Após meses negociando uma tentativa de fusão com PSD ou MDB, o presidente do PSDB, Marconi Perillo, diz que a sigla desistiu da união com as legendas. Segundo ele, os tucanos decidiram se unir com outros dois partidos menores: Podemos e Solidariedade. O objetivo, de acordo com a direção do partido, é evitar a entrada em um processo de “extinção” e manter o programa da sigla. Caso optasse pelo acordo com as legendas de Gilberto Kassab ou Baleia Rossi, a avaliação é que o PSDB acabaria submisso
Por Edson Rodrigues
“O partido caminha nesta direção, de fazer fusão com partidos menores, para mantermos nosso programa, nossa história. A direção é essa. É o que a base quer e vamos fazer”, disse ao jornal O Globo o presidente do PSDB, Marconi Perillo.
A possibilidade de se unir a PSD e MDB também vinha provocando um racha interno, já que em determinados estados havia divergências com o comando das outras legendas. Em Minas Gerais, Aécio Neves temia perder influência para Rodrigo Pacheco, por exemplo, já que o senador do PSD e ex-presidente do Senado não esconde as pretensões de crescimento político, como disputar o governo do estado.
Marconi Perillo PSDB
Desde o início das movimentações para a união com o PSD ou MDB, integrantes da base tucana se mostraram incomodados e argumentaram que isso significaria abrir mão de uma tentativa de reabilitação. As negociações com Podemos e Solidariedade, então, passaram a avançar com maior facilidade. O PSDB tem hoje apenas 11 deputados, três senadores e três governadores.
REUNIÃO PARA DEFINIÇÃO
O formato final da união entre as legendas ainda está sendo desenhado. O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, disse que a negociação entre a legenda e o PSDB avança para ser uma federação. Para isso, porém, é necessário que a atual federação PSDB-Cidadania seja desfeita antecipadamente, já que o prazo oficial para o término da união seria apenas em maio de 2026.
“Vamos pedir ao TSE o fim antecipado da federação do PSDB com o Cidadania para avançarmos com a nossa ainda neste ano. O caso está com o ministro André Mendonça, mas ele deve levar a plenário a decisão”, disse Paulinho.
Segundo os tucanos, há uma possibilidade de fusão com o Podemos. A negociação envolve a criação de um novo estatuto combinando os programas de ambos os partidos. Além disso, a tentativa seria manter os nomes de ambas as legendas, como PSDB-Podemos. Para os tucanos, o ideal é o PSDB permanecer na frente, por ser a legenda mais antiga. Os detalhes da união devem ser articulados nos próximos dois meses.
Renata Abreu presidente do Podemos
Nesta terça-feira, as diretorias nacionais do PSDB e do Podemos se reuniram para discutir a possibilidade de uma fusão entre os dois partidos.
A fusão entre PSDB e Podemos representa uma tentativa de criar uma alternativa mais robusta e competitiva às correntes extremistas que têm ganhado espaço nos últimos anos.
No entanto, a decisão não é isenta de desafios. Além disso, a legislação eleitoral e as regras de fundos partidários precisam ser cuidadosamente analisadas para garantir que a fusão seja viável e benéfica para ambos os lados.
Uma das esperanças tucanas é que as eleições de 2026 permitam o lançamento de um candidato da sigla que tenha um desempenho expressivo na corrida presidencial. Mesmo que ele não ganhe, a marca de 7% ou 8% dos votos já seria o suficiente para dar um sopro de renovação a legenda, de acordo com a cúpula partidária. O nome do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, segue sendo o mais provável para a disputa.
PSDB DEFINHA
O PSDB vem definhando desde as eleições gerais de 2018, quando Geraldo Alckmin, então candidato à Presidência, acabou com 4,76% dos votos. Nos anos seguintes, o ex-governador de São Paulo, João Doria, tomou a frente das costuras políticas do partido, tentou se alinhar a Jair Bolsonaro, mas recuou depois que o ex-presidente apresentou posturas negacionistas durante a pandemia de covid-19.
Os sinais trocados confundiram o eleitor, que passou a rejeitar Doria. A crise respingou na eleição municipal de 2020, quando o PSDB perdeu dezenas de prefeituras pelo país. Em 2024, o partido não elegeu prefeitos em capitais pela primeira vez desde 1988. As informações são do jornal O Globo.
TOCANTINS
Ex-prefeita Cinthia Ribeiro e Junior Geo
Alguns fatos referentes à possibilidade de fusão entre o PSDB e o Podemos chamam a atenção no Tocantins.
O primeiro partido tem em seus principais postos a ex-prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro e seu esposo, o deputado estadual Eduardo Mantoan, enquanto que o Podemos tem como principal quadro exatamente o atual prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos, e é presidido pelo ex-deputado federal Tiago Dimas, que deve voltar ao parlamento federal ainda este semestre com o julgamento no TSE referente às sobras eleitorais, cujo processo já está relatado, devendo entrar na pauta ainda em abril, devendo resultar na saída do deputado federal Lázaro Botelho, que obteve apenas 13.665 votos, enquanto Tiago obteve mais de 42 mil votos.
Neste caso, não é necessário questionar quem ficaria no comando do novo partido. O poderio político do Podemos é infinitamente superior ao do PSDB no Tocantins, o que abre um caminho natural para Tiago Dimas, deixando duas opções ao casal Mantoan: ou aceita a liderança de Dimas ou buscam outra legenda para “chamar de sua”.
NÃO FALAM A MESMA LÍNGUA
Prefeito Edaurdo Siqueira Campos
Fica óbvio que, apesar do apoio de Cinthia Ribeiro e do seu grupo político a Eduardo Siqueira Campos no segundo turno em Palmas, se deu pelo fato de, do outro lado, estar a principal adversária da então prefeita de Palmas, Janad Valcari.
Após a eleição de Eduardo Siqueira Campos, Cinthia Ribeiro não foi poupada, ao ter revelada a suposta “herança maldita” que teria deixado para a administração do novo prefeito. Em entrevista ao Portal Cleber Toledo, a primeira desde que deixou o Paço Municipal, Cinthia afirmou que “cabrita boa não berra”, provocando Eduardo ao se referir à dívida de 300 milhões, atribuída à sua administração pela nova gestão, chegando a pedir provas de tal dívida e afirmando que deixou recursos no Orçamento para a realização do Carnaval e do “Capital da Fé”, eventos cancelados por Eduardo Siqueira por falta de recursos.
“TRUCANDO” CINTHIA RIBEIRO
Eduardo Siqueira Campos rebateu a fala da ex-prefeita Cinthia Ribeiro, ao firmar que ela “deixou orçamento, mas não deixou o dinheiro”. “Dinheiro para o Carnaval só se for no papel, poisnos cofres não deixou”, afirmou.
Além disso, o prefeito disse que os que R$ 300 milhões que ficaram para a sua gestão não são restos a pagar, mas dívidas, sim. “Restos a pagar são quando se tem o dinheiro para quitar, nesse caso aí, é dívida mesmo, não tem o dinheiro. Tem casos que a gente encontrou de despesas do ano anterior sem processos, sem notas, incompleto. E, sem dinheiro para pagar, tiram o sono de qualquer um”, desabafou.
CONCLUSÃO
Ante esse embate entre Eduardo Siqueira Campos e Cinthia Ribeiro, percebe-se que não haverá condições para que os dois grupos políticos já antagônicos convivam sob uma mesma legenda.
O andamento desse processo mostra, claramente, que Eduardo Siqueira sai em vantagem sobre Cinthia Ribeiro por conta do tamanho dos seus partidos no Tocantins, lembrando, sempre, que Cinthia e seu grupo político se recursaram a apoiar Eduardo Siqueira no primeiro turno, preferindo lançar uma candidatura própria do PSDB, que veio a ser encabeçada pelo deputado Júnior Geo, justamente o único dissidente do Podemos após a legenda optar por trazer Eduardo Siqueira Campos para os seus quadros e fazer dele o seu candidato a prefeito de Palmas, posto que Júnior Geo contava como seu.
A permanecer na legenda a ser formada pela fusão do PSDB com o Podemos, o casal Mantoã perderá, além do comando, o fundo partidário, que será um dos maiores em 2026, pois Cinthia é Pré-candidata a deputada federal e disputaria a vaga com o próprio Tiago Dimas.
Nesse caso, é de se esperar que Dimas coloque a “máscara de oxigênio” financeiro de acordo com o que mandam os manuais de segurança da aviação civil : primeiro em si, depois em quem você acha que pode salvar.
É óbvio, porem, qu não se pode subestimar as capacidades políticas de Cinthia Ribeiro, que será, sem dúvida, uma candidata fortíssima à deputada federal seja em qual cenário for, mas também é inegável que a nova legenda não terá condições de eleger dois deputados federais no Tocantins.
Todas essas situações internas do Tocantins irão influenciar nas definições acerca da possibilidade de fusão entre o PSDB e o Podemos e de quem permanece na nova legenda e quem sai.
Temos, porém, que aguardar as cenas dos próximos capítulos dessa novela e o que as cúpulas nacionais irão decidir, para só então, partirmos para análises mais profundas.
Boa sorte aos envolvidos!
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista coletiva e cerimônia de assinatura de acordos com Portugal nos setores de saúde, ciência e tecnologia e segurança pública
Com R 7
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é avaliado como ruim ou péssimo por 44% dos brasileiros, de acordo com pesquisa de opinião divulgada nesta terça-feira (25) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). Esse é o maior número dos três mandatos de Lula, de acordo com o levantamento, e houve uma alta de 13,2 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior (leia mais abaixo).
Segundo a pesquisa, 28,7% acham o governo de Lula ótimo ou bom. Além disso, 26,3% têm uma avaliação regular da gestão do presidente.
Pela primeira vez na história do levantamento da CNT, a avaliação negativa do governo Lula superou a positiva.
Para a pesquisa, a CNT coletou 2.002 entrevistas em 137 municípios de 25 unidades da Federação. Os dados foram levantados entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Confira os números da avaliação do governo Lula:
Ótimo: 9,3%
Bom: 19,4%
Regular: 26,3%
Ruim: 12%
Péssimo: 32%
Não sabe/Não respondeu: 1%
Pesquisas anteriores
A CNT fez outras cinco pesquisas de opinião desde que Lula assumiu o mandato, em 2023. Na pesquisa anterior, de novembro de 2024, o governo do presidente era reprovado por 30,8%, 13,2 pontos percentuais a menos que no levantamento divulgado nesta quinta.
Além disso, a avaliação positiva da atual gestão de Lula era de 35,5%. Naquele levantamento, 32,1% dos entrevistados tinham uma avaliação regular.
A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, eleva em alguns pontos as conclusões da Polícia Federal sobre a trama golpista do final do governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2022, além de trazer afirmações ainda amparadas em frágil comprovação.
Por Ranier Bragon
A PGR (Procuradoria Geral da República) —que é o órgão responsável pela acusação no processo— denunciou o ex-presidente por dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, em decorrência dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, além de afirmar que ele concordou com um plano para assassinar Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.
Além de imputar os crimes, Gonet também pede que seja fixado um valor mínimo para reparação dos danos causados entre os acusados, inclusive o ex-presidente.
Os crimes pelo 8 de janeiro não constam no indiciamento da PF, embora a polícia tenha traçado ligação entre os ataques e Bolsonaro. Em seu relatório final, a polícia também não fala que Bolsonaro concordou com esse plano de assassinato.
A imagem mostra um juiz sentado em um tribunal, com uma expressão séria. Ele está usando uma toga e óculos, e há uma mesa à sua frente com vários documentos e livros. Ao fundo, uma figura desfocada parece estar falando ou apresentando algo.
Para amparar esses dois avanços em relação à investigação policial, Gonet cita basicamente mensagens de WhatsApp que não são conclusivas e que podem ter interpretações diversas da apresentada em seu relatório.
Gonet faz ligação direta de Bolsonaro com os ataques de 8 de janeiro afirmando haver "mensagens trocadas diretamente" pelo ex-presidente e cita uma de 2 de janeiro de 2023, enviada pelo major da Aeronáutica Maurício Pazini Brandão.
Mauro Cid em depoimento
"O plano foi complementado com as contribuições de sua equipe. Aguardamos na esperança de que será implementado. Bom dia. A ‘minha tropa’ (hehehehe) continua com ‘sangue nos olhos’... Bom dia. Feliz Ano Novo. Conversa hoje com o Amir. Desmobilizamos a tropa ou permanecemos em alerta?"
Não há indicação na investigação ou na denúncia de que Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos, tenha respondido.
Gonet também fundamenta que havia um contexto de golpe em favor de Bolsonaro e diz que o 8 de janeiro foi um episódio "fomentado e facilitado pela organização denunciada, que assim, por mais essa causa, deve ser responsabilizada".
Apresenta ainda mensagens de Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro, no sentido de que alguma coisa estava para acontecer nos primeiros dias de janeiro de 2023.
No depoimento mais recente de sua delação premiada, tornado público nesta quarta-feira (19), Cid procurou negar que suas mensagens tivessem alguma relação com o que viria a acontecer no dia 8. "Ministro, o dia 8 foi uma surpresa para todo mundo. Os militares estavam de férias", disse ele a Moraes em depoimento.
Cid, com sua delação, é considerado uma espécie de fio condutor do inquérito, mas essa posição sua não é levada em conta na denúncia da PGR.
O mesmo ocorre com a suposta ciência e anuência de Bolsonaro ao plano "Punhal Verde Amarelo", documento possivelmente produzido pelo general da reserva Mario Fernandes —então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência— e que traçava plano de matar Moraes, Lula e Alckmin.
A PF diz em seu relatório final que Bolsonaro tomou ciência do plano pelo fato de ele ter sido impresso por Fernandes no Palácio do Planalto em dias em que possivelmente se encontrou com o então presidente.
Gonet vai além e fala que Bolsonaro não só tomou conhecimento como concordou com a proposta de assassinatos, o que só não teria saído do papel devido à recusa do então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, em aderir ao golpe.
Para respaldar sua afirmação, Gonet cita principalmente uma mensagem de WhatsApp enviada por Fernandes a Cid em que o general diz ter tido uma conversa com o presidente e que "qualquer ação" do grupo poderia acontecer até 31 de dezembro.
Em seus depoimentos mais recentes na delação, Cid diz não ter condições de afirmar se Bolsonaro sabia da existência do plano. "Eu não tenho ciência se o presidente sabia ou não."
Essa posição de Cid também não é levada em conta na denúncia de Gonet.
O mesmo ocorre com a denúncia contra o general Estevam Theophilo, chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército no fim de 2022.
A principal suspeita levantada pela Polícia Federal e reforçada pela PGR é a de que o militar teria concordado em executar um golpe de Estado caso Bolsonaro assinasse um decreto com as ordens.
A suspeita se baseia em uma mensagem enviada por Cid a um interlocutor momentos após Theophilo se encontrar com Bolsonaro. "Mas ele quer fazer... Desde que o Pr [presidente] assine", disse.
O próprio Cid, porém, disse em depoimento a Moraes que Theophilo não iria "romper o círculo de legalidade". "Até mesmo o general Theophilo comentou algumas vezes que ele também não... ele não aceitaria assumir o Exército se o general Freire Gomes fosse retirado, até por lealdade a ele", disse.
Em outro trecho da denúncia, a PGR aborda uma troca de mensagens do início de dezembro de 2022 sobre possível busca e apreensão que teria sido autorizada por Alexandre de Moraes e tendo como alvos caminhões estacionados no acampamento montado no QG do Exército, em Brasília.
De acordo com a Procuradoria, Mário Fernandes fez um pedido a Cid em áudio: "Se o presidente [Bolsonaro] pudesse dar um input ali pro Ministério da Justiça pra segurar a PF ou para a Defesa alertar o CMP [Comando Militar do Planalto]". Em resposta, diz a denúncia, o ex-ajudante de ordens afirmou: "Pode deixar que eu vou comentar com ele", referindo-se ao então presidente.
A PGR afirma que "o diálogo não deixa dúvidas do suporte fornecido pelo entorno de Bolsonaro às manifestações antidemocráticas, até mesmo com o uso indevido da estrutura do Estado", sem, contudo, apontar na peça se os ministérios citados foram mobilizados. A denúncia diz que a referida busca e apreensão foi efetivada.
Espécie de sombra de Bolsonaro, Cid teve a delação homologada em setembro de 2023, mas por duas vezes viu o acordo sob ameaça.
Outro trecho da denúncia fala que o então chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem municiava Bolsonaro com teses golpistas. Tanto a PF quanto Gonet citam envio de um texto por Ramagem para um contato identificado como ‘‘JB 01 8".
Apesar de a denúncia afirmar que se trata "evidentemente" de Bolsonaro não há em nenhuma das duas peças elementos de investigação sobre a quem pertencia o número e em qual localidade estava quando recebeu a mensagem.
Lula disse a interlocutores que não gostaria de substituir Nísia, mas situação ficou insustentável
Por Vera Rosa
Com a saída da ministra da Saúde, Nísia Trindade, dada como certa no Palácio do Planalto, alas do PT já disputam a sua cadeira. Por trás da queda de braço estão o controle de um orçamento de R$ 239,7 bilhões e a marca do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje enfrenta acentuada queda de popularidade, de acordo com pesquisas de opinião.
O nome mais cotado para o lugar de Nísia é o do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que atualmente cuida da articulação política entre o Planalto e o Congresso. Padilha já foi titular da Saúde no governo Dilma Rousseff, de 2011 a 2014, é padrinho político de Nísia – que, embora próxima do PT, não está filiada ao partido – e tem vários aliados abrigados em secretarias da pasta.
Na outra ponta surge o nome de Arthur Chioro, que preside a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e também já foi ministro da Saúde sob Dilma. O grupo do chefe da Casa Civil, Rui Costa, defende Chioro para a cadeira de Nísia.
Chioro também é o preferido do senador Humberto Costa (PT-PE), outro ex-titular da Saúde, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que está prestes a deixar o cargo para comandar a Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Márcio Macêdo. Todos são integrantes da mesma tendência do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente de Lula que está rachada sobre os rumos do governo e o sucessor de Gleisi na direção do partido.
O favorito de Lula para substituir Gleisi é o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, que prega a moderação nas fileiras do PT para arrefecer o clima polarizado no País no momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe.
A expectativa no PT é de que Lula anuncie a entrada de Gleisi em sua equipe – embora sem dizer para qual cargo – no próximo sábado, 22, durante discurso na festa dos 45 anos do partido, no Rio.
Padilha é o nome mais cotado para substituir Nísia na Saúde. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
Rui Costa e Gleisi negam que haja discussão sobre a vaga de Nísia no governo e no PT. Na prática, porém, interlocutores de Lula avaliam que a ida de Padilha para a Saúde fortalece o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Não sem motivo: médico infectologista, Padilha é aliado de primeira hora de Haddad. Ele foi secretário municipal da Saúde de 2015 a 2017, quando o atual titular da Fazenda era prefeito de São Paulo.
Edinho também é amigo de Haddad. Não é segredo para ninguém, na Praça dos Três Poderes, que o chefe da equipe econômica está em rota de colisão com o ministro da Casa Civil.
A Saúde é uma das principais apostas de Lula para o governo sair das cordas. Ao Estadão, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, disse que vai mudar a marca do programa “Mais Acesso a Especialistas”, considerada hermética e sem apelo popular.
O programa é o xodó de Lula, mas não vai bem das pernas. Lançado em abril do ano passado, o plano tem como objetivo reduzir o tempo de espera por cirurgias, exames e tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar das cobranças de Lula a Nísia, o programa ainda não conseguiu chegar em várias regiões do País.
O presidente disse a aliados que tem preferência por Padilha na Saúde, mas, para tanto, ele terá de ficar até o fim do governo e desistir de disputar a eleição de 2026. Hoje, dos dos 38 ministros, ao menos vinte demonstraram interesse em concorrer a cargos eletivos e por isso terão de deixar os cargos até o fim de março do ano que vem.
Padilha é deputado licenciado e teve uma gestão bem avaliada na Saúde quando tocou o programa Mais Médicos. A portas fechadas, o ministro afirmou que aceita não ser candidato em 2026 para ajudar na campanha de Lula a um novo mandato, ou mesmo apoiar outro nome indicado pelo PT.
Lula não gostaria de substituir Nísia, mas tem observado, em conversas com interlocutores, que já deu a ela todas as chances. A situação da ministra no governo ficou insustentável diante de tantos problemas na saúde, agravados pelo surto de dengue em São Paulo e em outros cinco Estados. Há falta de vacinas no mercado.
Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, 20, o Ministério da Saúde informou que Nísia cumpriu agenda em São Paulo e continua trabalhando normalmente. “Nesta sexta-feira, 21, a ministra estará em Maringá, no Paraná, para entrega de 10 leitos de UTI do Hospital da Criança e visita ao Parque Tecnológico Industrial da Saúde”, diz o comunicado. O texto também destaca o que chama de “resultados concretos” da gestão de Nísia, como a gratuidade de 100% dos medicamentos do programa Farmácia Popular e a “reestruturação do hospitais federais” do Rio de Janeiro.
No passado, o Ministério da Saúde sempre foi um feudo do PP, partido do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (AL). Durante toda sua gestão, Lira teve vários embates com Padilha, chamou o desafeto de “incompetente” e tentou derrubar Nísia, mas não conseguiu.
A possível ida do ministro de Relações Institucionais para a Saúde também mexe em outra vaga com assento no Planalto: a da articulação política. O Centrão reivindica o cargo, sob o argumento de que a relação do governo com o Congresso não está boa e só um parlamentar desse grupo político poderia ajudar a resolver, por exemplo, o problema das emendas parlamentares.
Até agora, no entanto, os nomes mais considerados por Lula para o lugar de Padilha são de dois petistas, ambos líderes do governo: José Guimarães (CE), que atua na Câmara, e Jaques Wagner (BA), no Senado.
Tabata pode entrar no governo
Outra troca dada como certa na Esplanada é a da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que é filiada ao PC do B. Há uma avaliação no governo de que o partido é muito pequeno para ocupar um ministério desse porte.
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) é cotada para o lugar de Luciana. O movimento abre caminho para o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, assumir o mandato na Câmara. Agostinho é suplente de Tabata e já recebeu críticas de Lula, que disse ver um “lenga-lenga” no Ibama para autorizar a Petrobras a fazer prospecções de petróleo na Margem Equatorial do Rio Amazonas.
A eventual saída de Agostinho também pode levar Márcio Macêdo (PT), hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência, ao comando do Ibama. Biólogo, Macêdo já foi superintendente do Ibama em Aracaju e secretário do Meio Ambiente do governo de Sergipe. Ele deixará a cadeira hoje ocupada com a entrada de Gleisi no Planalto.
A mudança no perfil da Secretaria-Geral foi planejada por Lula para fortalecer a relação com os movimentos sociais, hoje bastante desgastada, como indicam as pesquisas. O presidente também quer se aproximar dos evangélicos, na tentativa de reverter a crescente queda de popularidade para chegar em condições de disputar a reeleição, em 2026.
Os burburinhos sobre a movimentação dos grupos políticos após as eleições municipais vêm tomando conta dos bastidores no Tocantins. Enquanto alguns esperavam ação imediata por parte das oposições ao governo estadual, a palavra de ordem é cautela e, ao que tudo indica, só depois de demarcados os territórios de cada um é que as conversações serão colocadas na pauta
Por Edson Rodrigues
Há sim motivos para tantos burburinhos. A ideia é construir os grupos políticos sem que sejam “bolhas” e acabem esvaziando com o passar do tempo. Os pré-candidatos ao governo do Estado são três, até agora: o vice-governador Laurez Moreira, a senadora Dorinha Seabra e o deputado estadual Amélio Cayres. É a movimentação desses três personagens que vem dando tom às conversas de bastidores.
Paralelamente a essas três pré-candidaturas, há outros movimentos políticos em formação no Tocantins e que não podem ser ignorados, pois eleições majoritárias sempre reservam surpresas.
Já Laurez, Dorinha e Cayres têm procurado, cada um à sua maneira, formar seus grupos e construir os alicerces de candidaturas competitivas. Enquanto Laurez faz questão de ser visto e notado em todos os eventos que consegue ir, Dorinha Seabra e Amélio Cayres seguem com discrição e muito tato, pois ainda fazem parte do mesmo grupo político e tudo o que menos querem é provocar um racha antes do tempo.
LAUREZ
O vice-governador participou da solenidade de passagem de comando do Comando Regional de Policiamento (CRP-1), sediado em Paraíso do Tocantins, na última terça-feira. Laurez Moreira parabenizou o trabalho da PMTO e destacou a relevância da segurança pública para a comunidade e o desenvolvimento do estado. Em seu discurso, enfatizou a segurança pública como um pilar essencial da gestão pública. "Eu sempre digo que a segurança pública é a primeira questão a ser tratada quando falamos do Estado e do Poder Público. Todas as atividades do governo são importantes, mas nenhuma se sobrepõe à segurança, pois é através dela que conseguimos avançar em outras áreas. O Estado deve investir fortemente na vigilância eletrônica e proporcionar melhores condições de trabalho aos nossos policiais. Parabenizo a Polícia Militar pelo excelente serviço prestado ao Tocantins, garantindo a segurança que nossa população merece", frisou.
Ao fim da solenidade, a banda da PM tocou uma música com o refrão “Laurez, Laurez, mais uma vez”, o que deixou os governistas presentes com a pulga atrás da orelha.
DORINHA SEABRA
A senadora Professora Dorinha e a Prefeita de Goianorte Maria de Jesus Amaro Oliveira Parente (Nega) durante encontro de prefeitos na ATM
A senadora tocantinense Dorinha Seabra (UB) foi eleita nesta quarta-feira, 19, como nova presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) da Casa. “A nossa responsabilidade será promover debates importantes que lidem com a infraestrutura, com a redução das desigualdades, com a integração tão necessária para esse país diferente”, elencou a parlamentar.
Composta por 17 titulares e igual número de suplentes, a CDR discute assuntos como desigualdades regionais, políticas para desenvolvimento de estados e municípios e planos para o desenvolvimento social e econômico. Outra atribuição da comissão é apreciar projetos sobre turismo, como políticas de incentivo e de investimento para o setor.
WANDERLEI BARBOSA
O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, participou nesta quinta-feira, 20, da abertura oficial da 1ª Marcha dos Vereadores do Estado do Tocantins, promovida pela União dos Vereadores do Estado do Tocantins (Uvet) com o apoio do Governo do Tocantins. O evento, que ocorre na Associação Tocantinense de Municípios (ATM), em Palmas, promove capacitações e palestras focadas em temas voltados ao legislativo municipal e ao desenvolvimento dos municípios, e segue até esta sexta-feira, 21.
Na quarta-feira, Wanderlei Barbosa, participou da abertura oficial do 2° Encontro Tocantinense de Novos Gestores, promovido pela Associação Tocantinense de Municípios (ATM). O evento, realizado na sede da associação, em Palmas, reuniu prefeitos e vice-prefeitos de mais de 100 municípios tocantinenses, com o objetivo de discutir pautas e demandas municipais, além de promover debates sobre gestão pública.
Na ocasião, o chefe do Executivo cumprimentou todos os gestores presentes e afirmou que o Governo do Tocantins está à disposição de todos os municípios para a execução de um trabalho conjunto.
“Estou aqui sempre para ouvir e fazer aquilo que eu puder, o que estiver à altura do Estado. A parceria com os municípios tem sido realizada em todas as áreas. Vamos continuar atuando em todas as cidades que necessitam da colaboração do Governo para trabalharmos juntos”, destacou o governador Wanderlei Barbosa.
EDUARDO GOMES
Senador Eduardo Gomes e o Presidente de Portugal Marcelo Rebelo
Enquanto isso, em Brasília, o senador Eduardo Gomes está com a agenda de vice-presidente do Senado repleta de compromissos, com acompanhamento maciço da mídia nacional. Esta semana o senador tocantinense foi o anfitrião da visita do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, que foi recebido no Salão Nobre, com direito a hino nacional dos dois países e troca de presentes.
Eduardo Gomes ainda abriu e comandou a sessão do Senado na última quarta-feira, 19. A Sessão Deliberativa Ordinária do Senado teve como foco a análise e votação de importantes projetos. Durante sua fala, o senador Eduardo Gomes destacou a importância da sessão e fez um registro especial. “Faço um registro importante, cumprimentando o presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, a todos os membros eleitos da mesa diretora para este biênio. Cumprimento adicional também ao presidente Rodrigo Pacheco, que durante quatro anos presidiu essa Casa, a todos os líderes partidários reconduzidos e conduzidos, as lideranças partidárias e aos presidentes de comissão permanentes eleitos na manhã de hoje. Agradeço também a confiança de todos os pares para exercer no próximo biênio o cargo de primeiro vice-presidente da mesa, assim como cumprimento a toda a população tocantinense que me oportunizou a estar aqui no dia de hoje nessa sessão em que abrimos os trabalhos para que, com as graças de Deus, façamos um biênio apoiando o nosso país”, afirmou.
Eduardo Gomes ainda esteve em São Paulo, onde participou de uma sessão solene na Assembleia Legislativa paulista, representando o Senado Federal.
CARNAVAL 2025
Enquanto os debates sobre política ganham corpo, as decisões também vêm sendo destaque na mídia. Em especial as relativas ao Carnaval 2025. Vários municípios do Tocantins, que haviam até divulgado a programação para a folia, estão anunciando que não haverá festejos em 2025 e que o Carnaval, para se realizar alguma coisa, terá que esperar outra oportunidade e outro momento.
As justificativas são praticamente as mesmas: aumento nos casos de Covid e prioridades distintas na aplicação dos recursos municipais. Mesmo calcadas no bom senso, essas decisões vêm recebendo críticas nas redes sociais por parte da população, principalmente aqueles que aguardam o Carnaval como oportunidade de trabalho e renda extra.
Palmas foi a primeira a anunciar que não haverá Carnaval com gastos do poder público. Araguaína, Paraíso e Porto Nacional também anunciaram que não haverá a festa de Momo, lembrando que nessas duas cidades há aumento nos casos de Covid e muitas pessoas internadas no serviço de Saúde Pública por conta da doença.
Pelo sim ou pelo não, cada gestor sabe a realidade da situação financeira do seu município, e aplicar na saúde pública recursos que iriam para festejos é uma decisão mais que acertada. Ninguém morre por ficar sem Carnaval. Já de Covid...
FINALMENTES
Com tantos assuntos movimentando a política tocantinense, podemos afirmar, neste momento, que quem trabalhar mais, realizar mais e tornar suas realizações fatos de amplo conhecimento público (divulgação), estará em vantagem em relação às eleições majoritárias de 2026.
É certo que o grupo palaciano enfrentará oposições sérias e preparadas. Nada será fácil para ninguém.
Porém, ainda há muito para acontecer antes de outubro de 2026. Inclusive, um fato que, caso se concretize, muda totalmente a interpretação do tabuleiro sucessório. Trata-se da possibilidade da candidatura do governador Wanderlei Barbosa ao Senado, em dobradinha com o senador Eduardo Gomes.
Essa decisão, ainda a ser tomada pelo chefe do Executivo Estadual, tem o poder de virar o tabuleiro sucessório de ponta-cabeça e faz com que nada que se trabalhe antes dessa decisão possa ser tratado como definitiva.
Após o Carnaval, muitas novidades devem surgir na política tocantinense, principalmente na batalha sucessória entre governistas e oposicionistas.
O Observatório Político de O Paralelo 13 estará de plantão, registrando tudo e fazendo suas Análises Políticas para deixar os cidadãos tocantinenses a par das novidades.
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