Apesar de mais de um ano de pandemia, o Tocantins tem bons resultados para comemorar

Posted On Segunda, 17 Mai 2021 06:54
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O Tocantins possui atualmente 75 mil desempregados, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão do Ministério da Economia. O número representa apenas 4,7% da população, bem abaixo da média nacional, em torno de 14,5%. O Estado também apresenta resultados acima da média nacional na abertura de novas vagas no mercado formal de trabalho (com carteira assinada ou contrato), respondendo por 0,75% de todos os emprego gerados no Brasil entre janeiro de 2020 a janeiro de 2021.

 

Por: Wanja Nóbrega

 

Segundo levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), somente no primeiro bimestre deste ano, 4.133 empregos foram gerados no Tocantins. Esse número refere-se ao saldo líquido de empregos formais ofertados em todo o Estado. Ou seja, é a diferença entre o número de admissões e o número de demissões.

 

Esses números representam uma lufada de esperança para quem está em busca de oportunidade no mercado de trabalho e ainda teve que parar sua procura por causa da pandemia.

 

E a tendência é melhorar. A despeito da crise econômica vivida pela maioria das empresas, o Sistema Nacional de Emprego (Sine), vinculado à Secretaria Estadual de Trabalho e Desenvolvimento Social, tem ofertado diariamente cerca de 300 novas vagas para o mercado formal.

 

Os setores que mais tem empregado são a administração púbica, agropecuária, serviços, comércio e construção civil. Mas, independente do ramo de atividade, são as micro e pequenas empresas que está devolvendo aos trabalhadores tocantinenses a oportunidade de ter um salário no final do mês.

 

Dos 4.133 empregos criados em janeiro e fevereiro deste ano, 3.700 foram ofertados por micro e pequenas empresas, enquanto as de médio e grande porte abriram apenas 427 novas vagas.

Isso significa que o potencial das micro e pequenas empresas para absorverem mão de obra é oito vezes maior do que as demais. De acordo com o Sebrae, na região Norte, em termos percentuais, o Tocantins é o estado em que os pequenos negócios mais empregaram no primeiro bimestre e quinto no ranking nacional.

 

Para se ter uma ideia de como a geração de empregos está reagindo bem desde o início deste ano no Tocantins, no comparativo com os primeiros meses do ano passado, antes da pandemia, as micro e pequenas empresas tocantinenses criaram 1.841 novas vagas, contra os 3.700 no mesmo período em 2021, um crescimento de 104%.

 

 

O secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social do Tocantins, José Messias Alves de Araújo, (foto) está otimista com os dados relacionados à geração de empregos no Estado. Mesmo sem precisar que ações foram realizadas para contribuir com esse cenário, o secretário afirma que o Governo estadual tem se empenhado na manutenção dos empregos e que os últimos dados, tanto do Caged quanto do PNAD, mostram que esses esforços têm apresentado bons resultados.

 

“Ao avaliarmos os dados, percebe-se que os meses de março, abril e maio de 2020 foram os mais afetados, com muitas demissões e a paralisação de setores informais, como músicos, mototaxistas e taxistas, entre tantas outras áreas de trabalho”, lembra José Messias.

 

Segundo o secretário, para minimizar a evitar a progressão da miséria, que atingiu especialmente categorias como trabalhadores domésticos e rurais, catadores de recicláveis, flanelinhas e ambulantes, o Governo tem realizado sistematicamente a distribuição de cestas básicas em todo o Tocantins.

 

“Para os trabalhadores formais que perderam seus empregos, prestamos todo o apoio para que tivessem acesso aos seus direitos, como o seguro desemprego”, explica o secretário.

 

José Messias finaliza apostando que a tendência na oferta de empregos é de melhorar. “Nosso Estado tem apresentado uma boa reação, com dez meses consecutivos de dados positivos na geração de empregos, e com as medidas que o Governo tem tomado para vacinação da população, em breve teremos todos os setores da economia voltado ao normal”, anima-se José Messias.

 

Microempreendedores mostram sua força

 

Outro dado que mostra que a economia do Tocantins vem reagindo bem, mesmo com a pandemia ainda assombrando, é o número de Microempreendedores Individuais (MEI) que resolveram apostar na formalização de seus negócios.

 

Conforme o Sebrae, no ano passado, os MEIs aumentaram em cerca de 8,5% em relação ao ano de 2019, fechando com 75 mil cadastros. Atualmente, esse número já subiu para mais de 78 mil, sendo 25 mil apenas em Palmas.

 

Segundo dados do Portal do Empreendedor e Simples Nacional, os principais setores de atuação dos MEIs são serviços (42,3%), comércio (38,1%), construção civil (9,8%) e indústria (9,5%).

 

Já o número de empresas que deram baixas em seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) no Estado em 2020 foi de 800.

O Superintendente do Sebrae, Moisés Gomes (foto), avalia que o empreendedorismo é a mola propulsora para o desenvolvimento da economia no país, e no Tocantins não é diferente. “Através dele, o Microempreendedor Individual (MEI) conquistou seu espaço na economia formal, por sua versatilidade e baixa burocratização, sendo uma alternativa de renda para muitas famílias”, reforça.

 

Gomes analisa que, diante desse cenário, o Sebrae tem intensificado suas ações de cursos, consultorias e atendimento, on-line e presencial, além de firmar parcerias com o poder público para tornar o ambiente cada vez mais favorável aos pequenos negócios. “Queremos que esses empresários estejam preparados para administrarem seus negócios nesta terra de oportunidades”, conclui.

 

Sem renda, mas fora da estatística do desemprego

 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou a existência de 75 mil trabalhadores desempregados no Tocantins, não consegue precisar escolaridade ou área de atuação desses trabalhadores.

 

Mas, explica que, em linhas gerais, é considerado desempregado pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) e que não estão trabalhando, mas estão disponíveis para o mercado e tentam encontrar vaga.

 

Nesse contingente de desempregados, não entram as donas de casa que não podem sair para trabalhar porque têm filhos pequenos para cuidar. Ou estudantes universitários, que como tal, mesmo estando disponível para o mercado, são considerados estudantes e não trabalhadores.

Qualificação gratuita é disponibilizada por várias instituições

 

O Sistema Nacional de Emprego (Sine) intermedeia, em média, 300 vagas de emprego todos os dias. Mas nem sempre essas vagas são preenchidas. Isso porque alguns postos de trabalho exigem qualificação ou habilidade específica como condição para o candidato ocupar a vaga.

 

Essas vagas, que são geralmente as que apresentam melhor remuneração, são também as que mais demoram a ser preenchidas. Segundo dados do Sine, quanto menor a qualificação exigida, mais rápida a vaga é preenchida e mais candidatos disponíveis para disputá-las.

 

A orientação dada pelo Sine para aqueles que ainda estão em busca de uma colocação no mercado formal de trabalho é manter o cadastro atualizado, ficar atendo às ofertas diárias.

 

Outra dica importante é ampliar sua área de atuação, adquirindo novos conhecimentos e expertises. Hoje, a oferta de minicursos e treinamentos gratuitos em várias áreas estão disponíveis em várias plataformas digitais e até redes sociais.O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), lançou recentemente um pacote de consultorias gratuita para os pequenos negócios. A ideia é atender aos pequenos negócios em todo o Estado.

 

São 12 tipos de consultoria diferente, divididas entre os eixos de finanças, marketing e vendas e consultorias tecnológicas do Sebraetec para microempreendedores individuais, microempresas, empresas de pequeno porte e artesãos registrados.

Quando do lançamento das consultorias, o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Rogério Ramos, pontuou que os efeitos econômicos da pandemia têm exigido ainda mais atenção dos empresários em relação às finanças, vendas, presença na internet e cuidados com os clientes. “As consultorias foram escolhidas a partir das principais dificuldades e necessidades dos pequenos negócios mais afetados, apontadas em pesquisa realizada pelo Sebrae”, afirmou.

 

Como solicitar as consultorias do Sebrae

 

Os empresários interessados nas consultorias devem entrar no Portal Sebrae Tocantins, acessar a página das Consultorias Gratuitas, clicar no link do formulário e preencher o cadastro, inserindo todos os dados obrigatórios e escolhendo a consultoria que melhor atende às necessidades do seu negócio. Em 72 horas, o Sebrae irá entrar em contato para acertar os detalhes do serviço.

 

Vale destacar que as vagas são limitadas e os interessados serão atendidos por ordem de solicitação. O Sebrae beneficiará as empresas que não foram atendidas pelas consultorias gratuitas oferecidas no ano de 2020. Os empresários que precisarem de apoio para o preenchimento do cadastro podem ligar no 0800 570 0700 ou pelo WhatsApp (63) 99971-2198.

 

Origem do Dia do Trabalho

 

Hoje, 1º de maio, é celebrado o Dia do Trabalho em vários países do mundo. A exemplo de outras datas comemorativas, sua origem é marcada por lutas e episódios de violência, que culminaram com mortes e chamaram a atenção para as reivindicações feitas pelos trabalhadores.

 

Até a segunda metade do século XIX, em todo o mundo, os trabalhadores que lotavam as fábricas mundo afora não tinham nenhum direito. Recebiam o parco salário que seus ricos patrões decidiam em reuniões que não contavam com representantes dos empregados.

 

Para piorar, as jornadas de trabalho eram extenuantes, chegando a 15 horas diárias, e muitos trabalhadores acabavam dormindo no próprio chão das fábricas porque não tinham força para ir para casa.

 

Em 1886, após várias tentativas de melhorar os salários e reduzir a carga horária, os trabalhadores de Chicago (Estado Unidos) paralisaram suas atividades e fizeram uma grande manifestação. Em 1º de maio daquele mesmo ano, milhares de pessoas foram às ruas em vários estados americanos, iniciando uma grande greve geral.

 

Aconteceu de tudo no que ficou conhecido como a Revolta de Haymarket, desde explosão de bomba, mortes e, posterior, condenação à morte dos supostos culpados.