Seminário foi realizado na sede das promotorias de Justiça de Porto NacionalSeminário foi realizado na sede das promotorias de Justiça de Porto Nacional
Da Assessoria
Com o objetivo de fortalecer o serviço de acolhimento em famílias acolhedoras no Tocantins, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) realizou, nesta quarta-feira, 22, em Porto Nacional, mais uma edição do seminário regionalizado “Acolher Tocantins”, que reuniu representantes de 11 municípios.
O encontro integra uma série de eventos promovidos pelo MPTO em oito regionais do estado e visa estimular a implantação e o fortalecimento do serviço de acolhimento familiar, uma alternativa ao acolhimento institucional de crianças e adolescentes afastados de suas famílias de origem.
Durante sua palestra, o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação (Caopije) do MPTO, promotor de Justiça Sidney Fiori, destacou a importância da união entre o poder público e a sociedade civil na consolidação de uma nova cultura de acolhimento no Tocantins.
“O que precisamos é promover essa mudança: sair da cultura da instituição para a cultura do acolhimento em famílias acolhedoras. Para isso, o poder público tem o seu papel, mas precisamos da sociedade civil. É necessário que as pessoas entendam do que se trata, o que é uma família acolhedora e como ela funciona”, explicou o promotor.
Segundo ele, é essencial promover campanhas amplas de conscientização para que a população compreenda que o acolhimento familiar é uma medida temporária, diferente da adoção.
“Essas crianças permanecem por um pequeno período nas famílias acolhedoras, até que possam ser reintegradas aos seus pais ou, se isso não for possível, encaminhadas para uma instituição e, posteriormente, à adoção. Precisamos garantir que todo esse percurso na vida de uma criança que sofre violência ou maus-tratos seja feito com celeridade. Por isso, é fundamental que o poder público e a sociedade civil caminhem juntos em prol dessa prioridade absoluta que toda criança merece”, concluiu.
Compromisso local
O evento reuniu prefeitos, conselheiros tutelares, psicólogos, assistentes sociais e representantes dos municípios da regional para debater a implementação e o fortalecimento do serviço.

O prefeito de Chapada da Natividade, Élio Dionísio, ressaltou que o seminário incentiva o trabalho em rede e amplia o conhecimento das equipes que atuam diretamente com crianças em situação de vulnerabilidade.
“Faltava informação, e foi isso que viemos buscar. Tenho certeza de que vamos levar daqui novos aprendizados para aplicar em nosso município, dando continuidade ao cuidado com as crianças”, completou.
Expansão e metas
Atualmente, o Tocantins conta com 23 serviços municipais e quatro regionalizados de acolhimento familiar, atendendo 59 municípios. A meta é que, até 2027, pelo menos 25% das crianças e adolescentes afastados de suas famílias estejam acolhidos por famílias voluntárias.
A técnica da Setas, Aline Ferreira Rocha, destacou a importância da sensibilização. “Muitos ainda não conhecem o Serviço de Família Acolhedora. Quando entendem o funcionamento, percebem a necessidade de implantá-lo e garantir um atendimento mais humano às crianças e adolescentes”, explicou.
Planejamento conjunto
O evento também incluiu oficinas para a construção do Plano Estadual de Convivência Familiar e Comunitária, que vai orientar ações integradas entre o Estado, os municípios e o sistema de Justiça.