram fortes baixas contábeis em ativos financeiros e nas atividades de seguro reduziram em 694 milhões de euros os ganhos globais. Cobertos pelos 724 milhões de euros do Brasil.
No Brasil, apesar dos lucros, a performance trimestral não foi favorável (em euros, por causa do câmbio mais apreciado em 2019). Nas receitas de serviços e tarifas, a filial do banco espanhol faturou 931 milhões de euros, uma queda de 1,3% no trimestre e uma expansão de 8,4% nos últimos 12 meses. Houve perdas anuais de 6% em contas correntes, de 17,3% em títulos e de 7,1% em seguros. Mas, no 1º trimestre, comparado com dezembro, houve avanços de 16,1% em cartões de crédito e débitos e meios de pagamento (+4% em 12 meses) e de 16,4% em seguros.
Vejam a distribuição dos lucros do Santander pelo Mundo
Lucros bilionários seguem no 1º Tri. 2019
Indicador Itaú Bradesco Santander
Lucro líquido 1º trimestre (R$ milhões) 6.877 6.238 3.485
Retorno sobre Patrimônio Líquido Médio 24,8%* 20,5% 21,1%
Receita de Serviços (em R$ milhões) 7.890 8.074 4.529
Índice Inadimplência dos créditos > 90 dias 3,68% 3,3% 3,1%
Fonte: Balanço dos bancos
· *Apenas operações do Brasil
MEC diz que bloqueio de 30% na verba vale para todas as universidades e institutos federais
Com Agências
O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (30, depois das reações críticas ao corte de verba de três universidades que tinham sido palco de manifestações públicas.
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (2) que o dinheiro retirado das universidades federais será investido na educação básica. Ele disse que a educação no Brasil é como uma casa com um “excelente telhado e paredes podres”. Na última terça-feira (30), o Ministério da Educação (MEC) anunciou um corte de 30% do orçamento das universidades federais.
“A gente não vai cortar recurso por cortar. A ideia é investir na educação básica. Ouso dizer até que um número considerável não sabe sequer a tabuada. Sete vezes oito? Não vai sabe responder. Então pretendemos investir na base. Não adianta ter um excelente telhado na casa se as paredes estão podres. É o que acontece atualmente”, disse Bolsonaro em entrevista ao SBT.
A informação do corte orçamentário foi dada à TV Globo pelo Secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior. O corte, inicialmente, seria restrito a três universidades, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seguida, foi ampliado a todas as instituições federais do país.
A informação sobre o corte na verba das universidades federais surge ao mesmo tempo em que abre o período para as instituições públicas de ensino superior aderirem ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) . O Sisu é um sistema informatizado do Ministério da Educação pelo qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A autoridade sanitária da Índia aprovou a primeira permissão de importação para carne de frango in natura brasileira, desde o acordo sanitário firmado entre os dois países, em 2008. O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, na segunda-feira (29) e destacado hoje (2) pelo presidente Jair Bolsonaro, em publicação no Twitter.
Da Agência Brasil
De acordo com o Mapa, a carne de frango é a proteína animal mais consumida na Índia e estima-se que esse mercado vá continuar crescendo a uma taxa de 7% a 8% ao ano. O crescimento se deve aos novos padrões de consumo moldados por maior urbanização e pelo aumento da renda da classe média. A expectativa do governo brasileiro é que as importações indianas aumentem na medida da expansão do mercado.
Ainda assim, o consumo per capita de carne de frango na Índia ainda é relativamente baixo, de apenas 3,5 quilos/ano. No Brasil, essa quantidade chega a 44,6 kg/ano, enquanto a média mundial fica em 11,9 kg/ano.
Mercado
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, as lideranças do setor trabalharam muito para alcançar o mercado indiano e esperam pelo seu crescimento. “Fizemos várias missões para lá. É uma nação com 1,2 bilhão de bocas e, praticamente, 400 mil já saíram do vegetarianismo e estão consumindo proteína animal. Mas consomem pouco. Há, sem dúvida, chance de crescer e melhorar, é um mercado complicado, mas é uma boa notícia”, disse.
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília, Turra explicou que o Brasil precisa continuar investindo na sanidade e fiscalização para garantir a qualidade do produto e fidelizar os mercados internacionais. De acordo com ele, entretanto, o grande consumidor da carne de frango brasileira é o mercado interno. Das 13 milhões de toneladas de proteína produzidas ao ano no país, 9 milhões de toneladas são consumidos aqui.
A partir da medida anunciada, todas as plantas frigoríficas registradas no Serviço de Inspeção Federal (SIF) podem exportar carne de frango in natura para a Índia, desde que observados os requisitos acordados.
Em 2018, os principais destinos da carne de frango brasileira foram Arábia Saudita (US$ 805 milhões), China (US$ 800 milhões) e Japão (US$ 722 milhões).
Rocha Loures e Coronel Lima também foram denunciados se tornaram réus, caso tem origem na delação do grupo J&F
Com Jornal do Brasil
O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, aceitou mais uma denúncia feita pelo Ministério Público contra o ex-presidente Michel Temer, desta vez no processo que investiga irregularidades na edição do decreto presidencial do setor portuário. Com isso, Temer, que é acusado de ter beneficiado empresas do ramo, virou réu mais uma vez. Outras cinco pessoas também vão responder pelo processo.
Em decisão curta, o juiz disse que a denúncia é acompanhada de "documentos que lhe conferem verossimilhança". Com a aceitação da denúncia, é aberta uma ação penal. Só ao fim dela é que haverá um decisão condenando ou absolvendo os réus. O caso tem origem na delação de executivos do grupo J&F, controlador da JBS, como Joesley Batista e Ricardo Saud.
Além de Temer, também se tornaram réus: Rodrigo da Rocha Loures, ex-deputado e ex-assessor de Temer; João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, amigo de Temer; os executivos Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, da empresa Rodrimar; e Carlos Alberto Costa.
O inquérito começou no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017, quando Temer ainda era presidente. Em 2019, já fora do cargo, a investigação passou para a Justiça Federal de Brasília.
Denúncias apareceram em fevereiro e estão relacionadas a candidatas em Minas Gerais, Pernambuco e Ceará; ministro do Turismo foi mencionado
Com Agências
A Operação Sufrágio Ostentação, deflagada pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (29), está diretamente relacionada à investigação de denúncias feitas desde fevereiro sobre a possível utilização decandidaturas laranja pelo PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, no diretório estadual de Minas Gerais.
A ação de hoje envolveu sete mandados de busca e apreensão em cinco cidades de MG, incluindo a sede do PSL em Belo Horizonte. Os casos sobre os quais se debruçam os agentes envolvem candidaturas femininas que teriam sido utilizadas para desviar recursos dos fundos eleitoral e partidário nas eleições do ano passado.
No diretório mineiro, o presidente local do partido durante o período em que as irregularidades teriam acontecido era o deputado federal Marcelo Álvaro Antonio, hoje ministro do Turismo. Em esfera nacional, quem representava a sigla era Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência que acabou demitido após tentar amenizar a crise causada pelas denúncias, que também envolvem supostas irregularidades no Ceará e em Pernambuco.
Nos dois estados, mulheres afirmam terem se candidatado pelo partido para ocupar vagas na Câmara dos Deputados em campanhas que visavam permitir o cumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ministros da Corte definiram em março de 2018 que 30% do dinheiro público destinado ao financiamento das campanhas deveriam ser utilizados para investimentos em candidaturas femininas.
Nesse contexto, as candidaturas laranja supostamente permitiram ao partido de Bolsonaro driblar a regra, como se ela tivesse sido regularmente atendida — o que não teria acontecido se, confirmadas as denúncias, os recursos tiverem sido desviados.
Denúncias em MG
Um dos casos de possíveis candidaturas laranja envolve diretamente o ministro Marcelo Álvaro Antonio, sob acusação de ter participado pessoalmente de uma reunião com a candidata Zuleide Oliveira sobre o assunto. A situação veio à tona através de uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo e acabou protocolada como denúncia junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.
Segundo Zuleide, o ministro, ainda enquanto presidente estadual do partido em MG, teria conversado com ela em seu gabinete parlamentar em Belo Horizonte e garantido que o PSL cuidaria de toda a documentação para a candidatura dela, sendo necessário apenas que ela assinasse documentos. Posteriormente, os recursos destinados a ela teriam sido desviados pela legenda.
Ainda naquele mês, outra candidata do partido ao cargo de deputada federal pelo estado afirmou que um assessor de Marcelo Álvaro Antonio teria condicionado um repasse de R$ 100 mil do fundo partidário da legenda para a campanha dela à devolução de R$ 90 mil ao partido. Em entrevista ao Globo , Adriana Moreira Borges contou que a garantia de retorno dos valores deveria ser dada por meio de nove cheques com valores em branco , assinados por ela.
O ministro foi convocado por senadores a prestar esclarecimentos no Congresso sobre o tema. Àquela altura, em meados de março, Bolsonaro já havia reiterado que aguardaria o fim das investigações para decidir se demitiria ou não o subordinado — essa semana, ele entrará no quinto mês à frente da pasta do Turismo.
Aos parlamentares, Marcelo Álvaro Antonio afirmou que não fez nada que não estivesse previsto pela legislação e garantiu que nunca fez qualquer "procedimento inadequado que pudesse macular a imagem dele ou do partido".
'Ódio mortal'
Em abril, a deputada federal Alê Silva acusou Álvaro Antonio de ameaçá-la de morte em duas ocasiões, com transmissão do recado sobre a ameaça por parte de políticos do partido . A deputada reuniu informações sobre o caso e entregou a uma associação regional para que fossem repassadas ao Ministério Público.
Em entrevista ao Globo, Alê Silva disse que o ministro comunicou por via indireta sentir “ódio mortal” por ela e afirmou já ter sido xingada por Álvaro em ligação feita de madrugada. Segundo Alê, o ministro “usa” Bolsonaro , que resiste em demiti-lo do cargo. O ministro nega a acusação.
"Ele simplesmente nos usou para fazer a campanha dele. E ele usa o Bolsonaro também. Espero que o presidente acorde a tempo e identifique essa pessoa que está ao lado dele, que não gosta dele, que só está usando ele. Para mim, ele está sendo tão enrolado pelo ministro quanto eu fui um dia. Só que eu acordei a tempo", afirmou a parlamentar no depoimento que será enviado ao Supremo para decidir se a PF poderá abrir inquérito contra o ministro.
Pernambuco e Ceará
Em 10 de fevereiro, o jornal Folha de S. Paulo revelou o caso de uma candidata a deputada federal em Pernambuco, que teve apenas 274 votos na eleição do ano passado e recebeu R$ 400 mil para cobrir supostas despesas de campanha.
O gasto com a campanha de Maria de Lourdes Paixão Santos seria o terceiro maior do partido.
Ainda naquele mês, O Globo revelou que duas candidas do PSL a deputada estadual no Ceará e em Pernambuco adquiriram, menos de 48 horas da eleição, mais de 10 milhões de santinhos.