O Bico do Papagaio, composto por 25 municípios e cerca de 180 mil eleitores, é mais do que uma região geográfica, é uma mina de ouro eleitoral que tem sido subestimada por sucessivos governos do Tocantins. A análise do Observatório Político de O Paralelo 13 mostra que o Norte do Estado carrega um potencial político e econômico capaz de definir os rumos de qualquer disputa majoritária, mas segue distante das ações concretas de integração governamental
Por Edson Rodrigues
A região é formada pelos municípios de Araguatins, Augustinópolis, Axixá do Tocantins, Ananás, Angico, Buriti do Tocantins, Cachoeirinha, Carrasco Bonito, Darcinópolis, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis, Maurilândia do Tocantins, Nazaré, Praia Norte, Riachinho, Santa Tereza do Tocantins, Sampaio, São Bento do Tocantins, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins, Sítio Novo, Tocantinópolis, Aguiarnópolis e Xambioá. Juntas, essas cidades representam a ponta mais setentrional do Tocantins, uma região marcada por identidade cultural própria, força econômica crescente e peso eleitoral inquestionável.
Durante um sobrevoo político pela região, o Observatório constatou uma realidade que precisa ser olhada de frente, pois a vida no Bico gira em torno de Imperatriz (MA). A segunda maior cidade do Maranhão é referência para os tocantinenses da região em praticamente todos os aspectos bancário, educacional, de saúde, abastecimento comercial e, inclusive, em comunicação. Grande parte dos moradores do Bico sintoniza rádios e televisões maranhenses, uma vez que os sinais de emissoras tocantinenses sequer alcançam os municípios da região.

Essa desconexão é simbólica, uma vez que enquanto o povo do Bico paga impostos e vota no Tocantins, sua vida cotidiana e informacional acontece em outro estado. Isso explica, em parte, a sensação de abandono e o distanciamento entre governo e comunidade, alimentando uma percepção de que o poder público estadual pouco enxerga o Norte como parte estratégica de sua governabilidade.
GESTÃO LAUREZ MOREIRA

O sentimento percebido pelo Observatório Político de O Paralelo 13 é de que a população desses municípios espera ser ouvida de fato. Há um desejo coletivo por um encontro em território, em que o governador interino Laurez Moreira possa ouvir as demandas locais e apresentar soluções concretas. Os moradores não querem discursos nem promessas vagas, querem resultados, presença e diálogo direto. Querem olhar nos olhos do governador e sentir que, desta vez, suas vozes serão traduzidas em ações reais que impactem o cotidiano e o desenvolvimento da região.

O jornalista e empresário João Victor do Nascimento Filho, conhecido como Vitinho, com mais de 35 anos de experiência em veículos como TV Globo, TV Manchete e SBT de Imperatriz, conhece como poucos essa realidade. Ele atua como ponte entre os meios de comunicação do Maranhão e os 25 municípios tocantinenses, representando rádios como Gazeta FM, Antena 1 de Carrasco Bonito, Antena 1 de Buriti, Fênix FM e Sampaio FM, além de portais como Itaguatins Notícias, Gazeta Tocantins, Informa Tocantins, Gazeta do Bico e Folha Tocantins. “Os veículos do Tocantins não chegam aqui. É por Imperatriz que o povo do Bico se informa e se conecta”, resume Vitinho.

O histórico também mostra como o potencial do Bico foi reconhecido ainda no tempo de Goiás. O então governador Ary Valadão, visionário, determinou ao IDAGO, na época dirigido por Mário Cavalcante e Carlos Braga, que demarcasse a área que viria a se tornar Augustinópolis, hoje o principal polo urbano e político da região. Décadas depois, essa visão ainda ecoa e o Bico segue sendo a fronteira de oportunidades do Tocantins, mas carece de investimentos, infraestrutura e, sobretudo, presença política efetiva.

A região soma quase 20% do eleitorado estadual, um peso que pode definir qualquer eleição. Não é à toa que nomes como o do ex-governador Marcelo Miranda consolidaram ali seu principal reduto eleitoral em disputas apertadas, foi o voto do Bico que garantiu suas vitórias. Hoje, a senadora Dorinha, apoiada por lideranças como Jair Farias, tem ocupado esse espaço com forte aceitação popular, impulsionada por uma comunicação ativa e próxima à comunidade. Vale destacar que a senadora, professora Dorinha é pré-candidata ao governo do Tocantins e já tem sua marca de trabalho, com a destinação de emendas impositivas, em vários municípios da região. Já o governo estadual, embora tenha obras e ações em andamento, carece de presença e visibilidade na região, um desafio que pode custar caro politicamente.
O Observatório Político de O Paralelo 13 lança um alerta: é hora de tirar o Bico da invisibilidade. É preciso criar políticas permanentes de integração, fortalecer a comunicação institucional, investir em infraestrutura e, acima de tudo, reconhecer o valor humano, econômico e eleitoral dessa população que, mesmo distante do centro do poder, continua sendo decisiva para o futuro do Tocantins.
O Bico do Papagaio não quer apenas promessas de campanha, quer presença, respeito e protagonismo. Ignorar essa potência é um erro estratégico que nenhum candidato ao governo, Senado, Câmara ou Assembleia pode mais cometer.
Presidente Lula vetou 63 pontos ao sancionar a legislação
Por Tainá Farfan
Se o Congresso Nacional derrubar os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à lei que reformula o licenciamento ambiental, o governo federal avalia judicializar o tema no STF (Supremo Tribunal Federal).
Do outro lado, a oposição também espera negociar os vetos do licenciamento para evitar judicialização.
Contudo, se a bancada do agronegócio insistir na derrubada, para o Planalto, não restará outra opção a não ser acionar o STF.
Ao sancionar a legislação, Lula vetou 63 dispositivos. Desse montante, a ala governista considera ter acordo para manutenção de 15 pontos.
No parlamento, a derrubada dos demais vetos já é tida como certa. Na quinta-feira (16), o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), cancelou a sessão convocada para analisar os pontos.
Não há uma nova data para a realização da sessão. O governo pediu o adiamento e considera que a apreciação deve ocorrer com a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, que também não tem previsão de quando será analisada.
Da Assessoria
A senadora Professora Dorinha (União) participará da Missão Oficial à República Popular da China, promovida pela Fundação Índigo – Instituto de Inovação e Governança, com a presença de representantes de governos subnacionais brasileiros. A missão ocorrerá de 18 a 30 de outubro, nas cidades de Pequim, Shenzhen e Xangai, e tem como objetivo promover visitas técnicas e institucionais a centros de inovação, administrações locais e entidades chinesas nas áreas de cidades inteligentes, infraestrutura e tecnologia.
Segundo a senadora, a iniciativa é uma oportunidade estratégica para ampliar o intercâmbio entre Brasil e China e conhecer experiências bem-sucedidas de integração entre ciência, planejamento urbano e políticas públicas. “A China é referência mundial em inovação tecnológica e planejamento urbano. Essa troca de experiências é fundamental para pensarmos o futuro das nossas cidades com mais eficiência, sustentabilidade e inclusão”, afirmou Dorinha.
A Missão Brasil–China 2025 busca ainda fortalecer a cooperação acadêmica, científica e institucional entre os dois países, estimulando a criação de parcerias regionais estratégicas e a aplicação de soluções inovadoras para os desafios brasileiros em educação, infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
Integrante da Igreja Batista, o advogado-geral da União está entre os cotado para ser indicado por Lula ao Supremo
Por Anna Júlia Lopes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na manhã desta quinta-feira (16) o bispo evangélico Samuel Ferreira e o pastor e deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP) no Palácio do Planalto.
Participou do encontro o advogado-geral da União, Jorge Messias – um dos cotados para ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a assumir a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no STF (Supremo Tribunal Federal).
Ao final do encontro, Madureira disse a jornalistas que foi uma “visita de cortesia”, a convite de Lula. Questionado se a reunião se tratava de um aceno aos evangélicos para uma possível indicação de Messias ao Supremo ou para as eleições de 2026, o deputado não respondeu e disse que não veio para “pedir nada por ninguém”.

Madureira afirmou que o encontro serviu para que ele e os bispos orassem junto com o chefe do Executivo. “Estamos em um período um pouco conturbado com tudo o que está acontecendo e nós oramos pelo presidente”, afirmou.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann – que também estava na reunião –, publicou nas redes sociais um registro do encontro. Na legenda, afirmou que os convidados entregaram ao presidente uma Bíblia e a edição de ouro do Centenário de Glória da Igreja Assembleia de Deus Madureira.
Indicação de Messias ao Supremo
Com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso do STF, Jorge Messias é o mais cotado a uma indicação de Lula para ocupar uma vaga no tribunal. Conforme mostrou a CNN, o petista deve fazer o anúncio até o fim desta semana para poupar Messias de um desgaste antes de ser indicado.
O advogado-geral da União é o favorito no Palácio do Planalto e no PT para uma cadeira na Corte. O principal motivo é justamente ter construído uma relação de confiança com o presidente.
Além de homem de confiança de Lula, Messias é integrante da Igreja Batista e sua indicação também pode ser um trunfo com o eleitorado evangélico que o presidente tenta se aproximar, mirando as eleições de 2026.
Da Assessoria
Segue para sanção presidencial o projeto de lei da senadora Professora Dorinha (União), que amplia os programas nacionais de transporte e alimentação escolar aos estudantes da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, bem como das demais escolas federais, A proposta, já votada no Senado Federal, foi aprovada na Câmara dos Deputados no último dia 14.
O projeto estende o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate) aos estudantes das escolas e institutos federais tecnológicos que moram nas zonas rurais, que também passam a ser contemplados com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo o mesmo direito já assegurado às redes estaduais e municipais de ensino.
Conforme o texto, o repasse do Pnate às instituições federais será único e anual, calculado com base no número de estudantes que utilizam o transporte escolar. A estimativa é de que cerca de 50 mil alunos da rede federal residentes em áreas rurais sejam beneficiados. O impacto financeiro do programa será de aproximadamente R$ 37 milhões por ano, recurso que virá da arrecadação adicional obtida com a nova metodologia de cálculo do preço de referência do petróleo (PRP), utilizada para definir os royalties do setor.
Além do transporte, o projeto também garante o repasse anual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), fortalecendo as políticas de alimentação e permanência estudantil.
De acordo com a senadora Dorinha, a medida corrige uma lacuna histórica. “Nossos institutos federais e escolas técnicas acolhem milhares de jovens do campo, que muitas vezes percorrem longas distâncias para estudar. Garantir transporte e alimentação é assegurar condições reais de permanência e igualdade de oportunidades”, afirmou a parlamentar.