Ministro diz que investigação vai mirar lavagem de dinheiro e infiltração criminosa no poder público
Por Vicklin Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (5) que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar o crime organizado no Rio de Janeiro.
A declaração foi feita durante reunião com representantes de entidades de direitos humanos, que discutiu os desdobramentos da Operação Contenção, realizada na capital fluminense e que deixou 121 mortos.
Segundo Moraes, o inquérito vai focar a apuração de esquemas de lavagem de dinheiro e da infiltração de criminosos no poder público. Sobre as mortes decorrentes da operação, o ministro afirmou que o Supremo acompanhará as investigações. Ele destacou ainda que é essencial que o Estado desenvolva respostas concretas para “recuperar territórios dominados por organizações criminosas”.
O representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), Nicolao Dino, afirmou que o Brasil tem sido cobrado por organismos internacionais devido ao elevado índice de letalidade policial. Segundo ele, o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA), e a Organização das Nações Unidas (ONU) já emitiram 368 recomendações ao país sobre o tema.
Moraes conduz provisoriamente a ADPF das Favelas desde que o relator original, Edson Fachin, assumiu a presidência do STF. O processo foi redistribuído ao ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou antecipadamente em outubro. O ministro seguirá responsável pelo caso até a nomeação do novo integrante da Corte.