Cúpula do PMDB nacional “não agüenta mais discutir sobre o Tocantins”, afirmou uma liderança
Por Edson Rodrigues
Agora é fato. Um ultimato!
Termina no próximo dia 17 o prazo para que as Comissões Provisórias formalizadas pela senadora Kátia Abreu, presidente da Comissão Interventora, sejam reconduzidas à normalidade de situações. Essa foi a determinação da Cúpula Nacional do Partido, repassada ao atual presidente da legenda no Tocantins, ex-deputado Derval de Paiva.
O acordo foi mediado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, numa tentativa de reaproximar os grupos que dividem ao meio o PMDB do Tocantins, comandados, por um lado, pelo governador Marcelo Miranda e, por outro, pela senadora e Ministra Kátia Abreu.
O problema é que, instigado pela deputada federal Josi Nunes, e respaldado pelo governador Marcelo Miranda e pela deputada federal Dulce Miranda, Derval de Paiva fez uma “revisão” das comissões avalizadas por Kátia Abreu, destituindo a maioria dos seus membros. Isolando das decisões tanto Kátia quanto Carlos Braga e Carlos Gaguim, seus “homens de confiança”.
A decisão da cúpula nacional é para que essas comissões sejam restituídas até a próxima segunda-feira (17), para que o acordo de paz seja mantido e o posicionamento assumido por Kátia, ante o descumprimento do acordo é o clássico “a porta da rua é serventia da casa, os incomodados que se retirem”, o que pode acarretar um uma leva de lideranças sem legenda para disputar as eleições municipais do ano que vem nas 51 comissões provisórias onde a interferência de Derval de Paiva foi mais radical.
DEBANDADA PARA O PV
Em conversas com lideranças do PMDB estadual, na manhã desta quarta-feira, a equipe do Paralelo 13, detectou uma movimentação, em estágio adiantado, rumo ao PV, de Marcelo e Cláudia Lélis.
Apesar de ser um homem da paz e conciliador, Derval de Paiva tende a não aceitar esse ultimato e direciona as conversas para que as principais lideranças peemedebistas escolham a porta da rua, rumo ao PV.
NOSSO PONTO DE VISTA
Enquanto Marcelo Miranda e sua equipe estudam ações para sanear as finanças do Estado, indo desde uma oxigenação na equipe, fusão e extinção de secretarias, demissão de 2.800 contratos temporários herdados do governo Sandoval Cardoso e de cerca de 5mil contratos especiais, para compensar a queda na arrecadação e no repasse do FPE. Se medidas racionais com gastos não forem efetivadas o Estado corre o risco adotar medidas radicais como em Goiás, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e, mais recentemente, pelo estado de Sergipe, de parcelar os salários do funcionalismo.
Essas ações são aventadas pela situação do Tocantins ser ainda mais grave que a dos demais estados, pelo motivo de sua economia ser destituída de grandes pagadores de ICMS (indústrias), mas, principalmente, por causa dessa questão política de afastamento com a senadora e ministra Kátia Abreu, que praticamente fecha as portas dos cofres da União para o Estado.
Isso mostra o quão frágil é a situação política de Marcelo Miranda e o tamanho da força da caneta nas mãos de Kátia Abreu.
Isso só reforça a teoria da debandada das lideranças que apóiam o PMDB do Palácio Araguaia para partidos alternativos, com maior ênfase para o PV da vice-governador Cláuda Lélis.
Derval de Paiva não é homem de engolir sapos. E este sapo em questão, é dos mais indigestos.
O OUTRO LADO DA MOEDA
Enquanto isso, uma fonte palaciana, de inteira confiança, nos garantiu que, ao contrário do que vem sendo divulgado pela mídia, Marcelo Miranda tem se reunido constantemente com Derval de Paiva e com as deputadas federais Dulce Miranda e Josi Nunes com o único objetivo de, juntamente com os demais companheiros peemedebistas, dar um basta nesse clima de disputa pelo comando do partido no Tocantins.
Segundo essa fonte, Derval de Paiva vem atuando com cuidado e responsabilidade para desfazer alguns equívocos ocorridos na formação das comissões provisórias pela equipe de Kátia Abreu, como a inclusão de pessoas que nem filiadas ao PMDB são.
Na verdade, Derval de Paiva não está pura e simplesmente destituindo as comissões e, sim, adequando-as de acordo com os estatutos do partido para que tudo esteja dentro da lei na hora das candidaturas na eleições municipais de 2016.
Inclusive, ainda segundo a fonte, a esperança de Marcelo Miranda é que tudo esteja resolvido e devidamente esclarecido para que o PMDB volte a ter o respeito e a dignidade que sempre fizeram parte de sua história no Tocantins. O recente comparecimento de Kátia Abreu em uma cerimônia no Palácio Araguaia é uma prova disso, uma vez que pode representar uma retribuição imediata, com uma visita de Marcelo Miranda ao seu gabinete, em Brasília.
Espera-se que tudo seja resolvido, pelo bem da governabilidade e, consequentemente, do povo tocantinense.
Há meses os noticiários estão recheados de fatos de corrupção. De tal modo nós já nos habituamos que as enormes somas em jogo nem mais impressionam, como se fossem fatos corriqueiros.
Dom Odilo P. Scherer
Infelizmente, tinha razão quem vinha alertando, há vários anos, que um dos maiores males do Brasil era a corrupção. Assim se manifestou o cardeal Geraldo Majella Agnelo em 2005, arcebispo de Salvador e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) naquele ano. Suas palavras causaram protestos indignados, por levantarem suspeitas contra a honradez da vida política nacional... E hoje?!
Como em tudo, podemos ver também aqui um lado ruim e outro, bom. Ruins são o tamanho e a ramificação da corrupção em vários setores da vida pública, como vai sendo revelado. O lado bom é que os problemas começam a ser enfrentados seriamente, em vez de serem varridos para debaixo do tapete. Somente admitindo os fatos e indo às consequências é que se pode mudar certa cultura de tolerância em relação à corrupção. Para debelar a corrupção, são fundamentais a independência dos Poderes do Estado e a autonomia das instituições, para cumprirem seu papel sem ingerências interesseiras e corruptoras.
Mas ninguém se engane: a corrupção não ronda apenas a administração pública nem se refere apenas ao desvio de bens do Estado aos bilhões e milhões. Também são atos de corrupção os pequenos desvios, a sonegação de impostos ou as propinas para obter ou aceitar benefícios por meio do descumprimento dos deveres cívicos. E a pequena corrupção, quando não é corrigida em tempo, abre caminho para as grandes falcatruas.
A corrupção primeira e mais grave é a da consciência moral. Toda pessoa traz em si as noções básicas de bem e de mal e a capacidade de perceber o que é correto ou detestável na conduta. Vários fatores podem ajudar a aprimorar ou a deteriorar a sensibilidade da consciência, como a educação, o convívio social e a cultura circunstante. Mas é, sobretudo, a prática repetida de ações desonestas que leva à insensibilidade e à corrupção da consciência moral, abrindo caminho para ações desonestas maiores. Os atos e fatos de corrupção estão relacionados com um grave problema ético e moral. São fruto de um desvio de conduta caracterizado pela desonestidade e a falta de senso de justiça. Além disso, decorrem da falta de solidariedade e da insensibilidade em relação aos direitos e necessidades alheios. Será, ainda, necessário dizer que a corrupção não combina com o bom caráter, a confiabilidade e a honradez?
Em sua visita a Nápoles, em 21 de março deste ano, o papa Francisco usou palavras severas contra a corrupção e destacou a necessidade da vigilância constante, para ninguém se corromper: “Todos nós temos a possibilidade de ser corruptos e ninguém pode achar que está isento da tentação de enveredar por negócios fáceis, por caminhos de delinquência e da exploração de pessoas”. E observou que o conceito “corrupção” se refere a algo deteriorado, que perdeu a sua genuinidade e deixou de ser bom e prestável: “A corrupção cheira mal; a sociedade corrupta cheira mal”, concluiu o pontífice.
A corrupção, talvez, nos faz pensar logo em desvios de dinheiro e de bens, mas também existe a corrupção política, que é uma grave deterioração do sistema democrático, pois desvirtua e trai os princípios da ética e as normas da justiça social. Ela compromete gravemente a relação entre governantes e governados e introduz uma crescente desconfiança em relação à própria política e aos seus representantes, com o consequente enfraquecimento das instituições.
A corrupção política distorce a origem e a razão de ser das instituições representativas porque as usa como terreno para a barganha política de solicitações clientelistas e favores dos governantes. Assim, as opções políticas favorecem os objetivos restritos daqueles que possuem os meios para influenciá-las e impedem a realização do bem comum de todos os cidadãos. A política acaba transformada num pragmático balcão de negócios, ou num instrumento de benemerências personalistas.
Ao se unirem as duas formas de corrupção, a política e a econômica, surge um combinado extremamente devastador da vida social. Não será por isso que tantos cidadãos preferem, de maneira equivocada, a distância em relação à participação na vida política? “Meter-se em política” significa, para muitas pessoas, o mesmo que participar de negócios desonestos...
Existe remédio para a corrupção? Certamente sim. É indispensável, desde a mais tenra infância, a educação para a honestidade e o senso de justiça e solidariedade, como também o discernimento crítico diante dos fatos públicos de corrupção e desonestidade: estes não são bons exemplos a serem seguidos por crianças, jovens e adultos. Mas também é necessário que a Justiça realize o seu curso e chame às contas os agentes da corrupção. O maior estímulo para a corrupção seria a convicção de que a desonestidade compensa e a honestidade é uma tolice.
Na bula de proclamação do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia de Deus, de abril de 2015, o papa Francisco conclama os culpados de corrupção ao arrependimento e ao pedido de perdão: “Esta praga apodrecida da sociedade é um pecado grave que brada aos céus, porque mina as próprias bases da vida pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança porque, com sua prepotência e avidez, ela destrói os projetos dos fracos e esmaga os mais pobres”. Para erradicá-la da vida pessoal e social, são necessárias a prudência, a vigilância constante aliada à fortaleza do caráter, a lealdade, transparência e a coragem da denúncia. “Se não se combate abertamente (a corrupção), mais cedo ou mais tarde ela nos faz seus cúmplices e nos destrói” (n. 19).
Dom Odilo Pedro Scherer é cardealarcebispo de São Paulo
Três mensagens de vetos presidenciais foram lidas nesta segunda-feira (10), em Plenário, os quais terão que ser examinados pelo Congresso Nacional até o dia 5 de setembro.
De acordo com a Constituição, os vetos são apreciados em sessão do Congresso no prazo de 30 dias a contar de seu recebimento. Esgotado esse prazo sem deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais matérias, até sua votação final. O veto só poderá ser rejeitado pela maioria absoluta dos votos de 257 deputados e 41 senadores. Na pauta da próxima sessão do Congresso, que deve ocorrer até o final de agosto, já constam 23 vetos presidenciais para exame dos parlamentares.
Entre os itens lidos nesta segunda pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) estão o veto parcial a 36 dispositivos do projeto convertido na Lei 13.155/2015, oriundo da Medida Provisória 671/2015, que institui regras de responsabilidade fiscal e financeira dos clubes de futebol e detalha condições para o parcelamento de dívidas. Na mensagem do veto 31/2015, Dilma alegou que os dispositivos exigiriam debate mais aprofundado e uma regulamentação mais abrangente, como forma de não provocar prejuízo para os atletas e os cofres públicos.
Entre os dispositivos vetados está o que previa isenções de imposto sobre a renda do premio da Timemania e da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), criada com a nova lei. Também foi vetada permissão aos clubes de reduzir os custos de rescisão contratual com os atletas. O texto aprovado pelo Legislativo diminuía o valor mínimo da claúsula compensatória para a metade da remuneração restante do jogador.
Houve veto ainda à criação de regime especial de tributação a ser aplicado às entidades de prática desportiva; à redução de percentual destinado à seguridade social; ao repasse de 0,5% da receita proveniente do “direito de arena”, negociado pelos clubes, a entidades que representam os árbitros de futebol; e à permissão às entidades de formação para organização de atividades escolares para crianças a partir de 12 anos, entre outros.
Reintegração
Dilma alegou vicio de iniciativa para vetar totalmente o projeto de lei do Senado (PLS) 82/2012, que autorizava o Executivo a abrir novo prazo, de 180 dias, para servidores e empregados federais demitidos no governo Collor requererem reintegração.
A proposta também permitia que os empregados dispensados fora do prazo estabelecido pela Lei da Anistia aos Servidores Públicos – de 16 de março de 1990 a 30 de setembro de 1992 – pleiteassem o direito, desde que à época tivessem desempenhado funções no processo de liquidação ou de dissolução de empresa pública.
Na mensagem do veto 32/2015, a presidente alegou que a matéria é de atribuição exclusiva da Presidência da República. O PLS 82/2012, do ex-senador Lobão Filho, praticamente repetia proposta já vetada pela presidente Dilma em 2011 (PLS 372/2008). Lobão Filho modificou o texto para transformá-lo em autorizativo, o que deixaria a cargo do Executivo a decisão de efetivamente reabrir o prazo.
Depósitos judiciais
Foram vetados ainda dispositivos do projeto de lei da Câmara (PLC) 15/2015, que deu origem à Lei Complementar 151/2015, que permite a estados e municípios o uso, como receita, de 70% dos depósitos judiciais e administrativos de processos em andamento. Os recursos devem ser transferidos pelos bancos ao tesouro do estado, do Distrito Federal ou do município. Os 30% restantes constituirão um fundo de reserva para garantir o pagamento caso o contribuinte obtenha vitória no processo judicial ou administrativo.
Dilma vetou artigo que dava prazo de 15 dias para que os bancos liberassem os valores referentes aos 70% dos depósitos. A parte vetada previa o pagamento de correção e multa caso houvesse atraso. Também foi vetada a possibilidade de uso de 10% do fundo de reserva para constituição de Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas, além de artigo que impedia a imposição de novas exigências para as transferências que não estejam previstas na própria Lei Complementar 151.
Entre os motivos citados na mensagem do veto 33/2015, Dilma argumentou que é preciso garantir prazo para o desenvolvimento tecnológico e operacional por parte dos bancos que recebem depósitos judiciais e administrativos. A presidente também observou que os dispositivos vetados aumentariam o risco de insuficiência para honrar eventuais resgates.
Com informações da Agência Brasil
Um programa lançado ontem (10) ajudará a Controladoria-Geral da União (CGU) a fiscalizar recursos que são repassados pelo governo federal a estados, municípios e ao Distrito Federal. Com o Programa de Fiscalização em Entes Federativos, o processo de escolha dos municípios que serão fiscalizados passará a adotar, também como critério, alguns indicadores de vulnerabilidades identificados nos entes da federação. Desde 2003, a escolha é feita em sorteios públicos. Esse tipo de escolha também sofrerá algumas alterações, passando a abranger capitais e municípios com mais de 100 mil habitantes.
Até então, essas fiscalizações por sorteio eram feitas a partir do órgão federal responsável pelo repasse dos recursos. Agora, poderá ser feito a partir do governo local para onde os recursos foram repassados, o que garante um foco diferenciado para os fiscais. Serão sorteados, a cada ciclo, quatro capitais, 24 municípios com até 50 mil habitantes, sete com população entre 50 mil e 100 mil habitantes, e dez com mais de 100 mil habitantes.
Na seleção baseada na chamada matriz de vulnerabilidade, serão levados em consideração 12 indicadores, divididos em quatro grupos: desenvolvimento econômico-social; materialidade das transferências já feitas (que, em alguns casos, sequer foram apresentadas nas contas anuais); transparência; e controle – este último, a partir de registros e indicadores levantados anteriormente pela CGU.
A nova metodologia traz mais inteligência e assertividade na escolha dos alvos de investigação dos municípios que recebem verbas do Executivo Federa, disse o chefe da CGU, ministro Valdir Simão, na cerimônia de lançamento do programa.
“Vulnerabilidade não significa fraude ou corrupção e sim que, nesses municípios, há maior probabilidade de encontrarmos problemas. É claro que, havendo indicativo ou achado relativo a fraude ou corrupção, as medidas serão adotadas junto às autoridades competentes”, afirmou Simão.
A CGU pretende publicar, até o fim deste ano, relatórios para oferecer aos gestores públicos. Dentro dos critérios estabelecidos para a matriz de vulnerabilidade, serão escolhidos entre um e três municípios de cada unidade federativa. “Estamos plenamente capacitados e preparados tecnicamente para esse aumento de demanda”, disse o ministro.
Segundo Simão, o número de ciclos de fiscalização será decidido a cada ano. “Ao final, os relatórios serão publicados na internet e as recomendações, encaminhadas aos ministérios, para que se aperfeiçõem falhas que porventura sejam encontradas. [Esses relatórios] servirão também para que tenhamos, por parte de gestor e da população, melhor acompanhamento da gestão. As denúncias, nos casos em que for identificada a malversação de recursos, serão encaminhadas ao Ministério Público.”
Na seleção de hoje, feita pelo pelo critério da matriz de vulnerabilidade, foram indicados 45 municípios. Na Região Nordeste, serão fiscalizados os municípios de Murici, em Alagoas; Candeias e Dias d'Ávila, na Bahia; Chorozinho, Barreira e Capistrano, no Ceará; Raposa, no Maranhão; João Pessoa, na Paraíba; Itapissuma e Olinda, em Pernambuco; Pau d'Arco do Piauí; Maxaranguape e Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte; e Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, em Sergipe.
Na Região Sudeste, foram escolhidos os municípios de Fundão e Viana, no Espírito Santo; Mateus Leme, Ribeirão das Neves e Rio Acima, em Minas Gerais; Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; Biritiba-Mirim, Embu das Artes e Cajamar, em São Paulo. No Sul, as fiscalizações serão em Almirante Tamandaré e Colombo, no Paraná; Barra do Ribeiro, Gravataí e Butiá, no Rio Grande do Sul; Biguaçu, São Pedro de Alcântara e Águas Mornas, em Santa Catarina.
Na Região Norte, os municípios indicados foram Bujari, no Acre; Rio Preto da Eva, no Amazonas; Santana, no Amapá; Ananindeua, no Pará; Cantá, em Roraima; Porto Velho, em Rondônia; Lajeado, no Tocantins. No Centro-Oeste, serão fiscalizados Caturaí, Campestre de Goiás e Goiânia, em Goiás; Dois Irmãos do Buriti e Campo Grande, em Mato Grosso do Sul; e Nossa Senhora do Livramento, em Mato Grosso.
Matéria alterada às 16h04 para correção de dados: os municípios escolhidas para fiscalização em Sergipe são Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, e não Lajeado, conforme divulgado pela CGU
Agência Brasil e CGU
PANORAMA POLÍTICO – 012 08/08/2015
Por Edson Rodrigues
ANÁLISE DA CONJUNTURA POLÍTICA NO BRASIL E NO TOCANTINS
BRASIL
Nos tempos modernos, pode-se afirmar que o Brasil vive um momento de angústia, insegurança e apreensão jurídica e política, desde os idos de 1964.
Mas, nos dias de hoje, o País passa por um período de adjetivos nunca antes usados, que pode ser definido como um tempo de emergência constitucional pelos seguintes fatores:
1 – A popularidade da presidente Dilma alcançou patamares insustentáveis ao atingir a casa dos 71% NEGATIVOS;
2 – Os saques na Caderneta de poupança nunca estiveram tão altos;
3 – A classe política está totalmente desmoralizada e desacreditada pela população. A palavra “nojo”, nunca esteve tão presente na definição do sentimento da população em relação aos políticos;
4 – Congresso Nacional revoltoso, articulando um impeachment contra a presidente e votando contra os projetos de interesse do governo, mesmo estando, em sua maioria, envolvidos em escândalos de corrupção, sendo que a próxima lista do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, deve ser encabeçada justamente pelo presidente do Congresso, Eduardo Cunha, com outros figurões da Casa a seguir;
5 – As derrotas sofridas pela presidente Dilma no Congresso, a fazem refém da vontade dos parlamentares;
6 – As revelações da Operação Lava-Jato, cada vez mais, revoltam a sociedade, principalmente pelo descaramento e banalidade com que a roubalheira se instalou na estatal;
7 – A sociedade está apavorada e sem entender os aumentos nas tarifas de energia, nos combustíveis, nos impostos em geral, na cesta básica... tudo o exato contrário do que a presidente havia prometido na campanha presidencial.
Ante esse quadro, é necessário ressaltar e, principalmente, resgatar, a importância da passagem do saudoso jurista Márcio Thomaz Bastos como ministro da Justiça.
Foi Bastos quem aparelhou a Polícia Federal e instituiu um trabalho investigativo, profissional e independente, nos moldes da Cia e do FBI americanos.
Tudo o que a Polícia Federal realiza hoje, deve-se à essa independência instituída por Thomaz Bastos. Milionários sendo presos e provas sendo apresentadas contra eles, sem interferências políticas nem influências externas, como deve ser em toda democracia efetiva.
TOCANTINS
Que o governo Marcelo Miranda recebeu uma “herança maldita” ao em 1º de janeiro deste ano, ninguém tem dúvida.
Inadimplência com fornecedores, folha de pagamento do funcionalismo atrasada, não cumprimento de acordos sobre datas-base de diversas categorias, promoções de militares não cumpridas, máquina pública inchada, obras superfaturadas, fantasmas ou inacabadas – segundo o TCE e o TCU –, impossibilidade de firmar convênios pela situação negativa junto ao Cadin, rombo no Igeprev e queda dos repasses de recursos por parte da União em todos os setores.
Mas, o que não podemos deixar de frisar é que essa “herança maldita” tem o DNA de todos os ex-gestores. De Siqueira Campos, de Sandoval Cardoso, do próprio Marcelo Miranda – que, inclusive, foi cassado –, do seu aliado, Carlos Gaguim, até mesmo de Moisés Avelino. Todos contribuíram para a situação atual do governo.
Em nossa opinião, faltou aos gestores acima citados, um tanto de planejamento, uma cota de coletividade e de interesse no social, mas, principalmente, cuidado na escolha de seus principais auxiliares. Muitos deles, com raras exceções, olharam apenas para os interesses de seus subgrupos políticos, deixando de lado os interesses do povo.
Neste ponto, não podemos deixar de enaltecer o grande trabalho desenvolvido pelos componentes do Ministério Público Estadual, como defensores da integridade, da moral e, principalmente, do povo tocantinense. Esses verdadeiros heróis, já salvaram muitas vidas ao evitar milhões em prejuízos aos cofres do estado. Não fossem eles, a situação estaria muito pior.
DEMISSÕES
Diante do quadro em que se encontra o funcionalismo do Estado, com greve deflagrada na Educação, onde os profissionais buscam apenas benefícios garantidos em Lei, mas continuamente protelados pelo Executivo, além de ameaças de greve também na Saúde e em outros setores, não há outra saída que não seja o enxugamento da máquina administrativa.
Uma fonte ligada ao governo nos alertou que, para equilibrar a folha de pagamentos e ter condições de arcar com a folha de novembro – quando é paga a metade do 13º salário – o governo terá que demitir cerca de 2.800 funcionários temporários e mais de 30% dos comissionados, os chamados “aspones”, além de extinguir e fundir secretarias.
Vale lembrar que o estado do Rio Grande do Sul enfrenta problemas com o funcionalismo por ter dividido o pagamento dos salários em três vezes. Mesma situação no Distrito Federal, que dividiu em duas vezes. Já Marconi Perillo, de Goiás, um dos estados mais bem estruturados do País, abriu estudos para tentar pagar o funcionalismo com um mês de atraso.
Marcelo Miranda não pode se dar ao luxo de esperar mais para fazer esses cortes.
Essa mesma fonte afirmou que Marcelo Miranda, que tem o coração bom e a genuína intenção de resolver os problemas do Tocantins, já admitiu que não há outro caminho para colocar as finanças do Estado nos trilhos.
Enquanto isso, a iniciativa privada vem fazendo o seu papel, elegendo o Tocantins como a “bola da vez”, gerando movimentação da economia, aumentando a arrecadação de impostos, investindo recursos até internacionais no desenvolvimento da indústria, num movimento que leva outras empresas a se interessarem por se instalar em terras tocantinenses.
Nosso Estado ainda não está totalmente industrializado, ainda tem muito potencial, muita “lenha pra queimar” e experiências como o pólo multimodal e o Distrito Industrial de Porto nacional mostram isso.
Essa atitude dos empresários, serve para abrir ainda mais os olhos do governo do Estado, no sentido de que falta apenas ele, Governo, fazer a sua parte para que o Tocantins deslanche de vez.
Uma máquina estatal enxuta, em que desperdícios como carros oficiais transitando com famílias nos fins de semana nas praias e recantos de lazer e outros abusos e malfeitos sejam coibidos faz-se extrema e imediatamente necessária!
NOSSO PONTO DE VISTA
O acima exposto apenas confirma que em terras tocantinenses o sentimento é de muita apreensão, pânico, insegurança, instabilidade, recessão, retração, paralisia, desânimo, perplexidade e desesperança por parte da sociedade, que se vê envolta pela situação econômica e inserida nos índices de inadimplência, com os aumentos de IPTU, da cesta básica, do material escolar, das mensalidades de colégios e faculdades, entre outros “arrochos”. A bomba provocada pela na gestão ou pela gestão falha, sempre estoura no bolso do povo!
Esse clima indica tanto aos governistas quanto à oposição que a hora é de cautela, de convivência republicana e democrática, porém, vigilante e fiscalizadora.
Ao governo do Estado compete o corte de gastos e o enxugamento da folha salarial, além de humildade, serenidade, compreensão e, principalmente, renúncias.
Aos poderes Legislativo e Judiciário, recomenda-se consciência democrática, ética, republicana e amigável.
E, à imprensa, “o quarto poder”, é imperativa a transparência dos fatos, a vigilância total e antenas mais que ligadas.
Quem viver, verá!