O Palácio já tem seu adversário nas eleições estaduais

Posted On Segunda, 01 Setembro 2025 13:43
Avalie este item
(0 votos)

Oposição ao Palácio Araguaia, o vice-governador Laurez Moreira surge como candidato ao governo com apoio da família Abreu Silvestre, inaugurando de forma oficial o campo oposicionista que tentará enfrentar a força da máquina governista

 

 

 

Por: Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues 

 

 

 

De um lado, está o governador Wanderlei Barbosa, que soma quase 80% de aprovação popular e não esconde a confiança em sua capacidade de conduzir o processo político. Com muito recurso em caixa e inúmeras obras para entregar nos próximos nove meses, o governador tem tudo para sair vitorioso nestas eleições estaduais, apostando em levar para o segundo turno o seu candidato ou candidata. Wanderlei Barbosa tem deixado as duas candidaturas da base governista, senadora Dorinha Seabra e o deputado estadual Amélio Cayres, trabalharem para a viabilização de suas pré-candidaturas. Somente o governador Wanderlei Barbosa saberá a hora de sentarem à mesa para discutir a união da base em torno de uma só candidatura palaciana. É natural e até democrático que cada um faça sua parte na visibilidade real para tornar-se competitivo.

 

 

 

Governador Wanderlei Barbosa e o senador Eduardo Gomes 

 

 

A verdade é que Wanderlei Barbosa tem repetido em diversas ocasiões que 2026 será o ano de fazer escolhas e manifestar suas preferências eleitorais. Até lá, o governador parece disposto a administrar o tempo e evitar movimentos precipitados. Em nenhum momento, aliás, ele esticou a corda com o senador Eduardo Gomes, vice-presidente do Senado e seu aliado de primeira hora. Muito pelo contrário não impôs prazos nem pressionou seu amigo a definir se estaria ao lado de Dorinha ou de Amélio. Ambos, aliás, já se mostraram vacinados contra intrigas e fuxicos, maduros o suficiente para manterem a união em torno do projeto governista em 2026. O que não falta, porém, são figuras sem bússola e sem porto, tentando pegar carona e sentar à força na boleia da disputa majoritária dentro da base, mesmo sem a legitimidade para isso.

 

O desafio do Palácio é evidente: não permitir que duas candidaturas governistas fragilizem o projeto de continuidade e abram caminho para a oposição. A base é ampla e reúne deputados estaduais e federais, dois senadores, prefeitos, vereadores, dirigentes de classe e novos pré-candidatos que aguardam o comando político do governador. Mas, neste cenário, não há espaço para duas candidaturas governistas avançarem ao mesmo tempo até o segundo turno. Ou a base se une, ou Laurez Moreira ganha terreno e pode surpreender.

 

Gilberto Kassab presidente nacional do PSD senador Irajá Abreu e o vice governador Laurez Moreira 

 

A oposição, por sua vez, não pode ser subestimada. Laurez tem peso político, articulação e já se consolidou como nome competitivo, especialmente em um quadro em que 71% dos eleitores ainda não definiram seu candidato ao governo. Some-se a isso o apoio do PT, de Irajá Silvestre e de Kátia Abreu, que trabalham para oferecer um palanque robusto ao presidente Lula no Tocantins. O cenário se torna ainda mais delicado para o governo quando se observa a relação próxima de ministros do STF com o governo petista, reforçando a possibilidade de uma ofensiva nacional em favor da oposição no Estado.

 

Chegou, portanto, o momento de o governador Wanderlei Barbosa refletir sobre seu futuro político e sobre os rumos da sua base. Se houver unidade no primeiro turno, as chances são reais de um xeque-mate contra a oposição, com vitória já de saída e a conquista das duas vagas ao Senado, além da maioria na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Se, no entanto, a base rachar, as chances de vitória no primeiro turno desaparecem e Laurez Moreira praticamente assegura presença no segundo, carregando consigo os descontentes e derrotados dentro do grupo governista. E se Laurez for para o segundo turno, pode tornar-se governador do Tocantins.

 

 

Nesse contexto, a candidatura de Irajá Silvestre ao Senado pode ganhar ainda mais força, somando-se ao palanque de Laurez e Lula. Isso atrairia ministros e lideranças nacionais ao Tocantins, fortalecendo a oposição e aumentando as dificuldades do Palácio Araguaia.

 

É fato, é realidade: a eleição de 2026 no Tocantins já está em curso, e o jogo será decidido entre a capacidade de Wanderlei Barbosa em manter sua base unida e a habilidade da oposição em explorar cada fissura aberta dentro do governo.

 

 

Última modificação em Segunda, 01 Setembro 2025 14:35
{loadposition compartilhar} {loadmoduleid 252}