LAUREZ EM BRASÍLIA, DORINHA NO JAPÃO, WANDERLEI COM ADVOGADOS
As especulações políticas seguem fervendo em todos os cantos do Tocantins. Em Brasília, os bastidores giram em torno de um movimento jurídico que tenta reabrir as portas do Palácio Araguaia ao governador afastado Wanderlei Barbosa. Um pedido de habeas corpus reacendeu as conversas sobre o futuro da sucessão estadual.
Enquanto isso, em solo tocantinense, as atenções estão voltadas para o Supremo Tribunal Federal, que deve pautar nesta semana, ou talvez na próxima, processos de interesse direto de figuras conhecidas da política local.
A senadora Professora Dorinha se encontra em missão oficial no Japão, representando o Brasil em agendas voltadas à educação e inovação. Já o governador Wanderlei Barbosa tem se reunido com sua equipe jurídica em Palmas, acompanhando de perto as discussões que podem influenciar o cenário político dos próximos meses.
No pano de fundo, cresce a preocupação com a frustração de receitas estaduais e a crise financeira que atinge diversos municípios tocantinenses um tema que promete ganhar força nas próximas semanas.
HABEAS CORPUS DE WANDERLEI BARBOSA GANHA NOVO RELATOR NO STF
Nesta segunda-feira (20), o ministro Nunes Marques passou a ser o novo relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), substituindo o ministro Luís Roberto Barroso. Caberá agora a Nunes Marques avaliar o agravo regimental interposto pela defesa, que busca levar o caso à apreciação colegiada da 2ª Turma do STF, composta pelos ministros Nunes Marques, André Mendonça, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
O afastamento de Wanderlei foi determinado em 3 de setembro pelo ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o STJ, a medida se fez necessária para impedir a continuidade das supostas irregularidades. O Ministério Público Federal (MPF) também se manifestou contra o retorno de Wanderlei, apontando indícios de que os atos de corrupção não teriam sido interrompidos.
Este é o terceiro movimento judicial da defesa desde o afastamento:
EDUARDO SIQUEIRA REAFIRMA APOIO A DORINHA E VICENTINHO JR
O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, voltou a reafirmar sua posição política para as eleições de 2026. Em entrevista ao site Gazeta do Cerrado, Eduardo declarou apoio à senadora Professora Dorinha para o governo do Tocantins e a Vicentinho Júnior (PP) para uma das vagas ao Senado.
Com seu tom característico de firmeza, o prefeito fez questão de ressaltar que não muda de lado ao sabor das conveniências. “Eu não sou biruta de vento que bate o vento e muda”, afirmou. Eduardo disse manter a mesma posição política desde o início e que não mistura o interesse da cidade com disputas eleitorais. “Essas turbulências não me fazem mudar de posição conforme o parecer do dia. Tenho os interesses de Palmas em primeiro lugar”, reforçou.
DEPUTADOS AUTORIZAM LAUREZ A CONTRAIR EMPRÉSTIMO DE R$ 1,7 BILHÃO
Em meio ao cenário de forte pressão fiscal e incertezas políticas, a Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) aprovou, nesta quarta-feira (22), o pedido de operação de crédito do Governo do Estado no valor de R$ 1,7 bilhão, junto ao Banco do Brasil, com garantia da União.
Segundo o texto encaminhado pelo governador em exercício Laurez Moreira, os recursos serão destinados à amortização de dívidas e a investimentos em obras e equipamentos, com o objetivo de dar fôlego à gestão estadual e manter os serviços públicos essenciais funcionando. A aprovação ocorre num momento em que o governo busca reequilibrar as contas e conter o déficit estimado em mais de R$ 360 milhões. A operação, além de aliviar a pressão imediata sobre o caixa, também é vista nos bastidores como um movimento político de fortalecimento da gestão Laurez, que tenta consolidar sua imagem de gestor técnico e responsável diante da crise.
Enquanto isso, nos corredores da Aleto, a leitura é de que a votação expressiva em favor da proposta reflete uma tendência de acomodação entre os parlamentares em torno do atual comando do Estado, pelo menos enquanto o Supremo Tribunal Federal não define o futuro do governador afastado Wanderlei Barbosa.
LAUREZ BUSCA RECURSOS PARA O ESTADO
Com o foco de garantir recursos federais que possam dar fôlego às finanças do estado, o governador em exercício, Laurez Moreira, cumpre agenda em Brasília. Laurez busca oxigenar as contas do Estado, aliviar a pressão sobre os municípios em crise e colocar em dia os pagamentos a fornecedores, prestadores de serviço e o Instituto de Previdência do funcionalismo público.
A missão é delicada e urgente. O governo tenta equilibrar o cenário fiscal, conter a frustração de receitas e evitar que a crise financeira se transforme em um problema político ainda maior.
AGENDA EM MINISTÉRIOS
Segundo informações divulgadas pelo Palácio Araguaia, Laurez teve reuniões em três ministérios. A primeira agenda foi com a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), para tratar de projetos voltados à infraestrutura e ao desenvolvimento econômico do Tocantins. O encontro foi articulado pela ex-senadora Kátia Abreu e contou com a presença do senador Irajá Abreu (PSD) e do deputado federal Tiago Dimas (Podemos). Entre os temas discutidos estiveram ações para geração de empregos, fortalecimento da economia estadual e a busca por recursos federais para a saúde, setor que, segundo Kátia, ainda enfrenta um déficit herdado da gestão anterior.
Nas redes sociais, Irajá classificou a reunião como “produtiva” e destacou a importância do diálogo e da união de esforços em prol do Tocantins. Nos bastidores, porém, o encontro foi interpretado como um movimento político de reforço à gestão interina de Laurez, que tenta se consolidar no comando do Estado enquanto aguarda o desfecho do processo no Supremo Tribunal Federal que decidirá sobre o retorno ou não do governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos), investigado na operação Fames-19, que apura o desvio de R$ 73 milhões em cestas básicas durante a pandemia.
GESTORES MUNICIPAIS EM ALERTA: DEMISSÕES EM MASSA À VISTA
A crise financeira que atinge os municípios do Tocantins começa a mostrar seus efeitos mais duros. O presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), Big Jow, prefeito de Cristalândia, confirmou que diversas prefeituras deverão promover demissões em massa e cortes de despesas já nas próximas semanas.
Segundo ele, a drástica queda nas receitas municipais no terceiro trimestre de 2025 tem obrigado os gestores a “cortar na carne” para equilibrar as contas. “Os custos e despesas passaram a ser maiores que a receita. Nessas situações, o gestor precisa adotar medidas amargas, impopulares, mas necessárias”, afirmou.
Entre as medidas já em andamento estão a redução de gratificações, contratos e diárias, além do contingenciamento de despesas. Em Paraíso do Tocantins, por exemplo, a prefeitura anunciou corte de 30% nos salários do prefeito, vice e cargos comissionados, após registrar uma queda de R$ 7,6 milhões na receita neste ano.
As causas do colapso financeiro incluem a diminuição dos repasses de ICMS e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além da retração nas receitas próprias, como IPTU, ITBI e ISS. O cenário é semelhante em Palmas, Gurupi e Porto Nacional, que também adotam planos de contenção para manter a máquina pública em funcionamento. Nos bastidores, a avaliação é de que a situação fiscal tende a pressionar o debate político estadual e municipal, principalmente às vésperas de 2026, quando prefeitos e líderes locais terão papel estratégico nas eleições.
CRISE NAS PREFEITURAS
A situação financeira dos municípios tocantinenses se agrava a cada semana. Prefeituras já iniciaram demissões em massa, tentando manter os gastos com pessoal dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Em Porto Nacional, mais de duzentos servidores já foram desligados, e outros cento e cinquenta ou mais podem ser demitidos nos próximos dias.
O cenário é de frustração generalizada de receitas, principalmente com as quedas nos repasses do FPM e do ICMS. O problema se agrava com a aproximação do fim do ano, quando os gestores precisam garantir o pagamento das folhas de outubro, novembro, dezembro e do 13º salário, além das obrigações sociais.
Nos bastidores, a avaliação é dura: muitos prefeitos que buscaram reeleição inflaram a folha de pagamento com contratações sem planejamento, o que resultou em um total descontrole das contas públicas em boa parte dos municípios.
No plano estadual, o governador em exercício Laurez Moreira tenta equilibrar as finanças com um déficit de mais de R$ 360 milhões. A ordem no Palácio Araguaia é garantir as prioridades como saúde, educação, segurança pública, manutenção das rodovias e, acima de tudo, o pagamento em dia dos servidores e aposentados. “Servidor quer salário na conta todo dia primeiro”, diz um auxiliar do governo e Laurez sabe disso.
MUDANÇA NO STF PODE CRIAR “BUNKER” BOLSONARISTA
A possível transferência do ministro Luiz Fux da Primeira para a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acendeu o alerta em Brasília. Caso o movimento seja confirmado pelo presidente da Corte, Edson Fachin, a Segunda Turma passaria a ter maioria de ministros alinhados a posições bolsonaristas — o que, na prática, poderia alterar o ritmo de julgamentos sensíveis a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A nova composição incluiria Nunes Marques, André Mendonça, Fux e Cristiano Zanin todos com votos mais conservadores ou com histórico de decisões favoráveis à ala bolsonarista. Fachin, único nome fora desse campo, ficaria isolado.
Nos bastidores do Judiciário, a mudança é lida como estratégica e silenciosa, podendo transformar a Segunda Turma em um refúgio político-jurídico para causas ligadas ao bolsonarismo, em especial as que envolvem militares, ex-ministros e parlamentares do antigo governo.
Com a aposentadoria de Cármen Lúcia prevista para 2026, o movimento também pode antecipar uma nova configuração de forças no STF mais ideológica e menos previsível, em tempos em que a Corte tenta reconstruir sua imagem após anos de tensionamento com o Executivo e o Congresso.
SOLIDARIEDADE À FAMÍLIA CAYRES PELA PERDA DE ANTÔNIO DO BAR
O Paralelo 13 manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de Antônio Cayres de Almeida, conhecido como Antônio do Bar, prefeito de Augustinópolis e um dos líderes mais respeitados do Bico do Papagaio.
Reconhecido por sua trajetória de dedicação à população e ao desenvolvimento da região, Antônio deixa um legado de compromisso, humildade e serviço público que será lembrado por todos os tocantinenses.
Neste momento de dor, estendemos nossa solidariedade à família Cayres, ao deputado estadual Amélio Cayres, aos amigos e à comunidade de Augustinópolis, rogando a Deus que conforte seus corações e lhes dê força para atravessar esta perda irreparável.
Com carinho,
Família Paralelo 13
Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues