Superfaturamento de até 3.500% em kits de robótica e desvios do Fundeb levam PF à porta de nora do presidente Lula

Posted On Quinta, 13 Novembro 2025 04:39
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Dinheiro apreendido durante cumprimento de mandado em São Paulo Dinheiro apreendido durante cumprimento de mandado em São Paulo Foto: Polícia Federal/Divulgação

Empresa Life Tecnologia Educacional teria recebido R$ 128 milhões de prefeituras paulistas; parte dos lucros seria usada em propina, bens de luxo e criptoativos

 

 

POR NATÁLIA MARTINS - Portal R7

 

 

A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (12) 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva, autorizados pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP), em investigação sobre um esquema de desvio de recursos do Fundeb e superfaturamento de kits de robótica e livros didáticos em prefeituras paulistas.

 

Conforme adiantou o blog, uma nora de Lula é alvo de busca e apreensão nessa operação da PF.

O inquérito teve início após a constatação de irregularidades em licitações vencidas pela empresa Life Tecnologia Educacional, de pequeno porte, que movimentou valores muito superiores à sua capacidade operacional.

 

 

Carla Ariane, nora de Lula, e Kalil Bittar, sócio de um dos filhos do petista, estão entre os investigados

 

Entre 2021 e 2024, a empresa recebeu R$ 128 milhões de contratos firmados com as prefeituras de Limeira, Sumaré e Hortolândia. De acordo com a PF, ao menos R$ 50 milhões correspondem a lucro direto obtido com o superfaturamento.

O relatório da investigação aponta um esquema estruturado de corrupção e lavagem de dinheiro, sustentado por empresários, agentes públicos e operadores financeiros.

 

Segundo o documento, cada peça do kit de robótica era adquiridos por R$ 1 a R$ 5 e revendido por R$ 60 a R$ 80, o que representa margem de lucro de até 3.500%. Parte dos valores era convertida em criptomoedas (stablecoins) ou sacada em espécie para pagamento de propina e compra de bens de luxo, como imóveis e veículos blindados.

A PF descreve três núcleos de atuação:

 

Empresarial, responsável pelos contratos e emissão de notas superfaturadas;

Financeiro, formado por doleiros e empresas de fachada que faziam a lavagem dos valores;

Político e administrativo, composto por agentes públicos e articuladores com influência em órgãos federais e municipais.

Os investigados

Entre os investigados estão Kalil Bittar, sócio de Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Lula, e Carla Ariane Trindade, esposa de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho da primeira-dama Marisa Letícia com seu primeiro marido.

Kalil é irmão de Fernando Bittar, um dos donos do sítio de Atibaia. Já Marcos Cláudio foi adotado por Lula ainda pequeno e é irmão biológico de Fábio Luís, Sandro Luís e Lurian, filhos de Lula com Marisa Letícia.

 

No relatório, Carla é apontada como articuladora do núcleo político, responsável por aproximar empresários de agentes públicos “para assegurar vantagens indevidas em contratações”. Ela teve endereços vasculhados e foi afastada do cargo que ocupava em uma prefeitura do interior paulista.

 

Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa.

 

A coluna entrou em contato com o Palácio do Planalto na manhã de hoje e ainda não recebeu resposta. A empresa Life Tecnologia Educacional não atendeu às nossas ligações. Ainda tentamos falar com a defesa de Carla Ariane Trindade, assim como Kalil Bittar.

 

 

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