O Observatório Político de O Paralelo 13 acompanha de perto os bastidores do Palácio Araguaia e testemunha, sem filtros, a trajetória do vice-governador Laurez Moreira. Sua vida pública é reconhecida como limpa, sem máculas ou pendências em órgãos de fiscalização federal, estadual ou municipal, um exemplo raro de conduta irrepreensível
Por Edson Rodrigues
Mas política não se faz apenas de reputação. E, neste momento, o que se percebe é o estremecimento da convivência política entre o governador Wanderlei Barbosa e seu vice. Não se trata de inimizade, mas de afastamento. No jogo político, enquanto a ponte do diálogo não é incendiada, tudo pode acontecer.
Os próximos nove meses, que antecedem o prazo de desincompatibilização para as eleições de 2026, serão decisivos. É o tempo que Laurez tem para definir seu futuro político: permanecer aliado do governo ou assumir uma postura de independência. Até lá, cada um segue seu caminho, e tudo dependerá da vontade e da necessidade de ambos.

Senadora Dorinha Seabra e o deputado Amélio Cayres
Esse cenário também vale para a senadora Professora Dorinha Seabra, pré-candidata ao governo, que mantém articulações próprias e observa atentamente os movimentos do Palácio Araguaia. Há, porém, um diferencial importante, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres.
Leal ao governador Wanderlei Barbosa e pré-candidato à sucessão estadual, Amélio tem atuado com perfil agregador e discreto. Costuma repetir: “Não serei obstáculo para nenhum entendimento do governador com qualquer pré-candidato ao governo. Sou um soldado obediente, sigo meu líder.” Na prática, isso significa que ele pode ser peça-chave em futuras composições.
Pré-candidatura com prazo de validade

Laurez Moreira reúne experiência e popularidade. Foram dois mandatos como prefeito de Gurupi, com contas aprovadas e legado em infraestrutura, saúde e educação; além de passagens pela Assembleia Legislativa, Câmara Federal e, agora, a vice-governadoria. Carismático, tem trânsito fácil e baixa rejeição.
Mesmo assim, sua pré-candidatura ao governo parece ter prazo de validade: 4 de abril de 2026. Somente uma eventual renúncia de Wanderlei Barbosa, que abriria o caminho para Laurez assumir o governo e controlar a máquina pública, poderia dar musculatura ao seu projeto.
Porém, o desafio é gigante. Seu partido é pequeno, sem representatividade na Câmara dos Deputados, com fundo eleitoral limitado e carência de nomes competitivos. Hoje, Laurez não lidera pesquisas, não articula blocos partidários consistentes e, isoladamente, não demonstra fôlego para chegar ao segundo turno.
Chapas proporcionais

A formação das chapas proporcionais para deputado estadual e federal será o divisor de águas. Em eleições majoritárias, não existe sobrevivência sem um grupo forte e articulado. Enquanto isso, os demais pré-candidatos ao governo e ao Senado avançam nas alianças, construindo palanques completos e chapas robustas.
Laurez precisa escolher seu lado: governo ou oposição. Permanecer em cima do muro significa receber pedradas dos dois lados. Sem grupo definido e sem posicionamento firme, corre o risco de ser lembrado apenas como o “candidato simpático” que percorreu o estado, foi bem recebido, mas terminou como coadjuvante.
O desafio da viabilidade

Para ser competitivo, Laurez precisará assumir poder real, caso Wanderlei renuncie e ele assuma o governo; Formar um bloco partidário sólido, com chapas proporcionais completas e candidatos fortes ao Senado e principalmente definir seu lado político, abandonando o meio-termo.

Deputado Carlos Gaguim, senadora Dorinha, deputado Amelio Cayres, governador Wanderlei Barbosa , senador Eduardo Gomes e o prefeito de Formoso do Araguaia Israel
Sem isso, sua candidatura corre sério risco de se tornar apenas decorativa em 2026 animando o jogo eleitoral, mas sem chances reais de vitória. Como dizem os caciques regionais, política majoritária sem grupo, dinheiro, articulação e tempo de televisão é “caixão e vela preta”.
Laurez tem capital humano e popularidade. Falta transformar simpatia em poder. Se não avançar agora, pode virar o bobo da corte de 2026.
Em outras palavras, o que se percebe no Tocantins é que pode ser moldado um, dois, três, quatro tabuleiros na sucessão estadual. Ou talvez apenas dois, um governista e outro oposicionista. O Observatório Político de O Paralelo 13 estará de olho, acompanhando os movimentos da política sucessória.
Até breve…
Apesar dos resultados divulgados pelo FMI, analistas entendem que o cenário ainda é frágil no país comandado por Javier Milei
Com R7
Em um momento de virada econômica e redução significativa da inflação mensal, a Argentina deve registrar um crescimento ainda maior no próximo ano. Segundo projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional), o país deve crescer o dobro do Brasil em 2025 e 2026.
Para este ano, o índice deve ser de 5.5% e, em 2026, de 4.5%. Em contrapartida, o Brasil tem uma expectativa de crescimento de 2.3% e 2.1%, respectivamente. Para especialistas ouvidos pelo R7, apesar do alívio momentâneo, o cenário ainda é frágil na Argentina.
Em 2023, por exemplo, a inflação anual chegou a 211,4%, caindo para 117,8% em 2024, de acordo com dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Mesmo com os resultados, o economista Hugo Garbe aponta que o índice continua alto e houve um aumento da pobreza.
“O sucesso do experimento liberal dependerá da capacidade de Milei de manter apoio político e coesão social, ao mesmo tempo em que avança com medidas impopulares. É uma aposta de alto risco: se der certo, pode transformar a Argentina; se falhar, pode aprofundar o caos”, avalia.
Apesar da baixa perspectiva de crescimento, diferentemente da Argentina, o Brasil não vive hiperinflação ou colapso institucional, mas, na opinião de especialistas, tampouco lida da melhor forma com obstáculos que impedem seu crescimento.
Para Garbe, o país parece ser “prisioneiro” de um modelo de crescimento baseado no consumo e na expansão do crédito público, porém, sem as contrapartidas em eficiência e produtividade.
“A baixa produtividade, a rigidez fiscal, a burocracia sufocante e a insegurança jurídica compõem o que se convencionou chamar de “Custo Brasil”, um obstáculo persistente ao investimento e à inovação", explica.
Segundo o especialista em administração Marcello Marin, o Brasil tem uma economia maior e mais complexa — o que torna seu crescimento mais lento. Entretanto, é necessário que o país acelere reformas estruturais em áreas de tributação, administração e trabalhista.
“O Brasil cresce de forma modesta porque há muitos entraves internos. Enquanto não resolvermos esses gargalos, vamos continuar dependendo de choques externos - como commodities ou juros globais - para crescer acima da média. O governo tem de cortar gastos urgentes e trabalhar em uma melhoria para que possamos ter esse crescimento”, ressalta Marin.
Ajuste fiscal
Ao assumir o mandato, em 2023, o presidente argentino, Javier Milei, prometeu mudanças drásticas na estrutura econômica do país a fim de controlar a inflação. Com o novo governo, o país iniciou um programa de ajuste fiscal radical e de reformas liberais ambiciosas.
Além disso, sob alvo de críticas, Milei fez um amplo corte nos gastos públicos, demitiu centenas de servidores públicos e promoveu ampla desregulamentação dos planos de saúde.
“O sucesso do programa argentino, até o momento, contrasta com experiências anteriores do país. A redução da inflação mensal de 26% para níveis mensais no intervalo de 2% a 3% em menos de um ano representa uma das mais rápidas desinflações da história econômica recente, particularmente notável por ter sido alcançada sem o recurso de mecanismos de congelamento“, aponta um relatório da FGV.
Para Hugo Garbe, a preocupação é “se esse avanço representa uma verdadeira virada de ciclo ou apenas um respiro técnico após uma recessão devastadora”.
Tecnicamente, a Argentina saiu da recessão. O PIB voltou a crescer em termos trimestrais, mas, na opinião de especialistas, isso não significa estabilidade ou prosperidade.
O empresário Marcos Freitas possui empreendimentos na Argentina e observa que o cenário no âmbito dos negócios ainda é frágil, volátil e imprevisível. Para ele, no Brasil, o crescimento menor da economia não deve ser encarado como fracasso, mas como alerta.
“A diferença entre os dois países não está na velocidade momentânea do crescimento. Está na mentalidade. Enquanto a Argentina tenta se reerguer com decisões de choque, o Brasil segue prisioneiro da hesitação. Não há clareza estratégica nem coordenação entre o setor público e o setor produtivo. Falta coragem para simplificar, desburocratizar e liberar o empreendedor para fazer o que sabe: produzir, empregar e inovar“, avalia.
Período de estiagem agrava focos de incêndio e eleva riscos à saúde, energia e meio ambiente em cinco estados
Com SBT
O chamado “verão amazônico” — período de estiagem que afeta a região Norte do Brasil — tem elevado significativamente o risco de queimadas. Os estados do Tocantins, Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre estão em estado de alerta devido aos impactos ambientais e à ameaça à saúde pública.
Em diversas áreas desses estados, as consequências já são visíveis: fumaça densa em zonas urbanas, falta de energia elétrica, destruição da fauna e flora, além de impactos diretos no funcionamento de escolas e unidades de saúde.
Na capital do Acre, Rio Branco, o cenário é preocupante. Mais de nove hectares de vegetação foram destruídos pelo fogo, e animais silvestres, como tamanduá-mirim e coruja, precisaram ser resgatados. Em julho, o número de focos de calor aumentou mais de 650% em comparação com o mês anterior.
Poluição
A cidade enfrenta também altos níveis de poluição do ar, agravados pelo tempo seco. Um quadro perigoso, especialmente para crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias. A Defesa Civil alerta para os riscos e reforça a necessidade de cuidados redobrados nesse período.
De acordo com o coronel Carlos Batista, da Defesa Civil, o momento exige atenção máxima da população.
Letícia Dantas e Pedro Nogueira, moradores da região, relataram o incômodo diário causado pela fumaça que invade as casas e prejudica a saúde de toda a família.
Enquanto isso, equipes do Corpo de Bombeiros seguem atuando no combate aos focos de incêndio. No entanto, o alerta permanece: a estiagem deve se intensificar nas próximas semanas, o que pode agravar ainda mais a situação em áreas já vulneráveis.
Sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e funciona como um sinal ao consumidor sobre os custos
Com Agência Brasil
A conta de luz terá aumento a partir de agosto. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que será acionada a bandeira vermelha patamar 2, o que representa a cobrança de R$ 7,87 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Em julho, estava em vigor a bandeira vermelha no patamar 1, que aplicava um acréscimo de R$ 4,46 por 100 kWh. A elevação da bandeira reflete o aumento nos custos de produção de energia elétrica, provocado principalmente pela redução no volume de chuvas e menor geração pelas hidrelétricas.
“O cenário de afluências abaixo da média em todo o país reduz a geração por meio de hidrelétricas. Esse quadro eleva os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais caras, como as usinas termelétricas”, explicou a Aneel em nota.
O impacto já começa a ser sentido no bolso do consumidor. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a energia elétrica foi a principal responsável pela alta de 0,33% no IPCA-15, prévia da inflação oficial de julho. Em junho, o indicador havia registrado aumento de 0,26%.
Entenda as bandeiras tarifárias:
Bandeira verde: condições favoráveis de geração. Sem acréscimo na tarifa.
Bandeira amarela: geração menos favorável. Acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh.
Bandeira vermelha – patamar 1: geração mais custosa. Acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
Bandeira vermelha – patamar 2: geração ainda mais custosa. Acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e funciona como um sinal ao consumidor sobre os custos reais da geração de energia no país, incentivando o uso consciente da eletricidade, especialmente em períodos de escassez hídrica.
Presidente norte-americano justificou tarifaço afirmando que "pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada"
Por Paulo Sabbadin
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que está disposto a dialogar com o presidente Lula. "Ele pode falar comigo quando quiser", disse o norte-americano em entrevista coletiva nesta sexta-feira (1°).
Sobre os motivos que levaram ao tarifaço sobre produtos brasileiros, Trump afirmou que "as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada".
O presidente norte-americano ainda deixou em aberto a possibilidade de reverter sua decisão: "vamos ver o que acontece, mas eu amo o povo do Brasil".
O governo brasileiro recebeu as declarações com surpresa. A avaliação inicial é de que houve uma abertura inicial por parte de Trump.
Lula aberto ao diálogo
Em entrevistas recentes, o presidente Lula ressaltou a tradição do Brasil de ser um bom negociador "com o mundo inteiro", mas "sobretudo com quem quer conversar".
"Eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer o que aquilo no mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Tem. Coloca a divergência de lado e vamos tentar resolver, e não de forma abrupta, individual, decidir que vai taxar o Brasil em 50%", disse Lula.