Enquanto Estados Unidos flexibilizam tarifas para China, Brasil enfrenta dificuldades nas relações comerciais com os americanos em meio a impasses diplomáticos
Por Rita Mundim
Os Estados Unidos demonstraram diferentes abordagens em suas relações comerciais internacionais ao cancelarem uma reunião com representantes brasileiros enquanto flexibilizaram medidas tarifárias para a China. O contraste nas negociações evidencia um momento delicado nas relações entre Brasil e EUA.
A situação afeta diversos setores da economia brasileira, especialmente o agronegócio. Produtos como carnes, café e mel enfrentam dificuldades no acesso ao mercado norte-americano, um dos principais destinos das exportações brasileiras.
O Brasil tem buscado aproximação com outros mercados para compensar as restrições impostas pelos Estados Unidos. Embora essa estratégia seja considerada positiva, ela chegou tardiamente e representa, por enquanto, a única opção disponível diante do cenário atual.
O Boletim Focus, relatório que reúne projeções do mercado para a economia brasileira, já reflete os efeitos dessa tensão comercial. Pela primeira vez após várias semanas, a projeção de crescimento do PIB foi revisada para baixo, passando de 2,23% para 2,21%.
A taxa Selic mantém-se estável em 15% e deve continuar assim nos próximos meses, enquanto a inflação, que sai amanhã, apresenta tendência de queda, influenciada principalmente pelo grupo de alimentos. No entanto, essa redução nos preços dos alimentos, devido à maior oferta no mercado interno, pode representar um desafio para as empresas exportadoras brasileiras.