Por Edson Rodrigues
A região do Bico do Papagaio, composta por 25 municípios no extremo norte do Tocantins, representa muito mais do que um recorte geográfico: é um território de identidade cultural própria, força econômica latente e peso eleitoral expressivo — com mais de 180 mil votos. No entanto, essa potência regional segue invisibilizada pelas gestões estaduais, sendo lembrada apenas em períodos eleitorais.
Durante visita técnica e política do Observatório Político de O Paralelo 13, constatou-se uma realidade que exige atenção imediata: a vida cotidiana dos moradores do Bico gira em torno de Imperatriz (MA), cidade vizinha que se tornou referência em saúde, educação superior, abastecimento comercial, serviços bancários e até comunicação. Enquanto os tocantinenses do Bico pagam impostos e votam no Tocantins, suas necessidades básicas são atendidas em outro estado.
A região é formada por Araguatins, Augustinópolis, Axixá do Tocantins, Ananás, Angico, Buriti do Tocantins, Cachoeirinha, Carrasco Bonito, Darcinópolis, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis, Maurilândia do Tocantins, Nazaré, Praia Norte, Riachinho, Santa Tereza do Tocantins, Sampaio, São Bento do Tocantins, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins, Sítio Novo, Tocantinópolis, Aguiarnópolis e Xambioá.
Esses municípios enfrentam desafios comuns:
* Baixo investimento em infraestrutura e serviços públicos.
* Dependência de transferências federais e programas sociais.
* Falta de hospitais regionais, universidades públicas e centros técnicos.
* Desemprego e informalidade crescentes.
* Jovens migrando para Imperatriz em busca de oportunidades.
DADOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
* Axixá do Tocantins recebeu R$ 10 milhões em emendas federais, mas enfrenta problemas de execução.
* São Bento do Tocantins recebeu R$ 6,8 milhões em transferências diretas, além de R$ 1,5 milhão em benefícios aos cidadãos.
* Araguatins, maior cidade da região, recebeu investimentos em regularização fundiária, mas carece de estrutura hospitalar e universitária.
* A maioria dos municípios apresenta PIB per capita abaixo da média estadual e alta taxa de informalidade.
CHAMAMENTO AO FUTURO GOVERNADOR
O Observatório Político de O Paralelo 13 não tem como objetivo criticar gestões passadas ou presentes, mas sim abrir uma discussão sadia e proveitosa sobre o futuro da região. É urgente que o próximo chefe do Executivo estadual tenha um olhar crítico e clínico para o Bico do Papagaio — não como um apêndice distante, mas como parte essencial do Tocantins.
A população desses 25 municípios precisa ser resgatada como filhos e irmãos tocantinenses, com um projeto de integração regional, que contemple:
* Implantação de hospitais regionais e polos universitários.
* Investimento em infraestrutura viária e digital.
* Fortalecimento da agricultura familiar e do comércio local.
* Criação de centros de formação técnica e profissional.
* Presença efetiva do governo em território, com escuta ativa e ações concretas.
APELO POR DIGNIDADE E PERTENCIMENTO
O povo do Bico não quer discursos nem promessas vagas. Quer olhar nos olhos do governador e sentir que, desta vez, suas vozes serão traduzidas em ações reais. Quer ser visto, ouvido e assistido como parte legítima do Tocantins.
Este é o chamado da família O Paralelo 13: que o próximo governante abrace o Bico do Papagaio com respeito, estratégia e humanidade. Que transforme essa região esquecida em um polo de desenvolvimento, cultura e dignidade.
Porque o Bico do Papagaio não é margem. É centro. É Tocantins. É Brasil.