Entrevista com Lutero Fonseca, cientista político
Faltando 15 dias para as eleições, o OBSERVATÓRIO POLÍTICO DE O PARALELO 13 ouviu o cientista político Lutero Fonseca, que considera um grande divisor na forma de pensar a política como um todo, pela sua independência financeira e política. Ouvir o Lutero é ouvir um analista político que fala com a mente e não com o coração.
A POPULAÇÃO “ENXERGA” AS COISAS DE LONGE
Segundo Lutero, todas as ações dos agentes políticos são percebidas pela população. Às ela vezes fica silenciosa e às vezes se manifesta. Quando um agente político se movimenta sem coerência, mas visando apenas a sua estrutura econômica e a vontade de estar no poder, a população percebe e pune nas urnas. Não deixa isso em branco.
Ele afirma que atualmente estamos vendo vários exemplos: vereador fazendo extorsão com deputado estadual, com deputado federal, com senadores, com candidatos a governador. E, ao contrário, também alguns deputados estaduais, deputados federais fazendo extorsão um com o outro.
Lutero faz questão de esclarecer que isso não é regra geral. Tem pessoas retas, tem pessoas que têm propósito, tem pessoas que têm rumo político. Sabem o que querem e respeitam a população.
Esse tipo de ação “não é desrespeito consigo mesmo, é desrespeito com a população que vota, é desrespeito com uma sociedade que está sendo reconstruída, que está sendo reorganizada de novo depois de 30 anos”, diz nosso entrevistado.
A POPULAÇÃO NÃO ENTENDE CERTAS ATITUDES
“Essas coisas que aconteceram nos últimos dias, adversários figadais, adversários quase de chegar às vias de fato se unirem em reta final de campanha, a população não entende isso. É muito estranho”, afirma. “É como se um pré-candidato a governador tivesse acertado com outro pré-candidato a governador que seria seu apoiador e de repente larga e vai ser candidato. Isso é prática comum que ve⁸m acontecendo nos últimos oito anos aqui no Tocantins. Um político passando rasteira noutro. Ninguém tem palavra. E o pior de tudo, a cara está precisando de óleo de peroba para quem aceita fazer esse tipo de negócio”, continua.
QUANDO A POSIÇÃO POLÍTICA É COERENTE O ELEITOR ENTENDE
Para o analista, quando o político tem uma posição, ela precisa ser coerente. Inclusive, a pauta financeira. Quando alguém de uma estrutura social, por exemplo do agronegócio, se coloca à disposição da população com o seu nome e toda a estrutura do agro resolve ajuda-lo, todo mundo acha normal.
“Mas, se esse cara do agro coloca para a sociedade o seu nome à disposição e quem vai ajudá-lo são pessoas estranhas a esse ninho, tipo agiota ou milicianos ou traficantes, a população percebe e não aceita isso. Ou seja, também o dinheiro tem propósito e tem razões. O dinheiro não é bandoleiro, ele é coerente. E quando você faz acordo apenas com o dinheiro, é certeza que o fracasso virá”, garante.
E AS FAMOSAS RASTEIRAS POLÍTICAS?
“As famosas rasteiras na política o eleitor percebe tudo, só não participa ativamente para falar não ou para falar sim ou para rejeitar. O único momento em que ele dá a resposta é lá nas urnas”, analisa.
"Ao longo dos últimos 30 anos, o político que deu rasteira em outro no Tocantins (e todo mundo sabe os nomes, todo mundo sabe as histórias) sofreu o revés nas urnas no mesmo ano. Isso é normal. A população não gosta do traidor. Ele até acha engraçada a traição, mas do traidor ele não gosta, ele pune nas urnas”, esclarece.
Para Lutero Fonseca, a sociedade não gosta de mentira, não gosta de ser enganada, não gosta que lhe faça de boba, que lhe engane, que não deixem ver as coisas com clareza. A sociedade não admite isso. E a maneira de expressar sua rejeição é nas urnas.
Ao encerrar sua análise, Lutero Fonseca disse que os políticos estão subestimando a inteligência do eleitor e, principalmente, não estão sabendo ler o inconsciente popular. “A mudança está ocorrendo há mais de 26 anos no país, e no Tocantins não é diferente. Aqui a mudança está ocorrendo e os políticos não estão sabendo fazer a leitura do inconsciente popular e subestimando a percepção da população”, encerrou.
Presidente desautoriza secretário da Economia e nega que medida possa impactar o orçamento do próximo ano. Disse que fará de de tudo para corrigir a tabela de imposto de renda
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Por: Nathalia Fruet
Em entrevista exclusiva ao SBT, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a intenção em manter o programa social Auxílio Brasil em R$ 600 no próximo ano. Na declaração, dada nesta 3ª feira (2.ago), o mandatário afirmou que a medida não vai interferir no orçamento do próximo ano e foi avalizada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Não vai ter problema [com orçamento]. Teremos responsabilidade para isso. Foi acertado hoje com Paulo Guedes. E a proposta nossa na Lei de Orçamento Anual já vai com esse indicativo de manter R$ 600 no ano que vem", declarou.
A resposta foi dada ao ser questionado pela declaração do Secretário Especial de Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago que no final de julho sinalizou impacto de até R$ 60 bilhões, caso haja acréscimo de R$ 200 no benefício em 2023. Até então, a pasta ainda trabalhava com o valor em R$ 400 para a Lei Orçamentária do próximo ano.
Entre os pontos citados por Bolsonaro para manter o valor turbinado está a expectativa de maior arrecadação no próximo ano. "O Brasil tem batido o recorde de arrecadação e nós não podemos desamparar esses mais humildes", afirmou o presidente.
Bolsonaro destacou, no entanto, que para manter o valor será necessário apoio do Congresso. "Vai depender do parlamento", enfatizou
A entrevista foi concedida com exclusividade à repórter Nathalia Fruet, e foi ao ar ao vivo no SBT Brasil desta 3ª feira.
Dando continuidade à série de entrevistas com lideranças políticas que o jornal O PARALELO 13 fará durante o desenrolar da campanha política deste ano, nosso convidado é o ex-senador Ataídes Oliveira, pré-candidato ao Senado Federal nas eleições de 02 de outubro próximo.
Da Redação
Ele revelou aos jornalistas Edson Rodrigues e Luiz Pires que está em conversações com pré-candidatos ao Governo do Estado e que define sua posição nos próximos cinco dias. O diálogo está mais adiantado com o ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (PL).
Mais de 800 vereadores na base de apoio
Ataídes já conta com o apoio de cerca de 800 vereadores, vereadoras, além de líderes políticos e comunitários, prefeitos e ex-prefeitos tocantinenses
Ataídes começou sua campanha de forma independente bem antes dos outros pré-candidatos ao Senado. Discretamente, ele buscou apoio nas Câmaras Municipais e hoje afirma ter mais de 800 vereadores defendendo sua candidatura.
“Descobri qual é o mandato de um vereador no município é mais importante do que o mandato de um senador da República. O vereador é o ombro amigo do nosso eleitor. O vereador é o parachoque da comunidade. O trabalho do político é um sacerdócio e o vereador prova isso claramente para nós. Levando em consideração a importância desse político na sua comunidade e o nosso propósito de ajudar as pessoas, eu abracei a causa dos vereadores”, afirma Ataídes.
O pré-candidato escreveu, inclusive, um livro dedicado aos vereadores, com o título “Vereador capacitado, mandato eficiente!”. Sendo eleito, Ataídes garante que vai criar uma frente nacional em prol dos vereadores.
Condições para alavancar a economia do Tocantins
Enquanto Senador, Ataídes trouxe quase meio bilhão em recursos para os municípios do Tocantins
O ex-senador disse a O PARALELO 13 que é preciso alavancar a economia do Tocantins. “Temos oportunidades para quem quer empreender no estado em todos os campos, agropecuária, agricultura, turismo, mineração”, esclareceu, “mas lamentavelmente três coisas nós não temos: Estabilidade política: - Desde 2006 nenhum governo terminou seu mantado; Segurança jurídica - O Tribunal de Justiça do Tocantins tem cinco desembargadores afastados por venda de sentença. É o tribunal com o maior número de desembargadores afastados do Brasil e o estado tem apenas 34 anos; Mão-de-obra deficiente”.
E o que é preciso fazer a curto médio prazo para que o estado possa fortalecer sua economia?
Ataídes comemora apoios ao lado de vereadoras e vereadores da região sudeste do Tocantins
Segundo Ataides Oliveira, “para consertar o Estado do Tocantins a curto e médio prazo precisamos debelar a corrupção, essa praga que cada vez aumenta mais em nosso estado, e atrair grandes empresários, grandes indústrias para gerar emprego e renda para o nosso povo. E para resolver essas coisas precisamos de um governador ou governadora que seja honesto/a e competente comprovadamente. Precisa ter compromisso com o estado. Precisa ter vontade de fazer, acima de tudo ter coragem para fazer.
Oportunidade para os jovens
O pré-candidato ao Senado ver o desemprego como um dos grandes problemas do Estado, especialmente entre os jovens. Para Ataídes, é preciso dar aos jovens tocantinenses a oportunidade de um curso profissionalizante, para que sejam qualificados. “Feito isso, tenho certeza que esses jovens não vão para o álcool, para a droga, para o crime, para a prostituição, porque eles não querem isso para a vida deles. Eles estão sendo levados e nós podemos recuperar esses jovens, trazer alegria para suas famílias, e mais, aproveitar essa grande força de trabalho que está sendo jogada no ralo”, diz, animado.
Como senador, qual sua proposta para resolver o problema da seca no sudeste do Tocantins?
Ao responder essa pergunta, Ataídes Oliveira lembra que o sudeste tem dezenas de rios perenes e que todos nascem, praticamente, no pé das Serras Gerais. “O que precisamos é de um governo que tenha competência e vontade de fazer. Podemos canalizar 30 por cento das águas desses rios perenes, lá em cima da serra, e, com isso, abastecer uma grande área. Podemos também fazer os açudes, as cacimbas, poços artesianos... O subsolo do sudeste tem água. O problema de nossa seca é fácil de resolver. Uma perfuratriz perfura dois/três poços artesianos por dia. Falta ação de governo”, afirma.
Qual seu projeto para ajudar no desenvolvimento do Bico do Papagaio?
Ataídes é o único senador tocantinense que presidiu 3 importantes Cpi’s; ficha limpa e contra o fórum privilegiado, tem posição forte contra a corrupção
“Temos uma solução, que já está meio caminho andado, para resolver toda situação socioeconômica do Bico do Papagaio. O Ecoporto de Praia Norte tem que acontecer e vai acontecer. O porto está pronto. O grande problema é Pedral de São Lourenço. Na época da chuva, as barcaças passam todas por cima (do pedral), mas no período de seca as pedras impedem a navegação”, o pré-candidato começa sua dissertação.
“No passado fizeram um projeto que determinava a derrocagem de 143 metros de largura do rio por 176 quilômetros comprimento. Um projeto com o custo hoje muito próximo de um bilhão de reais. Projeto desnecessário. Conversando com o ex-ministro Blairo Maggi, que atua no setor de transporte marítimo, pedi uma orientação sobre o Pedral de São Louirenço. Segundo ele, basta derrocar 30 metros em vez de 143. Na época da seca as barcaças passam enfileiradas nesse trecho e depois monta-se o comboio e está resolvido o problema. Com isso, o custo aproximado hoje de 900 milhões de reais vai cair para 200 milhões de reais”, continua explicando.
“O ecoporto de Praia Norte vai funcionar, porque o seu uso barateia em muito o trânsito de mercadorias vindas da Zona Franca de Manaus. A distância do ecoporto para a ferrovia ou para a rodovia federal é de 80 quilômetros. De Belém até o multimodal de Porto Franco, usando o ecoporto, vamos economizar 675 quilômetros de transporte por rodovia. Com toda essa economia, não tem como o ecoporto não funcionar. Com isso, vamos gerar no mínimo oito mil empregos diretos. Está resolvido o problema do Papagaio”, finaliza Ataídes Oliveira.
Líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (PL-TO) afirma que não há motivos para a abertura de uma CPI para investigar a acusação de casos de corrupção no MEC (Ministério da Educação) e que esse pedido é uma reação à proximidade da corrida eleitoral.
POR THIAGO RESENDE
"O único fato determinado dessa CPI do MEC até o momento é o medo de o Bolsonaro ganhar a eleição", afirmou o senador em entrevista à Folha de S.Paulo.
Líderes governistas tentam barrar nesta semana o movimento de criação de uma CPI no Senado diante de denúncias de um balcão de negócios para a distribuição de recursos para a educação, esquema que seria operado pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ligados a Bolsonaro.
Gomes rejeita o argumento de oposicionistas de que o Senado precisa apurar o caso por causa das acusações de interferência nos órgãos de investigação. Segundo ele, as denúncias já estão sendo apuradas pelos órgãos responsáveis.
"Se as pessoas estão vendo a apuração por parte dos órgãos de controle e viram isso, tanto é que chegou a ter ações [como da Polícia Federal], elas sabem que a CPI é um outro cenário, mas que vai se chegar no no mesmo lugar", declarou.
O senador argumenta ainda não haver necessidade de abrir uma comissão de inquérito poucos dias antes do recesso parlamentar, que se inicia em 17 de julho. Além disso, ele reforça que há uma divisão entre líderes do Senado, inclusive dentro da oposição, em relação ao futuro do pedido de CPI.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reúne com líderes partidários nesta terça-feira (5) para discutirem o pedido de abertura da comissão.
PERGUNTA- Qual a expectativa do sr. em relação à CPI para investigar a gestão do MEC?
EDUARDO GOMES- O ambiente para uma CPI tem que levar em consideração alguns fatores, como a fila de CPIs que já têm condições de serem instaladas. É necessário guardar uma isonomia de tratamento. Se todas preenchem os requisitos regimentais, não há que se priorizar uma ou outra CPI. Tem que seguir a fila.
P.- Mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e os líderes da Casa vão debater a abertura dessa CPI já nesta semana.
EG- O problema é a realização de uma CPI sobre assunto que está sob investigação formal. Entendeu? É o caso do MEC, por exemplo, em que as coisas estão sendo apuradas. A gente precisa avaliar isso, o momento de se abrir uma CPI. A gente vê isso. Se o caso ainda está sendo apurado, não há sentido para você fazer uma CPI enquanto há apuração por exemplo no Ministério Público sobre isso.
P.- Diante da pressão de líderes, a CPI poderá ser priorizada e então aberta?
EG- Eu espero que o presidente Rodrigo vá aguardar para obter informações, ouvir os líderes e fazer uma análise real sobre as condições do Congresso, com as prioridades que existem, para se instalar uma CPI na véspera de recesso [parlamentar]. Temos muitas votações importantes ainda nesse semestre para tentar retomar a atividade da economia. Muita informação ainda vai chegar ao Congresso nesta semana para que isso seja analisado com calma.
P.- Qual o efeito da proximidade das eleições caso a comissão parlamentar de inquérito seja instalada?
EG- Quando a CPI não cumpre a sua função principal, não interessa se ela vai ser perto ou longe da eleição. Ela simplesmente não funciona.
Há o receio de que uma maior exposição do que aconteceu no MEC possa prejudicar a campanha à reeleição do presidente Bolsonaro e votações no Congresso de interesse dele? Não. Se fosse isso, o governo não teria obtido vitória em todas as votações que ocorreram dessa história para cá [desde que o ex-ministro Milton Ribeiro foi preso, o governo aprovou no Senado, por exemplo, a PEC que amplia benefícios sociais em ano eleitoral]. O governo simplesmente acha que tudo tem que ser apurado e está sendo apurado.
P.- A oposição
EG- Olha, a oposição, não podemos falar da oposição como um todo. Eu vejo ali muita gente que já sabe que essa CPI é absolutamente fora do contexto. Você não vê essa participação toda em torno da CPI, isso mesmo dentro do PT. O [senador] Álvaro Dias [do Podemos] também já questionou a necessidade dessa CPI. O único fato determinado dessa CPI do MEC até o momento é o medo de o Bolsonaro ganhar a eleição. E não tem nada a ver com a CPI.
P.- O sr. vê interesses eleitorais no pedido de instalação da CPI do MEC?
EG- Não é que eu vejo viés eleitoreiro. O Senado Federal, sob a liderança do Rodrigo, vai fazer uma análise. Entre a análise real e as especulações, o que existe é um campo meio maluco, uma questão que não tem muita gente discutindo isso.
Se as pessoas estão vendo a apuração por parte dos órgãos de controle e viram isso, tanto é que chegou a ter ações [como da Polícia Federal], elas sabem que a CPI é um outro cenário, mas que vai se chegar no no mesmo lugar. As pessoas estão absolutamente seguras de que a poucos dias do recesso, há dificuldade para se instalar uma CPI.
P.- A oposição diz que a CPI é necessária por causa de acusações de interferência nas investigações sobre o MEC.
EG- Isso não faz o menor sentido [no que o líder da oposição, senador Randolfe Rodrigues, fala]. E não vejo tanto apoio assim do PT a essa CPI. Acho que o partido até agora não se pronunciou e acho que o partido vai estar preocupado com outras coisas, que é o negócio deles com o PCC [Reportagem da revista Veja mostrou que o publicitário Marcos Valério fala sobre uma suposta relação de petistas com a facção criminosa].
P.- Mas não seria o caso de se abrir a apuração sobre o MEC, então?
EG- A regra [para CPI] serve para oposição para partidos do governo em qualquer circunstância. Uma CPI se faz necessária quando os órgãos de controle não estão agindo. Quem é que está acusando de interferência? Que tipo de consistência há nisso? Todos os inquéritos e tudo sobre interferência foi negado pelo próprio Judiciário e pelas instâncias de apuração. Está havendo muita informação solta, sem sentido e sem credibilidade.
P.- O governo precisa dar explicação sobre a proximidade dos pastores com o Palácio do Planalto?
EG- O Planalto já tem se pronunciado sobre isso.
RAIO X
Eduardo Gomes, 56i deputado federal e, desde 2019, está no primeiro mandato no Senado. É líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) desde outubro de 2019. Antes do PL, já foi filiado ao MDB, PSDB, PSB e Solidariedade.
“Precisamos resgatar o respeito e o orgulho do povo tocantinense”
Pré-candidato a governador do Tocantins pelo PSC, Osires Damaso intensificou suas ações de pré-campanha e segue focado em fortalecer seu nome para a disputa ao Palácio Araguaia. Criador do movimento “O que falta para o Tocantins dar certo”, ele tem como plataforma de campanha a criação de um Estado moderno, industrializado e respeitado. Recém licenciado da Câmara Federal, nesta entrevista Damaso faz uma análise do atual cenário eleitoral, fala de suas propostas para o governo, de sua trajetória política e presta contas de seu mandato parlamentar, quando R$ 180 milhões foram destinados ao Estado, em benefício de todas as 139 cidades tocantinenses.
Por que o senhor decidiu concorrer ao Governo do Tocantins?
Eu amo o Tocantins e quero ver nosso Estado crescer. Nosso potencial é enorme, mas ainda estamos nos desenvolvendo a passos lentos. O Estado tem crescido graças à capacidade de trabalho do nosso povo, graças aos investimentos de empreendedores que têm investido aqui, graças às suas riquezas naturais. Se sem um governo competente o Tocantins está conseguindo crescer, imagine tendo um governo de visão, capaz de fazer os investimentos certos para desenvolver todo nosso potencial. Imagine se tivéssemos um governo capaz de gerar emprego e renda, promover qualificação profissional para o nosso povo, modernizar nosso Estado e nos orgulhar. O Tocantins precisa de um governo verdadeiramente preocupado com as pessoas, que garanta direitos básicos como saúde, emprego, segurança e educação de qualidade. Eu sei o que falta para o nosso estado dar certo. Eu sei como fazer dar certo. E é por isso que decidi concorrer ao comando do Governo Estadual.Quero tornar o Tocantins um estado moderno, industrializado e respeitado, digno das nossas riquezas naturais e do nosso povo batalhador. É com trabalho e compromisso com nossa gente que vamos caminhar a passos largos no caminho de desenvolvimento. Como deputado, eu pude fazer muito pelo nosso estado, mas como governador posso fazer muito mais. Poder fazer mais pelo Tocantins é o que me motiva a encarar a disputa pelo comando do governo.
Para isso, o senhor não precisaria se licenciar do mandato de deputado federal. Então, por que se licenciou?
Quero tornar o Tocantins um Estado moderno, industrializado e respeitado, digno das nossas riquezas naturais e do nosso povo batalhador
Minha candidatura ao governo é meu grande objetivo. Meu projeto de vida, hoje, é trabalhar para governar o nosso Estado.Se eu continuasse no cargo de deputado, usando a estrutura da Câmara em benefício próprio, estaria indo contra as minhas convicções. E meus valores são inegociáveis.Por mais que seja permitido, por mais que não haja ilegalidade em permanecer no cargo como deputado, isso vai contra os meus princípios. Não acho honesto com as pessoas que eu seja remunerado para exercer atividade parlamentar enquanto faço campanha para o governo.Estou cem porcento motivado a trabalhar para me tornar o próximo governador do Tocantins. Jamais usaria a estrutura de deputado federal para continuar recebendo salário enquanto percorro o estado para discutir nosso projeto de governo. Além disso, me licenciei do mandato de deputado com a certeza do dever cumprido, de que honrei cada voto recebido nas últimas eleições. Com a certeza de honrei meus eleitores e as pessoas que não votaram em mim também, porque busquei beneficiar a todos, independentemente de credo ou cor partidária. Como deputado, pude ajudar muito o Tocantins. Enviei recursos a todos os 139 municípios tocantinenses. Em todas as cidades tem frutos do meu trabalho. É nas cidades que a vida acontece e é nas cidades que as demandas da população são mais urgentes, por isso sempre fui um deputado municipalista. Destinei mais de R$ 180 milhões em emendas para os municípios, para investimentos em áreas fundamentais como saúde, educação, agricultura, infraestrutura e segurança pública.Como deputado, no entanto, minha atuação é limitada. Cabe a mim trazer os recursos, mas não é da minha competência executar as obras. Como governador, é isso o que eu quero: poder garantir que os recursos que chegarem ao Tocantins e forem produzidos aqui sejam devidamente aplicados em benefício da população.
O senhor tem experiência no Legislativo. Se sente preparado para assumir o poder Executivo?
Toda a minha trajetória me preparou para esse momento. Minha experiência no Legislativo me ensinou o caminho das pedras para garantir verbas da União para o nosso Estado. Sei bem como funciona a máquina pública, no Legislativo e no Executivo. A experiência na Câmara Federal me dá uma visão ampla e privilegiada de como a política deve ser feita, com equilíbrio e responsabilidade com a coisa pública. Por outro lado, minha experiência como gestor e empresário me dá uma visão privilegiada também de como funciona o setor privado. Conheço bem as dificuldades enfrentadas por quem quer investir aqui. E o governo estadual precisa ser sensível a essas dificuldades. É preciso ter um bom diálogo com o setor produtivo, em todas as áreas. Não é fácil empreender. É preciso que haja políticas de incentivo e desburocratização, para atrair investimentos privados, promover a industrialização e a modernização do nosso Estado. É preciso criar novos postos de trabalho para gerar renda, e investir em qualificação de mão de obra para que os tocantinenses possam se profissionalizar e ocupar posições que lhes garantam melhores salários e mais qualidade de vida. Enfim, sei o que falta para o Tocantins dar certo e estou preparado para fazer dar certo.
O senhor recebeu o apoio do PSB, que é uma legenda importante no estado. O que representa esse apoio para sua pré-candidatura?
É com trabalho e compromisso com nossa gente que vamos caminhar a passos largos no caminho de desenvolvimento
O apoio do PSB representa a confiança no meu nome e no projeto que tenho para construir um Tocantins moderno, industrializado e respeitado. Essa aliança é uma prova de que nossa pré-candidatura tem crescido a cada dia. Esse é só o primeiro apoio de muitos outros que estão sendo costurados, com muito diálogo e transparência.Na medida em que tenho apresentado minhas ideias para alavancar o desenvolvimento do Tocantins, as pessoas percebem que meu projeto é consistente, tem planejamento, e sabem que tenho experiência em gestão pra fazer dar certo.O PSB tem confiança na minha capacidade de gestão, demonstrada na área empresarial; tem confiança de que sei os caminhos para trazer recursos para o Estado; tem confiança de que eu tenho capacidade para liderar a construção de um Estado melhor para a nossa gente.Então, essa aliança com o PSB representa a confiança e a certeza de que o melhor caminho para o futuro do Tocantins será construído ao meu lado. Isso me motiva a trabalhar cada dia mais.Acredito na força da união para a construção de dias melhores e estarei sempre aberto ao diálogo com quem quiser contribuir para o desenvolvimento do Tocantins. Há muito trabalho para fazer e toda ajuda será bem-vinda.
Como estão as articulações para formação da chapa? Já definiu quem será seu vice e o candidato ao Senado?
Nosso projeto tem conquistado mais apoios a cada dia. Agora é o momento de aglutinar, buscar mais apoios à nossa pré-candidatura e fortalecer nosso nome para a disputa. A formação de chapa vai ser discutida em outro momento. Para formar a chapa forte que queremos, antes precisamos atrair outros partidos e lideranças para o nosso projeto. A vinda do PSB representa um importante passo e aumenta a expectativa de que outras legendas se aliarão a nós. Não faço política fechando portas. Tenho diálogo aberto com todos os partidos e lideranças políticas do nosso Estado. Tenho uma relação de respeito e transparência com todos eles. Não tenho dúvida de que temos o melhor projeto para o Tocantins. Nós temos o projeto para fazer o Tocantins dar certo.
Quem o senhor vai apoiar nas eleições presidenciais deste ano?
O momento agora é de unirmos forças para formar uma aliança capaz de construir o Tocantins que nosso povo sonha e merece. É hora de voltarmos nossos olhares para o nosso Estado, para as demandas da nossa população. As discussões sobre as eleições presidenciais serão feitas em outro momento. Em princípio, o que posso dizer é que não definimos apoio a nenhum pré-candidato e não temos dificuldade em conversar com nenhum deles. Estamos sempre abertos ao diálogo. Quem quiser contribuir com o nosso projeto será sempre bem-vindo.Quero o melhor para o Tocantins. E ninguém constrói um Estado sozinho. Então, essa definição será discutida com todos os nossos aliados e também com a população, e vamos decidir juntos pelo que for melhor para o Tocantins.
O senhor já tem um plano de governo pronto? Qual deve ser a plataforma da sua campanha?
Estamos percorrendo o Estado, ouvindo as demandas dos prefeitos, da população e construindo nosso plano de governo com propostas que vão ao encontro daquilo que os tocantinenses querem e esperam do próximo governador.Nós já identificamos algumas demandas importantes em áreas essenciais. Mas, todas as propostas serão apresentadas com base na situação real do Estado. Tudo isso será levantado. Não vou apresentar propostas mirabolantes ou que não possam ser cumpridas. É preciso agir com responsabilidade.Algumas diretrizes básicas estão sendo definidas. É unanimidade entre os tocantinenses o desejo de ver nosso Estado respeitado, modernizado e sendo governado por uma pessoa honesta. Ser essa pessoa é minha missão e o meu principal compromisso com todos aqueles que acreditam no projeto que estou encabeçando.Tudo o que for colocado no meu plano de governo, a população pode saber que terá meu compromisso de que não ficará apenas no papel.
O senhor lançou o Movimento “O que falta para o Tocantins dar certo”. Qual o objetivo dessa iniciativa?
Como deputado, eu pude fazer muito pelo nosso Estado, mas como governador posso fazer muito mais
O potencial do nosso estado é inquestionável. E é impossível a gente não se perguntar o que falta para desenvolver todo esse potencial. Essa é a pergunta que tenho me feito há muito tempo e que muita gente se faz há muitos anos, após tantas experiências de governos mal sucedidos.E para que a gente possa ter um governo bem sucedido, que represente os reais interesses da população, eu propus esse movimento. A intenção é discutir soluções para os problemas enfrentados hoje pelo nosso Estado. Hoje, falta um governo que tenha começo, meio e fim. Falta gente de palavra, que cumpra compromissos. Falta planejamento, visão de futuro. Falta uma gestão inovadora e eficiente, feita com profissionalização. Falta muita coisa.É preciso, de uma vez por todas, administrar o Estado com honestidade, seriedade e moralidade. Só assim vamos recuperar a credibilidade no governo estadual e conquistar um desenvolvimento capaz de modernizar o Tocantins, com a atração de indústrias, investimentos no turismo e em infraestrutura, geração de emprego e renda. Precisamos resgatar o respeito e o orgulho do povo tocantinense.Com esse movimento, estamos ouvindo as pessoas e discutindo soluções para as demandas apresentadas por elas. Tenho apresentado à população algumas ações que acredito serem capazes de resolver esses problemas e transformar essa realidade.
Como o senhor tem visto o atual cenário político-eleitoral do Tocantins?
Tenho visto um cenário totalmente indefinido, o que me deixa muito animado. Vejo que há uma grande margem para crescimento do meu nome e acredito que essa não será a eleição das máquinas. Essa eleição vai representar a expressão da vontade do nosso povo, que cansou de ver o Estado nas páginas policiais e quer ver o Tocantins respeitado e desenvolvido.O tocantinense quer trabalho, oportunidades, saúde e educação de qualidade. No entanto, as pessoas ainda não estão pensando no processo eleitoral, essa preocupação virá com o início da campanha. Tem muita água pra passar debaixo dessa ponte. Enquanto isso, seguimos trabalhando e levando nosso projeto a todos os cantos do Tocantins.
O senhor tem percorrido o Estado, mantido uma agenda movimentada. Nessas agendas, como tem sido a receptividade das pessoas à sua pré-candidatura?
A receptividade das pessoas ao nosso projeto tem sido excelente e tem me motivado a trabalhar ainda mais. Tenho apresentado nossas ideias para tornar nosso Estado moderno, industrializado e respeitado e as pessoas se sentem representadas porque é isso o que elas querem. E elas também querem falar, participar, e eu estou pronto para ouvir. O que eu quero é representar o sonho dos tocantinenses de construir um estado melhor, com oportunidades para todos. O meu desejo é poder realizar esse sonho que também é meu.As pessoas me conhecem como deputado, mas agora estão conhecendo também um pouco da minha história. Hoje eu sou um empresário de sucesso, mas eu já fui feirante, frentista de posto de gasolina e caminhoneiro. Minha vida mudou quando assumi a boleia do caminhão, seguindo os passos do meu pai. Com muito trabalho, construí um importante patrimônio. Tenho gratidão e quero retribuir ao nosso estado por tudo o que conquistei aqui.
Em 2018, o senhor foi o segundo deputado federal mais votado do Tocantins. Apesar disso, teve menos de três mil votos em Palmas. Como o senhor pretende aumentar sua capilaridade de votos na capital em 2022?
Numa campanha para deputado federal, que é proporcional, é natural que você tenha mais apoios em determinadas regiões do Estado. É normal que os deputados formem bases e reforcem sua atuação nessas bases.Antes de concorrer ao cargo de deputado federal, fui deputado estadual por dois mandatos e tive uma grande atuação em municípios do interior. Acredito que minha votação tenha sido fruto do reconhecimento desse trabalho que desenvolvi representando e ajudando esses municípios menores e que precisam de atenção do poder público. Além disso, a disputa na capital, numa eleição proporcional, é muito mais dura. A quantidade de concorrentes é maior e conquistar visibilidade e votos é mais difícil. Agora, para a campanha majoritária a realidade é bem diferente. É preciso trabalhar no estado como um todo. Tanto que meu primeiro passo foi buscar líderes políticos que têm uma forte atuação na capital. Algumas das principais lideranças de Palmas estão comigo, como o ex-prefeito Carlos Amastha, que foi eleito duas vezes prefeito, sempre com votação expressiva, e tem forte relação com a cidade. Tenho o apoio do Tiago Andrino, jovem liderança que tem grande expressão em Palmas e uma trajetória política de destaque na capital. E, com ele e Amastha, conquistei o apoio de todo o PSB. Também está ao meu lado o deputado Júnior Geo, um grande aliado que tem muita força na capital, é um professor querido pelos jovens e referência na Assembleia Legislativa. Ele também teve votação expressiva quando concorreu à prefeitura de Palmas e conhece a cidade como poucos.São lideranças testadas nas urnas e aprovadas pela população palmense. E vamos trabalhar lado a lado pra levar nossas ideias ao conhecimento de todos, na capital e no interior.
O senhor tem afirmado que pretende construir um Tocantins moderno, industrializado e respeitado. Como pretende fazer isso?
É preciso, de uma vez por todas, administrar o Estado com honestidade, seriedade e moralidade. Só assim vamos recuperar a credibilidade no governo e conquistar um desenvolvimento capaz de modernizar o Tocantins
Tudo passa por um processo de profissionalização da gestão pública. Esse é o primeiro passo para promover o desenvolvimento do nosso Estado.O Tocantins precisa ser administrado com responsabilidade e transparência. E é pra isso que estamos discutindo e formando um plano de governo com profissionais altamente técnicos e preparados para construir um Estado moderno, industrializado e respeitado. O Tocantins será respeitado e a gente vai voltar a ter orgulho de ser tocantinense, de afirmar para as pessoas que somos um estado pujante e mostrar que temos motivos para levantar a cabeça, e colher os frutos de um trabalho sério e honesto.Nosso estado será moderno na medida em que as pessoas tenham serviços e programas que vão de fato modernizar e democratizar o acesso da população aos serviços essenciais, como saúde, educação, infraestrutura, etc. E com a experiência que tenho na área empresarial, vamos promover a industrialização do Tocantins. Sei do que os empresários precisam e os esforços que o Estado deve fazer para atrair novas empresas, indústrias, fábricas e gerar emprego e renda para a nossa gente.
O PSB firmou apoio irrestrito à sua pré-candidatura. Podemos afirmar que Vanderlei Luxemburgo será o candidato a senador da sua chapa?
Enviei recursos a todos os 139 municípios tocantinenses. Em todas as cidades tem frutos do meu trabalho
Vanderlei Luxemburgo é um nome conhecido e reconhecido como um profissional de sucesso, referência na área dele e respeitado em todo o Brasil. De fato, ele tem se colocado como pré-candidato ao Senado e pode ser uma boa opção para a chapa majoritária. Mas, isso não está definido e não será definido agora.O apoio do PSB é irrestrito à minha candidatura ao governo e isso independe de quem estará na chapa comigo, seja na vice ou na disputa ao Senado.O objetivo da aliança PSC-PSB é atrair nomes fortes, criar um grupo forte capaz de vencer as eleições, num primeiro momento, e depois trabalhar unido para colocar em prática nosso projeto de construir um Tocantins moderno, industrializado e respeitado. Esse é o compromisso firmado com o PSB.A formação de chapa, com certeza, será discutida com todos os partidos que estiverem na nossa aliança, mas nosso entendimento é de que os nomes mais competitivos devem compor a chapa majoritária. E isso não vai ser definido por mim, será uma decisão coletiva, tomada pelo grupo, com base em pesquisas. É a população quem vai nos guiar nessa decisão. Essa escolha será baseada em critérios técnicos e não pessoais. Vamos analisar a viabilidade eleitoral dos pré-candidatos e as pretensões de cada um antes de montar a chapa. Fico muito feliz em poder contar com o apoio do Vanderlei Luxemburgo à minha candidatura ao governo do Tocantins. Se as pesquisas apontarem que ele é o melhor nome para disputar o Senado na nossa chapa, ficarei feliz em compor com ele, por saber que estamos formando a chapa que corresponde ao desejo da população.De qualquer forma, não vamos queimar etapas. Agora o momento é de aglutinar forças em torno do nosso projeto. A definição da chapa majoritária se dará no momento oportuno, mais próximo das convenções partidárias.