Inicialmente, a ideia do governo era zerar também a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, mas Michel Temer recuou; caminhoneiros seguem em greve pelo país
Com Agência Brasil
Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, anunciaram que o governo federal pretende zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico ( Cide ) cobrada sobre o diesel . A ideia inicial era zerar o tributo também para a gasolina, mas o governo desistiu do plano.
Em anúncio conjunto, os dois informaram que os recursos que poderão ser obtidos com o projeto que reonera setores da economia, ainda em tramitação no Congresso, serão usados para reduzir o impacto sobre o aumento do preço do diesel .
Maia e Eunício disseram que a decisão foi acertada com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Antes, o ministro dizia considerar “reduzido” o espaço para diminuir os tributos dos combustíveis. Guardia esteve com o presidente do Senado, e, ao deixar o gabinete, não confirmou o anúncio feito pelos parlamentares.
Desde segunda-feira (21), caminhoneiros bloqueiam estradas em protesto contra o aumento dos combustíveis em vários estados. Só na semana passada, o valor do diesel e da gasolina nas refinarias subiu cinco vezes consecutivas.
“Em acordo com o ministro da Fazenda, acertamos que a Cide será zerada com o objetivo de reduzir o preço do diesel. E, também, os recursos da reoneração serão todos utilizados para reduzir o impacto sobre o diesel”, escreveu Eunício Oliveira na rede social.
“Fechamos aqui a aprovação [do projeto] da reoneração, a arrecadação vai toda para redução do diesel”, afirmou Maia em vídeo no qual aparece ao lado de Eunício.
Em entrevista, o presidente da Câmara esclareceu: "Nós tínhamos feito a proposta de zerar a Cide, e o presidente me deu a informação de que, para o diesel, ele vai zerar a Cide ". Em mensagem no Twitter, ele havia dito que a Cide seria zerada com o objetivo de reduzir o preço da gasolina e do diesel .
Nesta segunda-feira, foram registrados atos em rodovias de ao menos 20 estados e no DF; hoje, o preço do combustível vai subir 0,97% nas refinarias
Da Agência Brasil
Rodovias de todo o Brasil amanheceram, mais uma vez, nesta terça-feira (22), em meio a manifestações de caminhoneiros , que protestam contra a alta do diesel. Os atos são registrados em rodovias federais e estaduais de pelo menos 10 estados.
Ontem, 20 estados e o Distrito Federal sofreram consequência de protestos da mesma categoria .
Os caminhoneiros pretendem, com esses protestos , refutar o valor do óleo diesel, que tem tido altas consecutivas nas refinarias. Nesta terça-feira, o preço do combustível sobe 0,97% nas refinarias.
Hoje cedo, foram registrados atos em pelo menos dez estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Santa Catarina, São Paulo, Segipe, Rio de Janeiro Rio Grande do Sul e Tocantins.
Protestos no Rio de Janeiro
Até as 7h30, 12 pontos de manifestações foram registrados em rodovias federais que cortam o estado do Rio de Janeiro . Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os manifestantes ocupam apenas os acostamentos dessas estradas e não estão interrompendo o fluxo de veículos.
A BR-393 concentra o maior número de pontos de protesto. São quatro manifestações nos quilômetros (km) 247 e 255 (em Barra do Piraí), 281 (em Volta Redonda) e 295 (em Barra Mansa). Na Rodovia Presidente Dutra (BR-116), são três pontos: um em Seropédica (km 204) e dois em Barra Mansa (kms 274 e 268).
Na BR-101, também são três pontos: um no trecho norte (em Campos, no km 75), outro na Niterói-Manilha (em Itaboraí, no km 294) e outro na Rio-Santos (em Itaguaí, no km 392).
Outras rodovias com manifestações são a BR-493 (no km 0, em Itaboraí) e a BR-465 (km 17, em Nova Iguaçu).
Manifestações em São Paulo
No estado paulista, a situação se torna mais complicada na região do Vale do Paraíba. Hoje, pelo segundo dia consecutivo, caminhoneiros protestam contra o aumento do diesel na Dutra em Jacareí, Pindamonhangaba e Lorena.
Por volta das 7h, em Jacareí, havia lentidão de ao menos um quilômetro, isso na região do Parque Meia Lua. Assim como no Rio, a Polícia Rodoviária afirma que carretas e caminhões estão estacionados no acostamento da rodovia, não interrompendo o fluxo de veículos.
Já nas rodovias que levam ao litoral do estado, os caminhoneiros fazem manifestações concentradas no viaduto da Alemoa, um dos acessos ao Porto de Santos.
Os caminhoneiros fazem protestos desde a noite do último domingo (20), contra o alto custo do combustível, em vários pontos do País.
Reunião no Planalto acontece hoje, dia em que caminhoneiros realizam protestos e iniciaram paralisação por causa do preço dos combustíveis
Por iG São Paulo
O presidente Michel Temer convocou para o fim da tarde desta segunda-feira (21) uma reunião de emergência para discutir a alta dos preços dos combustíveis no País. Hoje, pelo menos 13 estados amanheceram com rodovias interditadas pelos protestos feitos por caminhoneiros contra o aumento do diesel – somente na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos por causa da disparada do valor internacional do barril de petróleo.
A reunião entre Temer foi marcada para as 18h no Palácio do Planalto com os ministros Moreira Franco (Minas e Energia), Eduardo Guardia (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil), Esteves Colnago (Planejamento) e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. Enquanto acontece o encontro sobre o aumento do preço dos combustíveis , caminhoneiros interditam dezenas de vias em todo o País. Em São Paulo, manifestantes colocaram fogo na pista para impedir passagem de veículos pela Régis Bittencourt.
Comissão irá avaliar reajustes no preço dos combustíveis
Pela manhã, os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciaram que uma Comissão Geral no Congresso – no próximo dia 30 – deverá acompanhar os desdobramentos da política de reajuste de preços de combustível no Brasil.
Além disso, o ministro da Fazenda afirmou que o governo examina a redução de tributos incidentes sobre o preço dos combustíveis, mas ainda não há nenhuma decisão sobre o tema.
Protestos pelo Brasil nesta segunda-feira
Na última semana, caminhoneiros autônomos já tinham citado a possível paralisação se não fossem atendidas algumas reivindicações solicitadas ao governo federal, conforme anunciou a Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
Apesar de não haver confirmação da ABCam sobre um balanço geral, há manifestações em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Minas Gerais e Bahia são as unidades da federação com maior número de registros.
*Com Agência Brasil
O gabinete ministerial de Michel Temer por pouco não se esfarelou. Nas primeiras 24 horas após a divulgação da delação daJBS, aliados que davam sustentação ao presidente ameaçaram pedir demissão em bloco para se distanciar da crise
Com Informações da Folha de São Paulo
Foi “uma conspiração”, nas palavras de um auxiliar direto de Temer que relembrou a quarta-feira que incendiou a política do país, há um ano.
Em conjunto, cinco partidos começaram a articular um desembarque. Horas depois da publicação pelo jornal O Globo de informações sobre a conversa gravadaentre Joesley Batista e Temer, alguns ministros se reuniram para discutir o assunto na casa de Rodrigo Maia (DEM).
Logo na manhã seguinte, três deles telefonaram ao Palácio do Planalto para dar um aviso prévio: prometeram entregar suas cartas de demissão e alertaram que outras viriam.
Naquele 17 de maio, o governo quase explodiu. O movimento daria início a um desmanche da base congressual. Não haveria outra saída senão renunciar, admitem aliados.
A bomba foi desarmada com duas ferramentas. Primeiro, Temer jogou uma nuvem sobre a gravação e pediu aos ministros que esperassem até que detalhes viessem a público.
Na conversa, Joesley indica que fazia pagamentos a Eduardo Cunha para evitar uma delação do ex-deputado. Temer responde com a célebre frase: “Tem que manter isso, viu?”.
Para demover auxiliares da fuga em massa, o presidente cometeu um deslize que jamais repetiu. Admitiu que, sim, entendera que Joesley pagava Cunha. Ponderou que se tratava de um auxílio à família do ex-deputado e disse não ter feito objeções.
O segundo artifício foi mais simples: Temer ofereceu poder real aos aliados. Se ele caísse, quem o substituiria numa eleição indireta? Os partidos manteriam seus quinhões?
Na negociata, o presidente queimou capital político para comprar a fidelidade dos aliados. Estava enterrada a reforma da Previdência e, praticamente, o restante de seu mandato. Temer sobreviveu, mas o governo acabou em 17 de maio de 2017.
Edital de concurso é um dos mais aguardados do país
Por Saulo Moreira Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) entraram em greve em meados do mês passando cobrando diversos direitos da estatal. Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estavam a contratação de novos funcionários via concurso público, a segurança nos Correios e o fim dos planos de demissão voluntária. A expectativa de realização de novo concurso público dos Correios (Edital Concurso Correios 2018) é grande, já que desde 2011 o certame não é realizado.
“Não há nenhum impedimento para a realização de um novo concurso, provocando a queda na qualidade dos serviços da estatal”, disse a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT). Na ocasião, a empresa não havia se pronunciado sobre a realização de um novo concurso, apenas falou sobre o anúncio da greve. “A empresa entende que é um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados”, afirmou.
Empresa já respondeu sobre realização de concurso público no ano passado
A assessoria de imprensa da estatal declarou que “com relação ao concurso público, o dimensionamento da força de trabalho não foi concluído e somente após a conclusão desses estudos será possível identificar a real necessidade de efetivo para realização de um novo certame”. Se divulgado, o concurso contará com vagas para nível médio em todos os Estados.
A empresa tem a intenção em solicitar a realização do concurso dos Correios devido à grande defasagem de pessoal, que tem afetado a prestação de serviços da instituição. Desde 2011 sem concurso, a ECT precisa urgentemente de um novo concurso, já que, segundo números da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a defasagem é de cerca de 20 mil trabalhadores.
A alta defasagem de servidores já foi tema por diversas vezes entre os sindicatos da categoria e o órgão. O motivo é que a falta de profissionais tem afetado os serviços à população, como a entrega de cartas. A categoria entrou em greve, e uma das reivindicações é justamente a realização de um novo concurso dos Correios.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Campinas e Região (Sintect/Cas), Mauro Aparecido Ramos, frisou que a abertura de um novo concurso público deve ser feita no mais breve possível. “Entre 2013 e 2014, por meio do processo de demissão voluntária, a ECT demitiu cerca de 7.000 funcionários em todo o país, sendo aproximadamente 400 na região de Campinas/SP”, explicou. Os postos vagos ainda não foram preenchidos, já que o último concurso foi realizado em 2011.
Concurso dos Correios 2018 – Carteiro e Operador
No mês de julho do ano passado, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, informou que a realização era praticamente impossível. A entrevista foi concedida à Rádio CBN. O presidente ainda frisou que a estatal conta com nada menos que 14.000 funcionários aposentados na ativa, sendo de interesse dos Correios, cortar parte desses trabalhadores. “Hoje, um dos maiores índices de problemas da empresa está nos índices de absenteísmo… os números vão de 10 a 20% e, algumas localidades, 25% de falta”, finalizou.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares, Fentect, chegou a contestar a declaração de Guilherme Campos. Ele argumentou que, no ano passado, os Correios tinham dito que havia uma necessidade de contratar 20.000 novos funcionários. Além disso, José Rivaldo disse que o presidente quer tentar colocar a culpa nos trabalhadores.