O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse hoje em Campos do Jordão (SP) que não pretende entregar o cargo, em resposta a uma declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL)
Por Bernardo Barbosa
Durante um café da manhã com jornalistas na manhã de hoje, o presidente disse que decidirá sobre o comando do MEC na próxima segunda-feira. "Está bastante claro que não está dando certo. Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é coisa importantíssima", diz o presidente.
Vélez negou ter sido procurado por Bolsonaro para tratar de sua eventual demissão. Questionado se considerava sua situação no MEC como insustentável, o ministro respondeu que "a única coisa insustentável é a morte."
Bolsonaro já havia feito críticas públicas à gestão de Vélez, que tem sido marcada por uma série de recuos, polêmicas e demissões. Desde o começo de março, houve cerca de 20 mudanças de cargos no MEC, onde grupos ligados a militares, técnicos e ao escritor Olavo de Carvalho -- que indicou Vélez ao cargo -- disputam espaço.
Na semana passada, o presidente disse em entrevista à Band que as coisas "não estão dando certo" no MEC, e que conversaria com Vélez após voltar da viagem oficial a Israel -- o presidente chegou na quarta ao Brasil.
Apesar da série de declarações ideológicas, Vélez defendeu em sua palestra no evento de hoje a tomada de decisões sem ideologia. "Temos que tomar decisões numa perspectiva técnica, científica e não ideológica", afirmou.
Em uma fala de seis minutos, Vélez discorreu sobre a necessidade de políticas para alfabetização de crianças e para atrair adolescentes para a escola, com ensino profissionalizante, como forma de diminuir a evasão.
Apesar de dizer que esta situação vem de muitos anos e não foi criada em meses de governo Bolsonaro, Vélez ainda afirmou estar "cansado de olhar para o passado e culpar outros governos".
Entenda a crise no MEC
Além da instabilidade provocada pelas disputas internas, Vélez protagonizou polêmicas junto à opinião pública. Recentemente, defendeu uma revisão dos livros didáticos sobre o golpe militar de 1964 e da ditadura que veio em seguida.
No fim de fevereiro, o MEC enviou a escolas um pedido para que alunos fossem gravados cantando o hino nacional, e que os vídeos fossem enviados ao governo. O pedido também incluía a leitura de uma mensagem com o slogan eleitoral de Bolsonaro, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". O ministro depois recuou da medida.
O ministro falou rapidamente à imprensa durante sua participação no 18º Fórum Empresarial Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e não quis conceder uma entrevista coletiva.
O presidente Jair Bolsonaro indicou que o ministro da Educação, Ricardo Vélez, deve deixar o comando da pasta na próxima segunda-feira (8)
Por Sérgio Dávila
"Está bastante claro que não está dando certo. Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é coisa importantíssima", disse o presidente em um café da manhã, nesta sexta (5), com jornalistas no Palácio do Planalto. A Folhaestava entre os convidados.
De acordo com Bolsonaro, na segunda-feira, "tira a aliança da mão direita e põe na esquerda ou põe na gaveta. Vamos supor que seja a saída dele (Vélez)". O presidente indicou ainda que não descarta reaproveitar o ministro em outra área do governo.
"Até segunda, vai ser resolvido, ninguém mais vai reclamar. Vélez é boa pessoa. Quem vai decidir sou eu. Segunda é o dia do fico ou não fico", disse o presidente.
Em evento do fórum empresarial Lide nesta sexta (5), em Campos do Jordão, o ministro voltou a dizer que não entregará o cargo. Ele evitou responder perguntas sobre uma eventual saída do ministério. Afirmou apenas que Bolsonaro não conversou com ele a respeito.
"Pretendo participar do fórum e não vou entregar o cargo", respondeu.
Por Josias de Souza
A cúpula do MDB assustou-se com a velocidade da deterioração do quadro criminal de Michel Temer. Um membro da Executiva da legenda disse ao blog: "É claro que ninguém, nem mesmo o Temer, imaginava que os processos ficariam parados depois que ele deixou o Planalto. Mas esse quadro de septicemia processual não estava no nosso horizonte."
No intervalo de duas semanas, Temer passou quatro dias preso e tornou-se réu em quatro ações penais —uma em Brasília (caso da mala), duas no Rio de Janeiro (Angra 3) e outra em São Paulo (reforma da casa da filha com verbas sujas). Há mais seis inquéritos correndo contra o ex-presidente.
Os companheiros de partido são pessimistas em relação ao destino de Temer. Consideram improvável que o amigo e correligionário seja inocentado nos dez processos. Lamentaram que o presidente do STF, Dias Toffoli, tenha adiado o julgamento das ações contra a prisão de condenados em segunda instância. Contavam com uma reversão dessa jurisprudência.
"Parece haver entre procuradores e juízes uma gana de condenar rapidamente mais um ex-presidente da República", avaliou o dirigente do MDB. "É como se quisessem fazer uma vingança por conta de os processos terem ficado represados quando o Michel estava no Planalto."
Quadrilha tentou assaltar dois bancos e um dos criminosos fez uma família refém durante fuga
Com Agência Brasil
Uma quadrilha tentou assaltar, simultaneamente, dois bancos no município de Guararema, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, na madrugada desta quinta-feira (4). De acordo com a Polícia Civil, ao todo, eram 30 criminosos envolvidos na ação. O assalto, porém, foi interceptado pela polícia, não chegou a ser concluído e terminou em tiroteio. Onze dos assaltantes acabaram mortos.
Segundo as informações reveladas pela TV Globo na manhã de hoje, um dos criminosos morreu ao tentar fazer uma família refém durante a fuga. Ele acabou baleado e as vítimas foram liberadas em segurança.. Todo o episódio em Guararema aconteceu às 4h, na estrada municipal Doutor Hércules Campagnoli, região central da cidade.
De acordo com os policiais, a quadrilha chegou ao local em vários carros e tentou roubar os caixas dos bancos do Brasil e do Santander, que ficam próximos um do outro. O Banco do Brasil, inclusive, fica localizado ao lado da delegacia do município.
Foram instaladas bombas em ambas as agências. O Banco do Brasil foi parcialmente destruído, mas os explosivos colocados no banco Santander não chegaram a ser detonadas. Por fim, os criminosos também metralharam a fachada de uma loja.
Apesar das mortes, o restante da quadrilha conseguiu fugir da polícia em dois carros. Os veículos trafegaram pelas estradas rurais e os criminosos estão sendo procurados pela polícia de Guararema . Os criminosos também abandonaram um terceiro veículo em frente às agências e as autoridades agora investigam a sua procedência e se há bombas em seu interior.
Grupo é acusado de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro em esquema envolvendo desvio de dinheiro em obras da Usina Angra 3, no Rio de Janeiro
Com Agências
O ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco e outros 12 investigados pela força-tarefa da Lava Jato viraram réus nesta terça-feira (2) pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro em um suposto esquema de desvios em contratos para a construção da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, aceitou duas denúncias feitas pelo Ministério Público Federal na última sexta-feira (29).
Em uma, Michel Temer é acusado de peculato. Em outra, por lavagem de dinheiro. O esquema que está no centro dessas denúncias é o mesmo que motivou, na semana passada, a prisão preventiva do ex-presidente, de Moreira Franco e de outros investigados. O emedebista passou quatro dias detido na Superintendência da Polícia Federal no Rio, e ganhou habeas corpus de liberdade na segunda-feira (25).
Na ocasião do pedido de prisão de Temer, os procuradores da Lava Jato alegaram que o emedebista era o "líder de uma organização criminosa" e que se valeu de duas décadas atuando em cargos públicos para "transformar os mais diversos braços do Estado brasileiro em uma máquina de arrecadação de propinas".
Segundo as investigações, o esquema criminoso em Angra 3 envolvia pagamentos e desvios (efetuados e prometidos) que superam a cifra de R$ 1,8 bilhão. Temer foi acusado de ter sido beneficiário de propina de R$ 1,09 milhão paga por meio de João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, ex-policial militar e amigo pessoal do emedebista.
As acusações se basearam em depoimentos e documentos apresentados pelo presidente da Engevix, José Antunes Sobrinho. No pedido de prisão preventiva, os procuradores garantiram que tratam-se de "robustas provas" dos supostos crimes cometidos.
Solto na segunda-feira, Temer já é réu em outra ação por crime de corrupção passiva por conta do episódio da mala com R$ 500 mil enviada pelo empresário Joesley Batista e recebida pelo ex-assessor do emedebista Rodrigo Rocha Loures, em 2017. Nessa ação, Temer responderá na Justiça Federal de Brasília.
Também nesta terça-feira, o MPF em São Paulo protocolou denúncia contra Michel Temer , sua filha Maristela Temer, Coronel Lima e sua esposa Maria Rita Fratezi Lima pelo crime de lavagem de dinheiro. O caso envolve uma reforma na casa da filha do emedebista que pode ter sido financiada por dinheiro desviado das obras da usina nuclear de Angra 3.
Réus por peculato e lavagem:
Michel Temer
Coronel Lima
Othon Luiz Pinheiro da Silva
Maria Rita Fratezi
José Antunes Sobrinho
Carlos Alberto Costa
Carlos Alberto Costa Filho
Vanderlei de Natale
Carlos Alberto Montenegro Gallo
Carlos Jorge Zimmermann
Ana Cristina da Silva Toniolo
Ana Luiza Barbosa da Silva Bolognanni
Réus por corrupção e lavagem:
Michel Temer
Moreira Franco
Coronel Lima
Othon Luiz Pinheiro da Silva
Maria Rita Fratezi
José Antunes Sobrinho
Carlos Alberto Costa
Rodrigo Castro Alves Neves