Nesta terça(9), Primeira Turma do Supremo entra na fase de deliberações sobre as acusações do 'núcleo crucial' e prevê concluir o caso até o final da semana
Por Murillo Otavio - SBT
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (9) o julgamento que definirá o futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus. Todos são acusados de participar de uma trama golpista.
As sessões da Primeira Turma do STF estão programadas para a semana toda, de terça a sexta-feira. Na quinta-feira (11), os ministros adicionaram duas sessões extras para tentar concluir o processo dentro do prazo. O STF reforçou a segurança, com mais policiais no tribunal, drones e cães farejadores.
A semana será dedicada às deliberações. Primeiro, as defesas devem apresentar questões preliminares, que serão avaliadas antes que o julgamento avance para a decisão final.
Uma das contestações é sobre a validade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Depois dessa etapa, a Corte analisará o mérito do caso. O primeiro a votar será o ministro Alexandre de Moraes, e a expectativa é que seu voto seja longo. Em seguida, votarão os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
O julgamento pode ter dois resultados:
Absolvição: Os acusados podem ser absolvidos e o processo será arquivado;
Condenação: ministros definirão a pena para cada réu.
Além de Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República acusou mais sete pessoas: Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles são acusados de crimes como:
Organização criminosa armada;
Tentativa de golpe de Estado;
Dano ao patrimônio público.
Primeira semana
Na primeira semana de julgamento, o foco do Supremo Tribunal Federal (STF) foi a apresentação do caso e as manifestações das defesas e da acusação.
O relator, ministro Alexandre de Moraes, abriu a sessão com a leitura do seu relatório, que detalhou as acusações contra os oito réus. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a denúncia da PGR.
A acusação sustenta que Jair Bolsonaro e seus aliados seriam os líderes de uma organização criminosa que tramou um golpe de Estado.
Depois, os advogados de defesa dos réus tiveram a oportunidade de apresentar suas sustentações orais.
Eles contestaram as acusações, questionaram a validade das provas e pediram a absolvição de seus clientes. Um dos principais pontos de debate foi a delação de Mauro Cid, cuja validade foi questionada por algumas defesas.