Petista afirmou que não vai hesitar em candidatura se tiver boas condições de saúde e em situação de ganhar a eleição
Com Estadão
Após aparecer na liderança das últimas pesquisas eleitorais, Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que vai ser candidato a presidente e enfrentará Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Em entrevista para Paris Match, o petista afirmou que “não hesitará” em candidatura e avaliou os seus oito anos como presidente do Brasil.
“Se estou na melhor posição para ganhar as eleições presidenciais e gozo de boa saúde, sim, não hesitarei. Acho que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China, Rússia”, afirmou.
“Sob meu mandato, o Brasil tornou-se um importante ator no cenário mundial, notadamente criando pontes entre a América do Sul, África e os países árabes, com o objetivo de estabelecer e fortalecer uma relação Sul-Sul e demonstrar que o predomínio geopolítico do Norte não era inexorável”, completou.
Durante a entrevista para a publicação francesa, Lula também falou sobre a condenação na Operação Lava Jato e que vai até o fim para provar sua inocência. “Em meu primeiro depoimento, disse ao juiz Moro: ‘Você está condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não tem como voltar atrás’. Essa mentira de fato envolveu um juiz, adquirir e a grande mídia do país, todos os quais me condenaram antes mesmo de eu ser julgado. O que eles não sabiam é que estou pronto para lutar até o último suspiro para provar que se uniram para me impedir de ir às eleições”.
No começo do ano, o petista contraiu covid-19 em uma viagem para Cuba. O ex-presidente garante estar curado. “Estou bem. Para falar a verdade, nem percebi que estava com o covid, não senti absolutamente nada. Eu descobri fazendo um teste, que deu positivo. Depois de detectar uma mancha em um dos meus pulmões no raio-x, apliquei antibióticos. Duas semanas depois, recuperado, pude retornar ao Brasil, onde fui submetido a novos exames. Mesmo vacinado, continuo me cuidando. Evito as multidões, continuo a usar máscara e álcool em gel sempre que necessário”, declarou.
Nos últimos anos, o governo brasileiro sob o comando de Jair Bolsonaro entrou em conflito diplomáticos com vários países, incluindo a França. Para Lula, o Brasil não tem que entrar em guerra com ninguém.
“Acho que a relação entre as nossas nações [Brasil e França] sempre foi extraordinária, excepcional. Acho que tem que continuar assim, apesar das diferenças ocasionais. O Brasil não deve procurar entrar em conflito com nenhum país. Nossa última guerra foi contra o Paraguai há 150 anos. Posso ter divergências com o presidente dos Estados Unidos, mas não posso perder de vista que devo manter relações diplomáticas com ele para garantir a democracia, a política de desenvolvimento, as relações comerciais, científicas e tecnológicas”, disse.
Segundo o mandatário, população tem de escolher um presidente que preze pela liberdade
Por Augusto Fernandes
Em evento no Palácio do Planalto nesta terça-feira (18/5), o presidente Jair Bolsonaro fez comentários sobre as eleições presidenciais do Brasil que acontecerão no ano que vem, e disse que a população precisa ter consciência na hora do voto para não eleger alguém que transforme o país em uma Venezuela ou em uma Argentina, nações que são lideradas por governos de esquerda.
O mandatário disse que a população brasileira precisa valorizar pela liberdade, sugerindo que ela não existe nos vizinhos sul-americanos, e que não pode escolher um candidato para a ocupar a presidência que acabe com isso. Segundo Bolsonaro, essa liberdade está sendo ameaçada pelos partidos de esquerda do Brasil.
“Temos um bem enorme no Brasil que chama-se liberdade. Entendam, ela está sendo ameaçada. O que já flertamos com o outro lado e que alguns ainda, por cultura, flertam. Entendam o que aconteceu na Venezuela, o que está acontecendo na Argentina. Sempre tenho falado que a nossa liberdade é mais importante que a nossa vida. Um homem preso ou uma mulher presa não têm vida”, comentou o presidente.
Bolsonaro até declarou que a sua fala não se trata de “uma briga política para o ano que vem” e ainda destacou que “não temos um possível melhor candidato para o Brasil”. Mesmo assim, fez coro para que a esquerda não vença o pleito do ano que vem. “Temos a necessidade de ter alguém na Presidência em 2023 que possa atender os anseios de liberdade de cada um de nós”, afirmou.
O presidente disse que a sua vitória em 2018 evitou que o Brasil seguisse o mesmo caminho de Venezuela e Argentina. Na ocasião, ele foi eleito contra Fernando Haddad (PT), no segundo turno. “Com todo respeito, o único grande prazer de ocupar a cadeira da Presidência é saber que, se não fosse eu, olha quem estaria lá e onde estaríamos hoje”, opinou, acrescentando que Deus não vai permitir uma vitória da esquerda no ano que vem.
“A gente costuma fazer brincadeiras. Se o papa é argentino, Deus é brasileiro. Acredito que isso é uma grande verdade. Temos Deus ao nosso lado e tenho certeza, como no passado, que ele nos ajudará.”
Segundo o ex-chanceler Ernesto Araújo, que depôs à CPI nesta terça, as decisões relacionadas ao combate à pandemia foram de responsabilidade do Ministério da Saúde
Da Agência Senado
O depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo à CPI da Pandemia nesta terça-feira (18) reforça a suspeita quanto à existência de um comando paralelo no combate à covid-19, em contraste com as orientações do próprio Ministério da Saúde. Essa foi a avaliação do comando da CPI, a qual difere da opinião de senadores governistas, para quem a oposição tentar criar um "crime inexistente".
Para o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), as contradições apontadas por Ernesto Araújo comprometem a atuação de então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na crise gerada pela falta de oxigênio e de vacinas e apontam para a importância do depoimento do ex-titular da pasta à comissão nesta quarta (19).
— A situação está difícil para Pazuello, é um movimento de abandono [do ex-ministro da Saúde]. A melhor coisa que ele teria a fazer amanhã é colaborar com a CPI. Se não, todos os elementos apontarão ele como responsável pela morte de centenas de milhares de brasileiros — afirmou.
Para Randolfe Rodrigues, as colaborações de Ernesto Araújo também reforçam a “omissão criminosa” que o governo brasileiro teve durante a crise de oxigênio em Manaus.
— Deixa claro que quem aderiu ao consórcio Covax com 10%, e não 50% da vacina, foi o Ministério da Saúde. A quantidade de oxigênio que socorreu os amazonenses foi doada pelo governo da Venezuela e o governo brasileiro não articulou e nem agradeceu. Está ficando cada vez mais clara a omissão do governo na aquisição de vacinas. A pergunta é ‘quantas vidas de compatriotas poderiam ter sido salvas se pelo menos uma das propostas de vacinas, das tantas rejeitadas, tivesse sido concedida?’ — questionou.
"Gabinete das sombras"
Relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) também concorda com a existência do comando paralelo da pandemia, a quem classificou como “gabinete das sombras”. Ele também afirmou que Pazuello está sendo “entregue aos leões”.
— Era uma espécie de ministério da doença, em contraposição ao Ministério da Saúde, que despachava com o presidente da República, que fazia as reuniões no Palácio do Planalto, estabelecia as políticas públicas, onde deveria ser gasto o dinheiro, da forma como entendesse correta, e até pensava em modificar bula de remédio por decreto presidencial, enquanto o Ministério da Saúde sequer vacina poderia comprar. Pazuello anunciou a compra da vacina Coronavac e o presidente o desautorizou. Pazuello está sendo entregue aos leões. A pergunta é: ‘O senhor foi o único responsável por tudo isso, por essa tragédia?’. A essa altura, o silêncio depõe contra ele — afirmou Renan.
O relator da CPI destacou que Ernesto Araújo respondeu a todas as perguntas dos senadores, nas quais enfatizou que — à exceção da importação de cloroquina e da viagem a Israel, motivada, segundo o ex-chanceler, pela busca de novos medicamentos para o tratamento da covid-19 — todas as iniciativas de política externa aconteceram em função das decisões do Ministério da Saúde.
— Ao dizer isso, ele transfere o ônus da responsabilidade para o Ministério da Saúde e o ex-ministro Pazuello diretamente, sem subterfúgio. O que o Supremo [Tribunal Federal] decidiu é que Pazuello evidentemente não vai dizer nada que possa incriminá-lo, nem era esse o propósito da CPI. Queremos investigar fatos, não pessoas. Queremos que ele, como testemunha principal, como ex-secretário executivo e ex-ministro da Saúde possa colaborar com a CPI na busca da verdade, à medida que o governo vem aqui e transfere a responsabilidade para ele — afirmou Renan.
Questionado sobre a apuração de supostos desvios de recursos da saúde destinados pela União a estados e municípios, Renan disse que a comissão não fará dupla investigação sobre casos já em análise pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
— Esses fatos não são prioritários na CPI. Nós vamos investigar tudo o que for necessário, mas dentro de um roteiro óbvio e dentro da competência do Senado — afirmou.
"Abuso de poder"
Defensor do governo, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) discorda do entendimento dos senadores da oposição.
— Pazuello vem para falar muitas coisas importantes. O habeas corpus [concedido pelo STF ao ex-ministro da Saúde] é para evitar abuso de poder. Gabinete paralelo? Isso é mais uma narrativa da oposição tentando criar crime — afirmou.
O senador defendeu a apuração imediata dos fatos relacionados à pandemia nas unidades da Federação.
— Parece-me que há uma campanha para fazer blindagem e impedir investigação. O alvo da CPI é o governo do presidente Bolsonaro. Tentam criar a narrativa de que o grande culpado pelo coronavírus é o Bolsonaro. Vamos ouvir os secretários estaduais. Não aceitamos que denúncias de desvios e corrupção que levaram à morte de milhares de brasileiros fiquem sem resposta. Nas próximas semanas, vamos seguir o rumo do dinheiro. Vamos começar com o Amazonas — disse Marcos Rogério.
Fonte: Agência Senado
Ex-presidente da Câmara concedeu primeira entrevista à TV brasileira desde a prisão, analisando governo de Jair Bolsonaro, a pandemia e a perspectiva para 2022
Com CNN Brasil
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha concedeu à CNN sua primeira entrevista à televisão brasileira desde que foi preso em 2016. Nela, criticou a forma como se deu sua prisão e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas rejeita apoiar o PT.
“Já vivi o PT. Não quero o PT de volta. Eu concordo que a prisão do Lula foi um absurdo, assim como a minha também o foi”, afirmou o então presidente da Câmara durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Decisão vem após série de críticas do deputado ao presidente nacional do partido
Por Matheus de Souza
Após as fortes críticas do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), ao presidente nacional do DEM, ACM Neto, a sigla deliberou pela expulsão de Maia do partido. A informação é do deputado Arthur Maia (DEM-BA), que em publicação no Twitter afirma ainda que Rodrigo Maia deve perder o mandato.
"O DEM deliberou pela expulsão de Rodrigo Maia. Depois que perdeu todo o apoio dentre os deputados, não havia mais clima para ele no partido", afirmou Arthur. "Mesmo sendo expulso, Rodrigo Maia deverá perder o mandato, pois é óbvio que a agressão gratuita e grosseira contra o presidente do partido configura uma desfiliação indireta", declarou.
Na publicação, Arthur insulta o ex-correligionário chamando-o de "Nhonho" - referindo-se ao personagem da série mexicana "Chaves" - e afirma que o ex-presidente da Câmara virou "figura odiada pelos brasileiros".
Nesta sexta-feira Rodrigo Maia decidiu formalizar seu pedido de saída do DEM, após a decisão, Maia usou suas redes sociais para fazer fortes críticas a ACM Neto. "Malandro baiano", "Esse baixinho não tem caráter" e "Bolsonaro presidente e ACM Neto vice-presidente. Não sobrou nada além disso" foram alguns dos ataques postados pelo deputado.