Por Edson Rodrigues
Com o afastamento do governador eleito Wanderlei Barbosa por denúncias de corrupção e uso indevido da máquina pública, o Tocantins mergulha em um cenário de insegurança política e jurídica que impacta diretamente o quadro sucessório para as eleições de 2026. A polarização entre direita e esquerda, que já se desenhava, agora encontra uma pausa estratégica diante da indefinição sobre o retorno ou não do titular ao cargo.
GOVERNO INTERINO E ARTICULAÇÕES NACIONAIS
Kátia Abreu e o Governador interino Laurez Moreira
O atual governador interino, Laurez Moreira, ligado à família Abreu Silvestre — que tem como figura central a ex-senadora Kátia Abreu, aliada do presidente Lula — aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre sua permanência no cargo pelos próximos 180 dias. Caso o STF mantenha o afastamento de Wanderlei, Laurez poderá consolidar sua posição como candidato à reeleição, com apoio direto do grupo político que constrói palanque para Lula no estado.
DISPUTA MAJORITÁRIA E AUSÊNCIA DE TERCEIRA VIA
Senadores Eduardo Gomes e Dorinha Seabra
Do outro lado, a senadora Professora Dorinha Seabra (União Brasil/PP) desponta como pré-candidata ao governo, com apoio do senador Eduardo Gomes (PL), vice-presidente do Senado e presidente estadual do partido. A chapa majoritária formada por Dorinha e Gomes representa o campo da direita, e até o momento não há movimentações concretas para a construção de uma terceira via de centro.
O cenário aponta para uma eleição plebiscitária, com duas chapas principais disputando não apenas o governo estadual, mas também as duas vagas ao Senado. A indefinição sobre o futuro de Wanderlei Barbosa impede prognósticos mais precisos, mas o Observatório Político de O Paralelo13 alerta que qualquer decisão do STF poderá redesenhar completamente o tabuleiro sucessório.
EXPECTATIVAS E PRÓXIMOS CAPÍTULOS
A disputa pelo Palácio Araguaia ganhará novos contornos a partir de abril de 2026, prazo final para definições partidárias. Até lá, especulações, articulações e decisões judiciais continuarão moldando o futuro político do Tocantins — um estado que, mais uma vez, se vê no centro de uma batalha entre forças nacionais e locais pelo controle do poder.