Da Assessoria
A eleição de Professora Dorinha (UB/TO) ao Senado teve grande representatividade. Os 395.408 mil votos recebidos por Dorinha, neste dia 2 de outubro, fazem dela a mulher com a maior soma de votos da história do Tocantins. Nenhuma outra mulher que tenha disputado um cargo eletivo pelo Estado alcançou tamanha quantidade de votos numa eleição. Um feito que demonstra a força da mulher na disputa eleitoral no Estado.
“Sem dúvida essa é uma grande vitória para todas nós mulheres tocantinenses. Quero reforçar meu agradecimento a todos e a todas que acreditaram no projeto de mudar a presença do Senado na vida dos tocantinenses, com a proposta de fazer um mandato mais próximo das pessoas”, afirmou Dorinha.
A votação maiúscula de Dorinha também fez dela a senadora mais bem votada da história do Tocantins, superando a quantidade de votos recebida por cada um daqueles que já disputaram o cargo de Senado pelo Estado.
Outro fator que merece destaque é que Dorinha é a mulher no Brasil com a segunda melhor votação percentual ao Senado nesta eleição. Com 50,42% dos votos válidos no Tocantins, Dorinha obteve o segundo melhor percentual de votos entre as mulheres eleitas neste 2 de outubro ao Senado no país.
Dorinha só fica atrás da ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, Tereza Cristina, que no Mato Grosso do Sul obteve 60,85% dos votos. As outras duas senadoras eleitas este ano foram Teresa Leitão, que obteve 46,12% dos votos em Pernambuco, e a ex-ministra da Mulher Damares Alves, eleita com 44,98% dos votos no Distrito Federal.
O Observatório Político de O Paralelo 13 fez vários alertas e foi insistente que, em caso de derrota nas eleições de ontem, alguns políticos tocantinenses fariam parte “de corpo presente” de um sepultamento coletivo, caso suas candidaturas não terminassem em vitória. E foi exatamente isso que aconteceu.
Por Edson Rodrigues
Ante ao poderio da candidatura do governador Wanderlei Barbosa à reeleição, ao lado da deputada federal Dorinha Seabra ao Senado, alguns dos políticos mais tradicionais – e alguns da nova leva, também – acabaram sucumbindo, tomando decisões errôneas e, a partir de hoje passam a trazer em seus currículos uma derrota acachapante, difícil de ser ignorada pelos eleitores nos próximos pleitos e, principalmente, muito difícil de ser explicada.
Wanderelei Barbos com o pai Fenelon o vice Laurez Moreira e a senadora eleita Professora Dorina Seabra
Wanderlei Barbosa, em uma jogada de mestre, montou uma estrutura de campanha e um grupo político repleto de bons nomes. Juntou-se a Laurez Moreira, seu candidato a vice-governador e à Dorinha Seabra como candidata a senadora. Por trás dessa chapa majoritária, estavam vários bons nomes a deputado federal e estadual, com penetração em todas as regiões do Estado, configurando um aglomerado político muito difícil de ser batido.
O grupo era tão bom, que atraiu a atenção da senadora Kátia Abreu e de seu filho, o também senador Irajá Abreu. Kátia chegou a dar declarações à imprensa elogiando o trabalho de Wanderlei Barbosa, participou de cerimônias e eventos palacianos e, realmente, chegou a ser cogitada pelo grupo político.
MOVIMENTOS ESTRANHOS
Mas, eis que Irajá Abreu, primeiro, resolve apoiar a candidatura do deputado federal Osires Damaso ao governo. Um movimento estranho, que causou um estremecimento no relacionamento de Kátia Abreu com o grupo palaciano.
Kátia Abreu em encontro Político com Osires Damaso
Kátia já não contava com a simpatia unânime dentro do Palácio Araguaia e, quando Irajá Abreu resolveu, em uma convenção partidária realizada em Lavandeira, um dos menores colégios eleitorais do Estado, longe da imprensa e das cúpulas dos partidos, lançar a si próprio como candidato ao governo, deixando Osires Damaso em maus lençóis, Kátia Abreu se viu sem nenhuma “moeda de troca” para barganhar com o grupo palaciano que, de imediato, resolveu apoiar Dorinha Seabra ao Senado.
Os movimentos de Irajá Abreu foram estranhos por dois motivos: primeiro, ele só se elegeu senador por conta do prestígio de sua mãe. Segundo, sem nenhum grupo político definido ou grandes lideranças a apoiá-lo, revelou-se candidato ao governo depois de declarar seu próprio apoio a um candidato.
De uma tacada só, Irajá Abreu prejudicou sua mãe – muitos chamam isso de traição –, praticamente forçou Osires Damaso a desistir de sua candidatura ao governo, e colocou a si próprio em situação delicada, pois claramente não reunia nem experiência política nem um grupo de apoio, com partidos e lideranças políticas, necessários para uma empreitada tão audaciosa.
MAIS MOVIMENTOS ESTRANHOS
Kátia Abreu em fala de apoio a Marcelo Miranda e Dulce Miranda
Depois de ter o caminho de sua derrota política pavimentado pelo seu próprio filho, Kátia Abreu se viu “no mato sem cachorro”, com pouco tempo para mudar suas estratégias e reinventar sua candidatura à reeleição.
Mas, a solução escolhida por ela passava por outro movimento estranho aos eleitores e acabou naufragando, levando junto um dos políticos mais carismáticos do Tocantins e, de lambuja, sua esposa.
A união impensável entre o ex-governador Marcelo Miranda e sua esposa, deputada federal Dulce Miranda com Kátia Abreu surpreendeu a todos no meio político. Primeiro porque Kátia já tinha uma grande rejeição entre os deputados estaduais e, segundo, porque o próprio Marcelo Miranda, por várias e várias vezes, havia afirmado que jamais estaria em um mesmo palanque político que Kátia Abreu.
Não se sabe o quanto a ausência do saudoso Dr. Brito Miranda, que jamais perdeu uma eleição no Tocantins, teve reflexos nos caminhos escolhidos por Marcelo Miranda, mas, certamente, faltou orientação e coerência, e o resultado não poderia ser outra: Kátia Abreu, Marcelo Miranda e Dulce Miranda não se elegeram, e vãos e juntar à “família” Dimas, Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína e candidato a governador, e Tiago Dimas, candidato à reeleição como deputado federal, que também sofreram derrotas desmoralizantes.
Tudo dentro do que foi previsto pelo nosso Observatório Político.
PROFESSOR DE DEUS
Ex-prefeito Ronaldo Dimas o derrotado
Ronaldo Dimas, aliás, é um caso exemplar de “murro em ponta de faca”. Considerado um dos melhores prefeitos da história de Araguaína, com administrações que trouxeram desenvolvimento e melhores condições de vida à população da cidade – tanto que conseguiu eleger seu sucessor e boa parte da Câmara de Vereadores – Dimas parece que deixou o sucesso subir à cabeça.
Essa é a única explicação plausível para que ele tenha imposto sua candidatura para o governo ao seu grupo político, mesmo que isso significasse contrariar prefeitos dos 11 maiores colégios eleitorais do Tocantins, que queriam o senador Eduardo Gomes como candidato.
Dimas “bateu o pé” e Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, para evitar um “racha’ no grupo político, resolveu não só apoiar, mas coordenar a campanha do ex-prefeito de Araguaína.
Senador Eduardo Gomes com o presidente Jair Bolsonaro
Eduardo Gomes trabalhou ininterruptamente para tentar transferir seu prestígio a Ronaldo Dimas, tanto que conseguiu apoio dos prefeitos de Gurupi, Josi Nunes, e de Paraíso do Tocantins, Celsim Morais, além de colocar uma ótima infraestrutura de campanha à disposição do seu candidato, trazendo, também, diversos bons nomes para as chapas proporcionais e, em um último esforço, o presidente Jair Bolsonaro, que esticou uma motociata do estado do Maranhão até a região do Bico do Papagaio, onde pediu votos para Dimas.
Mas a arrogância de Ronaldo Dimas e seu jeito de “professor de Deus”, não foram bem recebidos nem em seu grupo político nem no eleitorado tocantinense.
Na verdade, a candidatura de Dimas nunca chegou a decolar, ficando presa ao solo pelo peso do seu ego, que acabou tendo reflexos na vida política do seu filho, Tiago Dimas, que não conseguiu se reeleger deputado federal.
ELEITORADO DEU A SENTENÇA
Por fim, como em toda eleição, coube aos eleitores julgar o comportamento, as propostas e as atitudes dos candidatos que concorreram à uma vaga de governador, uma de senador, oito de deputado federal e 24 de deputado estadual.
E a sentença foi dura. Ficou que o povo julgou estar trabalhando direito, entrou que os eleitores acharam que mereciam uma chance e ficaram de fora os que provocaram dúvidas, trouxeram incertezas e demonstraram comportamentos incertos ou estranhos aos seus olhos.
Kátia e Irajá Abreu, Ronaldo Dimas, Tiago Dimas, Marcelo e Dulce Miranda são apenas os nomes mais conhecidos dos derrotados, mas, sabemos, muitos outros nomes tradicionais da política tocantinense também ficaram de fora, engrossando a fila do “sepultamento político coletivo”.
Irajá Abreu e Kátia Abreu mãe e filho - Marcelo Miranda e Dulce Miranda, marido e esposa
Foram derrotas duras e amargas, difíceis de serem digeridas e revertidas, mas todos os que possuem históricos de serviços prestados ao Tocantins, apesar deste sepultamento político, ainda têm condições de se repaginar, se reinventar e recomeçar suas carreiras. Mas, antes disso, precisam calçar as “sandálias da humildade”, repensar suas atitudes e fazer uma profunda reflexão, em busca das respostas sobre o que fizeram ou estão fazendo de errado, que os levou a serem rejeitados pelos eleitores.
Como dizia o saudoso Tancredo Neves, “fazer política tem a ver com amor e servir ao povo, não a si próprio”.
Fica a dica!
Eleições gerais brasileiras, 2022
Por Edson Rodrigues
Amanhã, dia dois de outubro, finalmente, será realizada a eleição mais esperada dos últimos anos em todo o Brasil e no Tocantins, em particular. Uma eleição em que todos os eleitores poderão comparecer às suas seções eleitorais, digitar o número dos seus escolhidos, tendo seu direito – e dever – do voto garantidos, em tempos em que até a possibilidade de golpe militar foi suscitada pelos partidos de esquerda e a intervenção do Poder Judiciário acirrou os ânimos – de ambos os lados – colocando em dúvida a lisura doo processo eleitoral.
A expectativa para amanhã, dois de outubro, é de uma eleição acirradíssima, mas com todos os direitos constitucionais garantidos.
No Tocantins a eleição deve ser definida já no primeiro turno. A rapidez da apuração por meio das urnas eletrônicas, deve garantir a divulgação dos resultados e a confirmação dos eleitos – ou não – até as 21h deste domingo. Hora em que os candidatos tocantinenses às vagas do Senado (1), Câmara Federal (8) e Assembleia Legislativa (24), já saberão se o povo confiou oi não em suas propostas e proposituras.
TODOS DESARMADOS
Em nome da nossa tão “suadamente” conquistada democracia, todos os tocantinenses, eleitores, candidatos e candidatas, precisam estar desarmados do ódio, do preconceito e das bravatas de insulto ou provocações aos adversários durante todo o desenrolar das votações, que terminam às 17h.
Fazemos, então, um chamamento ao valoroso povo tocantinense para que se abstenha de discussões, ignore provocações e, desta forma, contribuam para um processo sucessório tranquilo, democrático e sem sustos, pelo menos em território tocantinense.
O mais jovem dos estados brasileiros deve mostrar ao País que está capacitado, preparado e amadurecido no exercício da cidadania, em sintonia com o mais seguro e mais rápido sistema de votação e apuração que o mundo conhece.
Já conclamamos nossos eleitores à reflexão, para que tenham consciência – e ciência – a respeito dos candidatos que escolherá para gerir o futuro do nosso Estado nos próximos quatro anos (oito, no caso de senador), pois há, desde os “medalhões”, que são os políticos tradicionais, que buscam uma reeleição ou, até, uma volta à vida pública, até os candidatos novatos, em busca da primeira eleição e que, nem por isso deixam de ser boas opções, capazes e preparados para os cargos eletivos aos quais se candidataram.
Desejamos, do fundo de nossos corações, que os eleitores tenham recebido informações e conhecimento suficiente, da nossa parte, do Observatório Político de O Paralelo 13 e de todos os veículos de comunicação do Tocantins, tão sérios e engajados em proporcionar um Estado melhor para nossos cidadãos, para que as escolhas de cada um sejam as melhores possíveis, pensadas, analisadas e conferidas, para que a voz das urnas nos anunciem um Estado com um governo e representantes nos parlamentos nacional e estadual imbuídos em fazer com que o nosso povo sofra menos, pene menos e em dar a arrancada necessária para que nos transformemos no Estado progressistas, desenvolvimentista e, principalmente, confiável, em todas as suas instituições.
Que Nosso senhor, Jesus Cristo, nos abençoe em nossas decisões e abençoe os escolhidos para que pratiquem a boa política em favor do nosso povo, e que no dia três de outubro, tudo volte à normalidade, sem vitoriosos que não sejam os cidadãos tocantinenses, e sem derrotados insatisfeitos no meio político, permitindo um recomeço de acordo com a vontade dos eleitores.
Se houver a necessidade de um segundo turno para a presidência da República, que os envolvidos estejam devidamente respaldados pela vontade popular, e que todos neste processo eleitoral estejam em paz consigo mesmos, debatendo propostas e demandas para que, enfim, no dia 30 de outubro, os tocantinenses possam contribuir de forma consciente sua opção para a presidência da República.
Boa sorte aos que votam e aos que desejam ser votados. E que vença o melhor. Para o Tocantins e para o seu povo!
Amém!