Mais da metade dos bloqueios são em Rondônia e Mato Grosso. Pará e Paraná também têm interdições por protestos
Por Thalys Alcântara
As rodovias federais brasileiras estão neste sábado (19/11) com 32 bloqueios e interdições por conta de manifestações contrárias ao resultado da eleição e que pedem por uma intervenção militar.
Mais da metade dos bloqueios (15) estão concentrados em Rondônia e Mato Grosso, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de casa estado.
Os outros estados com bloqueios são Paraná e Pará. A quantidade total de bloqueios passou de 14 para 32, entre sexta e sábado.
Esse é o segundo movimento de bloqueio de rodovias desde o segundo turno das eleições. A quantidade de bloqueios agora é bem menor que da primeira vez. Na primeira semana após o resultado da votação, centenas de interdições chegaram a ser registradas.
Dessa vez, além de bloqueios em rodovias, manifestantes têm defendido apenas a paralisação de caminhoneiros. Na sexta houve registro de concentração de caminhoneiros em pontos do Rio de Janeiro, Bahia e Mato Grosso do Sul, por exemplo. A PRF não divulga a quantidade de pontos de concentração.
Veja a atual situação:
Mato Grosso
Treze pontos de interdições parciais ou totais nas rodovias federais. Na BR 158 há bloqueios parciais em Confresa e Água Boa. Na BR 163 há três interdições em Sorriso, duas em Lucas do Rio Verde e uma em Sinop. Já na BR 174 há bloqueios parciais em Cáceres e Pontes e Lacerda. Na BR 364 há três pontos com interdição total em Campo Novo dos Parecis, Sapezal e Campos de Júlio.
Paraná
Dois bloqueios parciais em União da Vitória: na BR 476, km 357 e BR 153, km 466. Chegou a ter bloqueio total durante a madrugada.
Rondônia
Quatorze interdições de rodovias: Na BR 364 no distrito Nova Califórnia, distrito de Extrema, distrito de Vista Alegre do Abunã, Ariquemes, Cacoal, Ouro Preto D’Oeste, Jaru, Rolim de Moura, Presidente Médici, Ji-Paraná, Itapuão do Oeste; Na BR 425 em Colorado do Oeste, Cerejeiras e Nova Namoré.
Pará
Três bloqueios, sendo um na rodovia BR-155 em Marabá e outros dois na BR-163: um em Morais de Almeida, distrito de Itaituba, e outro em Caracol, distrito do município de Trairão.
Santa Catarina
Chegou a ter um bloqueio na rodovia BR-101, em Sombrio. Cerca de 10 tratores e 30 pessoas ocuparam a via. A PRF conseguiu liberar a rodovia.
Decisão de Moraes
Em grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), militantes defendem que os protestos dessa semana são uma resposta à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que puniu os responsáveis por financiar os movimentos antidemocráticos.
No último sábado (12/11), o STF determinou o bloqueio das contas de 43 empresas e pessoas físicas por financiarem esses atos. A decisão foi noticiada na quinta (17/11).
Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) colha depoimentos de todas as empresas e pessoas listadas. Na ocasião, o ministro citou o deslocamento de 115 caminhões para o QG do Exército, em Brasília, onde os manifestantes se concentram.
Apoiadores de uma suposta intervenção militar contra Lula acampam e protestam na porta de unidades do Exército em várias cidades do país desde o início de novembro.
Caminhoneiros voltam a bloquear rodovias federais pelo país
Com Assesoira
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, neste sábado (19.nov), que caminhoneiros e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a bloquear rodovias federais pelo país. Os atos, que questionam o resultado da eleição presidencial, foram retomados na 6ª feira (18.nov), mas apenas nos trechos pertencentes a Rondônia.
Segundo a corporação, até o momento, são registrados 17 pontos de bloqueio e 12 interdições em rodovias federais, que englobam, além de Rondônia, os estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Paraná. Desde o início dos atos, em 30 de outubro, mais de 1,1 mil interdições já foram desfeitas pelas autoridades.
Confira abaixo os pontos de bloqueios:
Ariquemes (RO)
Cacoal (RO)
Campo Novo do Parecis (MT)
Itaituba (PA)
Itapuã do Oeste (RO)
Jaru (RO)
Ji-Paraná (RO)
Novo Progresso (PA)
Ouro Preto do Oeste (RO)
Porto Velho (RO)
Presidente Médici (RO)
Sapezal (MT)
Sorriso - (MT)
Uberaba (MG)
União da Vitória (PR)
Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas físicas e jurídicas, suspeitas de financiar atos antidemocráticos no país, resultando no bloqueio das rodovias pelo país. O magistrado exigiu ainda que todos os suspeitos prestem depoimento à Polícia Federal.
+ Forças Armadas condenam excessos, mas defendem manifestações
Para a identificação dos envolvidos, foram reunidos relatórios de inteligência, informações policiais, registros fotográficos e pesquisas de vínculos dos alvos. Os documentos, aos quais o SBT News teve acesso, mostram que, entre os fichados, estão políticos, policiais e ex-policiais, servidores públicos, membros de sindicatos, fazendeiros e empresários do agronegócio e donos de estandes de tiro.
Especialistas trazem medidas jurídicas a serem adotadas em caso de invasão ou ameaça de invasão de terras. Somente nesta semana, duas fazendas foram invadidas na Bahia
Por Albenir Querubini e Wellington Barros - Vice-Presidente da UBAU e Advogado Especialista em Direito Agrário
Os advogados Albenir Querubini e Gabriel Barros explicaram como a lei e o direito constitucional à propriedade privada podem ser aplicadas na garantia do direito e, mais do que isso, permitir que o produtor se previna em caso se invasão ou ameaça à invasão de terras. De documentos em dia à laudos corretamente elaborados, entenda o que precisa ser feito para estar prevenido. Além de medidas preventivas, é necessário que o produtor rural saiba que as ações judiciais geralmente exigem ações urgentes para defesa ou retomada da posse.
"Dúvida frequente dos produtores rurais é saber quais as medidas jurídicas preventivas e contenciosas que podem ser adotadas em caso de invasão ou ameaça de invasão de terras (que tecnicamente são denominados de esbulho, turbação e ameaça possessória). Independente da medida jurídica a ser adotada, há necessidade prévia de arrecadação de documentos essenciais ao assessoramento jurídico", explica Querubini.
Algumas dicas podem representar ganho de tempo para a demonstração da função social da propriedade rural:
1. Manter atualizado o valor da terra nua atribuído pelo proprietário junto ao cadastro municipal onde a propriedade se encontra localizada;
2. Manter atualizado cadastros de animais junto à Inspetoria Veterinária;
3. Manter atualizada documentação referente ao registro da propriedade rural (CCIR, ITR e CAR);
4. Registro de ocorrência policial;
5. Ata notarial, com fotos, imagens e testemunhas, descrevendo a situação do imóvel invadido ou ameaçado de invasão.
6. Laudos agropecuários de produtividade atualizados das atividades desenvolvidas na propriedade, bem como das características e qualidade do solo, de benfeitorias e de maquinários;
7. Manter em dia as obrigações tributárias, trabalhistas e ambientais da propriedade.
Projeção de crescimento do PIB foi mantida em 2,7%
Por Wellton Máximo
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu a estimativa oficial para a inflação. As projeções estão no Boletim Macrofiscal divulgado hoje (17).
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 6,3% para 5,85%. Mas ainda está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é 5%.
No ano, o IPCA já acumula alta de 4,7% e, em 12 meses, o índice total está em 6,47%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 6%, segundo a previsão da SPE, queda de 0,54 ponto percentual em relação ao boletim anterior. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui também o setor atacadista e o custo da construção civil, além do consumidor final, é de 6,11%, abaixo da estimativa anterior de 9,44% e inferior à taxa registrada em 2021, de 17,74%.
PIB
A estimativa para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) ficou em 2,7%, mesmo número divulgado no boletim anterior, em setembro. Segundo a SPE, o desempenho do emprego, do setor de serviços e da taxa de investimento justificaram a manutenção.
“Conforme salientado nos boletins anteriores, já era esperada desaceleração da atividade econômica no segundo semestre deste ano, resultado dos efeitos defasados do ciclo de ajuste da política monetária [aumento de juros pelo Banco Central]. No entanto, projeta-se que os impactos advindos da elevação da taxa de juros se reduzam ao longo do próximo ano”, informou a SPE.
Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Apesar de manter a estimativa para 2022, a SPE reduziu a previsão de crescimento em 2023 de 2,5% para 2,1%. Segundo o órgão, o cenário externo mais adverso, com a alta dos juros da economia norte-americana e a guerra na Ucrânia, afeta a expansão econômica no resto do mundo. A projeção para 2024 foi mantida em 2,5%.
De acordo com o Ministério da Economia, houve expansão no mercado de trabalho, com a taxa de desocupação caindo para 8,7% no terceiro trimestre, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, os indicadores do setor de serviços tiveram expansão anualizada de 3,2% de julho a setembro.
Perspectivas
Apesar de reconhecer a desaceleração da economia no terceiro trimestre, a SPE espera que a recuperação econômica se mantenha no quarto trimestre, puxada pelos serviços e pela estabilidade na agropecuária. Segundo o órgão, os efeitos do aumento da taxa Selic (juros básicos da economia) pelo Banco Central são os principais responsáveis pela queda no ritmo de crescimento.
“Após a forte recuperação até o 2T22 [segundo trimestre], a atividade econômica desacelerou ao longo do terceiro trimestre de 2022, decorrente sobretudo do desempenho da indústria e do comércio. Dados mensais dos indicadores antecedentes e coincidentes sinalizam a continuidade da recuperação da economia no quarto trimestre, embora em ritmo menos intenso, devido, em grande medida, aos efeitos defasados da política monetária, conforme sinalizado nos boletins anteriores”, destaca o boletim.
As menores taxas de desocupação foram verificadas em Rondônia (3,9%), Mato Grosso (3,8%) e Santa Catarina (3,8%)
Por Agência Brasil
A queda na taxa de desemprego verificada no terceiro trimestre deste ano, que passou de 9,3% para 8,7% na comparação com o trimestre anterior, refletiu aumento na ocupação em apenas seis estados:
Paraná (-0,8%)
Minas Gerais (-0,9%)
Maranhão (-1,1%)
Acre (-1,8%),
Ceará (-1,8%)
Rondônia (-1,9%)
As demais 21 unidades da Federação ficaram estáveis.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral foram divulgados hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com recorte estadual.
“No segundo trimestre, a taxa de ocupação havia caído 1,8 ponto percentual, com disseminação da queda por 22 unidades da Federação. No terceiro trimestre, a queda foi menos intensa, de 0,6 ponto percentual, e isso repercutiu nos resultados locais, por estado”.
As menores taxas de desocupação no terceiro trimestre foram verificadas em Rondônia (3,9%), Mato Grosso (3,8%) e Santa Catarina (3,8%). Por região, o Sul tem o menor desemprego, de 5,2%, com os três estados com percentuais abaixo da média nacional.
Dados sobre empregos informais
A taxa de informalidade ficou em 39,4% no terceiro trimestre. Os maiores percentuais foram registrados no Pará (60,5%), Maranhão (59,1%) e Amazonas (57,1%). As menores informalidades no período foram observadas em Santa Catarina (25,9%), no Distrito Federal (29,8%) e em São Paulo (30,6%).
São considerados trabalhadores informais os empregados domésticos e do setor privado sem carteira assinada, os empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ e os trabalhadores familiares auxiliares.
Os trabalhadores por conta própria ficaram em 25,9% no trimestre, com os maiores percentuais em Rondônia (37,4%), no Amapá (34,7%) e Amazonas (32,4%) e os menores em Goiás (23,2%), Mato Grosso do Sul (22,0%) e no Distrito Federal (21,1%).
Segundo o IBGE, no terceiro trimestre apenas 25,3% dos trabalhadores domésticos do país tinham carteira assinada. No setor privado são 73,3%, com os menores percentuais no Norte (57,7%) e no Nordeste (57,3%). As maiores proporções de formalidade estão em Santa Catarina (88,4%), no Rio Grande do Sul (81,3%) e em São Paulo (81,2%). As menores foram verificadas no Maranhão (47,0%), Piauí (48,5%) e Pará (50,3%).
O instituto destaca que cerca de 2,6 milhões de pessoas buscam trabalho há dois anos ou mais no país, o que equivale a 27,2% dos desocupados. Outros 44,5% estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho e 11,7% buscavam de um ano a menos de dois anos. Cerca de 16,6% estavam à procura de uma vaga há menos de um mês.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho foi de 20,1%, com as maiores taxas no Piauí (40,6%), em Sergipe (36,1%) e na Bahia (33,7%). As menores taxas de subutilização foram em Santa Catarina (6,8%), Rondônia (9,1%) e Mato Grosso (10,5%).
Já os desalentados, no terceiro trimestre deste ano, somaram 4,3 milhões, ou 3,8% da população na força de trabalho. Alagoas (17,3%) e o Piauí (13,3%) tinham os maiores percentuais e Santa Catarina (0,5%) e Rondônia (1,2%), os menores.
Dados do desemprego sobre gênero e raça
Beringuy destaca que a taxa de desocupação de homens está em 6,9%, abaixo do índice nacional de 8,7%, enquanto a taxa entre as mulheres ficou em 11,0% no período.
“A taxa de desocupação caiu tanto entre homens quanto entre mulheres, mas a distância entre eles vem aumentando, com as mulheres tendo um percentual bem superior ao dos homens”.
No recorte racial, a taxa de desocupação de pretos ficou em 11,1% e de pardos em 10,0%, acima da média do país. A desocupação ente os brancos foi de 6,8%.
Por escolaridade, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto ficou em 15,3%, maior que nos demais níveis de instrução. Para o nível superior incompleto, a taxa foi de 9,1%, mais que o dobro do nível superior completo (4,1%).
Rendimento mensal do trabalhador brasileiro
A análise do rendimento mostrou que o valor médio mensal recebido pelos trabalhadores ficou em R$ 2.737 no trimestre, registrando aumento em comparação aos três meses anteriores (R$2.640) e também na comparação anual (R$2.670). O crescimento no trimestre foi de 3,7%, com expansão na maioria das unidades da Federação.
A massa de rendimento de todos os trabalhos somou R$ 266,7 bilhões, com crescimento frente ao trimestre anterior (R$ 254,5 bilhões) e ao mesmo período do ano passado (R$ 242,7 bilhões).