“Não se preocupe, não tenha pressa. O que é seu, encontrará um caminho para chegar até você. Deus não demora, ele capricha”.
CAIO FERNANDO ABREU
Por Edson Rodrigues
“Uma mulher filósofa, ética e ficha limpa, que nunca fez da política um meio de promover a si própria, mas, sim, de servir ao povo de Gurupi e do Estado será muito importante para Gurupi ter uma prefeita integrada ao governo do Tocantins, principalmente quando, pela primeira vez, o governador é um cidadão gurupiense”.
Com essas palavras o senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, exaltou a candidatura de Josi Nunes à prefeitura da Capital da Amizade, mostrando que um governo de “parcerias” será o melhor para Gurupi.
APOIO DO GOVERNO ESTADUAL
Tudo o que o senador Eduardo Gomes ressaltou coincide com o que o governo de Mauro Carlesse deseja para Gurupi, com uma comandante do Executivo Municipal que possa ter, junto com o Palácio Araguaia, um governo de diálogo com o governo estadual e com a sociedade, com o aval de um parlamentar da altura de Eduardo Gomes, capaz de carrear recursos federais para a cidade e para os demais 138 municípios tocantinenses.
Seria, segundo analistas, a união do útil com o agradável, representando uma grande possibilidade de progresso para Gurupi que, por sua vez, “puxaria” o desenvolvimento econômico do Estado, beneficiando o governo nas duas pontas, a do municipalismo e a do desenvolvimentismo.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 7, que acabou com a Operação Lava Jato, porque, segundo ele, “não há mais corrupção no governo”
Com Agências
A declaração foi uma resposta às críticas de lavajatistas por ter se aproximado de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que se posicionam contrários à operação tocada pelo ex-juiz Sérgio Moro.
Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli chancelaram o nome do desembargador Kassio Marques para a vaga na Corte. Bolsonaro selou a indicação após uma reunião com os dois magistrados. O gesto motivou uma reação negativa de apoiadores e aliados tradicionais do presidente.
“É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, disse no Palácio do Planalto nesta tarde, quando discursava no lançamento do Programa Voo Simples, do Ministério da Infraestrutura, que promete modernizar as regras de aviação no País.
A declaração ocorreu momentos depois de os ministros do STF decidirem alterar o regime interno para que ações penais e inquéritos voltem a serem analisados pelo plenário e não mais pelas duas turmas de julgamento.
Na prática, a medida retira os casos da Lava Jato da Segunda Turma, composta pelos ministros Edson Fachin, Carmén Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e o decano, Celso de Mello, que se aposenta no dia 13. Para o lugar dele, Bolsonaro indicou o desembargador Kassio Marques. Para ser oficializado, no entanto, o magistrado precisa ser sabatinado e ter o nome aprovado no Senado.
Com a alteração, as ações penais passarão a ser levadas para análise do plenário, formado pelos onze integrantes do tribunal. A mudança foi proposta pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux, que elaborou emenda para revogar trechos do regimento interno que previam a competência das turmas para julgar ações penais contra autoridades com foro privilegiado.
O movimento de Fux é visto como uma reação para blindar a Lava Jato. Com a possível chegada de Marques à Segunda Turma, o receio era um reforço no grupo formado por Gilmar e Lewandowski contra a operação.
A indicação de Kassio, costurada com o apoio do Centrão e do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), vem sendo contestada por diversos grupos de apoio ao presidente. Evangélicos, ideológicos militares e lavajatistas externaram nas redes sociais e nos bastidores do governo a decepção com o escolhido. Como o Estadão mostrou informações do currículo do desembargador são inconsistentes.
Nesta tarde, Bolsonaro voltou a sair em defesa de Marques.”Quando eu indico qualquer pessoa para qualquer local, eu sei que é uma boa pessoa tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe da grande mídia”, disse Bolsonaro.
Na semana passada, ao confirmar a indicação do STF em transmissão nas redes sociais, Bolsonaro disse que já “tomou muita tubaína” com o desembargador.
Integrantes do primeiro escalão dizem que a expressão “tomar tubaína” usada pelo presidente define o tipo de aliados que quer por perto neste momento. Saem os radicais, entram pessoas com capacidade de articulação política que ele precisa para seguir no governo.
Na prática, Bolsonaro se cercou de quem pode ajudá-lo não apenas a afastar de si a pressão de inquéritos que envolvem a família, mas a abrir caminhos à reeleição em 2022. Gilmar e Toffoli são os dois integrantes do STF na República da Tubaína, composta também por líderes do Centrão.
Oposição briga para aprovar medida provisória que garante R$ 600 de auxílio emergencial até o fim do ano
Por Agência Brasil
A Câmara dos Deputados cancelou a sessão de votações da tarde desta terça-feira (6) após obstrução de vários partidos.
O primeiro item da pauta era a Medida Provisória 993/20, que permite a prorrogação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), até o dia 28 de julho de 2023, de 27 contratos de pessoal por tempo determinado.
Não há outra sessão de votação marcada para esta semana na Casa. No início da tarde, líderes de siglas da oposição anunciaram a obstrução da pauta de votação até que seja pautada a Medida Provisória 1000/20, que prorroga o auxílio emergencial até dezembro com o valor de R$ 600 mensais.
A oposição tem articulado para que o governo mantenha o valor de R$ 600 até o final do ano. "Estamos entrando em obstrução política. O governo faz de tudo para deixar a medida provisória caducar porque ela já está com seus efeitos sendo realizados. O governo não quer votar a medida provisória. Não aceitaremos votar nada se não entrar em pauta a MP 1000, do auxílio emergencial, em respeito ao país", disse o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE).
Comissão Mista dos Partidos da base aliada também integraram a obstrução aos trabalhos do plenário por não ter sido instalada a Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta terça-feira. A instalação já havia sido adiada na semana passada em busca de um acordo sobre a distribuição de vagas entre os deputados, a pedido de líderes partidários da Câmara.
Ainda não há data para a eleição do presidente do colegiado e para a indicação dos relatores dos projetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLN 9/2020) e da Lei Orçamentária Anual (PLN 28/20
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro está sendo pressionado pela família a sair do Brasil. A ideia é que ele passe uma temporada dando aulas de Direito em outro país. E, assim, fique distante da política e de eventual projeto eleitoral de concorrer à Presidência.
Por Mônica Bergamo - colunista da Folha de são Paulo
O então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, durante entrevista coletiva, em Brasília - Marcelo Camargo - 14.fev.2020/Agência Brasil
JÁ DEU
A mulher dele, Rosângela Moro, tem repetido a interlocutores que o marido já deu a contribuição que tinha que dar ao país e que a política partidária, com seus embates selvagens, não seria para ele. Estaria na hora de novamente cuidar da vida pessoal e profissional.
OUTRO LADO
O próprio Moro também já disse a políticos que o visitam que não se sente inclinado a disputar um cargo eleitoral.
TOM
O ex-juiz baixou o tom nas redes sociais em relação a Bolsonaro —e até já disse, em conversas reservadas, que não deveria ter saído do governo da forma que fez: atirando.
FREIO
O movimento lava-jatista, do qual Moro é estrela, tem sofrido derrotas seguidas na esfera política. A indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o STF (Supremo Tribunal Federal) é a mais recente delas —deixando o ex-ministro e seus seguidores cada vez mais isolados.
PRAZO
A segurança é outra preocupação da família do ex-ministro: neste mês ele acaba de cumprir a quarentena obrigatória desde que saiu do Ministério da Justiça, perdendo também o direito a escolta da Polícia Federal.
Ex-presidente é o destaque do horário eleitoral gratuito do partido
Por Ricardo Galhardo
O governador João Doria (PSDB) é o alvo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na estreia do programa de TV de Jilmar Tatto, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. O horário eleitoral gratuito começa nesta sexta-feira, 9. Lula gravou quatro participações para o programa de Tatto. Em uma delas faz uma provocação a Doria e ao PSDB. O ex-presidente será o destaque do programa do candidato petista.
“São Paulo precisa de um prefeito que trabalhe pelo povo do primeiro ao último dia de mandato”, diz o ex-presidente. É uma alusão discreta ao fato de que Doria deixou a prefeitura depois de apenas 15 meses de mandato para disputar o governo do Estado. No lugar dele assumiu o vice, Bruno Covas (PSDB), que disputa a reeleição.
A crítica a Doria faz parte da estratégia do PT de vincular o governador – eleito em 2018 com a estratégia do “Bolsodoria” – ao presidente Jair Bolsonaro. Na campanha, o PT vai dizer que tanto Doria quanto o presidente, hoje adversários, fazem parte do mesmo projeto político de desmonte do estado e retirada de direitos dos trabalhadores.
O PT espera usar os programas iniciais do horário eleitoral para mostrar que o ex-secretário é o candidato do PT na cidade e, assim, alcançar o patamar mínimo de votos do partido na Capital, em torno dos 15%. Hoje Tatto tem apenas 1% das intenções de voto, segundo o Ibope.
Além disso, o PT pretende usar o capital político de Lula. Pesquisas mostram que apesar de ainda ter rejeição alta, o ex-presidente tem maior capacidade de influenciar o eleitor do que outros “padrinhos” como Bolsonaro e Doria.
O ex-prefeito Fernando Haddad também deve aparecer no horário eleitoral de Tatto. A ideia é usar Haddad para reivindicar o legado das administrações petistas na cidade e reforçar a estratégia de que o governo Doria/Covas retirou direitos criados por prefeitos petistas. Como exemplos o PT vai usar a redução do tempo para baldeações do Bilhete Único de quatro para duas horas e do programa Leve Leite.
Além disso, Lula deve usar o horário na TV para falar de temas nacionais e se opor a Bolsonaro, sempre usando a cidade como vetor do discurso.