Por: Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 apurou, junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Tocantins, que não existe em curso nenhum processo de impeachment contra o governador afastado Wanderlei Barbosa.
Apesar da repercussão causada por um pedido protocolado pelo vereador de Palmas, Carlos Amastha, a iniciativa não passou de uma ação isolada, sem sustentação legal ou respaldo político dentro do Parlamento estadual.
A irresponsabilidade de Amastha
O gesto do vereador, ao apresentar um pedido de impeachment, soa mais como uma encenação para ganhar espaço na mídia do que como um ato sério de fiscalização política. O documento, conforme apurado, não apresenta fundamentos jurídicos sólidos e tampouco argumentos consistentes que poderiam mobilizar os 24 deputados estaduais, legítimos representantes da população tocantinense.
Na prática, trata-se de uma peça frágil, mais próxima de um roteiro circense do que de uma proposição legislativa. O ato, além de inconsistente, expõe a irresponsabilidade de se utilizar de um instrumento tão grave da democracia apenas para autopromoção.
Transparência é fundamental
Se não deseja ser acusado de agir apenas pelo espetáculo, caberia ao vereador Amastha tornar público o conteúdo do pedido protocolado. Afinal, não estamos aqui discutindo o mérito dos fatos relacionados ao governador afastado Wanderlei Barbosa, mas sim a falta de seriedade e de fundamento no documento que tenta, sem base real, levantar a bandeira do impeachment.
Em um momento delicado para o Tocantins, o debate político precisa ser conduzido com responsabilidade, serenidade e compromisso com a legalidade — e não com ações que apenas inflamam os ânimos e desviam a atenção do que realmente importa para a população.
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
A movimentação política no Tocantins ganhou novos contornos com o afastamento do governador Wanderlei Barbosa e a ascensão de Laurez Moreira como governador interino. No centro das articulações está a família Abreu Silvestre, cujo objetivo é claro: eleger o caçula Iratã Abreu como deputado federal e garantir a reeleição do senador Irajá Silvestre.
O TABULEIRO POLÍTICO E OS SINAIS DE PODER
Ex senadora Kátia Abreu e o governador Laurez Moreira
A ex-senadora Kátia Abreu, figura influente com trânsito livre no governo Lula e relações pessoais nos principais poderes de Brasília, inclusive nas cortes superiores, tem se mostrado peça-chave nas articulações. Sua visita ao Palácio Araguaia, com direito a fotos e publicidade ao lado de Laurez Moreira, foi interpretada por analistas como um “passa recibo” — uma demonstração explícita de influência.
O desfile de 7 de setembro reforçou essa leitura: Irajá desfilou em carro aberto ao lado de Laurez, recém-empossado, gesto considerado por muitos como simbólico e até sádico, dado o contexto do afastamento de Wanderlei Barbosa. Os analistas políticos foram unânimes em interpretar ambas as situações como um aviso do clã dos Abreu: “estamos mandando ou vamos mandar neste governo.”
WANDERLEI BARBOSA: AFASTADO, MAS NÃO FORA DO JOGO
Apesar do processo de impeachment em curso na Assembleia Legislativa, Wanderlei Barbosa não é réu nem condenado. A possibilidade de renúncia pode tornar o pedido de impeachment inócuo — como um pai que paga a pensão antes de ser preso, anulando a ordem judicial.
Wanderlei é um fortíssimo candidato ao Senado, com chances reais de vitória, aparecendo em primeiro lugar nas intenções de voto nas últimas pesquisas, e o vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, vem logo em seguida, alicerçado pelo seu histórico de maior captador de recursos para o Estado e seus 139 municípios.
Senador Eduardo Gomes
Com a senadora Professora Dorinha Seabra cotada para disputar o governo, o cenário sucessório se torna ainda mais complexo.
É por isso que chamamos o governador em exercício, Laurez Moreira, a uma reflexão: é preciso que ele tenha o comando pleno do seu governo, que não deixe nenhum dos seus companheiros ou auxiliares querer ser maior ou melhor que o próprio governador, pois o jogo sucessório será cheio de curvas, nuances, pegadinhas e surpresas, e Laurez Moreira e o núcleo duro do seu governo, que desejam - e precisam – fazer uma boa gestão, têm que errar o menos possível, varrer os conflitos internos para dentro e fazer de tudo para o fortalecimento do seu grupo político.
Outro ponto de suma importância tem a ver com a comunicação do governo. Laurez precisa estar de bem com os principais veículos de comunicação do Estado, interagindo diariamente com os formadores de opinião pública. Sua secretária de Comunicação, Luiza Rocha Pinheiro, seu chefe de gabinete, Aílton Araújo, que tem um ótimo relacionamento com os dirigentes da área da Comunicação, e o membro do Conselho Político do Governo, ex-prefeito de Palmas, Raul Filho, devem conduzir essa interação com muita sutileza e assertividade, pois com o tempo diminuto, quanto mais “comunicar” melhor para a gestão de Laurez, para ser lembrada e conhecida pelo povo.
Basta ver como age sua principal adversária, que está usando a comunicação em seu favor.
O tempo é curto para Laurez Moreira dizer a que veio, por isso é crucial errar pouco, comunicar muito e, principalmente, nem pensar em dividir as rédeas do seu governo com terceiros.
Laurez precisa deixar claro quem é o governador!
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi alvo de uma ameaça de morte após comentar em rede social o assassinato do líder conservador Charlie Kirk.
Por:Ricardo Lélis
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi alvo de uma ameaça de morte na noite da quarta-feira, 10 de setembro, após comentar em rede social o assassinato do líder conservador Charlie Kirk, que foi baleado durante evento em uma universidade nos EUA.
"Nikolas eu vou te matar a tiros", escreveu o perfil, que foi privado logo em seguida diante da repercussão.
O parlamentar respondeu a publicação criticando militantes de esquerda e afirmou que acionou a Justiça para tomar medidas no caso.
"A esquerda forma assassinos, imorais e sem alma. Estudantes que querem matar ou concordam em matar seus opositores políticos. Já mobilizei todos os instrumentos jurídicos e de segurança contra eles. Se querem guerra, conseguiram", escreveu.
Morte de Kirk
Charlie Kirk, CEO e cofundador da organização conservadora de jovens Turning Point USA, foi morto na quarta (10), após ser baleado em um evento universitário.
Vídeos publicados nas redes sociais pela Utah Valley University mostram Kirk falando ao microfone, sentado sob uma tenda branca com os slogans "The American Comeback" e "Prove Me Wrong". Um disparo é ouvido e ele leva a mão direita ao pescoço, de onde jorra muito sangue. Espectadores atônitos gritam antes de começar a correr.
O diretor do Federal Bureau of Investigation (FBI), Kash Patel, disse que o suspeito do tiroteio que matou o influenciador está mantido sob custódia.
"Agradecemos às autoridades locais e estaduais de Utah pela parceria com o FBI. Forneceremos atualizações assim que possível" disse Patel em publicação no X.
Medidas são importantes para o governo Lula e são discutidas com parlamentares na Câmara e no Senado
Por Edis Henrique Peres
O governo federal começou a intensificar o diálogo com o Congresso para conseguir aprovar duas propostas importantes para o governo Lula: a Política Nacional dos Minerais Críticos e a MP (Medida Provisória) que garante energia gratuita para famílias de baixa renda, indígenas e quilombolas inscritos no CadÚnico e que consomem até 80 kWh por mês de energia.
As informações são do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que em coletiva de imprensa detalhou ações do governo.
Silveira comentou a ação do presidente da Câmara, Hugo Motta, de retirar da pauta o projeto da Política Nacional dos Minerais Críticos, atendendo a um suposto pedido do governo federal.
“Vamos instalar agora, nos próximos dias, o Conselho Nacional de Política Mineral, criado em 2022 e aperfeiçoado por nós em 2023. Vai ser a primeira reunião do Conselho. Estamos preparando uma pauta porque a questão dos minerais críticos é um tema extremamente estratégico pro Brasil”, avaliou.
Silveira reforçou que o Brasil tem “uma das maiores riquezas em minerais para a transição energética, principalmente potássio e fosfato”.
“Queremos, a partir da implementação do Conselho, avançarmos numa série de decretos que podem ser feitos de forma infralegal e consensuar com o Congresso uma política legal que tenha uma visão estratégica de governo”, explicou.
Por isso, segundo o ministro, houve o pedido ao deputado Hugo Mota e ao Congresso pela discussão de um projeto comum a fim de um avanço rápido na política de Estado para os minerais críticos e estratégicos do Brasil, detalhou Silveira.
Tarifa social
Em relação à tarifa social, Silveira disse que está em diálogo com deputados para “consensuar o máximo possível o projeto enviado pelo governo”.
O ministro diz que já há pontos que o deputado Fernando Coelho Filho, relator na Comissão Mista que avalia o projeto, entende serem muito importantes para manutenção ou aperfeiçoamento naturalmente pelo Congresso.
Apesar de possíveis mudanças no projeto, o ministro de Minas e Energia disse que tem visto “grande apoio e consenso na Câmara dos Deputados”.
“Espero que o mesmo se dê no Senado e espero que o texto final seja um texto que atenda aquilo que foi o propósito nosso no Ministério de Minas e Energia e do presidente Lula de enviar ao Congresso: equilibrar e proteger os mais pobres com a tarifa social, proteger a classe média com abertura total de mercado e equilibrar o setor diminuindo alguns subsídios que não são mais necessários”, disse.
Próximos passos
A MP da Tarifa Social foi aprovada na comissão mista criada para analisar a matéria na primeira semana de setembro. Agora, seguirá para votação no plenário da Câmara e do Senado.
A proposta garante gratuidade na conta de luz para famílias de baixa renda e famílias indígenas e quilombolas inscritas no CadÚnico que consumam até 80 kWh por mês de energia — não haverá desconto sobre o consumo que exceder esse limite.
Além disso, famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal entre meio e um salário mínimo não vão precisar pagar os valores referentes à chamada CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), caso tenham um consumo mensal de até 120 kWh.
A CDE é um fundo setorial que financia políticas públicas no setor elétrico.
A medida prevê tarifas diferenciadas por horário de consumo, fornecimento de energia pré-paga e diferentes tipos de tarifa conforme critérios de local e de complexidade.
Por ser uma medida provisória, as adequações já estão em vigor desde que foi editada pelo governo, no fim de maio. Mas o texto depende da análise do Congresso em um período de até 120 dias para se tornar permanente.
Aliados do presidente da Câmara dizem que ele tenta passar a imagem de que a Câmara funciona normalmente, apesar da polarização política que escalou com o julgamento de Bolsonaro no STF
Por Iander Porcella
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu frear a pressão do PL e empurrou para depois do julgamento de Jair Bolsonaro qualquer discussão sobre anistia, sem dar previsão de votação nem indicar relator. Até integrantes do Centrão que na semana passada haviam decidido endossar a demanda bolsonarista agora veem um perdão ao ex-presidente como menos provável. Mas não foi só: além de frustrar os planos da oposição, Motta também abraçou a agenda eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao anunciar para esta quarta-feira, 10, a votação da MP do governo que diminui a conta de luz.
O Palácio do Planalto respirou aliviado depois de ter montado uma operação de guerra contra a anistia e para evitar a paralisia da pauta governista ameaçada pelo PL. A equipe de Lula agora espera que o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, joia da coroa do presidente para 2026, vá para votação no plenário da Câmara até o fim de setembro. O relator, Arthur Lira (PP-AL), já deu parecer favorável ao texto. Outras prioridades são a PEC da Segurança Pública e a MP que cria o Gás do Povo.
Aliados de Motta dizem que ele tenta passar a imagem de que a Câmara está funcionando normalmente, apesar da polarização política que escalou com o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Além de endossar a agenda eleitoral de Lula, o deputado trabalha para deixar como marca de sua gestão a reforma administrativa.
O perdão a Bolsonaro também esfriou por ação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Mesmo se passasse na Câmara, a proposta enfrentaria maior resistência na Casa vizinha. Como mostrou a Coluna, o senador relatou a pessoas próximas que ficou irritado com a cobrança pública feita por Flávio Bolsonaro(PL-RJ), durante os atos de 7 de setembro, sobre a anistia. De acordo com aliados, a pressão feita no palanque tornou ainda mais difícil o apoio de Alcolumbre à pauta bolsonarista.
Diante desses reveses, como mostrou a Coluna, a oposição deve aumentar a pressão para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), volte às articulações para convencer o Congresso a anistiar Bolsonaro, sob pena de perder novamente a confiança do bolsonarismo para se cacifar como herdeiro político do ex-presidente na corrida pelo Planalto em 2026.