Raul Jungmann disse também que estava no Rio por determinação do presidente Michel Temer (MDB) e declarou que vai acompanhar o caso pessoalmente até que ele se encerre
Ciom Estado de Minas
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira, 15, que o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, e do motorista Anderson Pedro Gomes, de 39, foi uma "tentativa de silenciar uma pessoa que vinha procurando defender comunidades no Rio de Janeiro". Jungmann também prometeu "todos os esforços" para que os responsáveis pelo crime sejam descobertos. Ele não quis divulgar nenhuma informação sobre as investigações e disse que não descarta nenhuma hipótese para o crime.
Jungmann também afirmou que confia no trabalho da Polícia Civil. Indicou assim que discorda da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que chegou a avaliar a possibilidade de pedir a federalização das investigações do assassinato de Marielle e de seu motorista. Essa hipótese foi descartada no início da noite, em encontro da procuradora com o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem.
"Falei com Raquel Dodge, mas a rigor esta investigação já está federalizada porque nós temos uma intervenção federal aqui acontecendo e estamos todos trabalhando juntos", disse durante coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando de Controle (CICC). "Mas, se ela entender que há necessidade do deslocamento de competência e se ela entender a necessidade maior do que já vem fazendo a Polícia Federal, obviamente que nós nada temos a obstaculizar."
Jungmann disse também que estava no Rio por determinação do presidente Michel Temer (MDB) e declarou que vai acompanhar o caso pessoalmente até que ele se encerre "pelo tempo que for necessário e ao custo que for necessário".
"Quero dizer ao povo carioca que nós vamos encontrar e vamos punir os responsáveis por esse bárbaro crime. E que nos envidaremos todos os esforços para que isso venha acontecer", afirmou.
Segundo o ministro, estão trabalhando de forma integrada no caso as Polícias Civil, Militar, Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Secretaria de Segurança e a inteligência das Forças Armadas.
"Todos estão somando esforços para que a Justiça seja feita e para que esse bárbaro crime tenha a devida punição e que os responsáveis vão parar na cadeia. Essa é a nossa determinação. Pelo tempo que for necessário e ao custo que for necessário, nós vamos fazer Justiça à vereadora", disse.
Quando questionado por repórteres se achava que o crime poderia simbolizar algum fracasso na intervenção federal, Jungmann respondeu que "a intervenção nunca se propôs a fazer mágica". "A intervenção se propôs a trabalho, trabalho e trabalho. A intervenção, até aqui, tem procurado fortalecer e reestruturar as polícias", afirmou.
Parlamentar havia acabado de voltar de evento na Lapa quando criminosos encostaram em carro guiado por motorista e fizeram os disparos
Por RAFAEL NASCIMENTO - O DIA - RJ
A vereadora Marielle Franco (Psol), 38 anos, foi assassinada a tiros, por volta de 21h30 desta quarta-feira, no Estácio, Centro do Rio. O motorista, Anderson Pedro Gomes, 39, que guiava o carro, também foi morto. Marielle voltava de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, quando um carro parou ao lado do veículo de seu motorista na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, e dois bandidos dispararam, fugindo em seguida.
A polícia encontrou mais de nove cápsulas de bala no local. A vereadora teria sido alvejada por pelo menos cinco tiros na cabeça. O veículo em que estava ficou com várias marcas na lateral. Ela deixa uma filha de 19 anos.
A assessora da vereadora, que estava ao seu lado no carro, foi atingida por estilhaços e foi levada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, medicada, liberada e seguiu, com uma comissão do Psol, para a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, na Barra.
Policiais militares do 4º BPM (Praça da Harmonia) e Bombeiros foram acionados e a via foi interditada. A DH fez a perícia e liberou a rua por volta de 0h20. A principal linha de investigação é de que foi execução.
"É muito chocante, é muito violento. Ela lutava pela paz e pela Justiça. Tudo indica que não foi assalto. É tudo muito precário e chocante. Em um momento que o Rio está sob intervenção, uma pessoa da importância da Marielle sofre esse tipo de violência e barbárie. Vou pedir uma apuração rigorosa, pois isso não pode ficar no rol dos 90% dos crimes que não são esclarecidos. Ela fazia parte da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção. Não quero ser leviano, mas isso tem que ser apurado com celeridade. É imprescindível", disse o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ).
"Infelizmente, ela estava incomodando muito", afirmou uma liderança do partido de Marielle, que pediu para não ser identificada.
"Ela estava muito alegre e animada. Eu ainda bati um papo com ela. Estou surpreso por tudo que aconteceu", relatou o vereador Paulo Pinheiro (Psol). "A Marielle nunca comentou sobre receber ameaças de morte. Absolutamente nada. É uma agressão a outras pessoas. Se você tem uma pessoa que está dentro de um carro, do lado da sede da Prefeitura, você não podia esperar lugar mais seguro do que aqui. Você está vendo o prefeito andar do lado do prédio dele e assistir isso daqui. É inaceitável! Precisamos que a polícia investigue. Não é possível que numa cidade como essa uma coisa dessa acontecer, aqui, ao lado da Prefeitura. A gente está sempre assustado com a moto que para do lado e quem é o carro que para do lado. Não é por ser parlamentar ou não. A cidade do Rio de Janeiro é isso daí", desabafou.
"Fiquei sabendo por pessoas próximas que ligaram. Estamos tentando buscar todas as informações possíveis, exigindo que tenha uma apuração rigorosa dos fatos para que a gente saiba os motivos e o que de fato aconteceu. Estamos consolando quem está aqui, todos os amigos e vereadores que estavam com ela. Marielle representa uma novidade na política com uma atuação muito importante. Não temos até agora notícias de que ela tinha sido ameaçada até aqui. Foi breve, mas foi decisiva para uma série de coisas e por isso está todo mundo tão emocionado", disse o vereador Tarcísio Motta (Psol).
"Marielle foi uma vereadora combativa, humana, participava de todas as lutas populares. Inaceitável tal crime brutal", disse o deputado Luiz Paulo (PSDB).
Prefeito lamenta o caso
O prefeito Marcelo Crivella (PRB) também lamentou o caso. "É com profundo pesar que lamentamos o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, cuja honradez, bravura e espírito público representavam com grandeza inigualável as virtudes da mulher carioca. Sua trajetória exemplar de superação continuará a brilhar como uma estrela de esperança para todos que, inconformados, lutam por um Rio culto, poderoso, rico, mas sobretudo, justo e humano", afirmou, em nota.
O secretário municipal da Casa Civil, Paulo Messina (Pros), também comentou o assassinato. "Com certeza, agora na Prefeitura, como secretário, vamos colaborar com a Polícia Civil em toda a investigação que puder. A Câmara vai se posicionar firmemente sobre isso".
O secretário municipal de Ordem Pública, Paulo César Amêndola, determinou que a CET-Rio entregue todas as imagens das câmeras de trânsito do percurso feito por Marielle desde a Lapa.
'A gente vai cobrar com rigor'
O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), que trabalhou ao lado de Marielle, disse que a Polícia Civil deu toda cobertura ao caso. "É muito difícil falar qualquer coisa nesse momento. Não estamos perdendo uma vereadora. Estamos perdendo uma pessoa extraordinária, que estava nesse momento fazendo um debate sobre racismo e é brutalmente assassinada. Estou em contato desde o momento do crime com o Rivaldo Barbosa (chefe da Polícia Civil). A Delegacia de Homicídios já assumiu o caso. A gente vai cobrar com rigor".
"Todas as características são de execução. Evidente que vamos aguardar as conclusões. Cabe a polícia fazer a investigação. A gente quer isso de qualquer maneira apurado o mais rápido possível. Não é por cada um de nós. É pelo Rio de Janeiro. Isso é completamente inadmissível. Uma pessoa cheia de vida, cheia de gás, uma pessoa fundamental para o Rio de Janeiro brutalmente assassinada. Não havia qualquer ameaça sobre ela. Eu tinha contato diário com a Marielle. Ela trabalhou 10 anos na minha equipe. A irmã dela está aqui com a gente. Nós não temos conhecimento de nenhuma ameaça. A família não tem conhecimento, a equipe não tem. Mas as características do assassinato são características muito evidentes de execução", relatou Freixo, bastante emocionado.
Perguntado se iria redobrar a sua segurança pessoal, o deputado, chorando, afirmou que "esse não era o momento para pensar nisso".
Evento na Lapa
Em um último compartilhamento nas redes sociais, Marielle transmitiu a roda de conversa "Jovens Negras Movendo as Estruturas", através do Facebook.
Quem foi Marielle!
Marielle nasceu no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, era socióloga e foi eleita vereadora da Câmara do Rio com 46.502 votos, na última eleição. Se formou pela PUC-Rio e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com o tema "UPP: A redução da favela a três letras". Ela coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado do deputado Marcelo Freixo. A vereadora também trabalhou em organizações nao-governamentais, como a Brazil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (CEASM).
Ela decidiu pela militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes na Maré.
No domingo, a vereadora denunciou, com exclusividade, ao DIA uma ação de PMs do 41º BPM (Irajá) na favela de Acari. Segundo ela, moradores reclamaram da truculência dos policiais durante uma abordagem na região. Ela compartilhou uma publicação em que comenta que rapazes foram jogados em um valão. De acordo com as denúncias, no último sábado, os PMs invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.
"Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores. Nessa semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", escreveu Marielle.
No total, 66 países aumentaram suas importações enquanto 50 reduziram as compras de carne bovina brasileira em fevereiro, na comparação anual
Por: Sindicarnes
As vendas externas de carne bovina brasileira subiram 21% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2017, para 120,6 mil toneladas, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) na quinta-feira (08).
Essas vendas equivaleram a US$ 482,4 milhões em receita para os frigoríficos exportadores, 22% acima do faturamento registrado em fevereiro do ano passado.
No primeiro bimestre, o volume total de carne bovina brasileira exportada somou 244,4 mil toneladas, aumento de 18% na comparação com os dois primeiros meses do ano passado, mesmo com o embargo da Rússia ao produto brasileiro, iniciado em dezembro de 2017. A receita acumulada com as exportações no período somou US$ 1 bilhão, alta de 23%.
A China é a principal responsável pelo grande volume de exportações de carne bovina brasileira. Hong Kong elevou em 72% suas importações em fevereiro e a China continental comprou 31% a mais que em igual mês do ano passado. As vendas para esses destinos totalizaram 117 mil toneladas, equivalente a quase 40% do total de carne bovina exportada pelo Brasil em fevereiro.
A Abrafrigo informou em nota enviada à imprensa que considera que esses resultados são “um bom prognóstico para o comportamento do setor exportador de carne bovina em 2018, quando se espera um crescimento na movimentação e na receita ao redor 10%, com a volta de clientes tradicionais como os russos e abertura de novos mercados na Ásia”.
Além da China, o Egito também foi um importante destino para o produto. O país elevou as compras em 168% em fevereiro de 2018 ante fevereiro de 2017, para 28,3 mil toneladas.
Crescimentos relevantes também foram constatados nas importações por países da União Europeia, principalmente para Alemanha (+ 92,5%), Países Baixos (+35%), Itália (+29%), Espanha (+75%) e Reino Unido (+11%). Na América do Sul, o Chile elevou as compras em 68%.
Mikael não tem graduação e sua experiência profissional é como vendedor de óculos; porém, apadrinhado pelo PTB, ocupa cargo de confiança na pasta
Por iG São Paulo
Aos 19 anos de idade, Mikael Tavares Medeiros trabalha como gestor financeiro de Recursos Logísticos no Ministério do Trabalho. Em bom português, é ele o responsável pela liberação do dinheiro público para os contratos assinados pela pasta. Para se ter uma noção da responsabilidade de Mikael, os pagamentos autorizados pelo seu cargo a fornecedores do Ministério do Trabalho giram em torno de R$ 473 milhões por ano. Para assumí-lo, porém, o jovem não precisou nem de experiência na área, nem de graduação completa.
Mikael é filho do delegado da Polícia Civil de Goiás Cristiomario de Souza Medeiros, que preside o PTB em uma cidade próxima a Brasília. O Delegado Cristiomario, como se apresenta aos eleitores de Planaltina de Goiás e região, é aliado do deputado Jovair Arantes (GO), líder do partido na Câmara.
De acordo com o jornal O Globo , que contou a história do jovem nessa quinta-feira (8), ninguém assume a paternidade da nomeação de Mikael ao cargo que ele ocupa hoje.
A trajetória do estudante – que entrou na faculdade recentemente – na pasta começou em outubro do ano passado, quando foi nomeado coordenador de documentação e informação pelo então ministro Ronaldo Nogueira, do PTB. Seu salário inicial era de R$ 5,1 mil bruto por mês.
A nomeação dele para o cargo de gestor financeiro do ministério foi assinada dois meses depois, em dezembro, pelo então secretário-executivo da pasta, Helton Yomura – hoje, ministro interino do Trabalho. De acordo com a reportagem, o jovem tornou-se apadrinhado do presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal e condenado no Mensalão Roberto Jefferson, desde que a nomeação da deputada federal carioca Cristiane Brasil, filha de Jefferson, foi interrompida. No Twitter, porém, Roberto Jefferson afirmou que desconhece o adolescente.
Mesmo com o suposto apadrinhamento, a indicação de Mikael para o cargo teria tido a participação de seu pai, diz o jornal.
Ainda de acordo com o O Globo , a mãe do rapaz não vive com o pai dele, é diarista, beneficiária do Bolsa Família e tem outros três filhos. Segundo ela, o adolescente não mora com a família há meses e nem ajuda nas despesas da casa – o que lhe garante o direito ao recebimento do benefício.
Alguma amizade e um currículo breve
Questionado pelo jornal, o pai de Mikael negou ter sido o responsável pela indicação do filho ao cargo que ocupa hoje. “Não sei qual cargo ele ocupa lá. Sei que ele esteve passando por gabinetes e participou de reuniões comigo no PTB. Eu inseri ele no partido. Sugeri a ele sair procurando. Talvez tenha conseguido alguma amizade”, destacou.
Segundo o delegado Cristiomario, seu filho não é filiado à legenda. Entretanto, segundo registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mikael está filiado ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) desde março de 2016.
“Não me perguntaram em momento algum sobre o cargo. Nem eu liguei para ninguém para que a nomeação ocorresse. Ponho meu filho para trabalhar desde os 16 anos de idade. Aqui na cidade ele era vendedor de óculos numa loja”, disse o delegado Medeiros. Nos últimos meses, segundo a reportagem, sua vida passou por mudanças rápidas. Afinal, em abril de 2017, foi levado à Justiça por policiais militares por porte de 13,6 gramas de maconha. No episódio, ele tinha 18 anos de idade e informou estar desempregado. O emprego como vendedor de óculo foi o único de Mikael antes do Ministério do Trabalho.
Da Agência Brasil
Cartas que pedem atualização de dados bancários na Receita Federal são falsas, alerta o próprio órgão. Em nota divulgada hoje (5), a Receita diz que contribuintes têm recebido cartas por via postal, na própria residência, intimando-os a regularizar os dados cadastrais. Nessa correspondência, há um endereço eletrônico para acesso aos dados e atualização das informações.
"Apesar de conter a marca da Receita Federal, a carta é uma tentativa de golpe e não é enviada pelo órgão nem tem sua aprovação. A orientação ao contribuinte é que, caso receba esse tipo de correspondência, destrua e jamais acesse o endereço eletrônico indicado", diz a nota.
A carta afirma que foram detectadas inconsistências no cadastro, referentes aos dados bancários declarados, e que isso levou o contribuinte a constar "na lista da malha fina da Receita Federal". A correspondência indica um endereço falso para que a correção seja feita.
A Receita Federal orienta que consultas, alterações de informações ou download de programas sejam feitos apenas pelo endereço oficial do órgão: idg.receita.fazenda.gov.br. Caso entre em outro endereço eletrônico, o contribuinte estará sujeito a vírus e malwares, que podem roubar seus dados pessoais, bancários e fiscais.
Caso o contribuinte não consiga utilizar os serviços virtuais oficiais, ele deve procurar um Centro de Atendimento ao Contribuinte, nas unidades da Receita Federal. Nenhum outro site ou endereço na internet está habilitado a fazer procedimentos em nome da Receita.
O órgão esclarece ainda que solicita os dados bancários apenas em duas situações: para fins de débito automático ou depósito de restituição do Imposto de Renda. Em ambos os casos, a informação é fornecida na Declaração do Imposto de Renda e pode ser alterada por meio do Extrato da Dirpf no Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal (e-CAC).