Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 mergulhou fundo nos bastidores da política do Tocantins. Foram três cafés, um almoço bem servido e dezenas de contatos com fontes experientes, algumas com mandatos ainda em curso, outras já veteranas de disputas passadas. Desse garimpo, surgiu uma radiografia de tirar o fôlego do cenário sucessório que se desenha para 2026.
Primeiro ponto: o governo Wanderlei Barbosa exibe força e aprovação em alta. Se mantiver a base coesa e blindar a gestão contra fissuras internas, tem musculatura para colocar seu candidato no segundo turno ou até liquidar a fatura já no primeiro, caso consiga costurar bem as alianças.
Segundo ponto: do outro lado, reina a dispersão. A oposição tem bons nomes, seus “Pelés”, “Neymars” e “Rivelinos”, mas nenhum time formado. Cada um joga por si. Sem organização, é difícil enfrentar uma máquina governista respaldada por bons índices de popularidade.
Terceiro ponto: nos porões da política, opera o famoso “time da creolina”, infiltrados sorrateiros que agem para criar atritos onde for possível. São lobos em pele de cordeiro. Alimentam desgastes, insuflam disputas internas e tentam minar a relação entre Wanderlei Barbosa e seu vice, Laurez Moreira. O objetivo? Dividir para reinar.
Vice governador Laurez Moreira
Dentro dessa engrenagem, há ainda um núcleo menor do “time da creolina” disposto a tudo para manter o governador até o último dia do mandato garantindo padrinhos fortes para suas candidaturas em 2026. É uma estratégia de sobrevivência política para aqueles que orbitam o Palácio Araguaia.
Por outro lado, outro grupo formado por aliados, amigos, admiradores, prefeitos, parlamentares, lideranças e até parte do staff do governo articula, em silêncio, a ideia de ver Wanderlei disputar uma vaga no Senado. Querem prolongar o capital político por mais oito anos, fortalecendo o grupo na esfera federal. O assunto ainda circula em voz baixa, mas já ronda corredores e rodas de café.
Novos investimentos
Governador Wanderlei Barbosa
Enquanto isso, o cenário interno do governo se movimenta. A gestão Wanderlei Barbosa, ao seu estilo discreto, coloca de pé um robusto programa social que vai beneficiar inicialmente 7.500 famílias com o Cartão Alimento, além de lançar o Programa Jovem Trabalhador, cada um com aporte de R$ 300 milhões do BIRD e outros R$ 300 milhões do BNDES. Soma-se a isso uma parceria entre Ruraltins e BASA, com mais R$ 300 milhões assegurados. Tudo coordenado pela primeira-dama, Karine Sotero, que vai comandar várias frentes de ação social.
Esses programas, com recursos já garantidos, têm potencial de manter a popularidade em alta. Não custa lembrar que o Tocantins hoje lidera a geração de empregos no Norte, é destaque em exportação e um dos poucos estados com finanças equilibradas. Ou seja, o governo vai ter munição para sustentar apoio popular até o ano eleitoral.
Governador Wanderlei Barbosa entrega título de propriedade a moradores do Jardim Aureny e Arses
Com tudo isso, o Observatório Político de O Paralelo 13 não tem dúvidas de que Wanderlei Barbosa chega em 2026 com força, poder de transferência de votos e capacidade real de decidir o pleito, seja para governador ou governadora, já no primeiro turno.
Deputado Amélio Cayres e o governador
Quem tem, até agora, um grupo sólido de verdade é o Palácio Araguaia, afinal são 20 deputados estaduais, dentre eles o governador conta com o apoio total e irrestrito do presidente da Assembleia Legislativa, seu amigo e companheiro Amélio Cayres, dois senadores de peso, Eduardo Gomes e Professora Dorinha Seabra, quatro deputados federais, dezenas de prefeitos, centenas de vereadores, milhares de chefes de órgãos públicos espalhados pelos 139 municípios e, como cereja do bolo, a popularidade do governador Wanderlei Barbosa acima dos 80%.
E, enquanto isso, o tabuleiro mexe. O ex-governador Mauro Carlesse volta a animar reuniões, vereadores e ex-prefeitos batem à sua porta, carreatas já ganham corpo no interior. O ex-senador Ataídes Oliveira também se mexe. E o “time da creolina” segue espalhado em grupos menores, sempre prontos para apimentar o jogo com segundas intenções.
A moral da história é simples. Quem quiser vencer, vai ter que saber jogar, sem vaidade, sem fogo amigo, sem “gosto ruim”. Porque, como sempre diz o velho ditado político: o tempo dirá quem tem discurso de palanque e quem tem voto de verdade. Nós, de O Paralelo 13, continuamos de lupa na mão, olho no olho, acompanhando cada movimento.