Peemedebistas acreditam que diretório do PT está blefando e que dificilmente entregará cargos que ocupa no primeiro e segundo escalões do governo
Por Edson Rodrigues
O PT do Tocantins, quinto partido em número de filiações, com pouco mais de 12.700 membros, conta com três deputados estaduais, com a ressalva que nenhum deles foi eleito, pois entraram pelo voto de legenda, até hoje nunca conseguiu eleger um deputado federal e sua única participação no Congresso Nacional, hoje, é o suplente de senador, Donizete Nogueira, quem deve votar contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, poisocupa a vaga da senadora Kátia Abreu, do PMDB, licenciada para ser ministra da Agricultura,
Esse mesmo PT do Tocantins estará reunido neste sábado para decidir por sua permanência – ou não – no governo Marcelo Miranda. Essa reunião terá como motivação o posicionamento das duas deputadas federais tocantinenses, Dulce Miranda Josi Nunes, do PMDB, que votaram pela continuidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, do PT.
Após o resultado da votação, o PT do Tocantins emitiu uma nota, assinada pelo presidente estadual da legenda, Júlio César Brasil, em que se dirigiu às deputadas federais tocantinenses usando palavras como fascistas e traidoras, criando um clima nada favorável à convivência dos dois partidos no Estado.
Segundo um cacique do PMDB, a nota é apenas “uma satisfação” do PT estadual para a cúpula nacional do partido.
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA
“Impeachment/Golpe: Nota do Partido dos Trabalhadores do Tocantins à imprensa
O Partido dos Trabalhadores do Tocantins vê com tristeza e preocupação, o avanço do golpe. O dia 17 de abril de 2016 está marcado como o dia em que corruptos tentaram manchar a história de uma presidenta honesta, credenciada por 54 milhões de brasileiros, para dar continuidade a um projeto de governo que se difere pelo respeito a todos e todas.
Os fascistas, conservadores e hipócritas utilizaram o nome de Deus e de suas famílias para cravar um punhal e ferir de morte a democracia brasileira. Ironicamente, diziam “Tchau Querida”, se referindo a democracia, a liberdade, a ética e a vontade do povo, demonstrada nas urnas.
Porém convém relembrar que a luta e a caminhada não acabaram. Agora, mais do que nunca, haverá mais luta e resistência ao avanço do conservadorismo e da Direita Fascista. A Batalha agora será no Senado e no STF.
Ser militante em um momento difícil como este não é fácil, pois somos colocados a prova a cada minuto. Mas sabemos que a Luta nunca foi mais fácil para os companheiros do passado, e eles a fizeram e escreveram capítulos de muita honra e muito orgulho. Cabe a nós e a nossa geração fazer a resistência e o enfrentamento do agora. Resistir, enfrentar e avançar. Este será o nosso mantra. Ontem o mal saiu vencedor, mas não prevalecerá. Agora, mais do que antes, é preciso estarmos unidos e mobilizados, pois a Luta Continua!
Estamos igualmente entristecidos e decepcionados pela maneira como o PMDB do Tocantins se portou ontem na Câmara: Como verdadeiro oportunista e aproveitador. Nós do Partido dos Trabalhadores do Tocantins, nos sentimos traídos pelos votos das deputadas Dulce Miranda e Josi Nunes, que preferiram abraçar o golpe, ao invés de ficar do lado do povo e da democracia.
Reafirmamos que o PT do Tocantins participa do governo do Estado, porque ajudou a elegê-lo. Sem nós, Marcelo Miranda não teria ganhado as eleições. Não estamos neste governo de favor.
Ressaltamos também, o apoio integral que a bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado deu ao Governo até aqui. Porém, iniciamos ainda hoje um debate com nosso partido para discutir a nossa permanência ou não, neste governo.
A luta continua. Vamos lutar até depois do fim. Pois, lutamos “pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo” (Olga Benário Prestes).
Júlio César Brasil
Presidente Estadual do PT-TO”
Baseado nesses fatos, Júlio César Brasil, juntamente com a cúpula estadual do partido e a bancada na Assembleia Legislativa, decidiu convocar essa reunião para definir a entrega dos cargos que o PT mantém no governo Marcelo Miranda.
ANÁLISE CAULTELOSA
Dois membros do alto escalão do governo Marcelo Miranda nos fizeram uma análise, no mínimo, cautelosa das ações empreendidas até então pelo PT tocantinense: “o governo não respondeu à nota nem irá responder. Achamos que foi uma atitude precipitada do presidente do Partido dos Trabalhadores, em expor e detratar nossas duas deputadas federais, sem levar em consideração que uma delas é a primeira-dama do estado e outra, uma das políticas mais atuantes e combatentes pela causa do povo tocantinense.
Além de pejorativo nos termos, o PT foi afoito e vemos essa nota mais como uma bravata, um blefe, pois a conta é muito simples: o PT tem, nada menos que, 373 cargos temporários, mais de 150 cargos de comissionados, sem contar com os cargos de confiança, que incluem o secretário estadual da Educação, que gere o maior orçamento dentre todas as pastas do governo. Isso sem falar em diretores de colégios estaduais espalhados por todo o Estado.
Seria muito simples, mas nada fácil o PT abrir mão de todos esses cargos ir para a oposição e ficar sem essa representatividade ante os cidadãos e eleitores tocantinenses.
Na nossa opinião, o PT deveria estar agindo de uma maneira totalmente contrária ao que vem fazendo até agora, após a votação no Congresso. Eles deveriam estar tratando o governador Marcelo Miranda com toda a pompa e cerimônia possíveis, pois é esse o tratamento que recebe do governo do Estado, que sempre os considerou bons companheiros de batalha, pois é consciente do papel que o PT exerceu na corrida eleitoral, mas nem por isso vamos deixar que faltem com o respeito em relação aos nossos quadros, seja quem quer que seja, muito menos aceitaremos qualquer insinuação de chantagem por parte de um partido do qual o povo brasileiro tem nojo, um partido que levou o país para a pior crise econômica da sua história. Não cogitamos simplesmente abandonar o PT. Vamos agir com parcimônia, diplomacia, e de forma democrática.
Eles estão blefando e jogando a política suja. Isso é inadmissível”, sentenciaram nossas fontes.
Por Edson Rodrigues
O vice-líder do governo Dilma, senador Wellington Fagundes, anunciou na última sexta-feira que o PR fechou questão em favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, orientado aos senadores do partido a votar dessa forma e impedindo qualquer ação em sentido contrário.
Caso o processo passe, também no Senado, Dilma será afastada por 180 dias, período regimental em que a Casa terá para analisar, investigar e decidir ou não pelo impeachment, definindo o afastamento definitivo da presidente e colocando um ponto final da Era PT no poder.
São senadores do PR o próprio Wellington Fagundes, Magno Malta, Blairo Borges Maggi e o tocantinense Vicentinho Alves
A cúpula do PR já está em conversações com o vice-presidente Michel Temer, colocando à mesa de negociações o tamanho de sua bancada, a presidência e a participação em diversas comissões da Câmara Federal, pois sabe que o governo transitório de Temer terá que ter um bom relacionamento com partidos de grande representação e participação.
Temer buscará um governo de coalizão, com ações pontuais, como extinção de ministérios e cargos, mas terá que construir uma base forte se quiser realizar grandes mudanças, como as reformas política e previdenciária, que precisam passar pelos plenários da Câmara e do Senado.
OPOSIÇÃO RAIVOSA
Outro desafio de Temer será dar respostas rápidas ao clamor das ruas, sem espaços para amadorismos, aumento de impostos ou perda de tempo. Outro ponto crucial para Temer será a o apoio total à Operação Lava Jato, que não poderá sofrer nenhum tipo de intervenção do governo.
Temer tem que se lembrar o tempo todo que agora ele passa a ser a vidraça, o alvo em que todos os oposicionistas irão mirar sem dó nem piedade. Espera-se a oposição mais ferina de toda a história política brasileira. PT, PC do B, PDT e outros que afundarem abraçados ao PT, irão inflamar os movimentos sociais que ficarão sem a “mortadela nossa de cada dia”.
A base de Temer na Câmara e no Senado terá que ser forte o suficiente para dar uma resposta rápida ao empresariado, aos investidores internacionais e à sociedade, tudo ao mesmo tempo.
É por isso que a conquista do PR, com sua base de 34 deputados federais e quatro senadores, entre eles o primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, Vicentinho Alves, é tão importante para Temer.
A conquista do PR significa, não só uma base maior de apoio, mas uma perda enorme nas pretensões do PT em manter o partido sob suas asas.
Temer, sem dúvida, marcou um importante território nessa batalha que está apenas começando....
O afastamento da presidente Dilma por 180 dias e o seu virtual impeachment já são considerados inevitáveis pelos maiores especialistas políticos e jurídicos do país.
Por Edson Rodrigues
Paralelamente ao andamento do processo de impeachment no Senado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acelera o processo investigativo contra os detentores de mandatos de deputado federal, senador e governador, com foro privilegiado, que tiveram seus nomes citados nas delações premiadas da Operação Lava Jato. Apenas a planilha da Odebrecht que o ministro Teori Zavascki mandou investigar, traz nada menos que 300 nomes de políticos de 24 partidos, que receberam valores da maior empreiteira do Brasil.
A planilha foi apreendida em fevereiro, durante a Operação Acarajé, um desdobramento da Lava Jato, na residência do empresário Benedito Barbosa Jr. e traz nomes e valores de forma bem clara, detalhada e datada, pagos como propina e usados como caixa 2 ou para enriquecimento ilícito, já que em vários casos os valores são maiores que os declarados pelos recebedores.
LULA
Os investigadores da Operação Lava Jato consideram ter elementos mais que suficientes para levar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ao banco dos réus, acusado de envolvimento com a organização criminosa que corrompeu e lavou dinheiro desviado da Petrobras e pelo caso do sítio em Atibaia, SP, em que Lula diz não ser o proprietário.
EMPRÉSTIMOS DO BNDES
O pagamento de propina para a liberação de empréstimos do BNDES para obras no exterior, como revelado pela empreiteira Andrade Gutierrez para a construção de uma siderúrgica na Venezuela, foi cobrado, também, de outras empreiteiras que tinham obras financiadas pelo banco em outros países.
LULA X SÉRGIO MORO X POLÍCIA FEDERAL
Uma fonte próxima, em Brasília, nos informou que é mais fácil que um elefante passe pelo buraco de uma agulha que o ex-presidente Lula escapar das mãos da Justiça, por meio das ações do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Segundo essa fonte, a matéria publicada recentemente pela revista Veja, dando conta de que Lula prepara um pedido de asilo político ao governo italiano é mais que assertiva e o PT vem fazendo o máximo para esconder essa manobra.
CUNHA E LULA: “OS INTOCÁVEIS”
O próximo “peixe grande” a cair nas malhas da Justiça é o presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha, que vem sendo citado por vário e vários delatores e, segundo nossa fonte, não há mais como os dois, Lula e Cunha, escaparem de punições.
Os dois são acusados de se beneficiar de dinheiro público desviado e de propinas e os documentos apreendidos pela Polícia Federal mostram isso de maneira bem clara. Junto com eles, 279 políticos, cujos nomes aparecem na planilha da Odebrecht, entram agora na mira da Suprema Corte, que deve agir de forma célere e urgente, de acordo com o clamor das ruas.
TOCANTINS: FICHAS SUJAS SERÃO BARRADOS
Com o andar das investigações da Justiça, será quilométrica a lista de políticos tocantinenses enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Eles são, na grande maioria, ex-prefeitos, ex-vereadores, ex-presidentes de Câmaras Municipais, ex-ordenadores de despesas, ex-secretários de estado e ex-secretários municipais.
Tirando por alto, uns 12% desses que aparecerão na lista dos fichas-sujas, só estarão nela por pura falta de conhecimento técnico e da legislação específica das licitações.
Já os ex-prefeitos, 90% deles estão quebrados, mendigando cargos nos gabinetes dos deputados e senadores, pagando pelo pecado de não terem escolhido pessoas capacitadas para seus quadros de auxiliares. Dessa atitude surgiram irregularidades em licitações, prestações de contas erradas e outras mancadas, todas rejeitadas pelo Tribunal de Contas.
Como a Justiça é cega, todos os que cometeram infrações, seja por desconhecimento, seja por más intenções, são considerados fichas-sujas por igual. Ou seja, “pau que dá em Chico, dá em Francisco”!
O problema é que a situação se agrava a cada dia que passa, com o bloqueio de bens, confisco de contas bancárias, quebras de sigilo telefônico e bancário e todo e qualquer tipo de obtenção de provas que a Justiça pode utilizar.
O brasil, finalmente, parece estar trabalhando pelo fim da impunidade e muitos ficarão surpresos ao tentar registrar seus nomes como candidatos nas próximas eleições. Desta vez não haverá mais o velho jeitinho nem as liminares que garantiam a participação nas eleições, pois os processos estão andando rápido. Engana-se quem acha que pode escapar das mãos da Justiça como acontecia antigamente.
Finalmente é chegada a hora de dizer adeus aos corruptos!
Enquanto Veja tem com o assunto principal a figura de Eduardo Cunha, Época e Istoé trazem novas delações que comprometem pessoalmente a figura da presidente da República com a corrupção
VEJA: CUNHA: UMA UNANIMIDADE NACIONAL
De aliado a algoz do governo, Eduardo Cunha encarna o papel do político mais detestado do país, inclusive entre os defensores do impeachment de Dilma, e volta a recorrer a infindáveis manobras para escapar da guilhotina — até quando?
Até para triunfar no posto de político mais odiado do Brasil é preciso algum esforço. Nos ventos da crise, o deputado Eduardo Cunha, 57 anos, eleito com 233 000 votos pelo PMDB do Rio de Janeiro, é o campeão inconteste nesse quesito - daí o título que VEJA traz na capa desta edição: #Fera, Odiado e do Mal. Fera por sua capacidade incomparável de ir em frente com seus objetivos, mesmo que seja contra tudo e contra todos. Odiado porque a pesquisa mais recente do instituto Datafolha mostra que 77% dos brasileiros querem a cassação do seu mandato. E do Mal porque não param de aparecer depoimentos nos quais Cunha é apontado como um sujeito agressivo, capaz de inspirar medo em seus adversários. E #Fera, Odiado e do Mal, assim tudo junto, para fazer uma referência jocosa ao título "Bela, Recatada e 'do Lar' ", que VEJA publicou em reportagem sobre Marcela Temer, mulher do vice-presidente Michel Temer - título que estourou na web, gerando memes absolutamente impagáveis.
A presidente Dilma Rousseff diz que Eduardo Cunha é traidor, vingativo, chantagista e, como insinua com frequência, corrupto. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tachou-o de "extremamente agressivo" e dado a retaliações. Uma minoria barulhenta da Câmara se refere a ele como "gângster" e "ladrão", como se ouviu na votação do impeachment. Empresários denunciam-no por extorsão. Cunha é acusado de embolsar propinas milionárias do petrolão, de ser correntista oculto de bancos na Suíça e de mentir aos colegas, o que configura quebra do decoro parlamentar. Mesmo com tantos rivais e denúncias, ele continua à frente da presidência da Câmara, submetendo a Casa a suas pautas e interesses pessoais. Sob sua presidência, os deputados aprovaram o pedido de impedimento de Dilma, e o vice Michel Temer está a um passo do Palácio do Planalto.
E que ninguém pense que Cunha está morto. Na histórica sessão de domingo passado, que decretou o enterro político do governo Dilma, deputados chegaram a defender uma anistia a Cunha por seu papel decisivo no processo. Tudo às claras, diante das câmeras de TV. Mas há outro motivo, oculto e eloquente, para a tentativa de torná-lo inimputável. Cunha tem se mostrado um provedor generoso. Ninguém sabe tocar tão fundo na alma, na consciência e no bolso dos deputados. Ninguém distribui tantas benesses e favores de forma tão democrática, do alto ao baixo escalão. Tecida durante anos a fio, essa rede de cumplicidade se recusa a passar na guilhotina o pescoço de Cunha.
ÉPOCA: DONO DA ENGEVIX DELATA PROPINA PARA CAMPANHA DE DILMA
O engenheiro José Antunes Sobrinho, de 63 anos, prosperou nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele é um dos donos da Engevix, empreiteira que ascendeu a partir de 2003, por meio de contratos, financiamentos e empréstimos obtidos com estatais e bancos públicos. A empresa valia R$ 141 milhões em 2004. Dez anos depois, faturava R$ 3,3 bilhões. O modelo de negócios de Antunes era simples e eficiente, adaptado ao capitalismo de Estado promovido pelos governos petistas. Consistia em corromper quem detivesse a caneta capaz de liberar dinheiro público à empresa dele. Ou, se esse estratagema não fosse suficiente, corromper os chefes políticos e amigos influentes daqueles que detivessem as canetas. Antunes e seus sócios pagavam propina, portanto, para conseguir o acesso ao dinheiro público barato que, por sua vez, permitiria à Engevix conseguir, mediante mais propina, os grandes contratos públicos de serviços e obras, em estatais como Petrobras, Eletronuclear, Furnas, Infraero e Belo Monte.
Antunes era bom no que fazia, conforme atestam os números da Engevix. Talvez bom demais. A exemplo de outros empreiteiros que seguiam o mesmo modelo de negócios, foi preso na Operação Lava Jato. Tornou-se acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e, entre outros crimes, de participar do cartel de empreiteiras que, associado em especial aos políticos do PT e do PMDB, destruiu a Petrobras e devastou outras estatais durante os governos Lula e Dilma. Preso desde setembro em Curitiba, Antunes resolveu entregar aos procuradores da Lava Jato tudo – ou grande parte – do que sabe. As negociações, que estão em estágio avançado, passaram a envolver recentemente a equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Muitos dos crimes admitidos por Antunes envolvem, direta ou indiretamente, políticos com foro privilegiado – aqueles que, muitas vezes, são os donos de fato de quem move as canetas nas estatais.
A revista Época obteve acesso, na íntegra e com exclusividade, à última proposta de delação entregue pelos advogados de Antunes aos procuradores. São 30 anexos, cada um deles com fatos, pessoas e crimes distintos.
No documento e em conversas com procuradores da República, Antunes disse ter pago propina a operadores que falavam em nome do vice-presidente da República, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB. Segundo ele, nos governos petistas, os dois patrocinaram a nomeação de afilhados políticos em estatais como Petrobras e Eletronuclear. Antunes também afirmou ter pago milhões em propina ao caixa clandestino do PT, em razão de vantagens indevidas obtidas pela Engevix na Caixa, no fundo de pensão do banco, a Funcef, em Belo Monte, na Petrobras e no Banco do Nordeste. Ainda de acordo com Antunes, o PT, em especial por meio de José Dirceu e João Vaccari, ambos presos na Lava Jato, também patrocinava afilhados políticos nesses órgãos públicos. Antunes disse que foi pressionado por Edinho Silva, então arrecadador de Dilma e hoje ministro no Planalto, a financiar a campanha da presidente em 2014.
Antunes e boa parte dos principais delatores da Lava Jato afirmam que esse modelo de negócios só era possível graças à maior das canetas: a do presidente da República. Sem ela, seja com Lula, seja com Dilma, nenhum desses afilhados políticos estariam nos postos para os quais foram despachados por PT e PMDB, os dois principais partidos da coalizão governista. Para manter boas relações com o Planalto, Antunes diz que pagou para ter a influência do advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma, conforme revelou a revista. Afirma que pagou, também, para a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que foi, até 2010, a principal assessora de Dilma. A seguir, alguns dos principais episódios narrados por Antunes. Se sua proposta de delação for aceita, o depoimento, somado a provas que Antunes promete apresentar, pode ser valioso para as investigações da Lava Jato.
ISTOÉ: A DELAÇÃO QUE COMPROMETE DILMA
Assessor especial de Dilma Rousseff, o discreto Giles Azevedo é considerado no Palácio do Planalto os olhos e os ouvidos da presidente da República. O único na Esplanada com autorização para falar em nome de Dilma e a quem ela confia as mais delicadas tarefas. Por isso, quem recebe instruções do fiel auxiliar da presidente não entende de outra maneira: ele fala na condição de enviado da principal mandatária do País. Foi com essa credencial que Giles se aproximou da publicitária Danielle Fonteles, dona da agência Pepper Interativa. Em uma série de encontros, muitos deles mantidos na própria residência da publicitária no Lago Sul, em Brasília, Giles orientou Danielle a montar a engenharia financeira responsável por abastecer as campanhas de Dilma de 2010 e 2014 com recursos ilegais. A maior parte do dinheiro oriunda de empreiteiras do Petrolão e de agências de comunicação e publicidade que prestam serviço para o governo federal.
As revelações foram feitas pela própria dona da Pepper em seu acordo de delação premiada, a cujo conteúdo a revista ISTOÉ teve acesso. Ainda não homologado, o depoimento tem potencial explosivo, pois sepulta o principal argumento usado até agora por Dilma para se apresentar como vítima de um “golpe” destinado a apeá-la do poder: o de que não haveria envolvimento pessoal seu em malfeitos. Agora, fica complicado manter esse discurso em pé. No governo, e fora dele, há um consenso insofismável: Giles é Dilma.
Nas conversas com Danielle, segundo a delação, Giles tratava sobre as principais fontes de financiamento que irrigariam as campanhas de Dilma por intermédio da Pepper. Sem registro oficial. Segundo ela, as orientações partiam do discreto assessor da presidente.
Mesmo representando grupos diferentes, senadores tocantinenses têm tudo para atuar como protagonistas das eleições municipais
Por Edson Rodrigues
A demarcação de território para os dois senadores tocantinenses com a chegada do PMDB à presidência da república em maio torna-se inevitável. Vicentinho Alves, homem de confiança do presidente do Senado, Renan Calheiros e primeiro secretário da Mesa Diretora da Casa mantém-se no cargo como fiel escudeiro e homem importante na aprovação de Leis e ações do governo. Já Kátia Abreu, a ministra mais bem avaliada do governo Dilma Rousseff, não tem “telhado de vidro” e deve recuperar-se a longo prazo do desgaste por ter se mantido ao lado da sua amiga presidente até o último momento, principalmente por ter colocado à prova toda a sua lealdade.
KÁTIA ABREU
KÁTIA ABREU E IRAJÁ; VICENTINHO, VICENTINHO JR.,: JUNTOS SÃO MAIS FORTES
Os que pensaram que Kátia Abreu estaria morta, politicamente, por seu posicionamento, fizeram uma leitura errada, pois deixaram de levar em consideração que a senadora e ministra tem uma garra extraordinária, é guerreira, gosta de desafios e ainda tem mais de seis anos e meio de mandato como senadora.
O momento de Kátia, agora é de se integrar com suas bases eleitorais nos municípios, buscar uma aproximação ainda maior com o eleitorado, tendo como condutor seu filho, Irajá Abreu que vem trabalhando muito bem nesses alicerces eleitorais, via presidência do PSD no Estado, que agregou bons nomes nos principais municípios, com chances reais de eleição ou reeleição, aproveitando-se de maneira correta da janela para as filiações e trocas de partido.
VICENTINHO ALVES
Já o senador Vicentinho Alves vem traçando uma caminhada similar à da senadora Kátia Abreu, pois tem no seu filho, deputado federal Vicentinho Júnior seu articulador junto ás bases nos municípios tocantinenses, com a diferença que vem sendo a “tábua de salvação” de muitos prefeitos, vereadores e candidatos, conseguindo liberação de verbas e articulando candidaturas, com mais de 80 realizações em sua conta, tendo Porto Nacional, sua terra natal como maior exemplo, transformada em um verdadeiro canteiro de obras, com mais de 10 bairros asfaltados, construção de calçadão, meio-fio, iluminação pública, internet gratuita em todo o município, doação de área pública para instalação de indústrias mecânicas, pré-moldados, serralherias, confecções e serrarias, reunindo mais de 200 empreendimentos, com financiamentos do Basa, banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além de recuperação das estradas vicinais e construção de pontes de concreto.
Vicentinho pai e Vicentinho filho juntaram-se, de maneira inteligente, com o prefeito Otoniel Andrade, em uma parceria muito importante para Porto Nacional, que resultou, principalmente, na construção de escolas de tempo integral, tão importantes para os trabalhadores, pois suprem as necessidades não só de educação, mas de onde poder deixar as crianças durante o trabalho, deixando no eleitorado a boa impressão de que estão fazendo tudo o que podem por sua cidade e pelo seu Estado.
UNIÃO É QUESTÃO DE TEMPO
A união entre Kátia Abreu e Vicentinho Alves é uma questão de tempo, pois já perceberam que unidos poderão eleger dezenas de companheiros em diversos municípios tocantinenses, principalmente em Palmas, centrando suas atuações em torno do nome do ex-governador e atual deputado federal Carlos Gaguim, que aparece em boa conta junto ao funcionalismo público estadual.
A união dos três pode criar uma nova e poderosa força política em todo o Estado e acelerar a recuperação e consolidação política dos senadores.
MARCELO MIRANDA
MICHEL TEMER E MARCELO MIRANDA: NOVAS ESTRADAS
O governador Marcelo Miranda, a partir de maio, com a provável posse de Michel Temer na presidência da república, de preterido a preferido do Palácio do Planalto. Colocado no congelador pelo PT da presidente Dilma, do mensalão e do petróleo, viu seus principais articuladores em Brasília, as deputadas Dulce Miranda e Josi Nunes, sofrerem do mesmo mal.
Com a posse de Temer, Marcelo assume o lugar antes ocupado pela senadora Kátia Abreu e pelo senador Vicentinho Alves, juntamente com seus filhos.
Queiram ou não, Marcelo ganham mais oxigênio em Brasília e passa a transitar com mais desenvoltura nos ministérios, o que pode significar mais recursos para áreas importantes como a Saúde Pública, a Educação e a Segurança, que se encontravam na UTI.
Temer na presidência significa maior facilidade na alocação de milhões e milhões de reais em recursos para a pavimentação de rodovias, recuperação de estradas vicinais, revitalização dos projetos Rio Formoso e São João, construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional e diversas outras obras importantes, além da chance crucial de respaldar a recuperação de várias administrações municipais, recuperando a popularidade de prefeitos e vereadores.
Essa nova posição, coloca Marcelo Miranda no patamar de um dos principais cabos eleitorais em agosto, quando inicia-se o processo sucessório nos municípios, principalmente na Capital, palmas, local onde o governador já estuda o apadrinhamento de uma candidatura.
As eleições municipais serão uma espécie de termômetro das forças políticas estaduais para a próxima eleição ao governo do Estado e, com o andar sinuoso da carruagem, a cada momento que se olha, o quadro eleitoral é um. A cada modificação, um novo mapa político se desenha e, a cada novo mapa, uma nova estrada se constrói rumo à retomada do desenvolvimento do Tocantins.
Que essa estrada deixe para trás os políticos que têm a cara de pau de admitir que atuam e que estão na política por seus filhos, por suas esposas por suas sogras, por suas amantes, por seus times, por tudo, menos pelos eleitores que os elegeram.
Que essa nova estrada relegue a velha política à poeira do passado!