Por Edson Rodrigues
O deputado estadual Jair Farias (UB) surge, a cada nova movimentação, como um dos nomes mais comentados e competitivos para a disputa de uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. Filho da região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins, ele vem rompendo fronteiras locais e ampliando apoios em várias regiões do estado. Prefeitos, vereadores, lideranças comunitárias, igrejas e até representantes da iniciativa privada se juntam em torno de sua pré-candidatura. Para o parlamentar, esse crescimento representa, ao mesmo tempo, um motivo de gratidão e uma responsabilidade ainda maior.
Em entrevista ao jornal O Paralelo 13, Jair Farias contou como enxerga esse momento e quais são suas prioridades caso alcance uma cadeira em Brasília. A pauta central é clara: saúde pública estruturada, políticas sociais robustas e capacidade de articulação para atrair investimentos ao Tocantins. O discurso é sereno, mas firme, e sempre retorna ao mesmo ponto — retribuir a confiança com trabalho e resultados concretos.
“Recebemos manifestações de apoio de vários segmentos da sociedade. Isso nos alegra, mas também aumenta a responsabilidade de retribuir essa confiança com dedicação e compromisso”, afirmou.
O peso de Palmas
No último sábado, uma confraternização no Clube da Assembleia Legislativa, em Palmas, marcou um capítulo importante da caminhada de Jair Farias. No encontro, que reuniu prefeitos, vereadores e lideranças políticas, o prefeito da capital, Eduardo Siqueira Campos, oficializou seu apoio ao projeto do deputado estadual.
O gesto, para Farias, tem um valor que vai além da política. “Receber o apoio do prefeito de Palmas é uma grande honra. Eduardo é um amigo pessoal e tenho o compromisso de trabalhar pela cidade, especialmente nas áreas da saúde e da assistência social.”
Compromisso, aliás, que não ficou apenas no discurso. Jair Farias detalhou ações específicas para a capital. Entre elas, o trabalho conjunto com a primeira-dama, Poliana Siqueira Campos, em projetos sociais, e a defesa da construção do Hospital Municipal de Palmas, obra que ele pretende transformar em prioridade.
Além disso, o deputado destacou a articulação em andamento para o funcionamento do Hospital do Amor em Palmas, com apoio decisivo do senador Eduardo Gomes. “São políticas públicas que o Tocantins precisa. Esperamos colocar o Hospital do Amor em funcionamento ainda este ano. Isso beneficiará não só Palmas, mas toda a região Norte do Brasil”, ressaltou.
Alianças e narrativa política
A entrevista mostrou também a estratégia de Jair Farias para consolidar sua candidatura. Ele aposta em duas frentes: uma base local sólida, formada por prefeitos e lideranças comunitárias, e alianças com nomes de expressão estadual e nacional.
Ele reafirmou o apoio à senadora Professora Dorinha, pré-candidata ao governo, e destacou a importância da trajetória da parlamentar em Brasília. “A Dorinha é um orgulho para os tocantinenses. Respeitadíssima no Congresso, é uma mulher de trajetória limpa e compromisso público. Tenho trabalhado levando o nome dela a todos os cantos do estado”, disse.
No mesmo tom, elogiou o senador Eduardo Gomes, a quem atribui grande protagonismo na destinação de recursos. “Eduardo é um benfeitor. Respeitadíssimo em Brasília, trouxe investimentos em infraestrutura, saúde e saneamento para todo o Tocantins. Não tenho dúvida de que será reconhecido e reconduzido ao Senado em 2026.”
Saúde e presença institucional
A saúde pública ocupa o centro do discurso de Jair Farias. Ele já fala em compromissos concretos, como a construção do Hospital Municipal de Palmas, a ampliação de serviços oncológicos no Hospital do Amor e parcerias com municípios para programas sociais voltados à infância, à juventude e à assistência social. “Promessa sem trabalho não vira política pública. A nossa missão é converter apoio em melhorias palpáveis para o tocantinense”, frisou.
Conjuntura política
Ao ser provocado sobre o cenário estadual, Jair Farias demonstrou cautela. Questionado sobre a gestão do governador interino Laurez Moreira, preferiu não se precipitar. “Ainda é cedo para uma avaliação. Não vi até agora uma aproximação maior do governo com a Assembleia, pelo menos não comigo. Estamos, no entanto, à disposição para o diálogo institucional, sempre defendendo os interesses da sociedade tocantinense”, observou.
Potenciais e desafios
Com uma base consolidada no norte do estado e crescente presença em outras regiões, Jair Farias reúne condições para se colocar entre os candidatos mais competitivos da eleição proporcional. O apoio do prefeito de Palmas, maior colégio eleitoral do Tocantins, fortalece sua candidatura e sinaliza espaço para uma votação expressiva.
Mas os desafios existem. O deputado terá de enfrentar a fragmentação partidária, a concorrência de nomes tradicionais e a necessidade de ampliar sua capilaridade em cidades onde ainda não possui atuação de base. Transformar o apoio de gabinete em mobilização popular será a chave para consolidar sua campanha.
O retrato de um pré-candidato
A entrevista revelou um político que busca equilibrar humildade e gratidão com firmeza em compromissos. Jair Farias transita com facilidade entre o discurso local, voltado às comunidades, e a articulação em Brasília, ao lado de aliados de peso. Sua narrativa está ancorada em um lema que repete sempre que pode: “Não vamos decepcionar quem nos honrou.”
Se essa postura se confirmar na campanha, o deputado estadual entrará na disputa de 2026 como um dos nomes mais fortes para representar o Tocantins na Câmara Federal.
Da Assessoria
O plenário da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) aprovou, nesta terça-feira, 30, a Medida Provisória (MP) nº 07/2025, de autoria do Governo do Estado, que altera a Lei nº 3.422/2019. A norma trata da contratação de pessoal por tempo determinado e promove a atualização dos valores da remuneração dos profissionais temporários de diferentes áreas da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual.
Segundo o Governo, a medida tem como objetivo corrigir os vencimentos que estavam abaixo do salário mínimo nacional vigente (R$ 1.518), além de assegurar a permanência e a eficiência de servidores essenciais ao funcionamento da máquina pública.
O texto inclui um anexo com tabela de funções nas áreas de Administração, Saúde e Educação, contemplando mais de 50 cargos, entre auxiliares, assistentes técnicos, analistas, médicos e professores.
Histórico
A Lei nº 3.422, de 8 de março de 2019, foi proposta, à época, pelo então governador Mauro Carlesse. Já sua reedição, encaminhada à Assembleia Legislativa, foi uma iniciativa do governador Wanderlei Barbosa, em 15 de março de 2025.
As Medidas Provisórias (MPs) têm força de lei e podem ser editadas pelo governador em casos de urgência e relevância. Após publicadas, passam a produzir efeitos imediatos, mas precisam ser aprovadas pelo plenário da Assembleia Legislativa para se tornarem lei definitiva. Caso não sejam aprovadas, perdem a validade.
Acompanhado da primeira-dama e desembargadora, Ângela Prudente, governador reforçou a presença do Tocantins como respeito às instituições e compromisso com a democracia
Por Violeta Bucar
O governador do Tocantins, Laurez Moreira, acompanhado da primeira-dama e desembargadora, Ângela Prudente, participou nessa segunda-feira, 29, em Brasília, da cerimônia de posse do ministro Edson Fachin na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ato solene reuniu autoridades dos três poderes e marcou a transmissão de comando na mais alta Corte de Justiça do país.
Durante a solenidade, o governador destacou que a participação do Tocantins em eventos solenes do país demonstra o respeito às instituições e o compromisso do Estado com a democracia. “Momentos como este, que renovam a gestão da República e, em especial, do Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça brasileira, são de grande relevância. É fundamental que o Tocantins esteja presente, demonstrando respeito e consciência institucional. Sinto-me muito honrado em representar o povo tocantinense nesta ocasião”, afirmou.
Em seu discurso, o ministro Edson Fachin enfatizou o dever do Supremo Tribunal Federal de proteger a Constituição, ressaltando que a Corte não deve substituir a política. O novo presidente do STF afirmou que sua gestão terá como foco a valorização do Direito, da ética e da cordialidade entre os membros do colegiado. O ministro destacou que sua gestão será guiada por racionalidade, diálogo e discernimento. “O país precisa de previsibilidade nas relações jurídicas e confiança entre os poderes. O Tribunal tem o dever de garantir a ordem constitucional com equilíbrio”.
Governador Laurez Moreira, acompanhado da primeira-dama e desembargadora, Ângela Prudente, participou nessa segunda-feira, 29, em Brasília, da cerimônia de posse do ministro Edson Fachin na presidência do STF e do CNJ
Edson Fachin declarou ainda que estimulará o diálogo entre os poderes e a estabilidade institucional, sem exclusões, nem discriminações, visando um relacionamento institucional integrado e participativo. “Nosso compromisso é com a Constituição. Repito: ao Direito, o que é do Direito. À política, o que é da política”, destacou.
Na cerimônia, também tomou posse como vice-presidente da Corte o ministro Alexandre de Moraes.
Autoridades presentes
A solenidade foi conduzida no plenário do STF e contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do vice-presidente, Geraldo Alckmin; dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre; além de governadores de Estado, ministros de tribunais superiores e demais autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo.
Da Assessoria
Na sessão desta manhã, 30, o deputado estadual Eduardo Mantoan (PSDB) apresentou na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei que cria a Política Estadual de Combate ao Etarismo. O intuito da proposta é combater a discriminação baseada na idade e garantir igualdade de oportunidades para todas as faixas etárias, no Tocantins.
Entre os objetivos da proposta, estão: promover a representatividade de todas as idades nos espaços públicos e privados, incentivar o diálogo entre gerações, garantir o respeito aos direitos fundamentais independentemente da idade e fomentar políticas públicas que contemplem a diversidade etária. Além disso, o PL prevê a realização de campanhas de conscientização e a criação de canais de denúncia para casos de discriminação.
Segundo Mantoan, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, o PL surgiu da necessidade de dar visibilidade a um preconceito muitas vezes silencioso. “O etarismo está enraizado no nosso dia a dia e que chega a passar despercebido. No entanto, ele fere a dignidade, limita oportunidades e precisa ser combatido. Não podemos permitir que a idade seja usada como barreira para impedir o acesso ao trabalho, à educação ou a serviços”.
Por Edson Rodrigues
As narrativas construídas em torno do afastamento do governador Wanderlei Barbosa e da permanência do interino Laurez Moreira ganharam corpo nos últimos dias. Ambas as partes apresentam fundamentos políticos e jurídicos robustos, mas o desfecho dependerá diretamente do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a partir da análise dos elementos de acusação e defesa.
Brasília em disputa
Nos bastidores de Brasília, as articulações são intensas. De um lado, a ex-senadora Kátia Abreu e o senador Irajá buscam influência junto ao Palácio do Planalto e outros poderes. De outro, Wanderlei Barbosa conta com apoios do presidente nacional do Republicanos, parlamentares que defendem a anistia política no Congresso Nacional, além de conversas com ministros do STF para construir um texto equilibrado.
A seu favor, o governador afastado levanta um argumento sensível de que se outros seis governadores também investigados não foram afastados por não serem réus, por que apenas ele perdeu o cargo de forma imediata? A defesa sustenta que a medida aplicada contra Wanderlei carece de fundamentação jurídica proporcional.
As investigações e o processo
A operação que resultou na apreensão de celulares, documentos em gabinetes parlamentares e até em propriedades ligadas ao governador soma agora mais de 1,8 mil páginas de autos, com novos elementos sendo adicionados. Tudo será considerado quando o STF julgar o pedido de retorno de Wanderlei Barbosa ou a manutenção do seu afastamento por 180 dias.
Caso Wanderlei e a nova relatoria no STF
A mudança de relatoria no Supremo é um ponto decisivo. Com Edson Fachin na presidência da Corte, o habeas corpus de Wanderlei Barbosa passou para o ministro Luís Roberto Barroso, definido nesta segunda-feira (29). O processo segue concluso para análise.
Na última movimentação, Fachin sequer reconheceu o recurso do governador afastado, alegando insuficiência de informações, como a ausência do acórdão do STJ atacado. Agora, com Barroso, abre-se uma nova frente de expectativa em torno da decisão que poderá devolver ou não o comando do Palácio Araguaia a Wanderlei Barbosa.
Entre seus aliados, tanto no Congresso Nacional quanto na Assembleia Legislativa, além de lideranças no interior do Estado e na Capital, prevalece a convicção de que o retorno de Wanderlei Barbosa ao cargo é apenas questão de tempo. O argumento central é de que, até o momento, não há provas diretas ou qualquer “digital” que vincule o governador afastado às irregularidades investigadas, o que, na avaliação de seus apoiadores, enfraquece a justificativa para a manutenção da medida cautelar.
O papel de Laurez
Enquanto isso, o governador interino Laurez Moreira precisa de garantias para exercer plenamente sua função. O Tocantins não pode mergulhar em um quadro de insegurança política prolongada. Cabe a ele agir de forma transparente e firme, principalmente diante da crise envolvendo a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS).
A sociedade, os meios de comunicação e o próprio Observatório Político de O Paralelo 13 aguardam que o interino apresente respostas objetivas afinal onde foram parar os recursos destinados à perfuração de poços artesianos, os maquinários e veículos que estariam sendo utilizados indevidamente? Quem são os envolvidos, inclusive parlamentares, e quais medidas serão tomadas?
Não se trata de favor, mas de obrigação. Laurez tem o dever de levar o caso às autoridades competentes como a Polícia Civil, Ministério Público e Justiça, além de usar a Advocacia-Geral do Estado para responsabilizar os culpados. O momento exige clareza, especialmente porque, no próximo dia 3 de outubro, sua gestão interina completa 30 dias.
Entenda o caso
Ao assumir a presidência da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), Paulo Ricardo Silva Machado relatou ter encontrado um cenário de terra arrasada com equipamentos sucateados, veículos desmontados e até máquinas desaparecidas.
Entre os problemas levantados por ele, supostamente estão a ausência de duas escavadeiras, uma delas ainda não localizada e em uso em fazendas particulares e o estado precário de perfuratrizes, caminhões e compressores, todos sem condições de funcionamento. Uma retroescavadeira chegou a ser identificada em Rio Sono, município que não faz parte da área de atuação da Agência, realizando obras em zona rural sem qualquer identificação de patrimônio público.
Em entrevista ao jornal O Paralelo 13, o presidente garantiu que “este cenário é muito grave, pois se trata de patrimônio público completamente desmantelado e sem condições de uso. Porém, o mais grave é que uma perfuratriz adquirida com recurso federal da Codevasf esteja desaparecida, sem devolução à Agência e com forte suspeita de uso particular. Essa perfuratriz pertence à União, é do Ministério da Agricultura, e a ATS só tem a cessão de uso. Portanto, deveria estar em bom estado de conservação e funcionamento. Além disso, segundo informações, retiraram os adesivos do governo federal e da Codevasf para utilizar as máquinas em serviços particulares.”
Diante da gravidade da situação, um boletim de ocorrência foi registrado e uma investigação foi aberta para apurar responsabilidades e recuperar os bens públicos.