Os presidentes do MDB, Baleia Rossi, e do Republicanos, Marcos Pereira, se reuniram nesta terça-feira (6) para discutir a possível federação entre os dois partidos
Por Edson Rodrigues
A ideia é conseguir se contrapor à 'superfederação’ formada entre União Brasil e Progressistas na semana passada. Juntos, MDB e Republicanos somariam 88 deputados e formariam a terceira maior bancada da Câmara (União-PP somam 109 deputados e o PL tem 92 deputados).
Esse não foi o primeiro encontro entre Baleia e Marcos Pereira, que enxergam na ideia da federação, segundo interlocutores, uma chance de conquistar peso e influência para os acordos, de olho também nas eleições de 2026.
O cálculo não leva em conta apenas o pleito presidencial, mas o maior número de prefeitos e receberão as maiores fatias de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais e pagamento de despesas partidárias.
TOCANTINS: O GIRO DA RODA POLÍTICA
Deputado Alexandre Guimarães e o governador Wanderlei
Não há o que discutir em termos de patrimônio político no Tocantins entre Republicanos e MDB. Cada um tem o seu. Guardando as devidas proporções, o MDB tem o “seu” deputado federal, Alexandre Guimarães, eleito no ninho Republicano, mas que, por força de uma manobra política, articulada pela família Barbalho – do senador Jader Barbalho, do Pará,que tem, ainda, ministro, deputado federal e governador no clã - , deixou de ser “cabo” para virar “coronel”, migrou para o MDB, tratorando o então presidente estadual emedebista, ex-governador Marcelo Miranda, e assumindo o comando da legenda no Estado.
Em bora tudo tenha ocorrido contando com a “boa vontade” de Marcelo Miranda, o apetite de Alexandre Guimarães mudou depois que sua ficha foi assinada no MDB, realizando o que, para alguns emedebistas tradicionais, acabou se configurando em uma “intervenção branca”.
Independente do que tenha acontecido no Tocantins – ou da forma com que cada envolvido viu ou está vendo -, as cúpulas nacionais de MDB e Republicanos parecem bem próximas de bater o martelo quanto à formação da Federação que os unirá por, pelo menos, quatro anos, como manda a legislação eleitoral. Caso essa federação realmente se concretize, há algumas perguntas sobre o que deve acontecer no Tocantins.
Por exemplo, como ficará o desejo de Alexandre Guimarães em ser candidato ao Senado? Ou, com o apetite que tem, qual será o status do próprio Guimarães dentro da formatação dessa federação no Estado, uma vez que o comando deve ficar, obviamente, com o governador Wanderlei Barbosa? E, por fim, estará Wanderlei Barbosa disposto a fazer a roda da política girar dentro dessa federação – pois ela só gira quando o comandante quer -, dando espaço para as pretensões de Alexandre Guimarães?
Respostas a serem obtidas com o tempo...
CONTA POLÍTICA NEM SEMPRE É EXATA
Fato é que o Tocantins, há tempos, não vive uma fase de harmonia política como a que passa hoje, com o governador Wanderlei Barbosa batendo na casa dos 80% de aprovação popular e sua gestão recebendo afagos do G5+, grupo recém-formado que reúne os prefeitos dos cinco maiores colégios eleitorais do Estado. Mas, até as eleições de 2026, ainda há muita água a passar por baixo da ponte.
É por isso que o Observatório Político de O Paralelo 13 não descarte que, em 2026, o governador receba uma “forcinha” para rever seu atual posicionamento, e renunciar para tentar uma das duas vagas ao Senado, mostrando que a roda da política também pode rodar ao sabor do vento soprado pelos eleitores.
Governador Wanderlei e o senador Eduardo Gomes
Aliás, esse vento virou ventania após a divulgação da pesquisa feita pelo Instituto Paraná, em que Wanderlei Barbosa lidera a corrida pelo Senado, seguido pelo atual senador e primeiro vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, presidente estadual do PL, com 5 deputados estaduais, três deputados federais, diversos prefeitos e vereadores, e que tem vaga cativa para a sua candidatura à reeleição.
Ao que tudo indica, ao se confirmar a federação entre MDB e Republicanos, tem gente que vai ter que entrar de dieta.
Por hoje é só!