Da Assessoria
A pesquisa desenvolvida no Tocantins pela Embrapa Pesca e Aquicultura, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ganhou novo impulso com investimentos assegurados por emenda do vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes. A iniciativa resultou em um sistema inédito de inteligência artificial capaz de prever o momento reprodutivo do pirarucu, maior peixe de água doce da Amazônia, abrindo caminho para uma nova etapa da aquicultura nacional.
O projeto posiciona o país na fronteira da criação inteligente de espécies nativas, ao adaptar tecnologias usadas originalmente em laboratórios de neurociência para monitorar, com precisão, o comportamento do Arapaima gigas em viveiros. A solução utiliza 12 câmeras e redes neurais profundas treinadas para reconhecer automaticamente cada subida do peixe à superfície, permitindo identificar o período reprodutivo com alto grau de confiabilidade.
Ao comentar o avanço, Eduardo Gomes afirmou que o desenvolvimento científico no Tocantins tem papel estratégico para o país. “A inovação gerada aqui reforça o protagonismo do Tocantins na pesquisa aplicada. Essa tecnologia amplia a eficiência da produção, reduz perdas e fortalece um setor que tem enorme potencial econômico. Nosso mandato seguirá investindo em projetos que unem ciência e geração de oportunidades”, destacou.
O sistema elimina a necessidade de observação humana contínua e abre novas frentes para o manejo, como detecção precoce da formação do ninho, análise automática da biomassa, avaliação do estresse pós-manejo e monitoramento alimentar. Para os pesquisadores, essa é uma virada de chave para reduzir mortalidade, aumentar previsibilidade e melhorar o desempenho produtivo.
A parceria é financiada pelo consórcio internacional Aquavitae, pela Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPT) e pela emenda do senador Eduardo Gomes, consolidando a articulação entre instituições de pesquisa e o setor produtivo. Segundo a Embrapa, transformar dados comportamentais em indicadores precisos e contínuos representa um salto de qualidade para a piscicultura brasileira, especialmente para o pirarucu, espécie valorizada no mercado nacional e internacional.
Com o avanço tecnológico, produtores passam a ter condições mais seguras e eficientes de manejo, reforçando a competitividade da cadeia aquícola e abrindo espaço para novas soluções de alto impacto econômico e ambiental.