Aumento no número de evangélicos é proporcional ao crescente declínio da religião católica
Por Davi Valadares
A população evangélica no Brasil passou de 21,7% da população brasileira para 26,9%, o que representa um crescimento de 5,2 pontos percentuais nos últimos 12 anos, de acordo com os dados do Censo Demográfico Religiões 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 6
Os evangélicos foram o segmento religioso que mais avançou no Brasil no período de 2010 a 2022, embora o Censo Demográfico mostre um aumento na diversidade dos grupos religiosos no Brasil.
Segundo a pesquisa, o aumento no número de evangélicos em pouco mais de uma década é proporcional ao crescente declínio da religião católica que, embora tenha permanecido majoritária, seguiu a tendência de redução observada nas duas décadas anteriores e perdeu 8,4 pontos percentuais de fiéis em relação ao Censo de 2010.
“O Censo Demográfico de 2022 mostrou a consolidação de tendências registrada pelos Censos anteriores, de redução percentual do catolicismo apostólico romano, e o aumento do percentual de evangélicos e dos sem religião”, diz a pesquisa do IBGE.
Na distribuição por grandes regiões, os evangélicos têm uma maior presença no Norte, com 36,8%, e no Centro-Oeste, com 31,4%. Entre as Unidades da Federação, a maior proporção de evangélicos, na população com 10 anos ou mais de idade, foi registrada no Acre (44,4%), e a menor no Piauí (15,6%).
A pesquisa mostra ainda que a proporção de evangélicos foi maior entre os pré-adolescentes (31,6%). A menor proporção, no quesito idade, está entre as pessoas de 80 ou mais (19%), que é também o grupo com mais pessoas que se identificam como católicos.
No que tange ao recorte por cor ou raça, das pessoas que participaram da pesquisa e se declararam pretas, 30% se identificaram como evangélicos. Já entre as pessoas brancas, 23,5%; pardos, 29,3%; amarelas, 14,3%; e indígenas, 32,2%.
No total, na distribuição em termos proporcionais entre os evangélicos de 10 anos ou mais de idade, a maioria, no entanto, era de cor parda (49,1%), seguida de brancos (38%), pretos (12%), indígenas (0,7%) e amarelos (0,2%)