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Tarcísio pula do barco, mas já diz quem é seu candidato a presidente em 2026

Posted On Domingo, 28 Setembro 2025 03:03
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Governador de São Paulo disse a vários interlocutores que está fora da disputa pelo Planalto no ano que vem, só que o preferido de Bolsonaro também tem seu preferido

 

 

Por Henrique Rodrigues

 

 

Após uma série de movimentações que deixaram a fragmentação da extrema direita exposta para todo o Brasil, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surpreendeu aliados e adversários ao desistir da disputa presidencial de 2026. Em conversas reservadas, o político demonstrou seu desânimo com a possibilidade de enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, sob o pretexto de que “a direita está desunida”, e se mostrou inclinado a apoiar outro nome da direita para a corrida eleitoral: Ratinho Júnior, governador do Paraná, do PSD. A bem da verdade, o pupilo de Bolsonaro sentiu o óbvio, que perderá para o petista de qualquer jeito.

 

O movimento de Tarcísio de Freitas foi, para muitos, esperado, mas não menos impactante. Após meses acalentando sua candidatura à Presidência, o governador paulista afirmou que seu foco no momento é garantir a reeleição para o governo de São Paulo. A decisão vem no rastro de uma série de fatos políticos que enfraqueceram seu nome como representante da direita no cenário nacional, como a oposição dos setores mais extremistas do bolsonarismo e a guinada maluca que deu após encarnar o personagem ultrarreacionário que ameaça o STF e grita com todo mundo.

Aliados de Tarcísio destacam que o governador ainda é considerado uma figura-chave no movimento bolsonarista, mas o apoio popular e as tensões internas têm diminuído suas perspectivas. A oposição de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e as disputas internas, especialmente em relação à PEC da Blindagem e à proposta de anistia, terminaram por mostrar um cenário sem saída para Tarcísio.

Ratinho Júnior como alternativa

 

Com a decisão de Tarcísio, o nome de Ratinho Júnior começa a ganhar força. Quer dizer, é o que dizem. Aliados próximos do carioca que governa São Paulo confirmaram que ele está analisando as movimentações do centrão, que já articula a candidatura do governador paranaense como uma alternativa “viável” contra o presidente Lula. A proximidade de Ratinho com o governo paulista, por meio do PSD e do apoio de figuras como Gilberto Kassab, abriria caminho para que o filho do apresentador de TV escandaloso seja visto como uma solução pragmática para uma direita fragmentada. Ok, pragmática. Mas é realista achar que ele ganhará de Lula?

 

Embora Tarcísio ainda não tenha oficializado seu apoio, há uma clara tendência de que ele se alie ao governador do Paraná, caso este se coloque como candidato. No entanto, para que essa decisão seja consolidada, muitos acreditam que Tarcísio buscará a aprovação de Jair Bolsonaro, considerando o peso do ex-presidente nas articulações do campo conservador.

 

Fragilidade da direita e alternativas

 

O cenário atual revela uma direita profundamente dividida, com disputas internas que enfraquecem qualquer tentativa de candidatura forte para enfrentar Lula nas urnas. A saída de Tarcísio da corrida presidencial é uma prova disso, deixando no ar o questionamento sobre quem poderá unificar a direita em uma tentativa real de disputa contra a máquina petista.

 

Com a desistência de Tarcísio, o espaço para Ratinho Júnior até pode crescer, mas, convenhamos, ele não tem nem cacoete de alguém que venceria Lula. A movimentação do centrão e o apoio de figuras-chave, como Kassab, reforçam a ideia de que, apesar das dificuldades, a alternativa paranaense pode ser a resposta para o vácuo de liderança no campo da direita. Entretanto, o nome não empolga ninguém, essa é a verdade.

 

Enquanto isso, Tarcísio de Freitas opta por seguir com um plano menos arriscado: garantir sua reeleição para o governo de São Paulo, onde mantém sua base de apoio e tenta recuperar sua imagem perante os eleitores depois de posar de radicalíssimo, enrolado na bandeira dos EUA e com o seu bonezinho do MAGA.

 

A decisão é vista como uma saída estratégica, considerando que a disputa presidencial seria um campo de batalha perdido, com o risco de perder o governo paulista sem conquistar o Planalto.

 

 

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