Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
Um novo mapa político começa a se desenhar no Tocantins após a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que assegurou a permanência do governador interino Laurez Moreira (PSD) no comando do Estado até o julgamento do recurso do governador afastado Wanderlei Barbosa.
Os próximos dias e meses prometem movimentar intensamente a classe política e partidária, com dirigentes, lideranças e pré-candidatos majoritários se reorganizando diante desse novo cenário. O tabuleiro sucessório ganha temperos novos, e seus efeitos colaterais certamente se estenderão até as eleições estaduais de 2026.
GOVERNO EM ALERTA, OPOSIÇÃO EM RECONSTRUÇÃO
Não há, neste momento, motivos para euforia entre os governistas, tampouco espaço para desalento nas oposições. A base política do governador em exercício, Laurez Moreira, candidato natural à reeleição, busca consolidar sua posição enquanto as forças oposicionistas tentam se reorganizar.
Se quiserem ter competitividade real em 2026, os opositores precisam olhar para o futuro e transformar-se em uma oposição com representatividade efetiva nas câmaras municipais, nas prefeituras dos principais colégios eleitorais, na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Goste-se ou não, o governador afastado Wanderlei Barbosa continua sendo uma liderança consolidada. Cabe a ele, agora, concentrar-se em sua defesa jurídica em Brasília e, ao mesmo tempo, reconectar-se com a população tocantinense, que conhece seu estilo simples e direto de governar.
DORINHA SEABRA GANHA TERRENO
A senadora Professora Dorinha Seabra (União Brasil), pré-candidata ao Governo do Estado, desponta como nome forte da oposição. De acordo com as pesquisas mais recentes de intenção de voto divulgadas no Estado, a pré-candidata aparece na liderança entre o eleitorado tocantinense. Além disso, conta com o apoio de inúmeros prefeitos e prefeitas dos 139 municípios, além de respaldo político do chamado G-5, formado pelos prefeitos dos cinco maiores colégios eleitorais do Tocantins: Eduardo Siqueira (Palmas), Wagner Rodrigues (Araguaína), Josi Nunes (Gurupi), Ronivon Maciel (Porto Nacional) e Celso Morais (Paraíso do Tocantins).
A decisão do STF que manteve Laurez no cargo, paradoxalmente, força a oposição a agir com mais rapidez. A candidatura de Dorinha não pode mais “esperar o tempo do tempo”. É hora de construir uma frente ampla, com calendário e estratégia política definidos. Se não houver união, a oposição corre o risco de ser atropelada pela máquina política e administrativa de um governo que já demonstrou saber fazer política com eficiência.
DESAFIOS DA GESTÃO LAUREZ MOREIRA
O governador em exercício tem pela frente o desafio de consolidar sua autoridade, evitar perseguições políticas e manter a gestão sob seu comando, sem interferências externas. Também precisa deixar claro à população o papel de seus aliados nas diretrizes do atual governo.
Mais do que promessas, o momento exige entregas concretas de interesse público com a marca e o DNA do próprio Laurez. Ele precisa plantar administrativamente agora para colher politicamente em 2026. O perfil de seriedade e foco no futuro, característico do governador interino, será essencial para dar credibilidade à sua gestão e à sua candidatura.
O QUE SE ESPERA DA CLASSE POLÍTICA
O cenário atual pede equilíbrio. Espera-se da classe política, governistas e oposicionistas, respeito às famílias tocantinenses, ao erário público e à própria política. O processo ainda está em curso e não há, neste momento, vencedores ou derrotados.
Com o recurso de Wanderlei Barbosa a ser julgado de forma colegiada, o quadro definitivo só será conhecido nos próximos meses. Até lá, o Observatório Político de O Paralelo 13 continuará acompanhando de perto os bastidores da sucessão estadual, trazendo análises e previsões sobre os movimentos que moldarão o futuro político do Tocantins.
Saudações, Família O Paralelo 13!