De acordo com o Globo Esporte, a decisão dos atletas deve ser comunicada juntamente com um manifesto, com críticas à forma que o evento foi organizado, em meio à pandemia
Com Agências
Mesmo insatisfeitos, os jogadores da Seleção Brasileira de Futebol decidiram que irão disputar a Copa América no Brasil, segundo informações do portal Globo Esporte.
De acordo com o portal, a decisão dos atletas deve ser comunicada juntamente com um manifesto, com críticas à forma que o evento foi organizado, em meio à pandemia.
Pegos de surpresa com a alteração da Copa América 2021, inicialmente prevista para a Colômbia e Argentina, para o Brasil, os jogadores da seleção brasileira vêm demonstrando insatisfação de entrar em campo em meio a uma competição organizada às pressas – e num Brasil ainda às voltas com os percalços da pandemia.
De acordo com relatos divulgados à imprensa, o técnico Tite estaria ao lado dos jogadores na insatisfação em entrar em campo na competição, prevista para começar no próximo domingo, 13 de junho.
Em entrevista após a vitória sobre o Equador pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, o volante Casemiro deixou claro que a insatisfação em disputar a competição era uma unanimidade entre os jogadores da seleção.
"Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muitas coisas", disse Casemiro ao deixar o gramado do Beira Rio.
Conmebol tenta estancar sangria
Reuniões tensas entre cartolas. Confrontos políticos. Preocupações com a Covid-19. Os contornos da Copa América de 2021 - que originalmente seria realizada na Colômbia e na Argentina no ano passado - tornaram a missão da Conmebol ainda mais difícil na inesperada nova edição brasileira da tradicional competição continental. Os cartolas sul-americanos negociam até o último minuto com cada associação nacional de futebol para evitar novos sustos.
A manifestação da Associação de Futebol da Argentina no último domingo foi considerada uma vitória pela Conmebol. Ao lado da seleção brasileira, eram os argentinos quem mais tratavam da possibilidade de desistirem da competição. A Conmebol autorizou todas as seleções a decidirem se concentram na cidade em que forem atuar na Copa América ou não.
A Argentina optou por ir e voltar de Buenos Aires, para ficar no centro de treinamento de Ezeiza, ao lado do aeroporto. Todos os voos da competição serão fretados, com despesas pagas pela Conmebol. A confederação sul-americana vai gastar, pelo menos, US$ 40 milhões (R$ 200 milhões) em toda a organização - número que aumentou para atender todas demandas num momento de crise.
Outras seleções reafirmaram seus compromissos em atuar na Copa América. A seleção do Equador já comunicou que voa para o Brasil depois da partida contra o Peru, nesta terça-feira. Havia reunião marcada para debater o tema com associação de jogadores locais, mas foi cancelada. A decisão foi por viajar para jogar a Copa América, sem mudanças de rota.
A condição de outros atletas de seleções - como dos bolivianos - também sempre foi clara em disputar a competição. A premiação original para cada participante - US$ 4 milhões - se somou à pressão de dirigentes de cada associação, que se comprometeram a controlar seus atletas.
Estimativa de inflação sobe de 5,31% para 5,44%
Por Kelly Oliveira
As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) aumentaram a projeção para a expansão da economia brasileira pela sétima semana consecutiva. A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – subiu de 3,96% para 4,36%.
Para o próximo ano, a estimativa de crescimento do PIB passou de 2,25% para 2,31%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,50%.
As estimativas estão no boletim Focus de hoje (7), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC, em Brasília, com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Inflação
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,31% para 5,44%, na nona alta consecutiva.
A estimativa para 2021 supera o limite da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. O centro da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
Para 2022, a estimativa de inflação foi ajustada de 3,68% para 3,70%. Tanto para 2023 como para 2024 a previsão para o índice é de 3,25%.
O centro da meta de inflação para 2022 é 3,50% e para 2023, 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada atualmente em 3,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic termine 2021 em 5,75% ao ano. Para o fim de 2022, 2023 e 2024, a estimativa é de que a taxa básica encerre estes períodos em 6,5% ao ano.
Câmbio
A expectativa para a cotação do dólar permaneceu em R$ 5,30 para o final deste ano e de 2022.
'Você se masturba?', pergunta Caboclo à secretária. Mulher disse que decidiu gravar o chefe porque se sentia constrangida com o assédio, que acontecia havia mais de um ano. Fantástico mostra trechos de um dos áudios que estão na denúncia
Com Estadão
Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF, perguntou a uma funcionária da entidade se ela 'se masturbava' enquanto os dois estavam sozinhos na sala do dirigente. Áudios revelados pelo programa 'Fantástico', da TV Globo, mostram a conversa entre o dirigente e a mulher, que fez uma acusação formal de assédio moral e sexual contra ele - neste domingo, 6, o Comitê de Ética afastou o cartola preventivamente por 30 dias.
Segundo a reportagem, Caboclo chamou a funcionária para sua sala no segundo andar do prédio da CBF e pediu que ela tirasse a máscara e bebesse uma taça de vinho. Desconfortável, a mulher enviou mensagens para dois dirigentes, dos quais um inventou uma razão para ir até a sala do presidente. A funcionária foi para fora, mas Caboclo a chamou novamente, quando ela resolveu gravar a conversa. Esse episódio correu em 16 de março.
Segundo a denunciante, o diálogo ocorreu uma semana após ser chamada de 'cadelinha' por Caboclo durante uma jornada de trabalho na casa do presidente da CBF, em São Paulo. Ele teria consumido bebidas alcoólicas durante todo o dia, a ofendido e, então, oferecido biscoitos de cachorro para que ela comesse. Ela o repreendeu, ao que Caboclo passou a simular latidos.
No dia seguinte, a funcionária conversou com ele e contou ter se sentido humilhada. Caboclo disse que não interferiria na vida pessoal dela, mas exigiu que a mulher não tivesse mais nenhuma relação de amizade com outras pessoas da CBF. Nessa mesma conversa, o dirigente teria afirmado que as roupas da funcionária não eram adequadas para a função, exigindo que ela mudasse a maneira de se vestir e até oferecendo dinheiro para que ela comprasse um novo guarda-roupa.
O site globoesporte.com publicou um trecho do diálogo que foi gravado pela mulher e segundo ela comprova o assédio do presidente da CBF e também a intromissão na vida pessoal da funcionária.
Caboclo: Seu coração tá no cabeção ou no pilotão?
Funcionária: Em nenhum dos dois.
Caboclo: Em quem tá?
Funcionária: Não tá em ninguém, é verdade. Mulher consegue ficar bem sozinha.
Caboclo: Eu conheço minha mulher há 26 anos... Já apaixonei, pirei por amor.
(...)
Caboclo: Eu tinha te jurado que eu não ia falar sobre assuntos particulares. Ela tem a b***** dela e eu tenho o meu p** (...) Eu sou horroroso?
Funcionária: Chefe, eu não vou entrar no assunto da vida sexual de vocês (ri constrangida).
Caboclo: (...) Ela vai fazer ginástica, vai voltar tesuda (...)
Funcionária: Então, todo mundo… deixa ela ser feliz.
Caboclo: Sabe o que eu sou contra? Nada (...) Você quer uma taça de vinho? (...) Não... se não parece que eu tô louco (...) Posso te fazer uma pergunta?
Funcionária: Chefe, não vou me meter na sua vida sexual seu e da (...). Não vou, não vou.
Caboclo: Não é isso. É na sua.
Funcionária: Deixa a minha (vida pessoal) quietinha.
Caboclo: Você consegue resistir ao (...) todo dia dando em cima de você?
Funcionária: Consigo, nós somos amigos.
Caboclo: Eu não acredito.
Funcionária: Eu não tenho por que mentir, não.
Caboclo: Tá bom. Segunda pergunta. Posso?
Funcionária: Fala.
(...)
Caboclo: Você se masturba?
Funcionária: Chefe, tchau.
Caboclo: Ei...
Funcionária: Não quero falar disso, não quero. Eu vou avisar ao (...) que você tá lá embaixo.
Segundo o Fantástico, os áudios foram verificados por um perito, que garante não ter havido edição no conteúdo. Ele também confirmou que a voz era do próprio Rogério Caboclo. As falas da mulher foram preservadas para não revelar a identidade da vítima.
A defesa de Caboclo se manifestou em nota à Rede Globo, nega veementemente que ele tenha cometido qualquer ato de assédio, mas reconhece que houve brincadeiras inadequadas, afirmando que o dirigente e a denunciante eram amigos e que ele nunca tentou se aproveitar dela 'de forma libidinosa'. Diz ainda que houve uma negociação para um acordo, no qual a funcionária receberia R$ 12 milhões em troca da não divulgação da gravação. A defesa da funcionária afirmou que houve apenas uma oferta, que não foi aceita. Confira a nota completa.
"Rogério Caboclo nega veementemente ter cometido qualquer ato de assédio. Embora ele reconheça que houve brincadeiras inadequadas e excesso de intimidade, é preciso deixar claro que essas decorreram do fato de que havia uma relação de amizade entre ambos, que a denunciante esteve várias vezes na casa dele, convivia com sua família e que ambos conversavam com frequência sobre assuntos de natureza pessoal. Mas jamais ele se aproximou fisicamente da denunciante, menos ainda fez qualquer movimento ou proposta no sentido de se aproveitar de forma libidinosa dela.
A denunciante omite o fato de que, por várias semanas, negociou acordo em torno da questão, e até constituiu advogado para tanto, tendo feito pedido inicial de 12 milhões de reais, em troca da não divulgação da gravação. Estranhamente, acabou por fazer a denúncia, três meses após a data em que realizou a gravação, e em dia de jogo oficial da Seleção Brasileira. Minutas de acordo foram comprovadamente trocadas, mas, ao que parece, ao final, a denunciante não se contentou com seus termos."
Proximos passos da investigação
A situação do presidente se junta a outros problemas. Após a desistência de Colômbia e Argentina de serem sedes da Copa América, Caboclo ofereceu o Brasil, com apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que a Conmebol aceitou. Contudo, a situação desagradou aos jogadores da seleção brasileira e à comissão técnica de Tite, que pediram uma conversa com o dirigente e devem publicar manifesto sobre a situação na próxima terça, após o jogo com o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa de 2022.
A denúncia contra Caboclo será analisada pelo Comitê de Ética da entidade e justamente por isso ele foi afastado do comando da CBF por 30 dias. Segundo o Artigo 21 do Código de Ética e Conduta do Futebol Brasileiro, ele pode receber apenas uma advertência ou até ser banido. São diversas sanções previstas, e segundo o Artigo 22, a "Comissão de Ética poderá recomendar ao órgão apropriado da CBF que proceda notificação às autoridades policiais e judiciais competentes" caso isso seja necessário.
De acordo com o jornal espanhol AS, atletas estariam em contato com jogadores de outros países para criarem um movimento organizado
Com Agências
Os jogadores da Seleção Brasileira não vão jogar a Copa América 2021, no Brasil, segundo informações do jornal espanhol AS. De acordo com a publicação, os atletas já já entraram em contato com jogadores de outros países sul-americanos para criar um movimento organizado contra a competição da Conmebol.
O incômodo dos jogadores começou quando descobriram, pela imprensa, que a competição seria no Brasil. Segundo o jornal, os atletas teriam ficado horrorizados e indignados.
O grupo tinha a impressão que o torneio seria cancelado, por conta da pandemia. Ainda segundo a publicação, os jogadores se sentiram traídos e usados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), especialmente pelo presidente Rogério Caboclo.
Na visão do grupo, eles virariam alvos pela realização da competição no país, que se aproxima de 500 mil mortes.
Reunião
Ao externarem o descontentamento ao técnico Tite, os jogadores pediram uma reunião com Caboclo, que foi tensa e acabou piorando a situação. Ainda segundo o AS, Juninho Paulista, coordenador da seleção, pode ser demitido por não conseguir controlar a revolta dos jogadores.
Ele, ao lado de Tite, tiveram empatia pelos jogadores desde o primeiro momento.
O presidente da CBF, inclusive, havia proibido que Casemiro, capitão da seleção, de dar uma entrevista coletiva na quinta-feira (3), provocando a fúria do volante, que iria expor a opinião do grupo.
O Palácio do Planalto botou toda a sua estrutura em funcionamento para tentar evitar o vexame do presidente Jair Bolsonaro se a Seleção Brasileira disser não à Copa América
Por Vicente Nunes
O presidente já foi avisado de que todos os jogadores convocados pelo técnico Tite estão fechados no propósito de não disputarem o torneio, cujo início está marcado para 13 de junho.
A percepção de que o vexame de Bolsonaro está mais próximo ganhou força depois das declarações de Casemiro. Na sexta-feira (04/06), após a vitória do Brasil sobre o Equador por 2 a 0, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o jogador disse que a posição de seus colegas e da comissão técnica sobre a Copa América é unânime e de conhecimento público, dando a entender que todos são contrários à realização do torneio.
“Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro, impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muita coisa”, afirmou Casemiro, em entrevista à TV Globo, após a partida contra o Equador.
O Planalto acredita que, mesmo com a negativa da atual Seleção, será possível convocar um novo time a tempo de participar do torneio e trocar Tite por um técnico mais favorável ao governo. Isso já estaria sendo negociado com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Bolsonaro bancou a realização da Copa América no país, mesmo com a pandemia do novo coronavírus ainda matando, em média, 2 mil pessoas por dia e mesmo não havendo vacinas suficientes para proteger a população.
Pelo que disse Casemiro, a Seleção pretende tornar pública a sua posição sobre a Copa América na próxima terça-feira (08/06), depois da partida contra o Paraguai, em Assunção, também pelas Eliminatórias. Ante essa promessa, a tensão no governo só aumenta. Nunca uma Seleção se recusou a jogar em qualquer torneio