Movimento para prejudicar votações começa nesta terça-feira
Por Lis Cappi
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), anunciou nesta terça-feira (5) que a base aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro vai entrar em obstrução no Congresso. Na prática, o movimento trava votações tanto na Câmara quanto no Senado. A medida, segundo Marinho, começa a ser aplicada já nesta terça e vem como resposta à prisão do ex-presidente. “A partir de hoje, estamos em obstrução”, declarou.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) reforçou o movimento e afirmou que a oposição vai impedir o funcionamento da Câmara “enquanto não houver diálogo sério para pensar nas soluções para o Brasil”. “Vamos entrar em obstrução total e não vamos recuar enquanto não houver caminhos para pacificação”, completou.
A oposição defende uma “anistia ampla, geral e irrestrita“, como afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ”Já passou da hora de Brasil virar essa página", disse.
Entre as principais reivindicações do grupo estão o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, a aprovação de uma anistia para os envolvidos nos atos do 8 de Janeiro e o avanço da PEC que acaba com o foro privilegiado.
No anúncio da obstrução, Marinho também criticou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). “Fomos surpreendidos pela tornozeleira imposta ao senador Marcos do Val. Sou solidário a ele”, disse.
Prisão de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes decretou na segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Bolsonaro por entender que ele tinha fabricado material para ser postado nas redes sociais de seus filhos e aliados.
Na decisão, o ministro classificou as ações como “continuação de práticas ilícitas” e destacou o uso de conteúdo pré-produzido para incitar apoiadores, pressionar instituições e estimular intervenção externa em assuntos internos, afrontando diretamente a soberania nacional.